Pokémon Fantasy escrita por Lawliette


Capítulo 20
Capítulo 19: Chamas Azuis




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Um estrondo.

Isso e seu nome sendo sussurrado diversas vezes era o que conseguia ouvir. Porque, ao seu redor, não era mais a arena que estava antes, e sim a parte de fora do estádio onde estava participando de seu Contest, no lugar onde compravam seus ingressos, como se tivessem se passado várias horas desde que estivera na arena. Ela presumiu que aquilo que estava vendo era depois do Contest, pois isso era confirmado pelas várias pessoas que saiam de onde havia entrado horas antes.

Aquilo não era o mais importante na cena. Podia ver Satoru encarando-lhe com um olhar assustado, como que com medo de que Larysse se aproximasse dele. Mas havia um problema naquela cena. Larysse estava vendo a si mesma, como se fosse seu reflexo. Ela não estava exatamente ali, participando da cena, estava apenas observando o que ela mesma estava fazendo. E, em si mesma, havia um olhar com uma mistura de raiva e mágoa. A menina ficou confusa, se perguntando o que havia acontecido.

Satoru parecia querer dizer algo, mas ao invés disso, apenas assentiu em resposta, mostrando um misto de vergonha e culpa.

Um flash interrompeu a imagem, e viu o rosto de Satoru mais uma vez, como se tivessem passado poucos segundos desde a primeira imagem e esta fosse sua continuação. Ele estava chorando. As lágrimas caiam rapidamente por seu rosto, e por um momento, ficavam suspensas antes de finalmente cair em direção ao chão. Outro flash. Um borrão. Um estrondo.

Agora, algo cortava o ar, provavelmente uma enorme espada brilhante. Dessa vez estava num campo, e a alguns metros a sua direita, podia ver a estrada. Khurtnney estava ao seu lado, e mais uma vez, estava vendo a si mesmo correndo. Khurtnney se colocou na frente dela, parecendo protetora.

Voltou a olhar para o foco principal do que estava vendo. Assim que a espada atingiu o que queria cortar, um estrondo se foi ouvido, como uma explosão exatamente como o estrondo que ouvira antes. Então pôde ver um borrão branco, correndo rapidamente na direção de duas garotas. Uma delas era Lawliet, a outra era uma menina de cabelos castanhos, aparentando ser da idade de Satoru. O borrão branco saltou diretamente para as duas. Um grito foi ouvido e então o que parecia ser uma coluna de escuridão foi lançada em direção a ele, e obscurecer toda a sua visão, impedindo-a de descobrir qual Pokémon fora o dono daquilo.

Piscou, fechando os olhos por um breve momento, e quando os abriu, estava de volta ao campo da arena Pokémon, com a platéia gritando ao seu redor e a mesma mulher que havia levado-a para a sala dos treinadores estava a sua frente, parabenizando-a. Ela estava andando, como se sempre tivesse feito isso, e não pareciam ter se passado mais do que alguns minutos. Larysse piscou diversas vezes, como que para ter certeza de que as duas coisas realmente haviam acontecido. Mas o que exatamente havia acontecido?

Tinha certeza de que não eram pensamentos que surgiram de repente. Não que Larysse não tivesse imaginação, mas não podia simplesmente imaginar aquilo no meio da sua vitória do Contest. Assim como não imaginara que vira o futuro em Jubilife. Era exatamente como naquele dia, na frente do Ginásio de Amber. Será que aqueles acontecimentos que vira há pouco eram uma visão do futuro? Estremeceu com esse pensamento, e deixou ser conduzida pela mulher.

Ela a levou para a primeira sala em que havia ficado antes, e deveria esperar ali até que finalmente fosse chamada de novo para decidirem as colocações. Ao contrário da primeira vez que ela e Khurtnney estiveram naquela sala, o número de crianças havia diminuído consideravelmente, reduzido a poucos treinadores e seus Pokémons, incluindo Drew com seu Turtwig. Não conseguiu conversar com Khurtnney sobre o que havia visto, mas não podia deixar de se sentir feliz com sua vitória.

***

Satoru olhou-se no espelho mais uma vez. Não sabia quanto tempo estivera ali olhando para si mesmo e tentando dizer para seu próprio reflexo que precisava voltar. Saíra da platéia do Contest antes mesmo de ver qualquer coisa. Havia... Muitas pessoas ali, e elas estavam perto demais, e por todos os lugares. E para ele, isso era mais do que podia suportar. Logo depois, o menino saíra, sem nem mesmo ver a primeira apresentação, e estava perambulando por aí desde então, tentando se acamar a tempo de voltar e ver a apresentação de Larysse. A pressa de sair de sair de lá fora tanta que deixara seus Pokémons lá, junto com Clair.

