Meet Athena escrita por Nunah


Capítulo 15
epílogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, velho. Realmente.
E, claro, ainda vai ter o bônus hihi ;) enjoy.



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The sun goes down, the stars came out

And all that counts is here and now

My universe will never be the same

I’m glad you came

- Glad You Came

- Athena, você quer se casar comigo?

‘VOCÊ QUER SE CASAR COMIGO?’

- Er... Não.

- O... O quê?

...

Ela se olhava no espelho novamente. Mas dessa vez algo estava diferente. Tudo estava diferente. Cinco meses tinham se passado e sua barriga estava ENORME de gorda. E, apesar disso tudo, ela sorria mais do que alguma vez tinha sorrido na vida.

Seu bebê estava com nove meses. Como o tempo passa rápido. Sim, sua linda menininha estava para nascer. Seu corpo estava quase gritando ‘Não aguento mais esse peso!’, mas ela não queria de jeito nenhum que Annabeth saísse dali. Era parte sua agora. E sempre seria.

...

- Athena, do que você está falando? Isso é sério? Por quê...?

- Poseidon, eu sei que estou grávida. Sei que nunca mais verei o pai dessa criança. Mas mesmo assim... você sabe, não é? Nunca foi meu sonho construir uma família. Eu cresci cuidando dos meus irmãos e...

- Mas nós nos amamos. Isso já é o suficiente. Eu vou cuidar desse bebê como se fosse meu, e talvez até traga o meu próprio do Brasil. Athena, eu não estou entendendo mais nada...

- Me desculpe, ok?

...

Athena encarou Ártemis com lágrimas nos olhos. Em um mês seria sua formatura, mas antes disso ainda tinha muita água pra correr.

- O que foi que você fez?... – Ártemis sussurrou, abraçando sua irmã.

Pela primeira vez a família parecia estabilizada, e ela, Athena, apareceu e estragou tudo.

...

Zeus nunca parecera mais furioso como naquele dia. Nem mesmo quando descobrira a verdade sobre Poseidon. Desde que Athena contara que estava grávida para toda a família, ele simplesmente parecera ter esquecido a presença de Poseidon naquela casa novamente.

- MAS O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ AGORA? – ele apontara para Poseidon erroneamente. – Você foi embora, sim! MAS ANTES TINHA QUE DEIXAR MINHA GAROTA COM UMA LEMBRANÇA DOLOROSA SUA, NÃO FOI?

- Pai... – Athena tentara intervir no surto do pai. Estava tudo errado. Tudo errado. Poseidon não tinha nada com aquilo, ele precisava ouvi-la! – PAI, POR FAVOR!

- POR FAVOR? NÃO PENSE QUE VOCÊ VAI SAIR IMUNE DISSO, ATHENA! TEM TANTA CULPA QUANTO ELE, ESTÁ OUVINDO? – ele gritava. Mesmo com o choro de Hefesto, Zeus não conseguia baixar a voz. Parecia que toda a dedicação de Hera em fazê-lo uma pessoa melhor estava indo por água abaixo. – EU PERGUNTEI SE ESTÁ OUVINDO!

- Estou, pai... – Athena baixou a cabeça. Lágrimas ameaçavam cair de seus olhos. Lágrimas de raiva, de tristeza e de remorso. Era tudo culpa de Frederick, não dela. Muito menos de Poseidon. Ela se perguntava o que ele estava achando disso... Provavelmente nunca mais a olharia nos olhos. – Mas... me deixe explicar... por favor, pai...

- Explicar? Explicar? – ele baixara a voz perigosamente. – Você ainda acha que isso precisa ser explicado?! Athena, caso você nunca tenha pensado nisso, eu sei como se enfia um bebê na barriga de uma mulher!

- ZEUS, JÁ CHEGA! AGORA VOCÊ FOI LONGE DEMAIS! – era a primeira vez que Hera falava. – VOCÊ PODE ESTAR ACHANDO QUE SABE TUDO, MAS SUA FILHA MERECE PELO MENOS TENTAR EXPLICAR!

Aquilo pareceu trazê-lo de volta à realidade. Toda a família estava reunida. Seu filho recém-nascido estava chorando horrores e sua mulher o encarava, horrorizada. Deméter tinha se sentado em uma poltrona com o rosto entre as mãos, chorando. Hermes e Apolo estavam pela primeira vez sérios e prontos para defender Poseidon, eles sabiam que seu amigo nunca faria algo assim. E o próprio Poseidon estava calmo. Mais calmo que o imaginável até, com as mãos cruzadas nas costas e ouvindo tudo com a maior atenção.

