Dark Paradise escrita por Brave


Capítulo 4
Welcome to the hell


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo vai para certas pessoas que eu prefiro não dizer o nome mas que são muito cheirosas hehe >,



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E pela primeira vez em dois anos, não tenho pesadelos. Acordo antes de todas e vou para o salão comunal da Sonserina. Está tudo calmo e escuro, exceto pela lareira.

Não reconheço o menino no sofá, mas me sento ao seu lado do mesmo jeito.

– Não conseguiu dormir?

– Ah, oi Scorpius. Não te reconheci.

Ficamos em silencio, apenas observando as chamas.

– Seu cabelo é lindo contra o fogo.

Sinto meu rosto queimar. Graças a Merlin já esta tudo vermelho mesmo.

– Obrigada. Ansioso para o primeiro dia?

– Muito. Eu sonho com esse dia desde quando eu me entendo por gente.

Meu coração ainda bate forte e rapidamente devido ao elogio, mas logo vou me acalmando.

– Você não tem medo?

– Desculpe? - Pergunto sem entender.

– Você é uma Weasley. A sua família inteira esta na Grifinória. Você não tem medo?

– Você não tem ideia de como é crescer com dez primos, seis deles são Grifinórios natos e os outros mal saíram das fraldas e já usam vestes vermelho e dourado.

– Alvo disse que o seu pai ameaçou deserda-la se não fosse para a Grifinória.

Faço uma careta.

– Não tenho medo do meu pai também.

– Do que você tem medo então?

Várias palavras vêm a minha cabeça. Várias imagens ameaçam me assombrar, porém olho para o lado. Apesar da escuridão, encontro àqueles olhos cinza-gelo me observando e tudo se vai. Apenas uma resposta me parece verdadeira.

– No momento nada.

Ele sorri de lado e volta a encarar a lareira.

– O que aconteceu com você lá no trem?

Pronto. Como se tivesse levado um soco na boca do estomago, eu perco a respiração. Ele chegou exatamente ao assunto que eu estava fugindo. Fecho os olhos e conto até dez. Devo-o uma resposta, especialmente sendo ele filho de quem é.

Mas ainda é muito cedo para isso.

– Acho que está na minha vez de fazer as perguntas. – Contorno.

Ele estreita os olhos, percebendo a minha mudança de assunto, mas não comenta nada.

– Tudo bem, você tem direito a duas perguntas.

– Você tem medo do seu pai? – Volto ao assunto inicial.

Sua expressão muda momentaneamente. Seu sorriso se transforma numa linha dura e séria, suponho que ele esteja crispando os lábios, é difícil de dizer. Ele olha para o chão algumas vezes e cruza os braços sobre o peito antes de responder:

– Um pouco.

– Por quê? – Não desvio os olhos dele por nenhum segundo, Scorpius parece perceber, pois evita me olhar.

O loiro abre a boca algumas vezes procurando palavras, mas logo a fecha. Ele suspira cansado e abre a boca uma ultima vez.

– Não precisa responder se não quiser, posso pensar numa outra pergunta. - Me apresso a dizer.

Ele me olha cansado, mas logo volta com o sorriso de antes.

Acho a situação engraçada, pois normalmente eu sou o poço de respostas que as pessoas procuram. “Por que você é tão quieta, Rose?” “Por que você lê tanto?” “Do que você tem medo?” – Essa era a pergunta mais frequente. Também sou a que desvia das perguntas com “Não dormi direito essa noite.” ou “A história é magnifica.” Não que fossem mentiras, sempre foi verdade- nunca mais consegui dormir direito e as histórias são realmente legais -, mas sempre omiti grande parte da verdade: O porquê d’eu nunca conseguir dormir bem ou porque as histórias são bilhões de vezes mais interessantes que a vida real. Sei muito bem como ele deve estar se sentindo, apavorado com a ideia de ter um segredo seu na mente de outra pessoa, por isso decido ajuda-lo. Ajudá-lo a confiar em mim.

Sei que ele precisa de alguém para ser essa porto-seguro, e eu quero que seja eu. Quero que ele vá até mim quando precisar. Quero que ele se lembre de mim quando passar por alguma coisa difícil. Alguma coisa dentro de mim grita por isso.

– Eu não sou criativa para fazer perguntas, então eu vou deixar você me contar algo sobre você.

Ele suspirou de novo, dessa vez, aliviado.

– Eu gosto de músicas trouxas e sei tocar violão.

– Sério?- Isso realmente me surpreende.

Um Malfoy que curte músicas trouxas. Wow.