Ainda assim, as lembranças continuaram indo até ele, juntamente com o nervosismo e o medo por lembrar-se daquele maldito dia, e junto com ele, os sintomas de seu trauma que certamente não gostaria que voltassem tão cedo, claros como a luz do dia. O suor frio, o nervosismo, observando ao redor como se alguém estivesse perseguindo-o, medo de qualquer pessoa chegar perto demais, como se essa pessoa fosse um Cavaleiro em potencial, pronto para torturá-lo novamente, reviver o terror antigo.

Tirar-lhe sua inocência.

Era tudo tão claro que qualquer um que olhasse para o menino naquele momento podia dizer claramente o motivo de estar fazendo tais coisas, o motivo de ter tais reações, de ter saído da platéia tão subitamente, deixando até mesmo seus Pokémons para trás para ficar sozinho. Não que não quisesse sua companhia, era só que não achava justo que Growlithe, Maya e Typhon fossem privados de ver como um Contest funcionava. Ou de ver Larysse.

Certo. Também não era justo que Satoru tivesse que estar lá para vê-la quando estava a ponto de ter um surto. Mas, ainda assim, era a primeira vez que Larysse iria se apresentar de verdade, num Contest de verdade. Então, o que ele estava fazendo ali?

A resposta lhe veio imediatamente: Por causa de seu trauma, que deveria ter sido superado até aquele ponto. Mas Satoru não conseguia evitar os pesadelos, os pensamentos, as preocupações, o medo de que o Cavaleiro voltasse para assombrá-lo. Fizera isso dias atrás, o que poderia impedi-lo de aparecer agora mesmo?

Será que era por isso que seu pai não quisera que ele saísse? Por medo de que coisas como aquela pudessem acontecer? Não parecia. Pelo menos não depois que de repente, sem mais nem menos, seu pai o despachara de casa, como se não o quisesse mais por perto. Por vezes tentara imaginar Thomas, que tentara deixar o filho seguir seu sonho junto com um Growlithe. Mas porque seu pai não ligara até agora? Porque não gostaria de saber sobre ele e como estava se virando no mundo lá fora, tendo o céu como o teto?

Ele não ligava para nenhum Centro Pokémon, e nas vezes que Satoru tentara conversar com o pai, ou ninguém atendia ou estava sempre ocupado. E havia ligado nos horários que sabia que seu pai estaria em casa. Se não fosse Clair no grupo deles, não teria mais nenhuma prova de que Thomas se importava com o filho.

Afastou aquelas ideias malucas, criadas no calor de um quase surto, e pensou em tentar voltar para a platéia e torcer para Larysse. Ou pelo menos ficar lá durante suas apresentações. Com essa ideia na mente continuou olhando para a face assustada e imóvel de si mesmo refletida no espelho do banheiro, e não soube quanto tempo se passou.

Passou a andar em círculos, mas com o canto do olho, ainda podia ver sua própria expressão, e se martirizou por parecer tão assustado. Aborrecido co aquilo, tirou sua Pokedex do bolso e começou a... brincar com ela, assim como seu pai havia ensinado. Não era muita coisa, na verdade, somente mexer em coisas em que os outros não saberiam ou nem pensariam em mexer, com medo de quebrar ou danificar o sistema. Novamente, lhe veio a ideia de ensinar a Larysse o que sabia fazer, caso viesse a ser útil algum dia, e imediatamente se sentiu culpado por não estar na platéia.

Perdeu a noção do tempo rapidamente. Não sabia se estava ali somente meia hora, ou uma, ou apenas minutos. Os pensamentos e a Pokedex o distraiam, e logo ele parou de se preocupar em quanto tempo havia passado ali.

Ouviu o som de passos ao longe. Surpreendeu-se, pois fazia tempo que o único som que ouvia era o dele mesmo. Surpreendeu-se também porque não era apenas um par de passos, e sim vários passos de várias pessoas, todos ao mesmo tempo. O menino arregalou os olhos. Poderia ter passado tanto tempo assim ali, distraído consigo mesmo? Não parecia ser possível. Mas guardou a Pokedex no bolso e saiu para poder confirmar que estava louco e não havia ninguém ali.

Infelizmente, estava errado. Havia sim pessoas ali, várias delas, e teve a forte impressão de que estavam indo embora. As pessoas falavam animadamente, dizendo o quando o Contest fora legal, o que confirmava as suspeitas do menino.

O garoto quase entrou em desespero. Onde estaria o resto de seu grupo? E seus Pokémons? Assim que isso lhe veio a mente, se repreendeu, xingando a si mesmo dentro de sua mente. Como pudera ser to irresponsável e deixar seus pokémons sozinhos no meio de uma multidão? E se tivessem ido procurá-lo e acabassem perdidos?

