Nem Todo Mundo Odeia O Chris - 1ª Temporada escrita por LivyBennet


Capítulo 17
Todo Mundo Odeia Gota


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas chegou! PC quebrado é um porre!!!!!!!!!!!



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POV. CHRIS (Brooklin – 1983)

                De todas as matérias que eu estudava na 5ª série, a única que eu não entendia direito era matemática. Normalmente eu passava me arrastando na matéria, e daquela vez não foi diferente. Eu tirei uma nota boa(B) na prova final, mas foi com uma ajuda das grandes: Lizzy. Ela passou o final de semana inteiro me ensinando a matéria pra prova. Aparentemente ela tinha um radar. Quando ela saía lá da casa e eu pensava em ligar a TV, ela aparecia do nada dizendo pra eu estudar. Odiando a matéria, estudar sozinho não é a melhor coisa do mundo, então esse foi o final de semana que ela passou mais tempo lá em casa. Se não fosse ela eu teria tirado F e minha mãe teria arrancado meu couro. Mas ela me fez prometer que ia me esforçar mais no semestre seguinte pra não ficar com nota baixa.

                “Ok. Eu estudo. Mas promete que não vai falar a palavra ‘estudar’ pra mim nos próximos 20 dias?” Ela riu.

                “Ok. Trato feito.”

                Imagina então o tamanho da minha surpresa quando recebo meu boletim e vejo um F nele. Eu fiquei sem reação por uns 10 minutos. A Lizzy pegou o boletim da minha mão e viu a nota.

                “Como assim um F? A gente estudou. Você tirou um B na final. Como pode ter um F no boletim?” Ela tava surtando por mim, por que eu não conseguia nem levantar da cadeira.

                “Cara, como assim mesmo? Um F?”

                “Eu não sei, Greg. Era pra eu ter ficado com no mínimo um D na média. E agora? O que vou dizer pra minha mãe?”

                “Não sei, Chris, mas aparentemente você vai ter o couro arrancado.” To ferrado!

                Na volta pra casa eu tava me descabelando junto com a Lizzy pra saber o que tinha acontecido com a minha nota.

                “Ainda não to entendendo, Chris. Um F?”

                “Nem me pergunte. Mas acho que é coisa da Srta. Morello.”

                “É bem a cara dela mesmo. Acho que sei um jeito de mudar isso.”

                “Como?” Tive uma pontinha de esperança. As ideias dela sempre deram certo.

                “Não entrega o boletim pra sua mãe hoje.”

                “Mas hoje é o dia de entregar.”

                “Eu sei. Me escuta. Dá uma desculpa pra ela hoje. Diz que atrasou e se ela perguntar pelo meu, diz que atrasou também.”

                “Quer que eu minta?”

                “Sim, mas a gente vai contar a verdade pra ela depois. Se tudo der certo, amanhã mesmo.”

                “Ok.” Olhei pra ela tentando adivinhar o que ela tava pensando. “Não vai me dizer o que é, né?”

                “Não mesmo. Só vou te contar quando der certo.”

                “Tá. Já aprendi que com você não adianta discutir.”

                “Valeu. Enquanto isso, esconde o boletim.”

                “Ok. Até amanhã.”

                “Até.” Entramos.

                Eu tava tremendo dos pés à cabeça. Nunca tinha mentido pra minha mãe, então não sabia o que fazer. Quando cheguei na cozinha, o Drew e a Tonya estavam entregando os boletins. Os dois tinham tirado B. Pensei no meu B na prova final e fiquei com raiva do F que tava no meu boletim. NÃO É JUSTO!

                Pensei bem no que eu ia dizer pra minha mãe, e quando ela perguntou pelo meu boletim eu disse que tinha atrasado.

                “O da Lizzy também atrasou?” To chocado! Elas se conhecem bem mesmo!

                “Atrasou.” Ela me olhou desconfiada, mas deixou passar.

                “Tudo bem. Agora vai pro seu quarto e separa a sua roupa pra lavar.”

                “Tá bem.” Subi as escadas suando frio.

                Enquanto eu tava tenso, meu pai precisava relaxar. O negócio é que ele descobriu que tinha gota. Gota é uma artrite que causa inchaço no calcanhar ou no dedo do pé. Normalmente a causa é a má alimentação juntamente com muito sal.(N/A: fanfic tbm é cultura!) Então ele ia ficar um bom tempo em casa sem fazer absolutamente nada e o coitado detestava isso.

                Na escola o Greg me perguntava quando eu ia entregar o boletim.

