Adolescência Semideusa: Como Sobreviver! escrita por AnandaArmstrong


Capítulo 3
Sonhos são conhecimento.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, mais um capítulo fresquinho. Hope you Like it! A cada review que vocês não mandam uma filha de Afrodite quebra a unha! MANDEM REVIREWS OU VAI ACONTECER A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL!



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Eu estava imerso em mais um sonho. Duas górgonas. Muito sangue. Uma espada ensanguentada que tinha o brilho das estrelas. Sorrisos. E depois aquele rosto. Ela era linda, dava uma gargalhada de vitória. Nós havíamos ganhado a batalha. Mas depois chegam gritos, tudo passa muito rápido. Ela se afasta de mim, está fugindo. O QUE EU DEIXEI PASSAR?

– NÃO, NÃO LEVEM ELA DE MIM DE NOVO. NÃO! – Eu gritava correndo na direção dela. – NÃO, NÃO...

– Acorda Angelo. – Ouvi aquela voz suave dizer. Aqueles lábios avermelhados se mexiam e era uma tentação para mim. Senti o meu coração apertar.

– ME DEVOLVAM. ME DEVOLVAM ELA! – Eu gritava tentando correr cada vez mais em sua direção, mas parecia que eu me afastava cada vez mais.

– Angelo! ACORDA! – Eu ouvi uma voz diferente em minha mente.

E por fim eu despertei.

Acordei assustado, tirei imediatamente as cobertas de mim e levantei meu tronco. Minha irmã Julia estava ao lado da minha cama com seu travesseiro em mãos e me olhava preocupada.

– Você tem que superar isso. Ela se foi, morreu. Dannika não está mais aqui, Angelo.

Eu fechei os olhos e tentei absorver as palavras que vieram em mim feito uma esquerda bem dada. Ela não está mais aqui.

– Eu sei disso. – Devolvi grosseiramente e levantei de vez da cama. O quarto era amplo, tinham as camas na entrada (três enfileiradas lado a lado na direita) e vários vasos distribuídos pelo quarto com água do Rio Lete. Uma gota disso e você esquece até o próprio nome... Talvez isso seja o que eu mais preciso agora.

– Pode tratar de ir saindo do quarto, não vou deixar você encostar o dedo nisso aí. – Ela ralhou comigo, encarando o líquido leitoso espalhado em várias partes do quarto.

– Vai dormir, tá tudo bem. – Fui até a prateleira de travesseiros que ficava mais pra trás, acima de uma escadinha de três degraus, e peguei mais um travesseiro pra ela.

Julia se acomodou na sua cama novamente e pegou no sono imediatamente. Os filhos de Hipnos dormem por razões diferentes, ao contrário dos outros semideuses, nós dormimos para saber. Os outros têm medo de dormir, eles não querem saber o que acontecem, preferem a ignorância. Nós preferimos o conhecimento, mas de uma forma diferente dos filhos de Atena. Por exemplo, eu já vi a Guerra de Tróia inteira nos sonhos. É como uma série que você espera pra ver o próximo capítulo, você acaba dormindo pra saber.

Passei pela cama da minha irmã e ajeitei o travesseiro nos pés dela. Ela se esforçava muito do jeito dela pra me fazer esquecer a Dannika. Só ter acordado para ME acordar de um sonho... Nem o Wes, que é o filho de Hipnos com o sono mais leve que eu conheço, faz isso.

Peguei meu casaco, minha espada e saí do quarto. Foda-se se eu estou de pijama, são duas da manhã. Depois eu volto pro quarto. Abri a porta e senti o vento frio passando por mim, raro ter vento frio aqui. Fui passando de chalé em chalé, até chegar ao refeitório. Estava vazio, mas algumas ninfas já haviam colocado uma cesta de frutas. Graças aos deuses, meu estômago ‘tá rugindo aqui faz um tempão.

Peguei uma maçã bem vermelha, um cacho de uvas roxas cheio e duas bananas. Fui até a pira e joguei as bananas e o cacho de uvas.

“Á Hipnos e Afrodite.”

Terminei de fazer a oferenda e fui em direção á praia. Fui subindo uma pequena colina e já podia ouvir o entoar das ondas cada vez mais alto, até que a vegetação foi mudando pra areia e eu já podia ver um mar azul se estendendo á minha frente. Foi onde dei o meu primeiro beijo com Dannika.