Respirou fundo, e obrigou a si mesmo a se acalmar, e então, com um grande esforço, esgueirou-se por entre as pessoas, abrindo passagem para seguir na direção oposta em que andavam. Seu coração batia descontroladamente em seu peito, e podia sentir um grito em sua garganta, mas não permitiu que saísse. Cada pessoa que esbarrava nele, mesmo que por acidente, forçava-o a sufocar um grito, e um flash surgia em sua mente, mostrando a face o Cavaleiro Negro, quase como se ele realmente estivesse ali. E então, tão rápido quanto aparecia, sumia deixando-o confuso. Foi depois de muito esforço que conseguiu chegar até a entrada por onde as pessoas estavam saindo, e assim que chegou, afastou-se delas o suficiente para que não o tocassem.

Sua respiração estava pesada, e o coração martelava em seu peito, tanto de medo quanto de desespero, causado pela preocupação. Suas mãos tremiam enquanto brincava com elas, na tentativa de parecer um garoto normal que esperava pelos pais ou algo assim. Não queria parecer especial. Não queria ser percebido. Apenas queria esperar para ver se encontrava Clair ou Larysse, e então tentaria se desculpar por não ver sua apresentação.

Alguns minutos se passaram, até que finalmente, algo chamou sua atenção. Algo como a sensação que tinha todas as vezes que era forçado a prestar atenção na... Na voz de um Pokémon. Ouvira a voz de um Pokémon.

– É esse cara aqui? – Perguntou uma voz fina, e assim que olhou na direção do dono da voz, encontrou uma pequena criatura cinza andando rapidamente por entre as pessoas, acompanhado de um cachorro de fogo.

– Skun...? – Perguntou o menino, esquecendo-se de que não sabia se aquele era o nome de seu Growlithe ou não.

– Ali! Olha ele ali! – Exclamou o cão, percebendo a voz de seu treinador. Correu rapidamente para fora do caminho das pessoas junto com o Zorua de Lawliet. Seus olhos azuis parecia brilhar, mas antes que Satoru pudesse confirmar, ele voltou a ter a cor normal, e o menino se perguntou se não havia imaginado aquilo.

Uma grande onda de alivio se encheu sobre ele, feliz em ver o cão indo ao seu encontro. Growlithe pulou sobre ele, e o menino se agachou para fazer-lhe carinho, enquanto Zéphiro os encarava.

– Satoru! – Chamou Growlithe mais uma vez. Logo atrás dele, o resto do grupo, e para o alivio do menino, seus Pokémons, surgiram também correndo até ele.

– É esse? – Perguntou o Zorua, aos pés do garoto.

– Aham. – Assentiu o cão, e então voltou sua atenção para Satoru. – Onde você estava? Sumiu a apresentação inteira!

– Sumiu? – Perguntou Larysse, aproximando-se do garoto. Como de costume, Khurtnney estava em seu ombro.

– Sumiu. – Confirmou Maya, parecendo indignada. – Nem viu a apresentação da Larysse. Mas ela foi incrível! E a Khurtnney também! Devia ter visto as batalhas, muito uau.

– Você não me viu? – Perguntou a menina, ignorando a Buizel. – Por quê? O que aconteceu?

Satoru não respondeu. Como poderia dizer que havia saído só porque havia pessoas demais que estavam perto demais? Que tudo havia sido por culpa de seu trauma? Além disso, será que ela entenderia?

De certa forma, também se sentia culpado. Prometera que a veria, ainda mais sendo seu primeiro Contest. Prometera a ela que a veria, e ela prometera que o veria em sua primeira batalha de Ginásio, e ela o via, mesmo que o menino tivesse perdido miseravelmente. Mas ele não estivera lá para vê-la, tudo por causa de um trauma idiota a qual não conseguia controla, nem mesmo para sua amiga.

– Foi por causa... – Larysse hesitou ao dizer, como se tivesse medo de continuar. – Daquilo, não é?

Satoru não podia dizer que não sabia do que ela estava falando, mesmo que nunca houvesse dito uma única palavra do que o incomodava, mas assentiu mesmo assim, incapaz de encontrar a voz para respondê-la apropriadamente. E, por um momento, se afastou dela, pressionando as costas na parede, mesmo que fossem poucos metros que os separavam.

Os Pokémons de ambos alternavam os olhares entre os dois, tentando entender o que havia acontecido, mas ninguém explicava. Ninguém parecia querer explicar. Larysse ficou com uma expressão estranha, que Satoru não pode decifrar, e então se virou para o resto do grupo, murmurando algo como “vamos embora”. Altaris lhe lançou um olhar malvado, como se dissesse: “Você fez merda!”, mas o menino o ignorou.

