Music In The Dark escrita por LunaCobain


Capítulo 32
Flagrante


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a leitura!



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“–Eu não quero que você fique se preocupando comigo. – ela disse, abraçando a cintura dele e apoiando a cabeça em seu peito.

–Mas por quê? – Erik acariciou o cabelo dela, com o cenho franzido.

–Por causa de Christine. Ela está grávida, provavelmente precisa de mais ajuda do que eu.

–Que bobagem, Anna. – Erik fingiu não saber que ela também estava grávida, com o coração apertado - Você está doente e elá está só no começo da gravidez. Sem contar que aquela víbora não merece minha ajuda. – ele disse, tirando uma risada da menina em seus braços.

–Bom, isso é verdade… Mas é seu filho dentro dela, então você vai ter que ajudar mesmo assim, Erik.

–Eu sei. – ele suspirou. –Eu sinto muito por tudo isso, Anna, queria não ter causado toda essa confusão.

–Tudo bem, Erik. Não tem importância. – Anna o abraçou com mais força. Ele a puxou para seu colo, e ela prendeu as pernas em volta dele, rindo. - Quanto tempo mais você acha que pode ficar aqui comigo? Ela não vai ficar brava?

–Brava ela já deve estar, mas não tem problema eu levar uma bronca se for pra ficar com você. - ele riu.

Anna sorriu e o beijou, entrelaçando os dedos com o cabelo dele, enquanto as mãos dele foram para o quadril dela, puxando-a mais para perto.

–Eu te amo, Anna.

–Eu também te amo, Erik.”

–Onde você estava? – a voz aguda perguntou, praticamente gritando, em tom acusador.

–Madame Giry precisava de ajuda com uma coisa.

Christine torceu o nariz, desgostosa. Diferentemente de Anna, a barriga dela já começava a denunciar a gravidez.

–Você foi ver a menina, não foi? – ela resmungou.

Erik não sabia se devia admitir ou não, então hesitou, até optar pela verdade.

–Sim, mas só porque Madame Giry pediu, como eu já falei. Anna não está muito bem.

–E porque você devia se importar com isso? Ela já não tem um monte de pretendentes prontos a fazer qualquer coisa por ela? – Christine falou, poupando os esforços que teria que fazer para esconder seus ciúmes.

–Você também tem um monte de pretendentes, Christine. Por que não está com um deles, já que você parece achar que é tão simples assim?

A soprano se calou. Só então Erik percebeu que alguma coisa estava estranha. A moça parecia estar exageradamente nervosa com alguma coisa. As roupas estavam um tanto amassadas, os cabelos bagunçados, a respiração descompassada.

–O que você estava fazendo? – ele perguntou, sem saber que conclusão tirar da situação.

–Eu? Oras, eu não estava fazendo nada. – Christine respondeu, rapidamente. Naquele preciso momento, um barulho vindo do quarto se fez ouvir.

Erik a encarou por um instante, e então saiu em disparada na direção do quarto. Christine correu para ultrapassá-lo e se enfiou na frente da porta, tentando impedir a passagem.

–Não entre ai! – ela exclamou, empurrando-o para trás pelo peito com o pouco de força que tinha.

–Por que não? – o Fantasma puxou a menina, tentando tirá-la do caminho sem machucá-la.

Christine engoliu em seco, sem conseguir pensar numa explicação razoável para impedir que ele visse o que havia dentro do quarto. Erik a tirou de seu caminho e abriu a porta. Na cama, dormia Raoul. As roupas dele estavam espalhadas pelo chão. A mão dele estava esticada até a estante ao lado da cama, e o vaso que costuma ficar sobre ela estava em pedaços, no chão. Raoul provavelmente derrubara o vaso sem nem perceber, o que causou o barulho. Erik fechou a porta, rapiadmente. Estava chocado.

Sem saber o que dizer, ele se virou para Christine, devagar. Não podia acreditar que ficara todo esse tempo afastado de Anna enquanto Christine via Raoul. Não podia acreditar que ela o tivesse feito de idiota daquele jeito, forçando-o a ficar numa relação indesejada enquanto ela não ficava com ele e Raoul ao mesmo tempo. Seu corpo tremia de raiva, só de pensar que ele podia ter passado todo aquele tempo com Anna e assim, talvez, ela não tivesse ficado tão doente.

–Erik, eu posso explicar. – a menina começou, agitada, segurando o rosto dele para fazê-lo olhar para ela.

–Não precisa explicar, Christine. Quero você fora daqui agora. – ele falou, os dentes cerrados, maxilar tensionado, desvencilhando-se dos braços da soprano.