Dannika. Que merda, isso não sai da minha cabeça. Essas duas semanas têm sido horríveis sem ela. Eu nunca fui de dormir muito para os padrões de um filho de Hipnos, mas eu sou o que mais dorme no chalé. São as esperanças, sabe? De que eu possa encontrar ela em algum sonho, alguma visão, qualquer coisa.

Sentei-me na areia fofa e fiquei observando o vaivém das ondas, a imensidade do mar. Poseidon tem um bom trabalho pra fazer, é tudo muito grande. Apoiei as mãos atrás do meu corpo, na areia, e olhei para os céus. Ainda estava escuro. Quase da cor dos olhos dela. Talvez fosse ela que estivesse olhando pra mim agora, essa imensidão azul escuro seria a íris dela.

– Mas falta a pupila. Não dá pra ser só a íris. – Ouvi uma voz interromper meus pensamentos.

– Oi Sofia. – Respondi sem olhar para ela. Eu reconheceria essa voz onde quer que fosse, era a minha última ligação com... Enfim. – Eu detesto quando você lê minha mente.

– Benefícios de filha de Atena, meu caro. – Devolveu jogando os cabelos loiros para o lado.

O silêncio se instalou por um bom tempo.

– Ela faz muita falta né? – Perguntei de repente.

Ela pareceu ter sido pega de surpresa, e só engoliu em seco e assentiu.

– Eu tenho dormido bem mais que o normal pra ver se eu sonho com ela.

– Eu tenho evitado pensar nisso ao máximo. Não é racional fazer isso, ela iria gostar que a gente superasse e esquecesse. – Proferiu. Sempre racional.

Olhei novamente para o mar e fiquei observando as ondas. O barulho do mar me acalmava. Ela dizia que cada vez que uma onda grande vinha, era Poseidon espirrando.

Dannika.

Eu sinto sua falta.

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O chalé de Hefesto estava escuro e com o habitual cheiro de graxa, barulhos de engrenagens e com os roncos de alguns campistas que, como pessoas normais fazem, dormem. Mas no momento eu não sei se posso ser considerado uma pessoa normal. Semideus nenhum é normal, mas enfim, isso não vem ao caso.

– Matt, Matt, trata de colocar a sua cabeça no lugar. Você tem namorada cara, e ainda filha da sua madrasta. – Ri sozinho, sentando na cama.

Por dentro, ao entrar no chalé, todos pensam que é pequeno. Existem beliches por todos os lados, e se fecham quando o campista entra nele, como uma cortina de metal. Por dentro, na cama, existem botões na cabeceira, que ao apertar, a cama desce como um elevador para onde você escolheu. Há muito tempo os campistas de Hefesto, com a ajuda dos de Atena, têm escavado o subsolo do acampamento. É como um iceberg, temos cobertura no acampamento inteiro.

Apertei um botão na cabeceira perto do travesseiro e uma parte da parede se abriu em um buraco com algumas roupas dentro. Bom, meu estoque de emergência para quando estou sem saco pra ir ao quartinho, tomar banho, trocar de roupa e tudo mais. Vai ficar por isso mesmo, foda-se.

Vesti uma bermuda jeans, joguei a camisa laranja de sempre por cima do ombro, calcei um chinelo e saí da cama, apertando um botão para a cortina abrir. Cada cama também era chamada de “O Buraco”, gentilmente apelidado por Malcom, um dos filhos de Atena. Eles adotaram o mesmo sistema de beliches, mas eles só conhecem um quinto do sistema. Há vantagens em ser filho de Hefesto, afinal, hehehe.

Abri a porta do chalé lentamente sem encarar os outros compartimentos, eram duas da manhã. Quem em sã consciência estaria acordado? Há essa hora, só as harpias, mas eu dou meu jeito com elas. Hoje foi uma raridade, eu acordei cedo. Acho que vou aproveitar pra treinar.

O céu ainda estava com a aparência meio arroxeada, ainda estava meio escuro e tudo estava meio frio. O pátio atolado de chalés estava completamente deserto, exceto pelas harpias que rondavam e sobrevoavam os chalés, loucas para um lanchinho de madrugada. Arrepiei com esse pensamento e coloquei as mãos no bolso instintivamente. Senti algo frio em contato com a minha mão, e tirei rápido do bolso. Era uma das minhas armas favoritas, uma pistola com o cano um pouco mais longo, de bronze celestial e compatível com cartuchos de bronze celestial e outro imperial. Eu mesmo forjei, o modelo é algo como uma Beretta 92, o melhor é que ela é completamente silenciosa. O alvo nem sabe o que o atingiu.