O que havia exatamente conhecido? Larysse estava brava com ele, feliz, o que? Será que o perdoaria? E ela, será que havia ganhado ou perdido?

Isso foi respondido rapidamente por Altaris, assustando o garoto. Logo, ele e Maya estavam contando como havia sido a apresentação e as batalhas, enquanto um pouco a frente deles, Alyss, Lawliet, Clair e Larysse conversavam baixinho, por vezes lançando olhares suspeitos para Satoru. Alguns pokémons das garotas estavam fora da Pokeball, como os Meowstics de Lawliet, um em cada ombro, além de Zéphiro, que caminha ao lado de Growlithe, chamando-o de Skun a todo o tempo, Khurtnney de Larysse, Jin e Weng de Clair e, é claro, Oktavia de Alyss, incomodando Lawliet sobre os olhares reprovadores de Minoru e Ellie.

Em seu caso, todos os três estavam ali com ele, conversando entre si e distraindo-o de suas preocupações. Altaris lhe contou que Larysse havia ganhado, e já tinha a fita em mãos, juntamente com os prêmios a mais. Isso fez o menino se sentir feliz, mas ao mesmo tempo culpado por não tê-la visto.

Pelo resto do dia, Larysse não lhe dirigiu a palavra.

***

A garota de cabelos azuis se levantou cedo naquela manhã, talvez porque era de seu costume desde que começara sua jornada, ou talvez porque aquele também fosse o dia em que chegaria a sua vez de se apresentar no Contest. Ou talvez pela voz de Oktavia, aparentemente já acordada, incomodando Lawliet para se levantar da cama. Não soube determinar o real motivo, mas se levantou mesmo assim, e deixou que a Delphox se encarregasse de acordar Lawliet caso ela ainda demorasse tanto para acordar como se lembrava, e foi tomar seu banho.

Alyss ainda tinha tempo antes da apresentação ou a hora de sair do Centro, portanto, enrolou um pouquinho mais no banho antes de realmente sair, e então saiu, interferindo mais uma vez na briga entre Lawliet e Oktavia. Fazia tanto tempo que não via aquilo que até sentiu saudades, mas por pouco tempo, ou pelo menos até Oktavia ameaçar a garota pela terceira vez para sair da cama.

Assim que Alyss estava fora do banheiro, Lawliet se levantou, e depois de longos dez minutos estava pronta, caminhando ao seu lado para encontrar o resto do grupo. Alyss queria perguntar por que a menina não iria participar o Contest com ela, mas não manteve a pergunta em sua mente por muito tempo. Ambas encontraram o resto do grupo no corredor, e puderam ver vários treinadores ali também, conversando entre si enquanto esperavam o resto de seu grupo ou somente porque queriam estar ali. Mas, junto com eles, boa parte dos treinadores desceu as escadas em direção ao saguão e se dirigiram diretamente para o restaurante, onde poderia liberar seus Pokémons.

Era um pouco estranho, mas aquele restaurante era uma das maiores salas dentro do Centro Pokémon de Floaroma, tão grande que fazia a garota se perguntar se aquilo não seria o bastante para acomodar uma casa. E segundo todos os funcionários, era livre o acesso dos Pokémons naquele local, não importasse o seu tamanho. O fato era confirmado pelos enormes Pokémons que se erguiam ali, ao lado de seus treinadores ou caminhando por aí. Até mesmo Maiko, Alexa e os cavalos de Lawliet poderiam circular ali se quisessem. Portanto, todo o grupo liberou seus Pokémons, e a partir desse momento, Lawliet simplesmente saiu, sem lhe dizer uma única palavra, indo para algum lugar fazer alguma coisa, deixando seus Pokémons a seus cuidados.

A garota de cabelos azuis ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada. Pelo menos, não o diria na frente do resto do grupo.

Se não gostasse deles, poderia dizer que achara insensato aceitá-los em seu grupo. Além disso, gostaria de mantê-los mesmo assim, pois Lawliet andava distante, e por vezes era como se não houvesse ninguém que também pudesse entender seus Pokémons, ou que tivesse poderes, já que ninguém nunca dizia nada a respeito.

Fez uma nota mental para conversar com a menina mais tarde. Por hora, se preocuparia com o seu Contest.

Larysse, ainda ignorando Satoru por não tê-la visto em sua primeira apresentação de Contest, começou a perguntar para Alyss se ela já havia participado de Contests antes, e, naturalmente, lhe respondeu, e sua mão automaticamente foi para seu colo, porém, Schrödinger não estava ali. Havia deixado-o com a enfermeira Joy para que ela pudesse cuidar de suas patas, para que então o pequeno pudesse andar normalmente mais uma vez, desta vez ao seu lado.

– Alyss! – Chamou a mais nova, interrompendo-a de seus pensamentos pela terceira vez. – Você tem uma roupa de Contest?