                “Cara, eu não sei. Ela vai me matar se souber que eu tirei F, mas a Lizzy disse que ia ajudar.”

                “Como? Vai fazer outro boletim pra você?”

                “Não sei, mas ela nunca me meteu em problemas, só me tira deles.”

                “Tem razão. Grande amiga.”

                “Mesmo. Mas eu não vejo ela desde que a gente chegou e ela disse que ia no banheiro e não voltou mais.”

                “Ela deve tá aprontando.”

                “Fato.”

POV. LIZZY

                Disse que ia no banheiro só pra despistar, mas eu fui mesmo foi pra sala dos professores. Queria falar com a psicopata, vulgo: Srta. Morello.

                “Srta. Morello, tem um minuto?”

                “Tenho, Lizzy, pode falar.”

                “É sobre a nota do Chris.”

                “Lizzy, eu sinto muito. Eu sei que vocês dois são amigos, mas eu não quero compactuar com isso. Não vê que ele está te usando pra conseguir uma nota melhor.” WHAAAAAAAAT? Essa mulher é louca.

                “Ele não tá me usando. Ele nem sabe que eu vim aqui.”

                “Ah, desculpe então.”

                “Olha, Srta. Morello, a nota do Chris não é justa. Ele tirou um B na final. Como ele pode ter ficado com um F na média?”

                “Lizzy, eu não posso falar muita coisa sobre o sistema de notas da escola, pois é sigilo, mas a nota do Chris está correta. Ele tirou uma nota muito baixa no primeiro exame e a nota da final não conseguiu cobrir a outra, por isso ele tem um F.” Droga!

                “Mas a gente estudou tanto. Eu nem deixei ele assistir TV o final de semana inteiro, ele só estudou.”

                “Eu sinto muito.” Ela ia entrar na sala de novo, mas eu não ia desistir fácil.

                “Professora.” Ela virou. “Será que eu posso pedir só mais uma coisa.”

                “Peça.”

                “Deixa ele fazer outra prova.”

                “Mas, minha querida seria contra as normas.”

                “A senhora disse uma vez que o Chris tem potencial, deixa ele mostrar que tem. Dá outra chance pra ele.” Ela me olhou bem pensativa, meu coração tava a mil.

                “Tudo bem. Hoje depois da aula eu vou falar com ele e amanhã ele faz a prova. Mas, que ninguém saiba.”

                “Obrigada, professora.” YES!!!!!!

                Quando eu dobrei o corredor, dei um pulo e comecei a dançar. Tava parecendo uma louca dançando no meio da escola. Terminei a dancinha e fui pra sala.

POV. CHRIS

                Quando eu e o Greg entramos na sala a Lizzy já tava lá. A Srta. Morello entrou e pediu para todos sentarem. Minha surpresa vinha depois dali.

                “Chris, poderia ficar depois da aula? Preciso falar com você sobre a sua nota.” 2 minutos sem reação.

                “Claro, professora.”

                Olhei pra Lizzy e ela piscou pra mim (coração errou duas batidas) e eu entendi que era coisa dela. Depois da aula o Greg se despediu da gente e eu e a Lizzy esperamos a sala esvaziar pra professora falar com a gente.

                “Olha, Chris, eu espero que você agradeça muito a Lizzy por eu fazer isso com você.”

                “Isso o que?”

                “Vou lhe dar outra chance. Amanhã você vai fazer outra prova.”

                “Sério?”

                “Muito sério. E eu espero que você se esforce dessa vez.”

                “Sim, senhora.”

                “Agora vá e estude.”

                “Tá bom. Obrigada, Srta. Morello.”

                Saímos da sala e eu fiquei pulando no corredor que nem um maluco.

                “Valeu, Lizzy.”

                “Que nada. Sabe o que vem agora, né?”

                “Comemorar?”

                “Não. Estudar a tarde inteira.”

                “Eu sei. Vai me ajudar, né?”

                “De novo?” Ela fez uma cara de tédio.

                “É. De novo. Vamos.” Puxei ela pela mão e fomos pra casa.

                Depois de descer do ônibus, lembrei que ainda tinha uma coisa pra fazer.

                “Droga. Tenho que mostrar o boletim pra minha mãe.”

                “Tem mesmo. E falar pra ela que mentiu.”

                “Mesmo. Vai comigo?”

                “Vou né. Tenho que te ajudar mesmo.”

                “Você fala como se fosse um fardo.” Às vezes eu me perguntava se ser minha amiga dava muito trabalho.

                “O quê? Eu to brincando, Chris. Você não é um fardo.”

                “É que às vezes parece.”

