Nem Todo Mundo Odeia O Chris - 1ª Temporada escrita por LivyBennet


Capítulo 18
Todo Mundo Odeia Funerais


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou o maior cap, até agora.....
Divirtam-se.



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POV. CHRIS (Brooklin – 1983)

Todo mundo tem uma mania que fica pra vida toda. Quando eu era moleque, a mania da minha mãe era gritar com todo mundo por qualquer coisa. Aparentemente ela não falava, só gritava. Depois de um tempo eu até me acostumei com os gritos, mas teve uma vez que eu senti falta. Foi na semana que meu avô morreu. É bem triste pra eu falar disso. Foi a primeira morte que eu presenciei e foi na mesa lá de casa na hora do jantar.

Todos adoravam o meu avô e ele era muito engraçado. Tava todo mundo conversando e brincando. Meu avô era uma lenda das piadas de “Toc toc”. Ele tava contando uma quando sentiu uma dor no peito e morreu lá mesmo. Todo mundo achou que ele tava de onda, mas ele não tava. A última coisa que ele falou foi ‘Me passa as costeletas que estão aí’.

Eu pensei que minha mãe ia pirar, ela era louca por ele. Mas minha surpresa foi enorme quando no dia seguinte ela acordou com um bom humor que ela não tinha há anos. Era a primeira pessoa da família que morria, então eu não sabia o que fazer. Eu só tinha treze anos e não era fácil. Mas minha mãe parecia conformada e otimista, coisa que ela não era. E eu sabia que por dentro ela tava escondendo muita coisa.

Além do bom humor, a gentileza e a tolerância também fizeram parte do cardápio da minha mãe naquela semana. Tudo o que a gente pedia pra fazer, ela deixava e se a gente fazia algo errado, ela não gritava. Eu não sabia o que era, mas tinha algo muito errado ali.

Quando a Lizzy desceu pra ir comigo pra escola, eu resolvi contar pra ela. Não tinha dado tempo de contar na noite anterior. Pra falar a verdade, eu nem tinha me lembrado. Ela me recebeu com o sorriso de sempre, mas naquele dia o sorriso não me afetou.

“Oi, Chris. Bom dia.”

“Oi, Lizzy.” Eu tava tão desanimado que nem olhar pra ela eu consegui.

“O que aconteceu?” Respirei bem fundo e falei.

“Meu avô morreu.”

“Ah, Chris, eu sinto muito. Era muito próximo?”

“Era sim. Ele era o mais próximo da gente.”

“Era o pai do seu pai ou da sua mãe?”

“Da minha mãe.” Eu tava tentando ser forte, mas falar dele me fazia lembrar todas as coisas boas que aconteceram e que nunca mais iam se repetir.

“Nossa. Como ela tá?”

“Por incrível que pareça, ela tá bem. Disse que eu não precisava ir pra escola se não quisesse.”

“Ela tá reprimindo. Isso é mal.”

“Eu sei, mas eu não sei o que fazer.” Eu tava com vontade de chorar, mas eu não queria fazer isso na frente dela.

Ela veio e se sentou do meu lado.

“Olha, Chris. Eu sei a dor que você tá sentindo. Senti a mesma coisa quando perdi meu avô. Quando uma pessoa que a gente ama morre, é como se levassem uma parte da gente.” Eu tava me segurando, e ela falando aquilo não tava ajudando no meu esforço pra não chorar. “Mas, olha, eu sempre vou ficar do seu lado, tá? Pode contar comigo, tudo bem?” Ela me abraçou e eu não aguentei. Chorei o eu devia ter chorado na noite anterior. Eu sabia que devia estar parecendo um fraco e idiota por chorar na frente dela, mas ela não se importou. Só ficou lá, me abraçando. Eu precisava daquilo. Do apoio de alguém.

“Desculpa tá fazendo isso. To parecendo um idiota.” Enxuguei as lágrimas que ainda tinha. Ela me soltou um pouco e me olhou.

“Chorar não é sinal de fraqueza, é sinal de sentimento. Mostra que gostava dele e que sente falta.”

“Sinto muita falta.”

“Foi bom você ter chorado.”

“Por que?”

“Por que agora pode ajudar sua mãe.”

“Como?”

