PDV Bella

“O que eu estou fazendo?” Não consegui dormir sendo atormentada incessantemente por essa pergunta, não é o momento, eu não posso me envolver assim com ninguém principalmente com Edward.

Estava deitada, olhando para o teto e pensando em tudo que aconteceu poucas horas atrás. Ele consegue fazer com que eu esqueça completamente a minha razão e meu bom senso, não sei o que aconteceu comigo hoje, nunca me deixei levar por instintos assim com ninguém. Nem com Jacob senti nada parecido às sensações que Edward conseguiu me causar.

Todas as lembranças voltaram a mim vividamente, o que teria acontecido se Sophie não tivesse aparecido? Parecia que eu era uma expectadora de tudo o que havia acontecido. Relembrando os momentos, cheguei a estranhar a forma como correspondi a ele tão avidamente.

Desde a primeira vez que o vi senti uma atração por ele, obviamente sem conhecê-lo, passei todos os momentos desde que o contratei tentando controlar meus sentimentos o máximo que pude, mas agora depois do que aconteceu não tenho muita certeza de que consigo.

Lembrei-me de seu sorriso, de seu cabelo, que desde o primeiro momento que o vi fiquei tentada a bagunçar ainda mais, de seus músculos definidos, seus braços fortes me segurando contra si, mas principalmente de seus beijos. Viciante, essa seria a palavra que poderia descrever razoavelmente bem a sensação, seu hálito quente com um gosto de menta era capaz de me enlouquecer, fazia com que eu quisesse sempre mais e mais. Parecia nunca ser suficiente.

Mas não posso seguir com isso, é insanidade, ele é a babá dos meus filhos. Anthony e Sophie nunca aceitarão Edward dessa forma, eles amam Jacob demais para que consigam aceitar tal ideia.

Esse conflito interno vai acabar tirando o resto do juízo que eu ainda tenho, não sei se ainda sou capaz de resistir a Edward, mas também não posso manter um relacionamento com ele nesse momento. Não sei nem sequer se ele é capaz de manter um relacionamento sério com alguém. Pelo que conheci no colégio, e pelo que Alice me contou, ele sempre foi e continua sendo o estilo pegador.

Nada de sono, faz mais ou menos umas duas horas que eu estou deitada olhando para esse teto branco pensando... nele.

Sophie se moveu um pouco e me distraiu dos meus pensamentos, virei-me para ela e observei-a, tão linda. Ao menos nisso Jacob não foi uma completa decepção, me deu filhos incríveis, lindos e saudáveis.

Dificilmente conseguiria dormir. A noite seria muito, muito longa.

PDV Edward

Acordei depois de uma péssima noite de sono. Mal consegui dormir pensando em tudo o que aconteceu ontem e em como Bella reagirá hoje. Tenho medo de que essa tenha sido a primeira e última vez, já que dificilmente vou conseguir ficar no mesmo ambiente que ela sem querer beijá-la a cada segundo.

Mas vamos lá, tenho que enfrentar a fera. Olhei para o lado e percebi que Tony ainda dormia, levantei-me e fui tomar um banho, clarear os pensamentos e me recuperar da noite passada, levei tudo o necessário, liguei o chuveiro calmamente e deixei que a água caísse sobre mim, fazendo eu me sentir relaxado ao menos por alguns instantes.

Depois de alguns minutos, enxuguei-me vesti uma bermuda apenas, sem saber se sairíamos ou não, coloquei a blusa pendurada no ombro e saí do banheiro em direção à sala.

Ao chegar à sala, deparei-me com uma cena estonteante, podem me chamar de brega, clichê, repetitivo ou qualquer coisa assim, mas o que eu posso fazer se essa mulher é o que é? Bella estava meio deitada no sofá, com o cabelo preso num coque frouxo com uma camisa maior que ela vários números da seleção de futebol espanhola. Estava simplesmente linda.

-Bom dia. – Falei, sorrindo.

Ela se assustou um pouco com minha aproximação, mas respondeu o cumprimento educadamente. Pelo visto não era a hora de tocar no “assunto”.

-Bom dia, Edward. Achei que todos ainda estivessem dormindo. – Falou.

-Acordei há pouco. – Respondi.

Direcionei meu olhar para camisa e ela sorriu.

