Primavera Boreal escrita por Fran Pattz


Capítulo 1
Capítulo 1 - Primavera Boreal


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal.
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Como disse em meu perfil, para quem não tenha visto, escrevo fanfics desde de 2009, mas infelizmente, por motivos pessoais, eu dei uma pausa no ano passado e pretendo retornar agora. Por isso, é possível que você já tenha visto antes as fics postadas nesse perfil. Só para que saibam que não é plágio! Se você por acaso já leu/lia algumas delas, e se interessar por voltar a ler, eu estou revisando tudo e pretendo postar todas novamente aos poucos.
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Quanto a essa one. Ela vai ficar dividida em dois capítulos para não ficar muito grande. Eu já a tinha postado antes, mas como tinha excluido tudo daqui, estou postando-a novamente. Até porque existe uma short-fic que eu escrevi inspirada nela e que só terminei agora, então antes de postar a short, estou postando novamente Primavera Boreal que deu origem a ela.
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Sejam muito bem vindos e espero que gostem! Por favor, após ler, se você gostou ou odiou, deixe um comentário. E se acha que vale alguma indicação, deixe uma também. Vou adorar ler, seja elogio ou critica.
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Beijos,
Fran.



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Primavera Boreal

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"(...) somos como madressilva quando se enrola à volta do ramo da aveleira: uma vez a ela ligada e presa, ambas podem durar juntas eternamente, mas, se as querem separar, a madressilva morre em pouco tempo e o mesmo sucede à aveleira.Tal é o nosso caso: nem vós sem mim, nem eu sem vós!" (Trecho do Livro Tristão e Isolda.)

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Abril de 1996

O amor é como andar nos espinhos, você pode se furar, mas se vier comigo te dou minhas pantufas, furo-me por ti.

(Jason 7 anos, declaração para July, 5 anos)


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"Por aqui Bells, cuidado com os galhos." ele pegou minha mão.


"Edward!" choraminguei. "Vamos voltar, estamos nos distanciando da casa e está ficando escuro". continuei enumerando as razões pelas quais devíamos voltar para casa de campo de sua família.


Ele revirou seus olhos verdes.


"Bells, deixe de ser medrosa, tenho 12 anos e já estou grande." abriu um grande sorriso. "Eu te protejo."


Era sempre assim, desde que nasci. Nossas famílias moravam na mesma rua desde antes de nós e assim continuaram. Eu era filha única e Edward tinha dois irmãos, Alice e Emmet, meus amigos também, mas não como ele.


Nossas mães costumavam dizer que éramos "unha e carne" desde o berço e nunca me atrevi a duvidar. Ele era meu melhor amigo e fazíamos tudo juntos.


"Deixe de ser bobo, Ed." bufei. "Você só é um ano mais velho que eu."


"Bells, em um ano muitas coisas podem acontecer sabia?" perguntou me guiando. "Tenho uma vantagem muito grande sobre você, então deve seguir minhas ordens."


Começava a me arrepender de ter aceitado a sua idéia maluca. Onde estava com a cabeça quando decidi procurar as amendoeiras em flor?


Nossas mães eram sócias em uma grande e linda floricultura em Chicago, crescemos aprendendo a amar as flores e por isso éramos fascinados pela primavera. Vivíamos escutando dos nossos pais que essa era a estação do amor, já que foi na primavera que ambos se conheceram e começaram a namorar.


Em vez de histórias de contos de fadas, antes de dormir, gostava que Renee me contasse sobre as diversas lendas e tradições das flores. Era incrível a quantidade de histórias que existiam por aí.


Vim para casa de campo a pedido de Esme, eu não queria, estava com raiva de Edward. A primeira briga que tínhamos desde... sempre. Antes ele vivia comigo na floricultura ou na estufa ajudando com as flores, mas agora que havia mudado de escola e completado seus imbecis doze anos, não queria mais fazer isso, alegando que seus amigos da escola nova iriam chamá-lo de mulherzinha. Revirei os olhos mentalmente.


Garotos eram muito esquisitos.


Agora eu vivia na estufa e na floricultura sozinha, ele nunca mais queria me acompanhar e por isso estava chateada e decidi que não passaria essas férias com os Cullen, porém Esme havia me pedido de todas as formas para vir e eu acabei aceitando, mas convicta a não falar com seu filho. Só que foi chegarmos para ele se aproximar. Depois descobri por Alice que ele tinha implorado a mãe que fosse em casa me chamar, não preciso dizer que Ed quase matou a irmã por me contar esse detalhe.