“Tenho certeza que seu pai não tá sabendo como agir também. É a primeira vez que veem a mãe de vocês sem reação.”

“Verdade.”

“Então, você é o mais velho. Faça com seus irmãos o que sempre fez: comande.”

“Entendi. É melhor a gente ir. O ônibus.”

“Mesmo.”

A Lizzy tinha razão, me senti bem melhor depois de ter chorado. Pelo menos ela prometeu que não ia contar pra ninguém.

Na escola me forcei a contar pro Greg. Ele também foi muito legal. Disse que entendia. A porcaria é que naquele dia eu tinha prova. Na hora da prova o Greg perguntou se nós éramos muito chegados e eu respondi que era, mas a Srta. Morello viu.

“Chris, repita pra sala o que você contou ao Gregory.” Levantei e falei.

“Meu avô morreu.” Como sempre, ela não acreditou.

“Chris, não pode matar alguém de sua família sempre que não estudar para a prova.”

“É verdade.” Lizzy.

“Ah. Eu sinto muito, Chris. O que está fazendo aqui? Me dê sua prova. Está dispensado.”

“Mas e a minha nota?”

“Vai ter A automático.”

“Posso ir com ele, professora?” Lizzy.

“Já terminou sua prova?”

“Já.”

“Então pode ir.”

“Tchau, Greg.” Dissemos juntos.

“Tchau.” Ela entregou a prova e saímos.

“Por que ela acreditou em você e não em mim?”

“Maluquice dela. Não liga. Vamos.”

No outro dia na escola, o Caruzo não me estapeou. Me deu os pêsames e até deu uns tapas num garoto chinês em minha homenagem. Fiquei tocado.

Quando chegamos em frente de casa eu percebi que não queria enfrentar aquela barra sozinho. Ia chegar muita gente da família e lá em casa ia ficar lotado. E eu queria ajudar minha mãe.

“Lizzy, pode subir comigo?”

“Por que?” Fiquei até com vergonha de admitir.

“Não quero entra lá sozinho.”

“Chris, não é que eu não queira te ajudar, mas isso é uma coisa de família. Me sentiria uma invasora e sua família me veria assim também.”

“Você é minha melhor amiga e sendo da família ou não você me ajudou. Por favor?” Ela suspirou desistindo.

“Tá bom. Mas se eu me sentir desconfortável, eu saio.”

“Feito.” Subimos.

Quando cheguei lá em cima, a família inteira já tinha chegado. Minha avó, Maxime, era a única pessoa que esnobava até minha mãe e criticava tudo o que ela fazia; minha tia Charlotte, ou Luto, por que ela só aparecia em enterros; a tia Ratinha, ela só falava bem baixinho; e o tio Michael, ele só pensava em comer e nunca tinha trabalhado na vida. Ele era um exemplo pra muitos vagabundos. Minha mãe ia ajudar eles a se instalarem. A Lizzy se desviou tão bem deles que nenhum viu ela. Ela bem que podia trabalhar na CIA.

No final das contas nem foi tão ruim. Eu não fiz praticamente nada e só fiquei conversando com a Lizzy. Ela pediu pra eu observar como tava a casa e perceber a diferença de antes. Foi aí que eu comecei a observar como a situação tava feia. Tava todo mundo fazendo o que queria e desarrumando a casa, mas minha mãe não ligava. Meu tio tava com os pés em cima da mesa de centro, tinha coisas espalhadas pelo chão e ela não tava nem aí.

Eu me sentei no corredor ao lado da porta da cozinha conversando com a Lizzy, mas dava pra ver tudo o que acontecia na mesa e na cozinha, pois as duas portas estavam abertas. Minha avó estava sentada na mesa vendo os caixões e pediu um copo de chá. Minha mãe deu, pegou a caixa de tartarugas dela e saiu, subindo as escadas.

“Chris, você precisa ajudar ela.”

“Eu sei, mas como?”

“Do jeito que eu te disse.” Ela me deu um beijo no rosto, um ‘tchau’ e foi pra casa.

Segui o conselho da Lizzy e botei moral na situação. Mandei o Drew e a Tonya pararem de brincar e irem arrumar os quartos. Mandei o tio Michael abaixar o som e tirar os pés de cima da mesa. Eu me senti a minha mãe.

Na hora do jantar eu já tava 80% irritado com a minha avó. Ela só criticava e não fazia nada.