– Saia logo daqui, filho de Hefesto, antes que eu te devore, começando pelos olhos. – Ameaçou Bally, uma das harpias. Eu e ela temos uma relação de ódio e ódio. Eu não sou de violência, detesto isso. Não apoio brigas entre campistas e treino porque é estritamente necessário para a sobrevivência como semideus, mas eu realmente estou cheio de problemas e minha cabeça está muito cheia.

– Vai se ferrar, galinha maldita. – Falei, revirando os olhos e indo pra a estação de tiro ao alvo. Era geralmente ocupado pelos filhos de Apollo com flechas, e não com balas. E eu provavelmente vou ser morto por estragar os alvos. Ah, depois eu me acerto com a Naan, líder do chalé de Apollo.

Minha cabeça trabalhava á mil por hora, eu mirava e atirava instintivamente, sem pensar muito bem. Desde os problemas na Carvoeira 9 até outras situações que os filhos de Hefesto não deviam pensar muito, mas pelo visto Afrodite tem mexido com todos.

Foi quando eu senti uma mão leve pousar no meu ombro e virei por impulso, mirando a arma pra a pessoa.

– Ei, não precisa fazer isso. Se não, não conserto mais o seu carro. – Uma garota de cabelos castanhos um pouco curtos e um moletom marrom com o rosto do Domo e um short jeans claro sujo de graxa estava parada em frente á mim, de braços cruzados.

– Fala Harriet. – Cumprimentei dando de ombros, aproveitei e olhei no relógio. Cinco horas, o tempo passou rápido.

– Se eu não te conhecesse, diria que você está prestes a matar alguém. O que houve? – Ela perguntou colocando as mãos no bolso do casaco.

– Ah, uns problemas no Bunker 9. Que exagero, não é pra tanto. – Ri tentando descontrair/despistar. Pareceu meio forçado, enfim.

– Você realmente acha que vai me enganar? Essa risadinha pode até convencer os nossos irmãos babacas, mas não me convence. – Ela é realmente uma filha de Hefesto meio... Determinada.

– Ah, você sabe muito bem o que é. Não era pra isso acontecer sabe? Tipo, eu namoro a Bonnie. – Eu dei de ombros e desisti de voltar a atirar. Nem vi, mas pude sentir a Harriet fazer uma careta ao ouvir o nome da minha namorada. Não é como se elas realmente se gostassem.

Coloquei a pistola no bolso e fui em direção ao alvo para, ao menos retirar as balas de lá. Enfiei as balas junto á arma e podia as ouvir balançado enquanto ia em direção á minha irmã.

– Eu não sou a melhor em sentimentos, mas eu acho que você devia terminar com ela. E outra, ela é filha de Afrodite, então eu acho que ela sabe que você não a AMA, de fato. – Foi andando em direção ao refeitório, que já estava começando a ser ocupado por alguns filhos de Apollo que acordavam cedo pra ver o pai carregar a Carruagem do Sol. Bom, eles ainda não viram o estrago nos alvos. O acampamento vai tremer quando aquela histérica ver o que aconteceu, acredite.

– Claro que ela sabe. – Falei revirando os olhos. – Ela só está comigo por fachada, eu sou o da vez. E. Bom, ela não pode namorar com os próprios irmãos, mas se pudesse aposto que faria isso. – Expliquei, levantando os braços.

– É verdade. – Começou a gargalhar. – Aquela ali, se duvidar, já sentiu vontade de pegar o próprio pai. Se tiver calças e for bonito, não importa o grau de parentesco nem a idade. Bom, desculpe se te ofende.

– Que nada, você está certa mesmo. – Dei de ombros. – Eu nem sei por que estou com ela, sabe? Ela é linda, sabe, mas é um saco.

– Termina logo. – Ela cantarolou meio que me forçando. A Harriet é mais que a minha irmã, é minha melhor amiga. Fora que ela conserta o meu carro, um Impala preto. Sem ela, meu carro estaria um lixinho, tantas missões, aquele ali tem história pra contar, um verdadeiro guerreiro.

– É. É a melhor opção. – Eu sorri, dessa vez, de verdade.

Amor é um treco complicado, faz dois mais dois resultar em peixe.



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Notas finais do capítulo

O que acharam, meus caros? Lembrando que: A cada review que vocês não mandam uma filha de Afrodite quebra a unha! MANDEM REVIREWS OU VAI ACONTECER A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL!



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