– Roupa de Contest? – Perguntou Clair, que até então permanecia calada.

– Isso. – Respondeu a mais nova, com um sorriso. – Alguns treinadores, principalmente os mais velhos, usam uma roupa especial nas apresentações, sabe? É pra chamar mais atenção.

– Ah, mas eu tenho uma roupa pra Contest. – Disse a garota, parecendo subitamente mais interessada. Clair lançou lhe um olhar que não soube interpretar, mas Alyss a ignorou.

Larysse pareceu mais animada que o normal, e até mesmo Altaris e Satoru, que conversavam entre si, olharam em sua direção, interessados. Era difícil olhar para aquelas crianças e dizer que tinham poderes.

– Sério? – Perguntou a pequena. - Deixa eu ver! Deixa, deixa, deixa! Por favooor!

Alyss riu.

– Não deixo. No Contest você vê.

Nesse momento, Lawliet surgiu, voltando de onde quer que tenha ido, e antes mesmo de se postar ao lado de Alyss, como de costume, perguntou:

– Que roupa? Aquela lá?

– Aham. – Assentiu.

Lawliet ergueu as sobrancelhas, e um sorriso malicioso se abriu em seu rosto, assim como seus olhos.

– Ooooh – Disse a menina, estendendo a palavra. – Sexy.

Alyss piscou, surpresa. Os outros lançaram olhares estranhos para a outra, além de um sorriso malicioso de Altaris, seguida de uma risadinha abafada. As faces de Alyss coraram por um momento, em contraste com seu rosto pálido, e ela deu uma risada nervosa, agradecendo.

– Por que você ta vermelha...? – Perguntou Altaris, com um quê de sarcasmo na voz.

Imediatamente, as mãos de Alyss foram para suas bochechas, como se procurasse algum sinal que lhe dissesse que realmente estava como o ruivo havia dito.

– O que?- Perguntou ela, com uma risada nervosa. - Eu não estou vermelha!

A partir daí, depois de algumas insistências de Larysse, o assunto mudou, até que então a comida chegou, cessando a conversa por um momento.

Daquele modo, foi fácil de ver o tempo passar. Mas a cada hora que passava, mais perto chegava o seu Contest, e mais nervosa ficava. O mesmo podia ser dito para Gwen sua Ninetails Shiny. Até agora se mostrara tímida, mas nem mesmo assim deixara de trocar algumas palavras ou iniciar uma conversa com alguém. Dessa vez, Gwen não conversava com ninguém, apenas encarava o nada, parecendo distante. E para Alyss, significava que algo a incomodava.

E realmente incomodava. É claro que aquele não era o primeiro Contest que participara com Alyss, mas ainda assim, será que daria certo? E se não conseguisse se apresentar direito? E se algo desse errado? E se não fossem boas o suficiente pra ganhar a fita? Todos esses “e se” e as perguntas a preocupavam, e Gwen continuava repetindo para si mesma que não era o seu primeiro Contest e ela sabia o que estava fazendo.

– Gwen? – Chamou uma voz, interrompendo seus pensamentos.

A raposa Shiny se surpreendeu e olhou na direção da voz. Assim que viu o sorriso do Raichu, ela mesma abriu um grande sorriso, os olhos brilhando ao ver o Pokémon perto de si. As preocupações de segundos antes pareciam ter deixado a face da Ninetails, dando-lhe uma expressão nova.

– Hayato! – Exclamou ela ao vê-lo.

– O seu Contest é hoje, não é?

– Sim. Você vai me ver?

– É claro que eu vou! Não perderia a oportunidade por nada.

Involuntariamente, suas atinhas rasparam o chão, e então agradeceu.

– De qualquer forma – Continuou Hayato. - Vim aqui pra te dar boa sorte.

Agradeceu mais uma vez, e observou o Raichu caminhar de volta de onde veio, deixando-a com um sorriso bobo no rosto. Até a hora do Contest, não se preocupou mais. Se Hayato viera lhe dar boa sorte, então ela teria boa sorte.

***

As horas haviam passado rápido, e logo, Alyss se viu na rua, em direção ao prédio onde aconteceria o Contest dos treinadores de nível intermediário, com apenas um dia de espera desde o Contest dos novatos. Ao chegar ao saguão, assim como havia ocorrido com Larysse, a balconista levou ela e mais um grupo de treinadores da sua idade para um local diferente, a mesma sala onde a mais nova havia ficado, mas, dessa vez a TV que ficava ali estava desligada.