–Não, Erik, não! Eu amo você! – ela o puxou para perto de novo e, sem pensar duas vezes, Erik deu um tapa no rosto dela.

–Vá à merda, Christine. Eu não estou bravo porque estou com ciúmes. Eu não sinto nada por você. Estou bravo porque tive que me manter afastado de Anna todo esse tempo por sua causa, e agora ela está doente. Se você não fosse a víbora invejosa que é, talvez Anna estivesse bem.

–Sabe que eu ainda tenho como tirá-la do Teatro, certo? – ela sussurrou, lágrimas ameaçando cair de seus olhos.

–Cala a boca, Christine.

O Fantasma se virou, pronto para ir embora. Antes de sair, porém, lembrou de dizer:

–Quando eu voltar, é bom que você não esteja aqui, ou algo ruim pode acontecer. Não me responsabilizarei pelos meus atos.

E, assim, voltou pelo labirinto subterrâneo, até os corredores mal-iluminados do Teatro.

–Anna? – Erik bateu à porta.

Ouviu os passos animados da menina se aproximando com rapidez em seu quarto.

–Erik? – ela perguntou, já virando a chave que, até então, a mantinha afastada.

Detrás da porta surgiu uma Anna sorridente, que se jogou imediatamente nos braços do Fantasma.

–Você voltou tão rápido. – ela sorria contra o calor do pescoço de seu amado. Ele a abraçava de volta, porém seus braços tremiam um pouco. A menina afastou o rosto um pouco, para poder observar o rosto de Erik, tentando identificar algum possível sinal de que algo ruim havia acontecido. Ele estava todo muito tenso. O maxilar estava retesado, os dentes cerrados quase dolorosamente. –Meu amor, está tudo bem? –perguntou preocupada, ajeitando uma mecha de cabelos negros que insistiam em cair sobre os belos olhos verde-água dele.

Ele grunhiu positivamente, sem conseguir destrincar os dentes de imediato. Levou a menina consigo para dentro do quarto e trancou a porta atrás de si. Os dois se sentaram na cama, um de frente para o outro.

–Lembra que eu te contei sobre como Christine tem me manipulado a ficar com ela, todo esse tempo, dizendo que me ama e ameaçando fazer com que os diretores te coloquem para fora das dependências do Teatro? –ele perguntou, sério, ao que Anna assentiu, calada. –Bem, quando eu voltei para a Casa do Lago, agora há pouco, sabe quem estava lá, nu, na minha cama? Raoul. Ela me fez ficar longe de você esse tempo todo mas não abriu mão de ficar com Raoul pelas minhas costas.

Anna não soube muito bem o que pensar da situação. Colocou uma mecha rebelde de cabelo atrás da orelha, olhando para baixo. Timidamente, ergueu os olhos para Erik.

–Você está com ciúmes? – perguntou, quase inaudivelmente, com medo da resposta. Não era improvável que tanto tempo de convivência tivesse surtido algum sentimento por Christine no coração de Erik. Ela mesma, Anna, nunca tinha passado tanto tempo com ele, e sentia ciúmes o tempo todo por isso.

–Claro que não, meu anjo! – ele exclamou, se aproximando e pegando as mãos dela nas suas. –Não sinto nada por Christine a não ser por repulsa. O que me irrita é pensar que, talvez, se eu estivesse com você durante o tempo em que estávamos separados, você não estaria tão doente. Me dói ver você sofrer desse jeito, e eu me sinto culpado quando penso que, de alguma forma, poderia ter evitado tudo isso. – ele a abraçou, se encostando na cabeceira da cama com cuidado enquanto a ajeitava em seus braços. A menina suspirou de alívio e o envolveu em seus braços também.

–Por um momento, pensei que fosse te perder de novo. Não sei se poderia aguentar isso. – ela sussurrou, se aninhando no colo de Erik.

–Você nunca vai me perder, meu amor. Eu serei seu pra sempre.

Ela sorriu, agradecida, e acariciou o rosto dele. Gentilmente, tirou a máscara que cobria metade de seu rosto.Tinha receio de que ela tentasse impedi-la, mas o moço resignou-se apenas a observar, curioso, enquanto ela se inclinava para beijar cada centímetro de suas feições, banhando-o em seus afetos.

–Eu amo você, Erik. - Anna murmurou no ouvido dele, seus dedos brincando com os cabelos negros do homem.

–E eu amo você, meu anjo, Muito mais do que sempre acreditei ser possível.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews para deixar a escritora feliz! :D

Até a próxima!
Bjos, Luna :*