Victória POV

Amizade colorida? Era tudo o que eu queria depois de sair de um relacionamento e já que não queria me envolver sério com mais ninguém. Zayn me vinha como amiga, isso era absoluta certeza, então não seria problema de vez em quando aproveitarmos um pouquinho dessa amizade.

– Que vontade de te dar um beijo agora. – Zayn sussurrou em meu ouvido.

– Malik, se controle. – ela riu de leve. – Mas eu também estou morrendo de vontade.

– Vamos lá dentro pegar mais comida e bebida já que o esfomiado do Niall comeu tudo? – Zayn me olhou perguntando a mim.

– Vamos. – respondi sorrindo já sabendo o que ele queria de verdade.

Retiramos-nos e fomos para a cozinha. Zayn me empurrou para trás da geladeira e começou a beijar meu pescoço, ele estava fogoso, realmente tinha gostado da nossa ‘’amizade colorida’’ assim como eu também, não nego. Apertei um pouco sua bunda, eu tinha tara por bundas masculinas e não resisti a de Zayn, ele apenas riu de leve e colou sua boca na minha explorando-a com a sua língua, ele apertava forte minha cintura e mordeu de leve meu lábio inferior.

– E essa comida que demora tanto? – Niall entrou gritando e nos arrumamos.

– Estávamos comendo um pouco aqui antes que você acabasse com tudo ao chegar lá. – eu ri de Zayn tentando disfarçar.

– Engraçadinhos, agora eu to aqui e ainda com fome. – Niall disse já beliscando a comida.

– Então vamos para fora? – Disse rapidamente para aliviar a tensão que eu estava. Porque Zayn sempre parecia calmo.

– Eita, mas o que é isso no seu pescoço, Lucca deixou de presente antes de ir embora? – Niall disse olhando o chupão do meu pescoço e riu.

– Pois é, queria que eu não me esquecesse dele. – forcei um riso, e me retirei rápido naquela situação um pouco constrangedora. Ninguém poderia nem sonhar sobre a minha amizade com benefícios com o Zayn.

Valentina POV

Era tão calmo tudo, sereno quando estava com Hazza. Mas eu iria acabar machucando-o se começássemos algo de verdade. Arthur chegou para justamente colocar isso em dúvida, e eu não gostava desse fato.

– Vou pegar o not ok? Já eu volto. – disse beijando a testa de Harry.

– Não demore ou vou ter que ir atrás de você mocinha. – ele sorriu de leve.

Retirei-me da varanda e fui ao meu quarto, na verdade meu quarto e do Harry, seria estranho dormir com ele essa noite, mas sei também que ele saberia que agora não era a melhor hora para jogos, não hoje depois dos meus pensamentos estarem tão confusos. Cheguei ao quarto e nem tive a preocupação de fechar a porta, só pegaria o notbook e sairia.

– Valentina. – uma voz veio do fundo e me virei, era Arthur.

– O que quer agora? Não estou para provocações. – eu disse um pouco rude.

– Não vim aqui para isso, vim aqui porque sei o que está sentindo. Ou esqueceu que eu te conheço bem? Seus pensamentos estão confusos, e há algo mais, uma coisa que você sempre tem medo, e ainda não superou pelo jeito. – ele disse me relembrando de quando eu lhe contava tudo, ele além de meu namorado, tinha sido um ótimo ouvinte.

– Esqueça sobre isso, eu não quero ficar pensando nisto ok Arthur, você sabe que parece coisa boba mais me machuca sempre que acontece. – eu disse me sentando na cama e abaixando a cabeça.

– Por isso vim, ninguém melhor do que eu pra saber o que está sentindo, já conheço isso. – ele disse se sentando ao meu lado e levantando meu queixo.

– Com segundas intenções é claro. – eu disse o encarando.

– Isso é verdade, não posso mentir que tudo que se relaciona a você eu tenho segundas intenções, porém boas. Eu te quero de volta Valentina, será que não entende isso? Se entrega a este sentimento. – ele segurou meu rosto e senti seu rosto se aproximar, seu hálito era fresco e ele me beijou, não concedi passagem para a língua, eu queria e não queria ao mesmo tempo. Não sou de ter recaídas, aquilo não era eu, era alguém apenas que estava sentindo falta do amigo talvez? Arthur sempre soube me acalmar, aquilo era minha fraqueza. Mas eu não iria deixar isso ser mais forte que eu. Mesmo sem certeza, minha mente me dizia que aquilo era passado, um passado que foi bom, mas precisava ser deixado de lado, porque se render a ele não faz parte de mim.

– Eu sinto sua falta... – fiz uma breve pausa. – Mas sinto sua falta como o amigo, o meu companheiro que me ajudou quando precisei. – disse encarando seu rosto e tirando suas mãos do meu.

– Tudo bem Valentina, você vai perceber que não é exatamente isso de fato. – ele disse e se retirou dando um sorriso fraco.

Aquilo teria que ficar entre nós, ele me beijou mesmo que eu não tenha retribuído, o beijo geraria confusão, além do mais, ele é o único que conhece certos sentimentos, medos e inseguranças a fundo de mim. Voltei a varanda e Harry estava sério, distante em pensamentos. Sentei-me ao seu lado.

– Porque está assim tão pensativo? – eu perguntei tentando fazer contato visual mais ele nem me olhava.

– Foi um tempo curto que tive para pensar aqui, mas cheguei talvez a uma conclusão. Você não é pra mim Valentina, é confusa e se perde em seus pensamentos enquanto eu aqui fico esperando você desembaralhar tudo isso, mas na verdade eu acho mesmo que sabe o que quer. Quer ter seus joguinhos comigo e depois ficar com quem já é seu passado, provavelmente presente e futuro.

Aquelas palavras me deixaram sem fala e eu mal pude responde-lo, vi ele saindo da varanda e não pude fazer nada, não tive reação, o que falaria depois de tudo isso que ele havia me dito? Meu coração doía, e não devia. Harry teria desistido de mim com certeza, eu sempre complexa demais para ser compreendida, e calada sobre meus sentimentos mais guardados, estraguei tudo novamente?