Achei por bem de voltar a falar com ele, mas disse que se me deixasse de lado por causa dos novos amigos, não haveria uma segunda chance.


Então estávamos aqui, procurando as amendoeiras em flor. Eram as minhas preferidas e Ed disse que iria encontrá-las como pedido de desculpas, mas estava anoitecendo e nada de acharmos.


Parei cansada e coloquei as mãos nos joelhos. "Não consigo continuar." balancei a cabeça.


Ele fez aquele olhar de cachorro pidão, sabia que me afetava. Aproximou-se. "Por favor, Bells." me ergueu, segurando minhas mãos. "Já está perto, a clareira é logo ali. Só mais um pouquinho, sim?"


Não ia agüentar, minhas pernas e pés doíam.


"Olha, vamos sentar ali em baixo daquele árvore uns minutos para você descansar. É melhor mesmo, não quero que se canse muito." sentou me puxando para fazer o mesmo ao seu lado e me olhou com os olhos estreitados. "Se estiver muito cansada, podemos voltar." abaixou a cabeça. "Eu só queria me desculpar com você encontrando sua flor preferida. Tenho certeza que as vi aqui no ano passado."


"Não." falei firme. Ele sempre ficava mal quando não conseguia cumprir algo que me prometia. "Já estou melhor, vamos continuar." me levantei sendo seguido por um Edward sorridente.


Mais uma vez, garotos são esquisitos.


"Se você se importa tanto comigo..." comecei sem esconder minha mágoa e meu bico. "Porque me trocou por seus amigos? Teríamos evitado esse trabalho todo de procurar a clareira."


No momento que terminei a pergunta, ele desviou os olhos dos meus. Fiquei confusa, aquilo foi estranho.


"Ei" cutuquei seu ombro com nossas mãos entrelaçadas. "O que foi?"


Demorou alguns segundos para que me olhasse. Deu de ombros. "Nada." sorriu. "Você tem muita imaginação, Bells. Eu só segui os conselhos de Mike e Tyler..." Arregalou os olhos e parou de falar abruptamente como se houvesse dito mais do que devia.


Suas palavras estavam me deixando mais confusa. Conselhos dos seus amigos da escola nova? O que isso tinha a ver comigo?


Dei de ombros.


A cada momento me convencia mais como garotos eram estranhos. E isso me lembrava do fato de que não queria casar nunca.


"Chegamos!" fui tirada de meus pensamentos por sua exclamação, dei uma olhada ao redor, o que me fez arregalar os olhos.


A clareira era perfeita, sempre tinha ouvido falar dela, mas era a primeira vez que a via. Os adultos proibiam as crianças de virem sozinhos. O que me lembra que saímos escondidos.


"Olha, as amendoeiras Bells!" Edward correu e voltou com algumas nas mãos. "Como eu prometi." eu amava quando ele sorria. "Então" Abaixou os olhos, ele estava corando e eu não sabia o porquê. "Você me perdoa?" me fitou em expectativa.


Me aproximei pegando as amendoeiras de suas mãos e beijei sua bochecha. As flores eram tão lindas, sempre ficava encantada quando as via.


"Você está perdoado, Edward Cullen." eu nem conseguia sentir raiva dele mesmo.


Em resposta as minhas palavras, recebi um de seus deslumbrantes sorrisos e um abraço. "Obrigada, Bells! Prometo nunca mais te decepcionar."



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Março de 2002

"Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente."
(Billy, 4 anos.)

...


"Então, já pode me dizer porque estamos aqui?" perguntei fitando o chão. Estava triste e não queria muito conversar.


Não pude deixar de pensar como a vida é meio louca. Desde meus 13 anos havia descoberto que estava apaixonada por meu melhor amigo, mas nunca tive coragem alguma de confessar. Era evidente que ele me via como uma irmã. Agora eu tinha 17 anos, e Edward estava indo para NY estudar medicina.


Eu estava feliz, era seu sonho desde garoto e enfim iria realizá-lo, mas não podia deixar de pensar que era longe e que lá provavelmente ele iria conhecer muitas garotas na Faculdade e começaria a namorar.  Agradecia a Deus por nunca ter conhecido nenhuma das meninas que ele tinha tido algo e o fato de ele nunca ter namorado sério com ninguém. Poderia ter sido pior.


Era noite e ele iria embora pela manhã. Quando fui em sua casa para me despedir, pediu que o seguisse até um lugar e aqui estávamos, no nosso parque preferido quando criança. Costumávamos vir todas as noites na primavera, deitar na grama e conversar observando as flores. Ficavam lindas nessa época do ano.


