Projeto Genoma escrita por SevenMonkey


Capítulo 4
(Lyrian) Capitulo 3- O acordo


Notas iniciais do capítulo

Bem galera to adiantando o cap 3, pois não faço a menor ideia se poderia fazer isso domingo xD. E como disse no capitulo 3 teria "uma pequena mudança" na narração, ideia tirada de dois livros que gostei muito (não sei se há outros que fazem isso, mas sei q a ideia de fazer isso não e original minha xD)
Então e isso boa leitura.



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Eu estava a mil, meu coração palpitava forte em meu peito, ofegava a cada passo uma sensação de euforia e medo se misturava em minha cabeça. A euforia era a normal em sentir durante e depois de cada roubo, adorava essa sensação, mas o medo me fora causado por aqueles olhos. O que era aquilo, humanos normais não possuem olhos assim, e que reação foi aquela, foi muito rápido não pode fazer nada, mas a expressão em seu rosto, aquilo foi o pior. Não enxerguei direito, mas consegui ver um pouco e pode sentir as intenções assassinas que emanavam daqueles olhos...

            Dei uma tremida quando relembrei, mas não parei, continuei correndo e pulando de um telhado para outro, ainda não estava 100% segura, mas já estava bem distante duvido que ele fosse capaz de me alcançar agora. Eu já estava sorrindo pensando nas coisas que eu poderia fazer com aquele anel até o exercito perceber, mas então aconteceu.

            -Ei ladra. –Uma voz masculina grita tranquilamente atrás de mim, meu sangue gela, sinto um arrepio correndo toda minha coluna, sem diminuir o ritmo dou uma espiada por cima do ombro, mas não vejo ninguém. Será que por causa do medo e adrenalina estava imaginando coisas.

            -Calma Lyrian. –Pensei enquanto respirava fundo. –Você está ouvindo coisas, ele não pode me alcançar agora, e aqueles olhos provavelmente eu imaginei isso por causa do cansaço e susto que aquela reação me causou.

            Mas quando finalmente me acalmo, um vulto vindo de lugar nenhum cai com leveza na minha frente. Meu coração veio à boca, como ele conseguiu isso? O garoto da estalagem, de quem eu robora o anel aterrissava no teto a minha frente com as mãos no bolso. O garoto tinha minha idade e mesmo assim conseguiu me alcançar ainda com a dianteira que tive sobre ele e outra coisa me assustava, eu acertara um castiçal de metal com toda força em seu rosto, mas mesmo assim não havia nem sequer marca em seu rosto.

            Nunca senti tanto medo quanto senti ao vê-lo, agora eu tinha certeza que aqueles olhos que eu vi não foram alucinações, sabia que ele não podia ser humano, não tem como um humano ter olhos brilhantes, uma pele dura e uma velocidade absurda como a dele. Ele me olhava com calma e tranquilidade, nem parecia irritado, isso me assustava mais ainda. Recuei um passo e levei minha mão direita para uma besta que eu carregava sempre presa ao cinto, junto de duas adagas.

            Vi ele suspirar, ele parecia entediado... Agora além de medo me senti ofendida, que dizer que eu não valia pena ser perseguida ou que eu não representava ameaça?! Isso realmente me ofendeu, agora eu estava irritada, ninguém faz de boba Lyrian a gatuna das sombras! Saquei a besta e apontei para sua cabeça, mas ainda assim ele mantinha a expressão de tedio... Que ódio!!! Moleque abusado!

            -Sério mesmo que você que resistir? –Falou ele, sua voz aborrecida só aumentava mais ainda minha raiva por ele. –Isso será perda de tempo.

            Foi à gota d’agua, apertei o gatilho e o virote foi a toda em direção a sua testa, foi então que me arrependi, nunca havia matado ninguém, eu era uma ladra não uma assassina.

            Então algo surpreendente aconteceu, o virote ia de encontro certeiro à testa do garoto, mas quando estava prestes a atingi-lo ele jogou a cabeça para o lado fazendo um leve movimento com o tronco, o virote passou direto acertando uma casa atrás dele. Como? O que era ele? Essa velocidade absurda era impossível!

            Fiquei perplexa, tanto que demorei uns segundos para perceber que ele caminhava até mim. Em um ato desesperado joguei a besta contra ele para distrai-lo enquanto fugia para outro lado. Arremessei, e enquanto fazia o seu trajeto pelo ar girei nos calcanhares e corri na outra direção, não fiquei olhando para ver se o tinha atingido, só corri o mais rápido possível.

            Foram apenas alguns segundos achando que o tinha despistado, mas antes que eu percebesse, eu esbarrei em algo que me fez perder o equilíbrio e cair sentada. Olho para o alto e lá esta o garoto em pé na minha frente, segurando minha besta. Pronto estava tudo acabado para mim agora. Mas não me renderia sem lutar, já que não tinha mais saída que seja lutando!

            Apoiando-me e dando um salto para trás fico de pé saco minhas adagas e me posto em posição. Novamente ele faz aquela cara de entediado, mas que ódio moleque, mesmo que você seja melhor do que eu poderia mostrar um pouco de respeito.

            -Eu não quero lutar. –Já tinha ouvido mais animo em grunhido de “Mortos”. –Olha só me devolva o anel! Juro que se eu não precisasse, deixaria você ficar com ele.

            Apenas o encarei. Que raio de papo era aquele? Não estava entendendo mais nada. Se o exercito lhe entrega um anel desses é porque eles estavam contratando seus serviços, então por qual motivo o exercito contrataria os serviços de um forasteiro estranho, jovem, desanimado, solitário... cabelos negros... olhos claros... Calma aí! Só agora comecei a ligar os pontinhos.