Ártemis, como sempre, estava atrás de Athena, apoiando-a. Athena tinha achado melhor contar antes para sua irmã, que era a mais certa daquela casa. Ela sabia que Ártemis reagiria mal no momento, mas que quando entendesse sua situação lhe daria sustento.

- Se é que ela tem algo a acrescentar aos fatos, que seja. – Zeus se sentou no sofá relaxadamente, certo de que sua filha era quase uma prostituta.

A verdade é que ele estava assim não pelo próprio fato, mas porque sua menininha o tinha desapontado. Será que deveria ter elegido Ártemis sua preferida? Será que estava errado todo esse tempo sobre Athena? Será que não conhecia sua própria filha? Ele estava mais decepcionado consigo mesmo por ter sido tão cego quanto ela que não podia reagir de outra forma, sempre descontando sua raiva nos outros.

E Poseidon? Não era preciso nem dizer que procurava um pretexto para culpá-lo e acabar com ele de uma vez desde que fora embora, não é?

Mas Athena contou-lhe toda a verdade. A verdade certa, não a que Zeus pensava ser. E toda a família ouviu. Aquilo, claro, fora um choque para todos. O Sr. Certinho era culpado de algo? Ainda mais algo assim? Quem imaginaria? Mas é claro que a confiança que Zeus tinha em Athena estava mais abalada do que nunca.

Zeus apenas riu. Ele riu na cara dela, achando tudo uma ótima piada, enquanto todos a abraçavam. Deméter e Hera sabiam muito bem que ela falava a verdade, elas conheciam Athena verdadeiramente. Mas Zeus precisava proteger seu projeto de futuro genro.

...

- Oh, querida... Não chore... – Hera a abraçou. – Zeus irá perceber que foi um tolo quando vir a cara da netinha. – ela riu. – Se uma criança não o amoleceu, outra com certeza o fará.

- Eu espero que isso seja verdade Hera. Realmente. Porque senão...

- Pense positivo, hoje nada pode abalá-la, certo?

Athena encarou novamente o espelho. O vestido branco que usaria na cerimônia era lindo e ela tinha borrado toda a maquiagem. Seus seios cheios de leite estavam muito maiores que o normal e quase pulavam para fora.

...

Apolo encarou Poseidon aprovadoramente. Os dois se sentiam estranhos com aquelas roupas chiques e Hermes ria toda hora que os olhava, chamando-os de ‘pinguins de geladeira’, mas não estava diferente.

- Pode imaginar isso? Você vai se casar, cara. – Apolo balançou a cabeça, abobado. – Pense nessa situação nove meses atrás. Não dá pra acreditar.

Poseidon sorriu.

- Eu é que não acredito que vou me casar com a garota dos meus sonhos. – ele suspirou. – Mesmo não tendo aceitado no começo, ela sabia que Zeus nunca sossegaria. Só espero que ela não esteja se casando comigo apenas pelo pai dela.

Hermes terminava de arrumar sua gravata quando disse:

- Você só pode estar maluco. Vocês foram feitos um para o outro, Atheninha sabe disso... E ela não poderia deixar Annabeth sem um pai, isso é verdade, ou Zeus a faria doar a criança.

- Se até Hermes está dizendo isso... então acho que é verdade.

- É claro que é! – Apolo disse, rindo. – Para de ser boboca.

...

- Esses dois... não sei se fiz bem em concordar com essa palhaçada.

Zeus ajudava sua irmã a fechar o zíper do vestido enquanto resmungava.

- Zeus, pense pelo lado positivo... agora ela não será mãe solteira. E, além de tudo, nós sabemos que Poseidon é um bom garoto, vindo da família que vem...

Deméter tinha razão, ele sabia disso. Mas, como na maioria das vezes só pensava em si mesmo, Zeus estava mais preocupado por ter de se desculpar com ele do que com o próprio casamento.

- Vai dar tudo certo, você vai ver. Com o tempo você se entende com sua filha e com o futuro marido dela. Ele será da família, Zeus.