Mas hoje ele estava estranho, nervoso, mexia no cabelo a todo momento e às vezes achava que iria arrancá-lo de tão forte que puxava.


"Você está bem?" perguntei vendo que olhava para todos os lados, como se evitasse meu olhar.


"Bells, eu queria conversar com você." disse ainda sem me fitar. Respirou fundo como se procurasse se acalmar e então me olhou. "Eu estou indo embora, mas antes preciso falar algo que sinto há muito tempo e nunca tive coragem de dizer. Talvez você me ache um maluco, mas agora não importa... Eu sou apaixonado por você há muito tempo e não quero ir para NY sem te fazer uma pergunta." Arregalei os olhos escutando-o falar de forma disparada sem uma pausa para respirar. Ele tinha dito que...? Eu estava sonhando? "Você quer namorar comigo?"


Pisquei achando que a qualquer momento ele iria gargalhar e dizer que tudo não passava de mais uma de suas piadas sem graça.

Seu rosto se contorceu em uma careta e ele coçou a nuca.

"Você não quer, não é?" murmurou. "Eu devia saber que Alice estava mentindo quando disse que você também gostava de mim e estava triste porque ia embora." eu continuava parada sem acreditar nas suas palavras. "Devo ser muito burro mesmo." riu sem humor.

Nessa hora procurei as palavras e soltei a respiração que nem sabia que estava presa.


"Você quer que eu seja sua namorada?" repeti abobalhada. "Então Alice não tinha mentido quando disse que você gostava de mim também." me lembrei das inúmeras vezes que escutava isso, mas sempre me recusava a acreditar.

"Também?" perguntou ansioso. "Então você gosta de mim?"


Mexi minhas mãos de forma nervosa, não havia mais como escapar. "Gosto." confessei sem fitá-lo. "Isso já tem um tempo, mas nunca tive coragem de... você sabe." dei de ombros corando. "Sempre fomos amigos e você me via como irmã e eu..."

Fui interrompida por seus lábios que se fecharam sobre os meus. Senti todo meu corpo estremecer, sua língua pediu espaço e eu prontamente atendi.


Era como ser criança e ganhar de presente dos pais algo que se desejou por muito tempo, e te deixou noites sem dormir. Minhas mãos foram para seus cabelos bagunçados e as suas estavam na minha cintura e na minha nuca.

Só paramos quando respirávamos com muita dificuldade.

Ele encostou sua testa na minha enquanto esperávamos que as nossas respirações normalizassem. "Isso foi bom." sussurrou. "Muito bom, na verdade." sorriu. "Sempre imaginei como seria beijar a minha melhor amiga."

Rimos juntos com suas palavras.


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Março de 2008, tempos atuais

"O amor é quando ele não ri porque você caiu, e sim te dá a mão
e assopra seu machucado."

(Katlin, 4 anos)

...

Sorri envolvida em lembranças, pensar em tudo o que Edward e eu vivemos sempre me deixava boba. Levantei da cama indo em direção a estante de livros e encontrei o que procurava.


Seu caderno de anotações.

Era todo preto, simples e sem espiral parecendo mais uma agenda. Ele havia me dado de presente há alguns anos, estava repleto de fotos, anotações de momentos importantes, suas citações e frases favoritas. A maioria das páginas eram com coisas sobre nós dois e eu não passava um dia sem olhá-lo. Edward sempre teve bom gosto para a leitura e escreveu muito bem.

Diante de mim havia duas estradas: eu escolhi a estrada menos percorrida, e isso fez toda a diferença.” (Robert Frost)

Me lembro do dia que me mandou ler essa citação, eu estava triste e pensava em parar de escrever um livro ao qual vinha me dedicando a algum tempo, ele sempre me dava forças. Passei mais algumas páginas. Sorri.

Lá estava ela.

Seca e sem vida, mas as recordações eram o que mais importava. Havíamos decidido guardar a amendoeira em flor que ele me deu no dia que me pediu em namoro. Após ganhar seu caderno de anotações, coloquei-a entre as páginas e nunca tirei de lá. Quando Edward foi para Faculdade, não passava um dia sem que nos falássemos, e um ano depois eu também estava em NY estudando Literatura.


Fui tirada dos meus pensamentos com as batidas na porta.

"Bella?" era Alice. "Está pronta?” murmurou. “Temos que ir logo ou nos atrasaremos..."

"Estou descendo Alice!" respondi.

Estava na hora.