“Rochelle, se arrume direito amanhã. Nós vamos à casa funerária pra comprar o caixão.”

“Tudo bem, mamãe.” A submissão dela tava me enchendo. Ela sentou no sofá, comendo as tartarugas. Meu pai olhou pra ela, preocupado, sem saber o que fazer.

Na mesa, minha avó tomou um gole chá e começou a reclamar dizendo que minha mãe não fazia um chá decente. Eu tava triste, preocupado com a minha mãe e acabei explodindo.

“Se não gostou, então não bebe! Desde que chegou aqui você só critica, mas não faz nada! Minha mãe tá fazendo o ela pode fazer! Se não tá satisfeita, vai embora!” Me levantei e corri por meu quarto. Sabia que ia me dar mal depois, mas pelo menos eu falei tudo o que queria.

Me joguei na cama de cara pra parede, não queria falar com ninguém. Eu queria a Lizzy.

“Droga!”

Como por obra do destino, eu vi um buraco na minha parede. Era da largura do meu polegar e uma voz vinha de lá.

“Chris! É você?” Tomei um susto que me faltou o ar.

“Lizzy?”


POV. LIZZY

Quando fui pra casa depois de sair do Chris, eu soube que tinha que terminar o que eu tava tramando naquele dia. Ele tava precisando de mim e eu não poderia ficar longe agora. Disse ‘oi’ e ‘tchau’ pros meus pais, subi as escadas correndo e me tranquei no meu quarto. Peguei a caixa de ferramentas embaixo da minha cama e comecei a trabalhar. Foi mais ou menos uma meia hora sem parar, então eu terminei. Guardei tudo e esperei.

Uns vinte minutos depois eu ouvi alguém entrar no quarto, a porta bater e alguém se jogar na cama. Podia ser ele, mas podia ser o Drew, então fiquei em dúvida se chamava ou não. Aí eu ouvi resmungar ‘droga’ e reconhecei a voz. Era o Chris.

“Chris! É você?” Ouvi ele arfar.

“Lizzy?”

“E tu conhece outra louca que faça um buraco na tua parede?” Ouvi ele rir.

“Não mesmo. Mas me diz, como fez isso?”

“Faz uns meses que eu to trabalhando nisso. Na verdade, desde que vi seu quarto.”

“Putz. No Natal.”

“Foi. Mas eu não fiz o buraco pra falar do buraco, foi pra falar com você. Aconteceu alguma coisa? Ouvi você dizer ‘droga’.”

“Aconteceu. Gritei com a minha avó.” A voz parecia triste, mas satisfeita.

“Por que?” Ele bufou.

“Ela só sabe reclamar e criticar tudo o que minha mãe faz.” Ele resmungou.

“Aí você não aguentou e falou o que não devia.”

“Devia sim.”

“Ok. Não vou discutir com você.”

“Não?"

"Não. Só quero que você pense realmente no que fez e se foi certo. Eu sei que você fez isso pra proteger sua mãe por que ela perdeu o pai e está sofrendo, mas você já pensou na sua avó?”

“Como assim?”

“Há quanto tempo seus avós eram casados, Chris?”

“Uns 40 anos.”

“Agora imagina perder uma pessoa que esteve com você durante 40 anos. Dói muito. Talvez esse seja o jeito que sua avó encontrou de se proteger.”

“Criticando minha mãe?”

“É meio sem noção, mas talvez seja.” Ele pensou um pouco.

“Você tem razão. Desculpa.”

“Não deve desculpas a mim. Deve a ela.” Ele suspirou.

“Tudo bem, eu vou pedir.” Ele parou um pouco. “Tem alguém vindo. Espera um pouco.”

Esperei uns instantes e pude ouvir a voz do seu Jullius do outro lado.

“Oi, cara.” Me afastei pra dar privacidade a ele, mas voltei correndo. Desculpa, Educação, eu tenho que escutar.


POV. CHRIS

Ouvi alguém vindo e peguei rápido uma revista e fingi ler. Meu pai abriu a porta.

“Oi, cara.”

“Oi.”

“Chris, você vai ter que pedir desculpas a sua avó.” Ele sentiu na beira da minha cama.

“Já ouvi isso antes.”

“De quem?”

