Eu nunca estudei tanto na minha vida!

Esse tempo inteiro que eu fiquei sem vir ao colégio parecia que os professores passaram a matéria de um ano de escola em dois meses. Mas eu ficava até tarde estudando. Faz uma semana que não vejo o Justin, ele foi fazer shows. É, sem mim. Ele disse que quando eu terminar o colégio, eu começo a ir para a turnê com ele. Ele já se preocupa comigo. Não é fofo?

Eu estava deitada na cama lendo o módulo de história, estava na ultima linha. Terminei de ler e adormeci.

Acordei com meu celular tocando, abri os olhos lentamente me costumando com a luz do sol que entrava em meu quarto. Peguei o celular e vi no visor que era o Justin. Atendi.

– Hey, Justin.

– Oi, Tacy. Você tem algo pra fazer hoje?

– Espera aí, vou verificar minha agenda. - Brinquei e nós rimos. – Até agora eu não tenho nada, por quê?

– Que tal agente viajar?

– Viajar para aonde?

– É que eu quero ir visitar minha família que mora em Strattford e queria que você viesse comigo conhecer eles e a minha cidade.

– Sério? – Sorri de orelha a orelha. – Quero muito conhecer sua cidade, quando vamos? Quando voltamos?

– Assim que você estiver pronta, o meu jatinho já está pronto, estacionado no LAX. Agente volta amanhã mesmo, para você não perder aula.

– Vou me arrumar agora mesmo.

– Quer que eu mande alguém ir te buscar? – Perguntou.

– Não precisa, vou de táxi. Até daqui a pouco.

– Até. Já vou estar lá te esperando.

– Beijos.

Encerrei a chamada e corri até o banheiro. Tomei um banho rápido e sequei meu cabelo no secador, passando babyliss em todo o cabelo e chapinha na minha franja.

Coloquei essa roupa: [ http://2.bp.blogspot.com/-1d6hibi55Lg/Ttw3PS4vVTI/AAAAAAAABt8/5l1YRh8pEME/s1600/851270318563.jpg ]

Passei base, corretivo e pó compacto no meu rosto, tirando a marca de orelhas, que estavam menores, mas ainda visíveis. Coloquei pulseiras para esconder as cicatrizes, como de costume. Peguei uma bolsa de viagem pequena e coloquei várias roupas de frio, dizem que no Canadá é frio, mas também coloquei muitas blusinhas, por via das dúvidas era melhor estar preparada para os dois tempos. Liguei para a empresa de táxi pedindo um e fui até a cozinha, vendo minha mãe lá. Assim que entrei ela olhou para mim.

– Aonde vai, mocinha? – Perguntou.

– Vou para o Canadá. – Falei sorrindo e ela arregalou os olhos.

– O que? Como? Comprou passagens e nem me avisou? E com que dinheiro? Sabia que você é menor de idade e deveria me pedir... - A interrompi.

– Mãe, o Justin acabou de me chamar para ir conhecer a cidade natal dele, já chamei o táxi. Posso ir na boa? – Perguntei. Isso não era bem pedir permissão, eu iria de qualquer jeito.

– Pode, mas cuidado e juízo viu?

– Sim senhora. – Respondi e a abracei.

Zac chegou à cozinha com um fone de ouvido, escutando musicas de seu iPod. Corri até ele e tirei o fone do seu ouvido, que de onde estava dava para eu ouvir a música “Breakout – Foo Fighters”.

– Ei – Zac bufou – Odeio quando fazem isso.

– Eu sei, queria dizer tchau.

– Tchau. – Ele falou e agora foi minha vez de bufar.

– Nossa valeu a consideração. Vou passar dois dias fora e nem tem a consideração de me dar um abraço. – Disse fingindo estar magoada.

– Vai para onde? – perguntou.

– Para o Canadá. – Ele ficou surpreso.

– Quem te deu dinheiro? – Bufei.

– O Justin me chamou, e falando em dinheiro, já volto.

Lembrei que não tinha pegado dinheiro e corri pro meu quarto, pegando minha carteira com dinheiro e documentos em cima da cômoda.

Desci correndo as escadas quando ouvi a buzina do taxi em frente de casa, voltei à cozinha e dei um beijo na bochecha do Zac e da minha mãe.