Assim que chegou ali, foi se trocar, e quando voltou, Alyss respirou fundo, se sentindo um pouco desconfortável com os olhares das pessoas sobre ela e sua roupa, a qual tanto havia escondido do grupo, mas ao mesmo tempo, agradecida com a admiração que parecia vir das pessoas. Puxou a longa manga, para que ela ficasse posta corretamente, e começou a procurar por qualquer outra falha que viesse a ter. Queria estar em ótimas condições para sua primeira apresentação em Sinnoh.

De todas as roupas que levava consigo, aquela era a que mais gostava. A começar pela longa blusa branca sem mangas, com uma gola e um decote em V não muito grande, terminando em um grande botão verde, e logo abaixo dele, havia uma listra em verde bem mais escuro, que descia e então contornava os cantos da longa blusa, caindo para abaixo até a altura dos joelhos. Mas isso era apenas atrás, pois a partir da cintura, era aberta, revelando sua curta saia verde água, de um tom um pouco mais escuro que o botão de seu decote. A saia era curta, mas dava uma clara visão de suas pernas, a qual havia vestido uma calça leggin, num tom extremamente escuro de azul, em contraste com os outros tons que havia em sua roupa. Logo abaixo de seu joelho, as longas botas se mostravam, parecendo cobrir parte de sua calça. Estas, também eram brancas, com uma ou outra parte contornada do mesmo verde água escuro de sua blusa.

A manga que puxara mais cedo não era exatamente uma manga, e sim uma espécie de luva excessivamente longa em ambos os braços, que nem mesmo era presa a mão, mas deixava os dedos a mostra. Cobria quase todo o braço, indo até acima de seus cotovelos. Logo acima e bem abaixo de seus ombros, uma grossa fita branca estava ali, com um botão verde água consideravelmente maior que o primeiro, prendendo o pano de uma longa capa branca, que descia até a altura de seus joelhos. Assim era bem mais fácil, pois poderia movê-la da maneira que quisesse. Além disso, era conveniente, pois não havia uma maneira de atrapalhar ao cobrir seus braços.

Toda a roupa destacava suas curvas em comparação com as roupas do dia-a-dia, e a cor branca entrava em contraste com sua pele pálida, fazendo seus olhos roxos e seu cabelo azul parecerem um pouco mais vivos que o normal, sendo um dos maiores destaques em sua aparência. Também seria um destaque na apresentação, mesmo que o maior foco não fosse nela.

Como Larysse dissera mais cedo, muitos treinadores faziam aquilo, tendo roupas especiais para se apresentarem, completamente diferente de suas vestimentas do dia-a-dia, e tinham a mesma atitude da garota antes de entrarem na arena para se apresentarem, procurando falhas para arrumarem e ficasse tudo perfeito.

E não demorou muito para começarem a chamar. Como no Contest dos novatos, seriam chamados em ordem alfabética, e as regras eram exatamente as mesmas. Alguns poucos nomes foram chamados antes do sistema de som finalmente anunciar seu nome e acabar com o nervosismo de Alyss, mesmo que aquele não fosse o seu primeiro Contest. Ao menos não teria de esperar por muito tempo para ser chamada, o que imaginou que seria estressante. E ela não precisava de estresse agora.

Segurou a Pokeball do Pokémon que usaria no Contest, já preparada para ser liberada, e seguiu pelo corredor o mais rápido que pôde, ouvindo o som da platéia aumentar consideravelmente. Pôde ouvir o som da voz de um narrador anunciando sua chegada para as pessoas que a veriam.

“E agora teremos a presença de Alyss Skylean, uma treinadora vinda do continente de Kalos para participar do Contest de Flooaroma!”

Sorriu ao ouvir aquilo. Abriu a porta no fim do corredor, e seguiu rapidamente pra a arena, jogando a Pokeball para o alto quando já se colocou em seu lugar na arena. A platéia gritou e animação quando o brilho revelou um Pokémon. Ao sair da Pokeball, um brilho diferente surgiu, em diferentes tons de prata e azul juntos, ao invés do brilho branco normal, mas não havia nenhum Seal em sua Pokeball que fizesse esse efeito.

Gwen foi liberada no campo, caindo graciosamente a poucos metros de Alyss, os gritos da platéia aumentando cada vez mais.

“Mas o que é isso? Um Pokémon Shiny? Faz muito tempo que ninguém vê um desses, e gora Alyss traz um belo dum Ninetails de cor diferente, e já nos surpreende antes mesmo de começar a se apresentar. Será que ela vai nos surpreender na apresentação também?”

Alyss o ignorou, e se concentrou na apresentação. Por um breve momento, hesitou, mas então ergueu o braço, fazendo a capa branca acompanhar seu movimento. Será que o resto de seu grupo estaria vendo aquilo?

– Gwen, vamos começar com Will-O-wisp!