“Nada. Eu pensei alto. Eu sei que eu tenho que pedir desculpas por que eu fui grosso e por que ela é minha avó. Ela tá sofrendo e encher a minha mãe deve ser o jeito que ela encontrou pra se sentir melhor.” Ele ficou surpreso.

“Nossa. Quem te disse isso?” Resolvi ser irônico.

“A parede.”

“Pois continue conversando com essa parede. E não se meta com a sua mãe e a sua avó. Você só vai conseguir outro enterro. Pensa nisso.” Ele saiu e eu me virei pra parede.

“Você ouviu?”

“Ouvi. Desculpa. A curiosidade foi maior.” A voz dela parecia culpada.

“Não precisa. Eu queria que você ouvisse.”

“Pra que?”

“Pra ver se aprendi alguma coisa.” Ouvi ela rir.

“Aprendeu muito. E eu gostei da ironia da parede no final.”

“Foi instinto.”

“Gostei do instinto. Vai dormir agora?”

“Vou. To cansadão. O dia foi puxado hoje.”

“Foi mesmo. Boa noite, Chris.”

“Boa noite, Lizzy.” Ouvi ela se levantar e se jogar na cama com um resmungo de preguiça. Adorei aquele buraco na parede. Era mais um segredo nosso.

No outro dia, todos foram comprar o caixão, mas eu não quis ir. Sabia que ia dar confusão. Minha avó ia querer o mais caro e meu pai sempre queria o mais barato. Barraco na certa. Preferi ficar em casa com o Drew e a Tonya.


POV. LIZZY

Eu vi todo mundo saindo da casa do Chris pra ir comprar o caixão, mas vi que ele não foi. Droga! Eu queria falar com a dona Rochelle. Fiquei esperando até eles chegarem e pedi pra falar com ela. A gente entrou e ficou na escada.

“O que foi, fofa?” Ela tava tão amigável que dava medo, mas tava com um ar de cansada.

“Dona Rochelle, eu sei que pode ser muita ousadia minha, mas a senhora está bem?”

“Estou. Tô ótima.” Percebi que teria que ser mais direta.

“Parece que não.” Ela me olhou desconfiada.

“Por que não?”

“Não me leve a mal, mas a senhora está estranha.” Eu tava pisando em ovos.

“Estranha como?” Reuni toda a minha coragem e disse.

“Não está gritando com ninguém.”

“Mas eu não grito.” Ela me olhou ofendida. Olhei pra ela bem séria. “Tá bom, eu sei que grito, mas esse é o único jeito de me escutarem.”

“Olha, o Chris tá preocupado com a senhora. E ele não sabe o que fazer.”

“Mas eu também não sei. Minha mãe tá me deixando louca.” Fiquei surpresa de ela se abrir comigo, mas não ia deixar passar essa chance.

“Essa é a sua casa, a senhora manda aqui. Não deixe que venha alguém de fora e lhe diga o que fazer dentro da sua própria casa. Quando conheci a senhora percebi de cara que é uma pessoa batalhadora, guerreira, que não abaixa a cabeça pra qualquer obstáculo. Mas esses dias eu não tenho conseguido ver essa pessoa. Ela está aí, mas eu não consigo vê-la. Todo mundo nessa casa se apoia na senhora. É o porto seguro deles. O Chris tá tentando segurar as pontas como pode, mas ele não consegue sozinho. Mas eu sei que a senhora consegue.” Ela tava com lágrimas nos olhos. Me deu um abraço tão apertado que senti algo estalar.

“Obrigada, Lizzy. Acho que eu só precisava ouvir isso. Mas, quando ficou tão madura?”

“Não sei. A gente evolui, né?”

“Acho que é.”

“Desculpa se eu fui muito invasiva.”

“Não precisa de desculpas. É sempre bem vinda.”

“Obrigada. Eu preciso ir.”

“Tudo bem. Tchau, fofa.”

“Tchau, dona Rochelle.” Cheguei na calçada e suspirei de alívio. Ela não tinha me matado. Ai, que felicidade!


POV. CHRIS

O enterro foi triste, mas tava todo mundo lá. Eu pedi pra Lizzy ir, queria alguém comigo, mas ela não quis ir por ser realmente uma ocasião de família. Pelo menos prometeu que ia lá em casa depois do enterro.