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Junho de 2004

"Amor é quando você fala para um garoto “linda camisa ele está vestindo”
e aí ele a veste todo dia."

(Noelle, 7 anos)



You belong to me - Lifehouse
*link da música no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=IFPELvgiYiA


...


“Amor?” chamou tateando a cama, ainda sem abrir os olhos. Sorri com a cena.

Acordei antes dele e resolvi tomar um banho saindo com cuidado para não acordá-lo. Morávamos juntos há alguns meses. Haviam se passado dois anos que ele veio para a faculdade.

“Estou aqui, dorminhoco.” respondi enquanto enxugava meus cabelos com a toalha. Ele abriu um olho para me procurar.

“Por que levantou tão cedo? Hoje é domingo, amor.” seus olhos estavam apertadinhos por conta do sono. “Volta pra cama, vai.“ pediu com seu bico que sabia que eu não resistia. “Tá frio, vem aqui.”

Ri de seu olhar de cachorro pidão. Joguei a toalha em qualquer lugar e deitei, na mesma hora sendo envolvida por um braço que me puxou para perto do seu corpo.

Veja as pirâmides ao longo do Rio Nilo
Observe o nascer do sol numa Ilha tropical
Mas querida, lembre-se o tempo todo
Que você pertence a mim.


“Não gosto de acordar e não ver você na cama, amendoeira.” ficou sobre mim e me deu vários beijos no rosto. Ri desse apelido ridículo. “A partir de agora, você está proibida de sair da cama sem mim.”

“Edward, isso é muito infantil.” impliquei.

“Eu sei, mais idaí?” deu de ombros e desceu os beijos para meu pescoço. “Você me deixa meio bobo mesmo.”


Veja os grandes mercados,
Me mande fotografias e lembranças.
Quando um sonho se realizar,
Lembre que você pertence a mim.


Começou a alisar minha barriga por baixo da blusa larga que estava vestindo, o que me arrepiou. Levantei os braços para ajudá-lo a tirá-la. Por baixo dela, estava apenas com uma minúscula calcinha, e quando a viu, ele ofegou. Ajudei-o a tirar sua boxer e ele rapidamente tirou minha calcinha.

Gememos juntos quando seu membro roçou minha entrada e ele me penetrou lenta e torturantemente. Respirou fundo no meu pescoço e começou a se mover sobre mim.

“Bells.” grunhiu aumentando as estocadas e respondi gemendo mais alto quando senti seus dedos estimulando meu clitóris.“Geme o meu nome.” ofegou.

“Edward.” comecei a subir meu corpo para encontrá-lo, aumentando a fricção entre nossos corpos.

Suspirou enquanto mordia meu pescoço. ”Eu amo quando você faz isso.” Em um ato rápido, girou nossos corpos e nos levantou me deixando sentada em seu colo.

Levou suas mãos para minha cintura e começou a coordenar meus movimentos. Após alguns minutos, seu aperto na minha cintura afrouxou e isso indicava que estava perto assim como eu.

Comecei a rebolar em seu membro, sabia como ele amava quando fazia isso.

“Bells.” afundou a cabeça em meu ombro. "Rebola mais.”


E eu vou ser tão sozinho sem você.

Voe pelo oceano, num avião prateado
Olhe para a selva, quando ela esta molhada de chuva
Mas quando chegar em casa...
Lembre-se que você pertence a mim.


Aumentei a velocidade dos meus movimentos, senti a pressão em meu baixo ventre e então gozei. Edward voltou a segurar minha cintura e deu algumas estocadas se derramando dentro de mim.

Deixou-se cair na cama exausto comigo sobre ele. Levei uma mão até seus cabelos e comecei a acariciá-los sentindo seu dedo traçar levemente um caminho por minhas costas, me arrepiando.

"Amo você, amendoeira.“ sussurrou beijando o topo da minha cabeça. “Por todas as primaveras.”

Ri lembrando de que nós sempre dizíamos isso quando criança.

“Também te amo.” murmurei sonolenta. Aconcheguei-me mais confortavelmente sobre ele. “Por todas as primaveras.”



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Notas finais do capítulo

Essa é a primeira parte. Já vou arrumar a segunda para postar.
Espero que tenham gostado!
Beijos.
Foto das amendoeiras em flor: http://raiosdesul.blogspot.com/2006/12/amendoeiras-em-flor.html
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Amo essas flores! rs :
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P.S: Essas frases que usei na história são reais, de crianças com algum tipo de doença, é só procurarem no google que vocês encontrm.



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