Entrei no táxi e fomos indo para o LAX, o trânsito estava infernal, mas até que enfim chegamos. Paguei o táxi e entrei no aeroporto procurando o Justin. Sou tão inteligente que eu esqueci de perguntar aonde agente pode se encontrar. Peguei meu celular e liguei para ele.

– Justin, onde você está? – Perguntei assim chegando em frente ao portão de embarque.

– Olha para trás. – Ele disse com uma voz que parecia estar rindo. Olhei para trás e vi ele com o celular no ouvido sorrindo para mim. Eu ri surpresa e encerrei a chamada. Fui até ele e dei um abraço no mesmo.

– Onde você estava? – Perguntei me separando do abraço.

– Logo ali. – disse apontando uma cadeira ali perto.

– Ah, nem olhei pra lá. Eu pensei que aqui ia ter muitos fãs aqui. – Falei.

– Ninguém sabe que eu estou aqui. Eu cheguei hoje e já estou saindo.

– Ah! Estou louca para conhecer o Canadá. – Falei sorrindo e dando pulinhos. Ele riu. – Como é lá? Frio? Eu não sabia que roupa colocar, dizem que é frio. Tem neve? Amo neve será que vai dar para a gente esquiar? – Tagarelei muitas perguntas ao mesmo tempo, a empolgação deve ter afetado meu cérebro. Justin gargalhou.

– Tá, vou responder. Deixa eu processar suas perguntas. – Disse e começou a me contar tudo que sabia sobre seu país natal.

Fomos conversando empolgados o voo inteiro. Assim que aterrizamos estava fazendo sol. Ainda bem, com a roupa que eu estava eu congelaria. Sorri de orelha a orelha olhando Justin ao meu lado, na poltrona.

– Justin, aqui tem boate?

– Claro que tem.

– Vamos hoje?

– Aqui no Canadá também não se pode entrar menores de 21 anos.

– Você pode ir comigo ou não? – Perguntei irritada, como se eu fosse burra ao ponto de que poderiam deixar-me entrar na balada. Sou menor de idade, em lugar nenhum do mundo permite.

– O que você vai fazer para agente entrar?

– Isso é um sim?

– Depende.

– Olha, eu não sei o que eu vou fazer, só quando eu chegar lá eu vejo. Você me ajuda?

– Contanto que nós não sejamos presos. – Cocei de leve o alto de minha cabeça.

– Ia ser divertido uma noite na delegacia, sair da rotina, sabe como é. – Disse brincando.

– Você é louca. – Ele disse e nós rimos.

Saímos do avião e pegamos um táxi, Justin entregou um papel com o endereço e o taxista assentiu dando partida no carro. Ficamos falando coisas idiotas o caminho inteiro. Ele ria da minha cara boba que eu fazia toda vez que passava por um lugar diferente. Eu tirei foto da gente no aeroporto e no táxi. Eu estava tão feliz de estar no Canadá, eu nunca tinha viajado para fora do país. O táxi parou e olhei pela janela vendo uma grande casa branca, a rua era deserta, mas havia muitas casas bonitas, mas essa era a mais bonita da rua. Justin pagou ao taxista e agradeceu, fomos até a porta da casa e Justin apertou a campainha. Ageitei meu cabelo e esperei alguém atender. Uma senhora de cabelo curto veio nos atender. Justin deu um abraço nela.

– Justin querido, estava com saudades. – Disse ela sorrindo.

– Também estava vó. – Justin separou o abraço e me olhou. – Vó, essa é minha amiga Stacy. Stacy essa é minha avó Diane. – Sorri e fui até ela lhe dar um abraço.

– Você é linda, prazer em conhecê-la. – Disse e separei nosso abraço.

– Obrigada. – Disse sem graça. Eu fico sem graça quando me elogiam.

– Vamos entrem. – Diane disse e deixei Justin passar na frente. Ele se sentou no sofá e eu sentei perto dele.

– Minha mãe está aqui? – Perguntou Justin.

– Sim, quer que eu a chame?

– Sim, por favor. – Diane subiu as escadas e ficou apenas eu e Justin na sala.

– Aqui é simplesmente lindo! – Disse.

– Sim, gostou da minha avó?