Gwen balançou suas caudas de uma maneira graciosa, e então encarou o espaço de sobra que teria para sua apresentação, e a vários metros a sua frente, uma forma azulada surgiu, como chamas pálidas, porém não era do laranja normal e nem mesmo vermelho, e sim azul, com um núcleo queimando em branco, o que aumentava o seu ar espectral. O mais estranho de tudo não era que aquela chama surgiu de repente ou que era de um fantasmagórico azul pálido, e sim que ela não queimava nada em particular, somente estava ali, movimentando-se como se algum combustível a mantivesse a poucos centímetros do chão, impedindo de tocar a arena. Logo, ao lado dela, mais duas chamas tremeluziram e surgiram, cada uma em um ponto, formando uma espécie de circulo com um espaço aberto, a qual Gwen não se preocupou em fechar com mais uma daquelas estranhas chamas azuis.

Logo depois, ainda a mando de Alyss, a raposa criou o que parecia ser uma esfera, que primeiro se mostrou ser amarela, e depois começava a mudar de cor rapidamente para diversas outras cores, tanto diferentes tons de amarelo quanto outras e seus diversos tons. Mudava tão rápido que fazia a pessoa que observava ficar vidrada na imagem da esfera, de modo que capturava sua atenção para descobrir qual seria a próxima cor. Deixou que a esfera criada ziguezagueasse em direção ao circulo de chamas pálidas e então parar ali, mas não por completo. Ainda ziguezagueava no mesmo lugar, e depois de alguns poucos segundos, sua cor mudou novamente e começou a oscilar entre tons de azul e branco, como que refletindo o trio de chamas que a cercava.

Não parecia, mas a raposa precisava de grande esforço mental para realizar aquilo e manter a esfera e o Will-O-Wisp no lugar pelo tempo que desejasse, o mesmo para a esfera do Confuse Ray. Normalmente, numa batalha ou até mesmo num treino, a raposa criaria a esfera e deixaria que ela fosse levada para qualquer lugar que desejasse ir, desde que tivesse o efeito desejado. Mas no Contest como aquele, teria que controlar tanto a esfera quanto o fogo fátuo que havia criado há pouco tempo para que ele não desaparecesse antes do tempo, além de se concentrar para que os efeitos da esfera colorida não a atingissem.

Alguns segundos se passaram sem que nenhum efeito especial acontecesse, e Gwen pressionou as garras contra o chão arenoso, criando um ruído que apenas seus ouvidos sensíveis foram capazes de ouvir. As chamas, antes pálidas, ficaram um pouco mais intensas, e por vários segundos a esfera do Confuse Ray brilhou em vários tons de azul, seja ele escuro ou claro.

– Energy Ball! – Soou a voz de Alyss.

Obedeceu abrindo a boca, e o que parecia ser uma minúscula esfera branca foi criada, e depois de oscilar por um momento ou outro, aumentou rapidamente, mudando o tom quase branco para verde claro. A parte branca que foi vista inicialmente revelou ser o núcleo da esfera, brilhando em meio a tons pálidos de verde com um quê de azul, e então se mostrando novamente numa fina linha esbranquiçada que contornava os cantos da esfera. A Energy Ball foi lançada a direita das chamas, e assim que fez isso, outra foi criada e lançada à esquerda das chamas, e então uma terceira, lançada exatamente ao meio. Todas elas tinham aproximadamente o mesmo tamanho, não muito maior que uma bolinha de tênis, mas consideravelmente pequenas em comparação as chamas flutuantes.

A primeira esfera verde se chocou contra uma das chamas azuis, e devido a ela ser menor que o fogo fátuo, parou o seu caminho ali, e as labaredas de cor clara a envolveram. Por um curto momento, pareceu que a pequena esfera verde estava queimando, mas logo depois de desfez ali mesmo, misturando os tons pálidos de verde com o de azul, numa briga para descobrir quem prevaleceria. O mesmo aconteceu com a segunda esfera, que atingiu a segunda chama, e o mesmo também ocorreu com a esfera do Confuse Ray, desta vez brilhando em vários tons de verde e o próprio verde da energia vinda da esfera. Mas Gwen não teve tempo de ver o resultado.

Rapidamente, se colocou de pé nas patas traseiras, exibindo seu enorme corpo, que agora de pé, parecia ser maior do que quando estava nas quatro patas. Ficou assim por um breve momento, e quando suas patas dianteiras bateram levemente contra o chão, seu corpo entrou em chamas, altas labaredas azuis que se erguiam aos céus, fazendo todo o seu corpo brilhar em contraste com o azul. O fogo que a cobria acompanhava os movimentos de seu corpo, e, consequentemente, de suas caudas, ondulando junto com elas. E assim que estava no chão novamente, em chamas, não hesitou; correu em disparada em direção as chamas do fogo fátuo e o Confuse Ray em luta com a Energy Ball, utilizando-se do Quick Attack para movimentar-se mais rápido.

