(narrado por Renesmee)

Acordei com meu despertador me informando que eram oito horas. Eu gostaria de dormir mais um pouco. Chamei mamãe.

- Mãe? – falei normalmente. Em um minuto ela sentou na beira da minha cama.

- Posso dormir mais um pouco? – perguntei.

- Pode. Só ate as dez. Acorde Jacob quando levantar. Como esta sua mão? – ela disse arrumando minhas cobertas.

- Minha mão está ótima. Vovô disse que já cicatrizou os pontos. Pode deixar que acordo meu garoto. – Mamãe já sabia disso. Virei para o lado, fechei os olhos.

- Bons sonhos. – mamãe sussurrou.

Às dez horas acordei com o despertador novamente. Virei para Jacob ver dormindo (Jacob dormia em um colchão ao lado da minha cama). Rolei da minha cama para cair em cima dele. Quando caí ele acordou assustado virando-se para mim. Então comecei a rir.

- O que é tão engraçado Renesmee? – ele perguntou aborrecido por ser acordado.

- Sua expressão quando te acordei. Desculpe ficou aborrecido comigo? – perguntei.

- Não querida. Que horas são?

- Dez e alguma coisa. – respondi rindo.

- Porque me acordou cedo?

- Mamãe pediu. Não é tão cedo, não dormimos tarde ontem.

- Renesmee você não lembra? Chorou a noite toda, disse que sua mão estava doendo e que sua cabeça queimava. Seu avô teve que te dar uma dose de morfina. Aí você dormiu. – Jacob contou. Eu não lembrava nada disso.

- Não lembro. Agora vamos nos vestir e descer. Ah! Pode ser por isso que mamãe perguntou da minha mão. – informei.

- Só deixo você sair se eu ganhar um abraço. – Jacob disse

- Você vai ganhar mais do que um abraço. – falei

- Hmm, o que mais vou ganhar? – ele ergueu uma sobrancelha.

- Um beijo. Agora levanta, vem. – dei um beijo nele e ele me esmagou em seus braços. Trocamos de roupa e descemos.

Quando chegamos mamãe já estava com a mesa posta. Meu carro estava estacionado fora da garagem.

- Bella, vamos fugir do país? O que você fez? Atropelou um alce?- Jacob falou fazendo piada.

- Não Jacob. Acordei vocês cedo porque você tem que ir para casa antes do meio-dia. – mamãe deu um tapinha de leve na cabeça de Jacob.

- Seu pai ligou e pediu para irem lá. – papai falou da sala.

Depois que tomamos o café, saímos e direção à reserva. No caminho fiquei pensando em Charlie e Sue. Como a mãe dos lobisomens acabou ficando com o pai da vampira?

- Jacob como Charlie e Sue estão?

- Eles estão bem.

- Jake você não me entendeu. Ma refiro a como eles ficaram juntos. – esclareci.

- Não sei direito. Depois que Bella voltou da lua de mel com um monstrinho lindo na barriga. Disseram a Charlie que ela havia contraído uma doença e teria que ficar de quarentena. Charlie ficou arrasado com isso. Billy o ajudou e quanto pode. Mas Charlie não se alimentava direito, Sue começou a cozinhar para ele, ela o ajudou bastante. – ele disse.

- Você não acha estranho? – perguntei.

- O pai da vampira e a mãe dos lobisomens? – ele adivinhou.

- Sim.

- Achar eu não acho. Sue tem sorte de não ter o olfato como o nosso. Humanos não tem um cheiro muito bom. – ele balançou a cabeça.

- Humanos tem um cheiro bom. – protestei.

- Nessie monstrinho sanguinário. – Jacob disse sorridente.

- Jacob sabia que você tem um cheiro bom para mim, mas os outros têm cheiro de cachorro. – falei

- Sério? Você também tem um cheiro único sabia? – ele respondeu.

- É minha mãe e meu ai já me falaram. - respondi brava.

- Nessie, o que foi? – ele disse parando o carro na beira da estrada.

- Nada. Só me espere um pouco. Fique aqui. – sai do carro.

Entrei na floresta e deixei me guiar pelo cheiro. Tinha um bando de alces vindo. Abati o macho que vinha atrás, para minha sorte o bando não percebeu o sumiço dele. Depois de secar ele, abati mais dois alces machos e duas fêmeas grandes. Então Jacob me achou, eu não havia percebido o quanto entrei na floresta. Jacob teve que se metamorfosear para me achar.

- Não me pergunte nada. Só me leve de volta para o carro, por favor. – pedi suplicante. O olhar do lobo castanho avermelhado se misturava em medo, susto e confusão.

Corremos ate o carro. Levaram uns cinco minutos. Jacob se metamorfoseou, nós entramos no carro. Ele esperou um pouco e me olhou confuso.

- Pode me perguntar o que esta pensando. Está tudo bem. Eu estou melhor. Desculpe pelo susto. – eu disse sem olhar para ele. Encarando o vidro, vendo o reflexo dele pela janela.

- Pode me explicar o que aconteceu? Você sai do carro, entra floresta adentro. – ele disse rapidamente

- Eu não sei. Fiquei com raiva de você ter me chamado de monstro. Eu não gosto de me lembrar de que praticamente matei minha mãe para nascer, me culpo por isso.

- Porque não me falou? Pode imaginar a dor que me causou? Eu fiquei desesperado procurando você. Como conseguiu caçar sem se sujar?- ele me olhou, pegou minha mão e ficou acariciando ela.