Ele ri um pouco envergonhado. As janelas, que dão diretamente para o lago, começam há clarear um pouco. Levanto-me relutante, mas Scorp segura o meu pulso. Pulo assustada, como sempre faço quando alguém me segura, mas logo me lembro de quem está comigo. Um Malfoy, repito mentalmente.

– Por favor, fique mais um pouco. – Então percebo que ele ainda está um pouco apavorado com o primeiro dia.

Sorrio tentando confortá-lo, e sento-me de volta ao seu lado, passando seu braço ao meu redor e recostando em seu peito. Fecho meus olhos cansada, certeza de que ficarei com olheiras mais tarde.

Ela encosta a sua cabeça na minha e começa a brincar com o meu cabelo, coisa que normalmente me irrita, mas que me deixa apenas com mais sono. Nota mental: Só acordar depois que o sol nascer.

– Você joga quadribol? – Pergunto meio sonolenta.

– Jogo, e você?

– Jogo.

O silêncio reina novamente, mas é um silêncio tão gostoso que eu seria obrigada a mata-lo se ele se atrevesse a quebra-lo.

Depois de um tempo, abro os olhos novamente e percebo que já está bem mais claro, animais marinhos nadam animados e um fino murmúrio pode ser ouvido vindo dos dormitórios.

– Acho que é melhor irmos nos arrumar agora. Não quero chegar atrasada no primeiro dia.

Annabelle e Karen ainda dormem tranquilamente, então vou para o banheiro sem fazer nenhum barulho. Tomo um banho demorado e coloco meu uniforme. Verde é uma das poucas cores que combinam com o meu cabelo vermelho-fogo, que prendi em uma trança lateral.

Volto ao quarto e encontro minhas amigas já acordadas e conversando animadas.

– Caiu da cama, Weasley?

– Bom dia pra você também, Annie. – Cumprimento ainda morrendo de sono.

Espero as duas se arrumarem também e descemos juntas. Matt, Alvo e Daniel conversam sobre alguma coisa no sofá, Aiden está em um canto conversando com uma loira que estava se esfregando para ele ontem, não encontro Marcus, mas vejo Scorpius sentado afastado de todos, muito interessado em brincar com a sua gravata. Vou até ele e dou um beijo estalado em sua bochecha.

– Bom dia, loiro.

– Bom dia, ruiva.

O Salão é ainda mais encantador a luz do dia. Sento-me entre Scorpius e Matt, com Alvo a minha frente. Na outra mesa, também de frente para mim, estava James. Ele me avalia com o olhar, nos prendemos por um tempo, mas Dominique o chama, desviando sua atenção.

Recebo o horário das minhas aulas e sorrio animada: As duas primeiras são de poções.

Daniel solta um gemido a poucos lugares de mim.

– Duas aulas de poções, eu odeio poções!

– Eu A-D-O-R-O poções. – Comento ainda sorrindo.

– Olha pelo lado bom, Danny, você tem alguém de quem colar. – Mostro a língua para o meu primo que pega outro pãozinho.

Ouço um pio não tão distante e num piscar de olhos o teto se enche de corujas.

Uma carta e um pacotinho caem na minha frente.

Reconheço a carta vermelha como um berrador e decido abrir o outro primeiro. É um pacotinho mal embrulhado e preso com um fino barbante, sem remetente. Abro-o cuidadosamente e encontro um anel. No centro, uma joia que nunca vi antes, mas parece ser preciosa. Coloco no meu anelar, ainda impressionada com tamanha delicadeza.

– Não vai abrir? – Matt pergunta segurando o berrador para mim.

Respiro fundo criando coragem e tiro o feixe. A carta levita no ar e abre uma boquinha. A voz de meu pai grita por ela.

– ROSE JEAN GRANGER WEASLEY! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ENTRAR NA SONSERINA? EU TE DISSE QUE DESERDARIA, NÃO DISSE? DAQUI A POUCO VOCÊ VAI APARECER AMIGUINHA DE MALFOYS E ZABINES! QUANDO VOCÊ VOLTAR PARA CASA VOCÊ VAI VER SÓ!

E o desespero da voz dele se transformou na raiva de minha mãe.

– RONALD WEASLEY! VOCÊ ESTÁ MANDANDO UM BERRADOR PARA A SUA FILHA? NÓS JÁ NÃO CONVERSAMOS SOBRE ISSO? Filhinha, não ligue para o seu pai, ele só está um pouco estressado. Escreva assim que puder. Beijinhos.