– Muito, tão simpática.

Logo a mãe do Justin desceu as escadas. Ela é muito mais bonita pessoalmente. Ela sorriu simpática e abraçou Justin, dando muitos beijos no rosto dele. Ele fez uma careta e eu ri.

– Tava com saudades, meu bebê.

– Mãe, nos vimos pela última vez ontem à noite. – Disse coçando a parte de trás da cabeça.

– Não posso ter saudades do meu filho?

– Pode. – Ele sorriu. Ela me olhou e veio me dar um abraço.

– Você é a Stacy? O Justin falou muito de você. Você é linda. – Sorri sem graça. De novo isso...

– Obrigada.

– Vocês devem estar cansados por causa da viagem. Justin vou mostrar um quarto para a Stacy, seu quarto está arrumado para você ir.

– Tudo bem. – Disse Justin indo para a cozinha.

Pattie passou o braço por meu ombro (me abraçando de lado) e me mostrou onde é meu quarto. Entramos e nos sentamos na cama.

– Stacy, não querendo ser curiosa, mas você ... E o Jus... vocês são namorados, quer dizer, vocês ... Já se beijaram?

Corei imediatamente, como ela podia pensar isso? Justin é meu melhor amigo e nada mais que isso. Não quero nada a mais por ele, e acho que ele também não.

– Claro que não! Somos muito amigos, Justin me ajudou em um momento difícil e amo ele como amiga, nada mais que isso.

Ela fitou o chão sem graça, deve ter percebido que eu estava sendo sincera.

– Desculpe, é que eu pensei isso, porque... Ah! Devo estar te enchendo. Você está com fome? – Perguntou se levantando.

– Não estou, obrigada.

– Fique à vontade, estarei lá embaixo.

– Tudo bem. – Disse bocejando. Já eram 17 h. Ela saiu e fechou a porta.

Coloquei meu celular para despertar de 23 h, prendi meu cabelo e adormeci.

Acordei com o barulho do celular, me despertando. Parei o despertador e me espreguicei na cama. Liguei para Justin. Ele atendeu no primeiro toque, devia estar mexendo no celular.

– Oi, Stacy.

– Jay, vamos para uma boate?

– Agora?

– Meia noite. Vou começar a me arrumar.

– Tá bom, agente se vê daqui a pouco. Meu quarto é de frente ao seu.

– Sério? Ai, que bom! Agora já vou tomar banho, beijos.

Fui até o banheiro e tomei um banho demorado com água morna. Ainda estava sonolenta e a água morna me deixou com vontade de dormir. Mas eu tenho que aproveitar, tenho até amanhã para isso. Vesti um vestido curto preto colado ao corpo e soltei meu cabelo, e passei pó no meu rosto e sombra preta com prata. Coloquei um batom nude. Não coloquei jóias, só deixei o brinco que estava e um colar, estou com preguiça de colocar.

Deitei-me novamente e olhei a hora: 00h. Estiquei meus braços e os coloquei entrelaçados debaixo da minha cabeça. Logo alguém bate na porta.

– Pode entrar. – Disse alto. Logo a porta se abriu e Justin apareceu com uma camisa xadrez roxa, uma calça jeans escura, caída e com um cinto, para variar e um tênis roxo com branco. Ele se aproximou cama.

– Vamos? – Perguntou.

– Tô com preguiça. – Falei e fiz bico.

– Vamos, não me arrumei para você desistir em seguida. – Ele pegou meu braço esquerdo e o puxou. Fiquei de pé com sua ajuda e vi que ele não soltava meu braço e ficava fitando ... MEU PULSO! Puxei meu braço imediatamente escondendo-o atrás de mim.

– Cicatrizes? No pulso? – Perguntou surpreso. – Você tentou se matar?! – Perguntou sério. Não respondi e peguei um bracelete na minha bolsa e o coloquei cobrindo as cicatrizes. Calcei o meu salto preto e Justin permanecia imóvel e calado. Peguei minha bolsa-carteira e conferi o dinheiro. Olhei para Justin.

– Hello ? – Acenei para ele. – Vamos?

– Stacy, quando foi isso? – Cruzou os braços, ele ia mesmo insistir nisso? – Responde. – É, isso responde minha pergunta.