Seu irmão riu, travesso, um riso que só podia lhe dizer uma coisa. Ela sabia bem no que ele estava pensando e colocou isso em palavras:

- Pelo menos eles são mais certos do que nós dois.

Os dois gargalharam juntos, relembrando os velhos tempos.

- Deméter, nunca teria dado certo, você sabe disso.

I am strong, but love is evil...

- É claro que eu sei... se tivesse dado certo não teria sido tão bom.

Ele sorriu.

- Nós nunca nos despedimos, não é?

There’s a version of perversion that is only for the lucky people…

Ela revirou os olhos.

- Nós vivemos na mesma casa.

- Você me entendeu.

Zeus a puxou para dentro de despensa, encostando-a na parede.

Take your time... and do with me what you will... I won’t mind…

- Não pode estar falando sério... – Deméter segurou-lhe pelo cinto. – Hera está lá em cima.

Seu rosto estava sério novamente.

- Eu nunca traí Hera, Deméter, e não pretendo começar agora. Só quero me despedir de você decentemente.

Ele começou a abrir o zíper que tinha acabado de subir. Sua irmã nunca fora um poço de inocência e seriedade como todos pareciam achar.

E, depois de tanto tempo, seus corpos estavam unidos em um só pela última vez. Mal eles sabiam que daquela despedida que nenhum dos dois esqueceria sairia uma menininha chamada Perséfone que acabaria se apaixonando pelo irmão do marido de sua prima, Hades. Pelo menos teriam a capacidade de conseguir esconder sua origem.

...

Poseidon e Athena estavam lá, de mãos dadas. Um momento que ninguém imaginaria ver acontecer, mas, no fim das contas, parecia-lhes normal.

Os dois estavam mais radiantes que nunca. Athena tinha finalmente se dado conta de que aquela fora sua melhor decisão. E Poseidon, claro, apoiava totalmente. Mas foi justo na hora do ‘sim’ que as coisas começaram a dar errado.

Poseidon já tinha jurado por todos os deuses e pelo mundo que a amaria e respeitaria pelo resto de suas vidas, mas Athena não parecia tão certa aos olhos dele.

- Athena? – ele engoliu em seco.

- Ahh... Hm, o quê? – seu rosto se contorcia de dor, ela realmente parecia abalada. – AH.

Aquilo iria se prolongar por horas se deixassem, mas finalmente uma boa alma levantou e exclamou:

- PELO AMOR DOS DEUSES, ELA VAI TER O BEBÊ!

E foi nesse momento de glória que Poseidon desmaiou, fazendo Athena ficar ainda mais nervosa.

Hermes e Apolo conseguiram levá-la até o carro que, com muito gosto, Zeus dirigiria até o hospital mais próximo. Porque afinal, na hora do aperto, é claro que ele não deixaria sua filha sofrer mais do que o necessário. E, intimamente, bem lá no fundo, ele estava louco para ver o rostinho de sua neta.

Neta. Ele seria avô! Pode uma coisa dessas? Ele ainda era tão... novo.

...

Dois pares de olhos o encarava. Um era cinzento. O outro era de um verde intenso que lhe lembrava alguém. O que era aquilo? Estava tudo tão escuro e de repente isso lhe iluminara a mente e...

- POSEIDON, ACORDA LOGO, CARALHO!

Ele quase caiu da cama com aquilo, mas finalmente tinha despertado.

- Porra, Apolo!

- Sua mulher está dando a luz e você fica desmaiado aí que nem uma mulherzinha!

Poseidon se recostou na parede, com a mão no ouvido.

- Ela ainda não é minha mulher, esqueceu? Ela nem respondeu...

- Em primeiro lugar, para de ser idiota, porque você sabe bem porque ela não respondeu. Em segundo, considere-se casado, porque, no último instante, Athena conseguiu gritar um ‘SIMMMMMMMMMM’ enquanto a gente a colocava no carro.

Ele se sentia o cara mais feliz e perdido do mundo.

- Onde ela está?

Hermes revirou os olhos.

- Dançando Macarena com os macacos no Central Park. Dale a tu cuerpo alegria Macarena, que tu cuerpo es-

- Cala essa boca! – Apolo deu um tapa na cabeça de Hermes.

- Mas... A gente tá na Califórnia...

- Que bom que você sabe Poseidon, agora já podemos ir ver minha irmã e minha sobrinha? O que acha?

- Boa ideia.

Apolo revirou os olhos.

