Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 16
O Confronto (Narrado por JunHyung)


Notas iniciais do capítulo

Eu amei escrever essa capítulo! Me inspirei em um capítulo do livro Eclipse (Saga Crepúsculo, a vá?)chamado "Fogo e Gelo" ou "Gelo e Fogo", seila, faz tempo que li, mas nunca esqueci... acho que foi o capítulo que mais me marcou, achei que combinaria com o contexto da fic, então, espero que gostem



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_ Todos os alunos, por favor, vão ao pátio para cantarem o Hino Nacional. – a inspetora de alunos disse, saindo rapidamente da sala.

   Procurei por Ana no corredor, avistando-a de longe, fui em sua direção.  

_ Bom Dia! – beijei-a rapidamente.

_ Bom dia... – sorriu. – Como está? – ela perguntou com olhos iluminados enquanto caminhávamos para o pátio.

_ Estou bem. Um pouco cansado, mas estou bem... – ela encarou-me amorosa. – E você, como se sente?

_ Estou bem também. – segurei em sua mão. – Ah, Jun... – encarei-a. – O que aconteceu com o seu celular? – ela olhou-me confusa.

_ Nada, por quê?

_ É que ontem, eu recebi a sua mensagem, mas o número estava restrito.

_ Então como sabe que a mensagem era minha? – ri.

_ Ah, é que ninguém mais me mandaria uma mensagem daquele jeito. – explicou-me.

_ A ultima mensagem que eu te mandei ontem a tarde, porque eu fui pro treinamento e acabou muito tarde pra eu te mandar mensagem. – encarava seu rosto confuso.  – Deixa eu ver a mensagem...

   Ana apenas entregou-me o celular com a mensagem aberta.

   Paralisei por um momento, controlando-me para parecer normal.

   Eu não havia mandado aquela mensagem a ela, mas sabia quem tinha sido. Eu arrebentaria a cara de Kiseop!

   Continuei com seu celular em mãos, mas não disse nada a ela. Nos separamos, eu fui para a fila da minha sala para cantarmos o hino, e eu não conseguia parar de pensar em como queria matar Kiseop. Olhei-o de onde eu estava, e ele encarava-me também. Parecia que ele sabia o quanto eu queria que ele morresse.

   Ele não estava agindo como um homem, e sim, como um covarde.

   O hino parecia cada vez mais longo. Os minutos não passavam e eu mal conseguia me concentrar na letra, quando finalmente acabou, e eu arrumei um jeito de me desviar de minha sala, arrastando Kiseop para conversarmos como homens. Se é que ele sabia o que era ser um homem   

_ Ya, o que quer? – ele disse.

_ Você vai jogar sujo agora? – encarei seu rosto.

_ Do que está falando? – como ele era cínico.

_ Disso! – empurrei-o contra a parece, colocando o celular de Ana em sua cara.

_ Esse não é o celular da...

_ É! Vai bancar o covarde agora, e mandar mensagens com o número restrito?! – queria socar-lhe a fuça.

_ Eu não mandei essa mensagem! – ele disse livrando-se de minhas mãos que seguravam forte seu colarinho. – Se era só isso, então vou indo... – Kiseop deu as costas e saiu andando.

_ Kiseop! – ele encarou-me. – Seja homem! Vai atuar como um covarde agora? – fui até ele.

_ Que escolha eu tenho? Cada um luta com as armas que tem! – ele sorriu de lado. – Mas honestamente, eu não enviei essa mensagem a ela. – ele sentou-se em um banco que havia ali. – Na verdade, antes eu tivesse pensado nisso! – ele encarou-me.

   Sentei ao seu lado, ainda desconfiado.

_ Você está na vantagem... – continuou. – Manda flores pra ela enquanto eu nem sequer disse que a amo. – ele aterrou sua cabeça em suas mãos.

_ Flores? – do que ele falava.

_ O buquê de flores que você mandou pra ela ontem... – ele encarou-me, percebendo que eu não sabia do que ele falava. – Não foi você?! – arregalou os olhos.

_ Não. – dessa vez, eu aterrei minha cabeça em minhas mãos, pensativo.

_ Quem está fazendo isso? Ela acha que foi você... – ele encarou-me enquanto eu continuava confuso.

_ Não sei, mas agora sabemos que mais alguém a ama. – encarei Kiseop finalmente.

_ Seja la quem for, também está muito a minha frente. – ele contemplou o chão. – Eu simplesmente não consigo! – seus olhos marejaram. – Não consigo dizer o quanto eu a amo, o quanto ela é tudo pra mim... Ontem eu quase consegui. – continuou. – Mas eu olhei em seus olhos, e fiquei tão irritado, como ela pode ser tão burra!? Tão estúpida a ponto de não ver... – uma lagrima escorreu de seus olhos.

   Senti-me um tanto culpado por sua dor. Kiseop e eu enfim tínhamos uma coisa em comum. Ambos amávamos Ana.

