_ AAAAAAAAAH! - gritei enquanto era arremessado do portal e batia minha cara de encontro a algo muito duro.

Então Leonard saiu do portal calmamente, e disse num tom extremamente casual:

_ É, pelo jeito, hoje não é um bom dia para Sadie.

_ PRA SADIE ?! E eu ?! Minha cabeça parece que vai explodir! - berrei, muito "P" da vida.

_ Calma aí, Félix! - ele fez um gesto de paz com as mãos, e depois me ajudou a levantar. Desgrudei a minha cara de um piso de mármore.

Então notei onde estávamos. Em cima de um prédio vermelho e branco, feito de mármore, de 1000 andares. E, acredite, eu não estou exagerando. Eram 1000 andares mesmo.

_ O que é esse prédio ?! - perguntei.

_ Era uma grande biblioteca, a maior do mundo, mas agora é um estúdio. Essa biblioteca ficava em uma espécie de oceano. - meu amigo respondeu.

_ Oceano ?! - eu repeti, confuso. _ Explica melhor, Leonard. - pedi.

Antes de explicar, ele falou:

_ Fico feliz que me chame pelo nome. Putz, é realmente muito estranho ver você me chamando de tio.

Então começou a explicar:

_ Esse '' oceano'' que eu digo, é tipo uma... linha. Uma zona intermediária entre as duas dimensões, a normal e a dos livros. Os Bookers podiam passar para a dimensão dos livros usando essa "linha", que também é uma espécie de... túnel, vamos dizer. Os personagens podiam fazer o inverso, ir para a dimensão normal, também por esse túnel, mas tinham que ser invocados pelos humanos, e ainda têm. Essa passagem vai ser muito importante em sua vida como Booker, pois é somente através dela que você poderá transportar os personagens para o nosso mundo, ou ir para o mundo deles. Na verdade, sem essa passagem, ser um Booker não teria sentido, pois não poderíamos canalizar nossos poderes.

_ Certo, mas... os Bookers vivem nessa passagem ?

_ Vivem embaixo dela.

_ Hã ?!

Então de repente o mundo girou 360 graus, e depois 180, mas para baixo. Logo em seguida, uma lufada de vento nos puxou e estávamos caindo do prédio. Eu gritei tanto que tive certeza que minhas cordas vocais iam explodir.

Mais um giro de 360 graus - para baixo – e eu me vi escorregando por um cano de esgoto. Depois uma luz que parecia ser o próprio Sol apareceu.

Estava muito calor. Eu já podia sentir meu corpo se derretendo.

Outra imagem estranha: oito mil pessoas vestidas como monges ( tanto homens e mulheres quanto meninos e meninas) saindo do cano de esgoto - com vendas nos olhos e agasalhos enormes por cima das túnicas de monges, como para se proteger do frio, embora estivesse calor -, cada uma deles junto a pelo menos oito personagens antigos ou atuais de livros famosos antigos ou atuais, entrando numa biblioteca que parecia ser do tamanho da China.

_ Vamos, Félix - comandou Leonard me puxando pelo braço direito e saindo do cano junto comigo, em direção à biblioteca _ Venha conhecer a Casa dos Bookers.