...

Quando Athena viu pela primeira vez sua filha e de Frederick, Annabeth, ela soube que essa teria os olhos do pai. Como se fosse uma punição diária para lembrá-la de seu pior erro e, no entanto, para ver como sua filha era perfeita, mesmo tendo o sangue do pai. Athena faria questão de ensiná-la quem era seu pai biológico e suas origens, para nunca repetir-lhe o erro.

Mas foi quando Poseidon entrou pela porta em seu quarto que ela teve certeza de que sua vida estava completa. Ela tinha o homem ideal ao seu lado, ele não a deixaria nunca, estaria sempre ali para apoiá-la, e apoiar Annabeth. Athena poderia seguir sua vida como sempre quisera, mas agora estaria ainda mais realizada. Eles poderiam viajar para onde quisessem, os três juntos. Ela poderia trabalhar na Europa, na América do Sul... eles poderiam até conhecer a casa que Poseidon tinha no Brasil. E, quem sabe, não poderia levar o filho dele? Aí sim ela teria certeza de que ele seria feliz completamente.

E ainda poderiam ter um filho dos dois. Não como Annabeth, ou como o bebê de Poseidon com outra mulher... mas um filho deles, realmente. Poderiam criar as três crianças juntas. Eram tantas possibilidades...

...

- Ela tem os seus cabelos, mi luna.

- Você acha que esse lugar vai fazer mal a ela?... – Athena não estava certa de que tinha sido uma boa escolha trazê-la à sua formatura. – É tão delicadinha...

Poseidon riu.

- Athena, eu vou cuidar bem dela, ok? Vai dar tudo certo. Você só precisa relaxar, esperou tanto por esse dia.

- Eu sei... Eu sei. Mas é que aconteceram tantas coisas que eu acabei nem me importando muito com isso mais... Poseidon, eu engravidei de um e casei com outro, agora tenho uma filha que tem um pai desaparecido e meu marido tem um filho com uma mulher casada que não é nem daqui... Que confusão.

Ela suspirou.

- Eu já disse, mi luna. Vai dar tudo certo.

- Você fez o pedido?

Poseidon sorriu e assentiu, olhando abobado para o bebê em seus braços.

- E...?

- Eles aceitaram, é claro. Eu disse que aceitariam. Apolo e Ártemis só não paparicam mais Annabeth porque não moram conosco, mas nós vivemos na casa de seu pai então dá na mesma.

- Acho que escolhemos bem, não é? Eles serão bons padrinhos para ela, não acha?

- Eu acho que não poderíamos ter escolhido pessoas melhores, Athena. Agora vá, senão vai perder seu diploma.

Meio contrariada, Athena se despediu melosamente dos dois.

...

- Apolo... Apolo, por favor, aqui não. – Ártemis mal conseguia respirar. – Apolo!

Seu irmão parou o que estava fazendo tão bem e a encarou, todo descabelado.

- O que é? – ele sussurrou, sorrindo. – Vai dizer o quanto sou lindo e gostoso? Ou o quanto você gosta disso?

- Não, Apolo... Isso não é certo. Nós somos irmãos. Annabeth será nossa afilhada...

Ele revirou os olhos.

- Você diz isso toda vez, Ártemis, por favor. Podemos voltar ao que interessa?

- E se alguém descobrir?

- É só sermos cuidadosos, ok? Isso não significa que não podemos nos divertir aonde quisermos, senão não tem graça...

- Estamos perdendo a formatura.

- Para de ser chata Ártemis. – ele sorriu.

Ela ficou na ponta dos pés e, enquanto sua mão descia abrindo-lhe a camisa, ela sussurrou em seu ouvido:

- Só se me prometer...

- Ah, qualquer coisa.

Ela riu e o beijou ardentemente.

Ninguém nunca imaginaria que os dois seriam capazes disso, ainda mais com Ártemis. Os dois nunca imaginariam que estariam apenas repetindo uma história antiga. Zeus nunca imaginaria o quanto seus filhos eram parecidos com ele e com sua irmã.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da parte Zeus/Deméter # Apolo/Ártemis? Tive essa luz na hora hihi... estou até pensando em fazer uma oneshot à parte (mas no universo de Meet Athena) sobre a adolescência de Zeus e Deméter com a música que eu coloquei ali na hora... E aí? *-*
Mereço reviews?