_ Um dia, você simplesmente vai conseguir dizer... – pousei minha mão em suas costas, confortando-o.

   Por um momento, esqueci de nossa inimizade. Esqueci que brigávamos pela mesma mulher. Conhecer aquele lado sensível de Kiseop me fez pensar que talvez, ele fosse diferente do que aparentava ser por fora. Afinal, não o odiaria por amar a mesma mulher que eu, caso contrário, deveria me odiar também. Simplesmente não se escolhe de quem gosta, e ele provavelmente, a amava a mais tempo do que eu.

   Senti-me ainda mais culpado.

_ Kiseop, - segurei em seu ombro, fazendo com que ele encarasse-me com olhos avermelhados. – Eu sei que você ama Ana. Sei que a ama tanto quanto eu, mas eu simplesmente não posso desistir dela. Não posso viver sem ela! – continuei. – Se algum dia, ela passar a amar você, eu simplesmente vou deixá-la ir, mas ela levara junto tudo o que tenho.

_ Ela já me ama! – ele surpreendeu-me dizendo isso. – Ela apenas não sabe disso, ainda. – encarou-me. – Ela consegue ser ignorante ao ponto de não conseguir enxergar nem ao menos o que ela sente!

   Processava suas palavras com um certo incomodo. Se aquilo fosse verdade, eu correria o risco de perdê-la.

_ E no que você baseia sua teoria? – queria ter certeza.

_ É uma longa história... – ele sorriu, lembrando-se da história provavelmente. Eu apenas esperei que ele dissesse. – Bem, Ana já confessou muitas vezes o quanto me acha lindo ou coisas do tipo... – surpreendi-me, ela não era do tipo que diria aquelas coisas com facilidade. – Ela só não se lembra! – terminou.

   Eu ri. Como aquilo seria possível?

_ Ela por acaso tem amnésia? – zombei.

_ Não, é problema com bebida mesmo!

   Surpreendi-me novamente, mas ele parecia não estar mentindo.

_ Ana é ligeiramente alcoólatra... Deveria saber isso sobre sua namorada! – encarou-me engraçado. Ri imaginando Ana bêbada. – Ela bebe escondido pra se confortar de suas dores, e acorda no dia seguinte sem se lembrar de nada! – completou.

_ Já a viu bêbada? – estava curioso.

_ Umas duas ou três vezes, e foram vezes inesquecíveis! – ele riu. – A primeira vez,, encontrei-a na rua, depois de procurar por ela como um louco... Tive que dar banho nela... – O QUE?

_ Como? Você deu banho nela? – meus olhos arregalaram-se, senti uma ligeira vontade de matá-lo novamente.

_ Foi necessário. – explicou. – Eu não fiquei olhando pra ela... Mas ela pediu! – estava confuso, aquela era uma Ana diferente. – Ela fica um pouco... como posso dizer? – pensou. – Ana fica MUITO tarada quando bebe! E tem umas idéias obscenas... – riu novamente. – Ela fica teimosa, e ainda mais burra... Mas fica mais sincera também! Diz coisas que normalmente, não teria coragem de dizer... Como o fato de me achar bonito, por exemplo. – seus olhos eram completamente apaixonados enquanto ele falava sobre ela. Não conseguia suportar isso.

_ E a segunda vez? – perguntei enfim, querendo saber mais. Na verdade, era engraçado imagina-la assim.

_ Na segunda vez, nós bebemos juntos! – ele analisou meu rosto, esperando uma reação. Permaneci ouvinte. – Ela conseguiu se embebedar com 5 doses de soju, acredita? – riu. – Que espécie de bêbada se embebeda tão facilmente? Ela é uma fraude!

   Rimos. Queria conhecer aquele lado de Ana também.

_ Ela não dizia coisa com coisa, e ficava me provocando... – balançou a cabeça negativamente, desaprovando as coisas que Ana fazia. – Ela falou de você... – encarou-me.

_ O que ela disse? – não consegui não rir, imaginando o que ela teria dito. Desta vez, Kiseop era sério.

_ Ela disse basicamente que se entregaria pra você na formatura. – ele encarou meu rosto derrotado. – Porque ela está apaixonada por você! - admitiu

   Senti-me vitorioso, mas um tanto desconfortável. Eu realmente queria Ana. Buscava por formas de satisfazer meu desejo por ela, sem que ela percebesse, beijando seu pescoço, por exemplo. Mas aquilo já não estava mais adiantando. Eu a queria de verdade, como homem! Queria senti-la por inteiro, e que ela tivesse apenas olhos para mim.

   Mas fiquei indeciso. Se ela realmente amava Kiseop, e ao que tudo indicava aquilo era verídico, tive medo que ela se arrependesse depois. E não quero que ela se arrependa.