-Posso saber? – Perguntei, sabendo que ela entenderia se tratar da camisa.

-Claro. Sempre gostei de futebol, não o americano, o outro, e nosso país não tem tradição em futebol, mas eu preciso torcer para alguém. – Ela deu um meio sorriso ao dizer isso. – Então desde criança quando assistia aos jogos com meu pai sempre torci pela Espanha, e na primeira vez que meu pai foi à Espanha trouxe essa camisa da seleção para mim. – Ela suspirou como se relembrasse o momento.

-Nossa. Nunca imaginei que você fosse fã de esportes, ainda mais de futebol. – Disse admirado.

-O quê? No mínimo você acha que eu sou o tipo de mulher séria, que só vive para o trabalho, e não gosta de coisas comuns. – Falou ela.

-Bom, na verdade... - Deixei a frase no ar. – Você sempre é durona, séria e responsável, não dá para te imaginar vendo um jogo e torcendo pra alguém, é... estranho. – Falei o que se passava em minha mente.

Ela riu por um momento, e concordou.

-É tenho que passar essa imagem de durona, senão não conseguiria comandar uma empresa. – Falou. – Mas você não me conhece Edward Cullen, pode apostar que eu sou muito mais do que você imagina.

Quando eu digo que essa mulher quer me deixar completamente louco...

Nesse momento, Tony e Sophie entram na sala.

-Estou morrendo de fome mãe, podemos descer para tomar café? – Perguntou Tony.

-Claro, já vamos. – Falou ela.

Bella me encarou e sorriu discreta e maliciosamente, só nesse momento percebi que eu ainda não havia colocado minha camisa, ainda estava pendurada em meu ombro, vesti-a rapidamente, enquanto Bella e as crianças se dirigiam ao restaurante onde era servido o café da manhã.

(...)

Pouco depois do café, Bella avisou que sairíamos para fazer compras, imaginava o que eu poderia comprar com o pouco dinheiro que eu ainda tinha, o pagamento que eu recebia como babá não era ruim, pelo contrário, mas quase todo eu já havia gasto. Alice me fez prometer que eu levaria um presente, além dela ainda tinha minha mãe que dificilmente ficaria feliz em saber que eu fui para Paris e não comprei sequer uma lembrancinha para ela.

Fomos de carro até a primeira loja e só então percebi que meu dia seria uma completa tortura. Passamos mais ou menos uma hora ou duas olhando roupas e mais roupas, era uma chatice completa, Bella e Sophie pareciam estar se divertindo, mas Tony não demonstrava tanta animação.

Mais algum tempo disso e eu provavelmente cairei morto, de tédio, em alguma rua parisiense. Resolvi acabar com essa tortura pelo menos para mim e para Tony.

-Bella, eu sei que está muito divertido fazer compras e tal... Mas será que eu posso passear um pouco com Tony. – Falei apontando para onde ele estava com uma carinha de tédio.

-Hm, pode, pode sim. Acho que ele não está gostando muito. Podemos nos encontrar na praça de ontem então, 13h, ok?

-Combinado. – Respondi.

Avisei a Tony que sairíamos dali e desbravaríamos Paris, pareceu que injetei nele uma dose de animação, o que antes era tédio se transformou completamente em empolgação.

(...)

Passeamos em diversos lugares, todos muito bonitos, foi bastante divertido, apostamos até corrida de bicicleta, finalmente estava conseguindo me dar bem com ele. Agora estávamos em uma sorveteria. Enquanto tomávamos sorvete Tony começou a puxar assunto.

-Até que você não é tão ruim. Já tivemos babás piores. – Comentou.

-Obrigado, eu acho. – Respondi.

Depois de alguns instantes em silêncio ele o quebrou novamente.

- Edward, tenho uma pergunta. – Disse ele.

-Pode falar.

-Você gosta da minha mãe? – Perguntou ele, me encarando momentaneamente.

O QUÊ? COMO ELE SABE? 

-O quê? – Perguntei.

-Você entendeu. Responde logo. – Falou ele.

-É...é claro que eu gosto, ela é uma ótima pessoa e além disso é minha chefe. – Respondi inseguro.

-Eu tenho dez anos, e não sou idiota. – Disse ele irritado. – Não foi isso que eu perguntei, eu quero saber se você realmente gosta da minha mãe. – Falou ele me encarando sério.