- E- eu não sei. Desculpe por te assustar. Eu fiquei tão brava sabe. Então me deu uma vontade de pular na sua jugular e arrancar sua cabeça, mas eu te amo, nunca faria isso, pedi que para você que parar o carro para eu não te ferir. Fui caçar para descontar a minha raiva, mas me alimentei só um pouco. – contei

- Hmm. Um pouco? Você abateu três machos grandes e as duas maiores fêmeas. São cinco alces. Mais fortes do que você. Não me assuste assim de novo. Você nunca entrou na floresta sozinha, nem mesmo caçou sozinha. Não posso te perder. Tome cuidado e não faça mais isso. – ele falou rudemente.

- Nunca faço as coisas sozinha! – gritei. Ele se assustou e se obrigou a me olhar. De repente comecei a chorar. Não sei o que estava acontecendo comigo. – Jake eu não sei o que esta acontecendo comigo.

- Está me assustando. Quer voltar? – ele disse. Mas já estávamos na reserva.

- Não. Depois quando voltarmos leve me ao meu avô. – enxuguei as lagrimas.

Chegamos a casa dele. Rachel esperava por nós na porta.

- Ah! Oi Nessie! Oi Jake. Querida o que houve com sua mão? – Rachel falou quando sentamos no sofá.

- E aí crianças? – Billy disse.

- Oi! – eu respondi.

- Hmm. Oi. – Jacob analisou a expressão do pai.

- Ele quer falar comigo. Não quero te deixar. – ele sussurrou para mim (só eu ouviria de tão). Ele me segurou mais forte contra ele.

- Nessie o que houve com sua mão? – Billy olhou minha mão enfaixada.

- Um pequeno acidente com o barbeador de Jacob. Passei a mão com força na lâmina. Claro que foi sem querer, mas foi fundo e tive que levar pontos. – falei.

- Jake pode lhe contar pai. Nessie, eu fiz o que você pediu, vamos? – Rachel olhou para mim. Jacob me apertou ainda mais contra seu corpo. – Pode ser Jacob?

- Estou bem Jacob. Não irei demorar. Billy quer falar com você. – segui Rachel até o quarto de Jacob.

No dia do meu “acidente”, pedi a ela para separar algumas coisas de Jacob para mim. Eu queria fazer uma surpresa para ele. Rachel não parava de falar sobre ela e Paul. Não ouvi nem metade do que ela disse, eu estava absorta em pensamentos. “O que podia ser isso?” “Porque estava acontecendo comigo?”.

- Nessie? Nessie? – Rachel me cutucou.

- Hmm? – respondi saindo da nuvem de pensamentos.

- Já pegou o que precisa? Jacob quer ir. – ela me disse.

- Ah! Peguei sim, obrigada. Então até mais. – peguei a mala, dei um abraço em Rachel e voltei para sala. Jake estava um pouco impaciente sua expressão continuava preocupada.

- Tudo bem? Podemos ir ao hospital? – ele me abraçou e ficou segurando minha mão.

- Estou bem. Rachel me ajudou com umas coisas que eu queria. Vamos? Tchau Billy. – arrastei Jacob para a porta. Eu não aguentava mais o cheiro tentador de Rachel e o olhar de Billy.

- Ligue para seu avô e avise que estamos indo. Já são duas horas, chegamos lá às três. Vamos almoçar primeiro. Hambúrguer certo? – ele deu uma palmadinha na minha perna, enquanto estacionava na lanchonete.

- Certo. Vou ligar para o vovô. – falei

*ligação*

-Oi vovô. Vou passar aí no hospital daqui a pouco.

- Mudar o curativo?

- Também. Mas precisamos conversar. Não avise meus pais, é particular. Eu te amo.

- Tudo bem.

            *desliga*

Nós almoçamos. Partimos para o hospital. Quando chegamos àquela secretária, chata, do meu avô ficou incomodando para não me deixar entrar. Quase pulei na jugular dela, Jacob pareceu perceber minha súbita mudança de humor e passou pela mulher me arrastando com ele, entrou na sala. Vovô refez meu curativo.

- Então o que você queria conversar? – vovô perguntou.

- Está acontecendo alguma coisa comigo. Hoje fiquei irritada com Jacob, me deu vontade de arrancar a cabeça dele. Consegui controlar a vontade, pedi para ele parar o carro e fui caçar para descontar a raiva. Não cacei nada de mais, só uns alces. Depois quando Jacob me achou na floresta comecei a chorar sem saber por quê. Quando eu conversava com Rachel de tarde, me deu vontade de mordê-la. Eu aguentei tudo, mas quero saber o que está havendo.

- Carlisle, Renesmee se alimentou de cinco alces. – Jacob disse.

- Hmm. Nessie parece que você herdou o autocontrole da sua mãe, ou pelo menos uma parte dele. Pode nos deixar a sós Jacob?

- Ok! – Jacob saiu da sala.

- Nessie você esta menstruada? – vovô perguntou

- Sim. – assenti.

- Acredito que seja um conflito entre sua parte humana e sua parte vampira. Sua parte humana está na adolescência, seus hormônios estão em conflito com a parte vampira que não se altera. Quanto a sua mudança súbita de humor, isso é resultado da menstruação. Eu te aconselho a não ir a lugares com humanos.

- Obrigado vovô. Qualquer coisa eu ligo para você. Será que pode explicar ao meu pai tudo isso? Quero chegar a casa e me trancar no quarto. Pensar um pouco. – falei. Eu realmente precisava me deitar e descansar.

- Sem problemas. Amanhã, talvez, já dê para tirar o curativo e deixar cicatrizar. Provavelmente de noite já esteja fechado. – ele me levou a porta.