                “Pois é só impressão. Vamos.”

                Subimos as escadas e encontramos minha mãe na cozinha.

                “Mãe.” Senti a morte chegando.

                “Oi, filho. Oi, Lizzy. Como tá, fofa?”

                “To bem, Dona Rochelle. O Chris quer falar uma coisa com a senhora.”

                “E o que é?” Respirei bem fundo e disse de uma vez.

                “Ontem eu menti. Eles tinham entregado o boletim e eu não lhe entreguei.” Senti a morte mais perto.

                “E por que?” Notei que ela tava se segurando.

“Tirei F em matemática.” Minha vida passou pelos meus olhos.

                “O QUÊ, GAROTO?”

                “Dona Rochelle, calma, por favor. Ele ainda não terminou.” Por incrível que pareça, ela se acalmou.

                “Tudo bem. O que falta, então?”

                “A professora me deu outra chance por que eu tirei B na prova final. O motivo de eu ter ficado com um F foi que minha primeira nota foi baixa.”

                “Então você vai fazer outra prova?”

                “É.” Ela parecia mais calma mesmo.

                “Então é melhor estudar.”

                “Por isso eu estou aqui, dona Rochelle.”

                “Obrigada, minha querida. Você quer alguma coisa por isso?”

                “Não. Que é isso. Não precisa. A amizade do Chris paga tudo.” Me senti o máximo!

                “Tudo bem então. Vão estudar. Daqui a pouco eu levo um lanche pra vocês.”

                “Obrigada, dona Rochelle. Vamos, Chris.”

                Nós subimos e no meu quarto eu respirei aliviado.

                “Ufa. Valeu. Ela ia me matar se você não tivesse aqui.”

                “Que drama! Esquece isso. Vamos estudar.”

                A gente estudou até a hora do jantar. Quando minha mãe foi chamar a gente, eu fui deixar a Lizzy na porta e subi pra jantar.

                No outro dia a gente teve aula normal, depois que todo mundo fosse embora eu ia ter minha prova. A Lizzy me esperou lá fora enquanto eu fazia. Tava difícil, mas eu tinha estudado a tarde inteira pra fazer aquela prova. Me recusei a tirar nota baixa. Terminei a prova e a Lizzy entrou pra esperar a nota junto comigo.

                “Chris, meus parabéns. Você ficou com um B+ na prova e um A- na média.”

                “Eu fiquei com um A?”

                “Sim. Parabéns.” Ela tava feliz mesmo. Nessas horas eu esquecia que ela era racista. “Pegue seu boletim e traga amanhã assinado.”

                “Com certeza eu trago.” Eu e a Lizzy saímos.

                “Você tirou um A!!!!!!” Ela pulou em cima de mim, me abraçando.

                “Por sua causa.”

                “Você se esforçou.”

                “Valeu. Vamos. Eu quero mostrar pra minha mãe.” Saímos correndo pra pegar o ônibus.

                Lá em casa subimos as escadas e entramos em casa ainda correndo.

                “O que é isso? Vocês querem derrubar a casa?”

                “Desculpe, dona Rochelle. É que o Chris tem uma notícia ótima.”

                “Sobre a prova?”

                “É. Eu tirei um A!” Mostrei o boletim pra ela.

                “Meu filho, que bom! Meu bebê tirou um A.” A Lizzy ficou rindo por ela me chamar de bebê. “Já que tirou um A, pode ter o que quiser pro jantar e pra sobremesa.

                “Eu quero bolo de carne, purê de batatas e torta de pêssego.”

                “Então vai ser isso, meu amor. Pode ir lá fora se quiser.”

                “Valeu, mãe.” A gente ia subindo pro meu quarto quando escutamos ela dizendo: MEU BEBÊ TIROU UM A EM MATEMÁTICA. Meu Deus, minha mãe não gira bem.

                Pra completar a felicidade geral da nação, meu pai ficou bom da gota no final de semana e na segunda ele voltou a trabalhar.

...

Por. LivyBennet


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Notas finais do capítulo

Lizzy: Gente, manda reviews aí!
Chris: Eu tirei A!
Lizzy: É só um reviewzinho.
Chris: Eu tirei A!
Lizzy: Não custa nada!
Chris: EU TIREI AAAAAAAAAA!!!!!!
Lizzy: CALA A BOCA, CHRIS!
Chris: Calma, estressada! Eu só tava dizendo que... TIREI UM AAAAAAAAAA!!!!!
Lizzy: Eu te pego! (sai correndo atrás dele)
Chris: SOCOOOOOOOOORRRRRRRRROOOOOOOOOO