O som foi alto e claro, parecendo ecoar por seus ouvidos, fazendo com que o homem franzisse o cenho longamente, incomodado. Apesar disso, o dedo fez seu caminho em direção à mesa novamente, chocando-se contra a madeira e criando o mesmo som baixo e irritante de antes, um claro sinal de tédio, e talvez impaciência, a considerar o fato de que não havia mais nada que o homem vestido em roupas pretas pudesse fazer, senão ouvir aquele som em especial.

Bufou, deixando o aborrecimento que sentia de lado por um momento. Apesar disso, não conseguia afastar todo o sentimento de profunda irritação quanto à constante demora do homem que, supostamente, deveria encontrar em seu escritório. E uma das coisas que mais o incomodava era esperar, tendo como única opção bater seus dedos contra a mesa, por vezes encarando o relógio de pulso que possuía, como se estivesse contando quantos minutos haviam passado para, mais tarde, mostrar a seu convidado o quão pontual podia ser. Além disso, servia para lembrar a si mesmo que estava esperando havia um tempo, e chegara a um extremo ponto de tédio, levando-o a considerar seriamente a possibilidade de sair dali, ignorando o atraso e as ordens para esperar mesmo assim.

Este era o único motivo de o homem de preto ainda estar ali. Do contrário, já teria saído a muito, muito tempo.

(...)