_ Façamos o seguinte... Se ela por acaso se entregar pra você na formatura, eu a deixo em paz. – ele disse analisando sua própria idéia. – Mesmo que isso me mate, mesmo que isso acabe comigo, eu a deixarei em paz, para ser feliz com você. Mas vou continuar amando-a, e se algum dia você machuca-la eu...

   Kiseop parecia sofrer com aquilo, mas realmente parecia o certo.

_ Não vou machucá-la! Jamais faria isso... – disse. – Você pode, continuar dizendo sobre ela? – perguntei.

_ Ah, tem muitas coisas que fariam você esquece-la... – ele riu.

_ Experimente! – desafiei.

_ Eu acho que ela come pasta de dente! – rimos. – Ela é com certeza daltônica, a ponto de não diferenciar laranja de rosa. Se veste mal, e é absurdamente comilona! – nós riamos. Aquelas características com certeza combinavam com aquela pessoa desligada. – Já percebeu que ela não presta atenção nas coisas do mundo? Tenho certeza que ela não é desse planeta!

_ Já! E quando você fala algo que ela não sabe, e ela apenas encara como se estivesse entendendo, mas ela não consegue esconder seus pensamentos, então fica claro que ela não sabe sobre nada do que estamos falando! – rimos.

_ Ela é muito estúpida! Uma alienígena estúpida! – Kiseop disse vermelho de rir. – Uma alienígena apaixonante...

_ Mas tem os lados positivos, fora ela ser assim, tão desligada. – disse pensando em suas qualidades. – Aqueles olhos, fazem qualquer pessoa perder o chão. São os olhos mais sinceros que já vi. Refletem toda a verdade...

_ Ela é prestativa, carinhosa e engraçada. – ele concluiu.

   Meu coração bateu forte. Pensar em Ana, fazia meu corpo esquentar. Senti que poderia falar horas e horas sobre ela, sem me cansar.

_ Inteligente, absurda e desnecessariamente linda. – eu disse, causando uma gargalhada em Kiseop.

_ Verdade... ela é linda até doente... – ele fitou o chão, lembrando-se de algo novamente.

_ Ela já esteve doente? – estava curioso.

_ Sim, ela sofre de cólicas fortes. Entrei em pânico quando ela sentiu dor, eu não sabia o que fazer... Ela encolhia-se de dor e chegava a gemer... Por incrível que pareça, ela não falava absolutamente nada! Nem reclamava, nem brigava... Nada! Ai é que entrei mais em pânico ainda.

   Senti uma ligeira inveja de Kiseop. Quer dizer, ele havia passado tantos momentos com ela, e eu ainda tinha poucas coisas pra contar sobre nós.

   Talvez Ana realmente amasse Kiseop, e por sua incrível capacidade de cegar-se de coisas que não são obviamente convenientes pra ela, ainda não houvesse percebido isso.

   Mas eu sabia de uma coisa, ela me amava também...

_ Sabe, por mais que vocês tenham muitas histórias juntos... – disse. – Ela também me ama, e não é pouco. – encarei-o. – Quando está perto de mim, sinto-me absolutamente completo, como se fossemos apenas um. E eu sei que ela também se sente assim! – sorri. – Acho mesmo, que ela possa amar a nós dois... – conclui.

_ Pode até ser...mas agora, temos outro problema... – ele lembrou-se de algo. – Esse “admirador secreto” que não sou eu, nem você, pode vir a ter alguma chance com ela!

_ Você acha mesmo? – não estava certo sobre aquilo.

_ Depende de quem é, e de como esse cara vai abordá-la. – ele parou pensativo. – De qualquer forma, eu vou investigar sobre isso, vou ficar atento...

_ Se eu descobrir alguma coisa, te aviso... – disse a ele, que confirmava com a cabeça que me avisaria também.

_ Eu vou primeiro... – Kiseop levantou-se, encarando-me como despedida e pegando seu caminho.

   Kiseop não era uma má pessoa. Ele apenas amava Ana, assim como eu amava, e assim como o covarde das mensagens anônimas parecia que a amava.

   Eu queria realmente ter muitas histórias pra contar sobre Ana, e iria em busca delas... Não desistiria daquela mulher tão facilmente. Quer dizer, quem faria com que eu me sentisse tão completo?

   Ela precisou sair do Brasil, pra eu poder perceber que eu na verdade, estava incompleto até encontrá-la. O destino havia colocado-a em minha vida, eu não a deixaria, a menos que fosse o melhor pra ela.

_ Menino, porque não está na sala?! – a Ajumma inspetora da escola interrompeu meus pensamentos.

_ A-Ah...

_ Vá pra sala agora! – interrompeu-me.

   Eu apenas fui, imaginando como Ana estaria naquele momento, confusa por eu ter desaparecido com seu celular. Precisava arrumar um jeito de devolvê-la. 


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Notas finais do capítulo

Por favor, digam-me sinceramente o que acharam *---* Até as criticas são bem vindas, me inspiram a melhoras... obrigada por lerem pessoal :D



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