Fico estática, sem ter o que fazer. Vários olhares da mesa da Sonserina me olham solidários. Matt me abraça e me tira do transe. Alvo esta se engasgando com qualquer coisa que ele esta comendo de tanto rir. Que primo fofo eu fui arranjar.

– Rose? Você está bem?

– Matt, eu posso passar o natal na sua casa? – Ele riu com a minha preocupação.

– Ele não estava falando sério, coelhinha.

Preparo-me para respondê-lo, mas alguém toca o meu ombro. Viro-me assustada com James me olhando preocupado.

– Tudo bem, Rosie?

Sorrio debochada.

– Não tenho medo do meu pai, Jay.

Ele sorri de lado aliviado.

– Qual a sua primeira aula?

– Poções. Duas seguidas.

– A minha é DCAT, posso te acompanhar até a sala?

Matt revira os olhos, muito irritado, ao meu lado, dou um leve beijo em sua bochecha e me viro para Daniel.

– Te vejo na aula.

– Ainda não acredito que você foi para a Sonserina. - James comenta quando ficamos sozinhos em um corredor.

– Jay, não é o fim do mundo.

– Ok então, vamos ver. - Ele levanta a mão direita e finge contar. - Você entrou na casa mais odiada pela nossa família. Você está muito amiguinha dos meus piores inimigos, Zabini, Bostick e Mason. Você-

– Ok, eu já entendi, eu sou a vergonha da família. – Digo fazendo biquinho.

Ele ri e passa o braço por meu ombro, institivamente me agarro a sua cintura.

– E o Alvo? – Ele ri de lado e passa a mão livre no cabelo.

– Sempre soube que ele gostava de cobras, então não foi nenhuma surpresa pra mim.

Dou um tapa em seu braço.

– Não fale assim dele.

– Ai! Desculpe, eu esqueci que ele é o seu primo preferido. Espero que eu ainda possa ser o padrinho do seu casamento.

Dou outro tapa e desvio dos seus olhos azuis que me encaram marotamente. Coro me lembrando de quando tínhamos oito anos, eu e Alvo quase nunca nos desgrudávamos e as pessoas diziam que éramos perdidamente apaixonados e que um dia nos casaríamos. Sempre fugíamos do assunto. Qual é! Tínhamos apenas oito anos! Afastei-me um pouco dele depois de tudo o que aconteceu, mas sinto muita falta do meu “primo preferido” – como James faz questão de lembrar sempre que o defendo das idiotices do irmão. O abraço de ontem foi um grande passo. Realmente não queria me afastar dele, mas tenho medo. Não medo dele, mas medo de mim mesma. Medo do que Alvo pode pensar quando descobrir o que eu fiz. Medo de que ele fique com medo de mim.

– Bem vinda ao inferno. – Meu primo me tira dos meus devaneios parando em frente a uma porta nas masmorras.

– Bom dia para o senhor também, sr. Potter. - Um homem rechonchudo de fisionomia carismática cumprimentou atrás de nós.

– PROFESSOR SLUGHORN! - Modo puxa-saco ativado. - Como foi de férias? O senhor emagreceu, não? - Slughorn sorri encabulado, olho incrédula para o moreno ao meu lado. - Ah, que cabeça a minha, professor! Meu pai lhe mandou lembranças!

Pelo visto, esse é o ponto fraco do professor, pois ele abre um sorriso de 32 dentes.

– Ah sim, Harry... Um excelente aluno, uma pena que sua habilidade em poções não passou para o senhor.

Suprimi uma risada, meu tio Harry é péssimo em poções!

– Prometo que esse ano eu me esforço. - Ele diz sério e eu tenho uma crise de tosse. - Ah, e essa é a minha prima, Rose Weasley. - Ele me olha intrigado, James complementa. - Filha da minha tia Hermione.

– Oh, é um prazer senhorita. - Aperto sua mão amaldiçoando meu primo. - Espero que seja igual sua mãe.

– Ela é uma biblioteca ambulante.

– Sendo assim, será uma honra te ter em minha turma. Se a senhorita já quiser entrar, acho que o senhor Potter também tem aula.

James dá uma piscadinha um beijo em minha bochecha.

– Boa aula. Te vejo no almoço.


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Notas finais do capítulo

Oooooi *~*

Vei ter neguinho dizendo que eu to apaixonada '-'

Anyway, talvez eu esteja xP

Voltando ao assunto, eu to muito feliz com os reviews de vocês, serião *~* Eu já tenho 4 leiotres e dois favoritos ;P

Beijinhos >



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