Depois do enterro lá em casa tava mais lotado que o Times Square no Ano-Novo. O Doc tava lá, ele ajudou a gente pra caramba. Minha surpresa foi ver o Greg chegar com a Lizzy lá em casa.

“Veio fazer o que aqui?”

“Meu pai me trouxe pra dar os pêsames.”

“Eu encontrei o Greg lá embaixo e subi com ele.”

Meu tio Michael parecia nunca ter visto gente branca.

“Mamãe, vem cá. Olha isso. O Chris tem amigos brancos.”

“Fecha a boca, Michael. Parece que nunca viu gente branca. Oi, queridos. Vocês estão com fome?”

“Um pouco.” Greg.

“Só um pouquinho.” Lizzy. Ela tava linda de vestido preto. Parecia que era a cor dela.

“Venham comigo, tem sanduíche na cozinha.” Seguimos ela.

Pouco depois o pessoal começou a cumprimentar a gente e sair. O Doc foi, mas deixou comida pra gente na cozinha. Uma que eu não tinha notado lá era a Keisha.

“Meus pêsames pela morte do seu avô.” Parte boa de perder parentes: abraços de graça. Eu ia abraçar ela, mas ela se esquivou. Nem assim eu consigo. Aí ela passou a diante e abraçou o Drew. Sacanagem.

Fiquei feliz quando via a próxima da fila: Lizzy.

“Você já sabe o quanto eu sinto por isso, então não preciso dizer.”

“Eu sei. Valeu pela ajuda.”

“De nada.” Ela me abraçou e eu olhei pra Keisha que tava olhando a cena como se fosse uma miragem. Ela ficou mais pasma ainda quando a Lizzy me soltou e me deu um beijo no rosto. “To indo. Qualquer coisa você sabe onde eu to.”

“Tá bom.” Ela passou pela Keisha e deu aquele sorrisinho irônico que eu conheço tão bem. Me senti o máximo.

Depois que todo mundo foi embora minha mãe foi comer as tartarugas dela, só que a caixa tava vazia. Ela chegou lá na sala pra resolver o mistério.

“Quem comeu meus bombons?”

“Eu comi e eram horríveis.”

“Se não gostou, mamãe, por que comeu?” Ela tava se segurando e eu adoraria ver ela explodir. “Mãe, to cheia da senhora. A senhora chega na minha casa e fica criticando tudo o que eu faço, como eu cuido da minha casa, dos meus filhos. Só por que perdeu o papai, não pode ficar por aí descontando nos outros. Desde que chegou a senhora só fez reclamar. Michael, tira a porcaria dos pés do meu sofá antes que eu arranque eles fora. E mamãe, da próxima vez que comer bombom, pelo menos diz que gostou!” Saiu e bateu a porta.

ELA VOLTOU!!!!!!!!!!!

Fiquei tão orgulhoso da minha mãe. Eu precisava contar pra Lizzy, mas tive que esperar eles irem embora pra poder subir. No final, minha mãe e minha avó fizeram as pazes do jeito delas. E eu decididamente vou seguir o conselho do meu pai: não me meto nunca mais.

Subi correndo e me joguei na cama.

“Lizzy! Tá aí?”

“To. O que foi?”

“Minha mãe voltou! Tá gritando com todo mundo de novo.”

“Eu já sabia.” Como?

“Como?”

“Falei com ela.” To pasmo.

“E ela te escutou?”

“Foi.” To pasmo². Ela falava como se fosse bem simples.

“O que disse pra ela?”

“Que a família dela precisava dela.”

“Uau! Você tem o dom. Ninguém nunca fala com a minha mãe sobre isso.”

“Eu fiquei com medo que ela gritasse comigo.”

“Você? Com medo? Nunca vi.”

“Ei! Eu sou humana.” Nós rimos.

“Valeu por aquilo. Me senti o máximo com a Keisha vendo.”

“Essa era a intenção.” A voz dela tinha um tom satisfeito.

“A cara dela...”

“Muito engraçado.” Rimos.

“Eu tenho que ir. Tem louça pra lavar.”

“Tá bom. Amanhã a gente se fala.”

“Tá. Boa noite.”

“Boa noite.”

...

Por: LivyBennet



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Notas finais do capítulo

Reviews, pleasyyyyyyyyy...........