            -Nome. –Falei alto pela primeira vez com ele. Pareceu confuso então completei. –Me diga o seu nome.

            Parecia que finalmente havia atingido ele, notei que por um breve momento que sua expressão mudara, agora ele estava pensativo, com certeza estava analisando a situação. Será que ele é quem eu penso que ele era... Por fim ele respondeu.

            -Om. Meu nome é Om.

            Deixo minhas adagas caírem, não acreditava no que estava acontecendo. Retiro minha mascara e corro em direção a ele, vejo que ele da uma ligeira recuada com minha reação. Paro bem perto dele e começo falar.

            - Sabia! E você da historia daqueles viajantes que estiveram aqui! Você realmente fez tudo aquilo? Lutou sozinho com um Verme gigante? Enfrentou um bando de Rapinas do Deserto? –Enquanto ia falando mais e mais meu rosto se aproximava do dele enquanto meus olhos brilhavam de fascinação. Em contra partida ele ia recuado com uma cara de quem não sabe o que fazer. –Enfrentou vampiros, lobisomens hordas de “Mortos”?

            -Eu tenho que dar um jeito naquela caravana... -Diz enquanto franzi a testa e encara o céu. –Sim eu fiz tudo isso, mas não quero nenhum Fã clube.

            -O que? –Fã clube? De onde ele tirou isso? O que era isso?

            -Nada, só devolva o anel e esqueça que me conheceu. –Disse ele emburrado pela primeira vez , estendendo a mão.

            Ah não! Não deixarei essa oportunidade passar tão fácil. Quando ouvi essa historia (escondida é claro) das pessoas da caravana eu não acreditei a principio, mas havia imaginado em varias possibilidades no caso dele ser real e um dia o encontrasse e agora isso estava acontecendo bem diante de mim, não podia deixar isso passar assim.                    

            Me afasto seguro sua mão direita, ele deixa minha besta cair, olho no fundo de seus olhos, faço a cara mais carente possível e falo.

            -Por favor me ensina tudo que você sabe! –Alguém  que podia fazer tudo o que ele fazia com certeza tinha habilidades extremamente úteis. Ele me encarou firme de volta, dessa vez a expressão em seu rosto chega ser ameaçador. –Eu lhe devolvo o anel se me...

            Antes que pode-se concluir a frase com o movimento rápido ele encostou sua testa na minha de forma que não machucasse, ele olha no fundo dos meus olhos, afrouxo minha mão, mas ele aperta e a segura firmemente.

            -Você acha mesmo que esta em condições de barganhar comigo? –Sua voz mudara completamente, estava baixa e calma, mas ainda era ameaçadora. –Acha mesmo que vou perder meu tempo ensinando o que sei para você? Eu só queria resolver isso e lhe dar uma chance de se arrepender, mas nada me impedia de fazer isso.

            Ele recua um pouco e estende o anel que eu roubara dele. Quando ele o recuperou? Como ele fez isso sem que eu percebesse. Estava novamente atordoada, ele realmente era bom.

            -Agora suma da minha vista. –Ele fala dando as costas para mim e começa a fazer o caminho de volta para estalagem.

            Então era assim, era desse jeito que ia acabar, sem ao menos começar? Não, isso nunca, pensa tem que haver alguma maneira de convencê-lo de que posso ser sua aluna. Então a ficha cai novamente enquanto encaro ele se distanciar calmamente. Ele não parecia gostar da fama que tinha será que dava para usar isso contra ele? Só tinha um jeito de descobrir.

            -Se não me ensinar, contarei para todos na cidade quem você é, e  do que você é capaz.- Ele parou, noto que dá uma leve estremecida. Na mosca, eu havia acertado em cheio, ele me encara por cima do ombro, seu rosto estava sério.

            -Não pretendo ficar na cidade. Sou um viajante que nunca para muito tempo em um lugar.

            -Perfeito. –Me mantenho firme, tinha que arrisca tudo nessa oportunidade. –Sempre quis sair dessa cidade, sempre tive desejo de conhecer o mundo ver outras colônias.

            Ele vira e continua me encarando, sua expressão não mudara. O que eu tinha falado era verdade, minha vontade foi sempre sair dessa caixa de areia e conhecer outros, lugares e já que fosse sair por que não com ele? Com certeza estaria segura com ele do meu lado.

            -Lá fora não e nada fácil! –Diz ele sombriamente. –Um pequeno deslize, um julgamento errado, por mais simples que seja, e você está morta.

            Não ia desistir, o encarava firme de volta. Ficamos nisso por alguns segundos até que ele pergunta meu nome.

            - Lyrian! –Respondo confiante e um pouco animada.

            -Ouça, não é uma promessa! Mas se tiver disposta fique perto de mim, só estou me demorando nessa cidade por causa de um “serviço”! Se você for capaz de me acompanhar no trabalho permitirei que viaje comigo.

            -Então temos um acordo. –Mal consigo conter minha excitação, uma real chance havia aparecido, só tinha que mostrar para ele que sou capaz de lutar com qualquer coisa que apareça e pronto ganharia uma passagem só de ida para fora dessa cidade para sempre.

            -Não sei quando terei de fazer o serviço, por isso se hospede num quarto ao lado do meu, ou fica todos os dias o tempo todo na estalagem até que o exercito venha me chamar.

            Com isso ele da às costas e segue seu caminho de volta. Fico uns segundos revendo o que acabara de acontecer para ter certeza de que não fora um sonho, então corro na direção oposta até a minha casa, irei precisar de certas “ferramentas” para esse trabalho. Nem podia acredita que isso estava realmente acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Então e isso! galera, sem comentarios finais xD. Obrigado por acompanharem e não percam o proximo cap.



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