As labaredas azuis que a cobriam eram tão intensas que mal podia enxergar a própria raposa, e havia uma forte impressão de que era o fogo que se movimentava sozinho, cada vez mais rápido. Se Alyss e a própria platéia não soubessem que aquilo era proveniente da Ninetails, diriam que o fogo azul estava se movendo sozinho.

Devido a sua velocidade, em poucos segundos se chocou contra o efeito que havia criado a momentos antes, fechando os olhos antes. Por conta do impacto, primeiro as chamas azuis do fogo fátuo misturadas com o Confuse Ray e a Energy Ball ameaçaram se desfazer, e depois juntaram-se com o fogo que cobria Gwen, fazendo com que o brilho das chamas tivessem vários tons de azul pálido com verde. Como já havia alcançado seu objetivo, diminuiu um pouco a velocidade, mas logo cruzou toda a arena facilmente, e enquanto se movia, o que parecia ser uma décima cauda de chamas a seguia, brilhando em vários tons de verde e azul devido ao impacto com a mistura de cores e efeitos. Em pouco tempo estava de volta a sua posição inicial, e exatamente quando parou, o brilho de antes se esvaiu, deixado apenas uma Gwen totalmente orgulhosa de si mesma, encarando Alyss.

Para a surpresa de todos, que assistiam e do narrador, seus pêlos continuavam perfeitos como antes, sem nem terem sido queimados ou chamuscados um pouquinho que seja. Era como se nunca tivesse pegado fogo antes, mas todos sabiam que havia pegado fogo sim, e que ela deveria estar queimada. Ao invés disso, seus pêlos cinza e azul pareciam mais brilhantes que o normal, bem arrumados como sempre foram, sem nenhum dano que deveria ter sido causado.

Logo, uma mulher surgiu para levá-las a outra sala, a qual batalhariam, e Alyss estava se sentindo extremamente feliz por tudo ter dado certo, assim como Gwen. Ambas tinham ganhado uma confiança nova, devido à felicidade de ter conseguido se apresentar mais uma vez.

Não ligou em conversar baixinho com Gwen na nova sala em que se encontravam, ambas animadas e, talvez um pouquinho nervosas para a próxima etapa do Contest. Teve que assistir enquanto várias pessoas também eram levadas para a sala, e depois esperou um pouquinho mais para as batalhas começarem e sua vez chegar. E, logo depois dos dois primeiros nomes serem chamados, ela e um garoto chamado Alex foram os próximos.

Alyss arrumou a gola de sua blusa do Contest, e foi novamente em direção a arena em que se apresentara há pouco tempo. Gwen caminhava ao seu lado, silenciosa como sempre, mas ambas não podiam negar que estavam nervosas, mesmo que aquela não fosse a primeira vez num Contest.

– Boa sorte. - Murmurou Gwen para seu oponente, Alex, quando chegaram no fim do corredor, mesmo que ele não tivesse entendido. Logo, Alyss disse o mesmo, e o menino retribuiu, mas parecia nervoso.

Cada um foi para o seu lado na arena, ouvindo os gritos da platéia e o narrador anunciando seus nomes e ressaltando mais uma vez que Alyss e Gwen vieram de outro continente para participarem do Contest, como se aquilo o enchesse de orgulho. No canto da arena fora da visão da platéia e das câmeras, um garoto, provavelmente o ganhador da última batalha, estava ali, encarando-os e esperando sua vez e batalhar. A garota de cabelos azuis não lhe deu atenção.

Seu oponente, um garoto de aproximadamente dezessete anos, já estava em seu lugar, e assim eu se posicionou devidamente, ergueu sua mão, segurando o que parecia ser uma Great Ball, que era praticamente a mesma coisa de uma Pokeball, porém era azul e vermelha onde deveria ser vermelho, e estas eram melhores do que as primeiras. O brilho branco revelou um Pokémon na arena, mas este nem ao menos tocava o chão, embora fosse pequeno e estivesse flutuando na altura de seu treinador. Assim que Alyss o viu, estremeceu. O Pokémon era... estranho.

Todo o seu corpo era cinza escuro, com exceção da ponta peluda de sua cauda, o único sinal de pêlos em todo o seu corpo. Possuía longos braços que mantinha na frente do corpo, mostrando as costas das mãos e as longas garras. Ao contrário de seus braços, suas pernas eram curtas, suspensas no ar.

Sua cabeça era um pouco estranha. Acima da testa, o que parecia ser um pequeno chifre cinza se erguia, levemente curvado para trás. Logo atrás deste pequeno chifre, o que deveria ser uma mecha longa cabelos da mesma cor de seu corpo descia, e então fazia curvas para então terminar numa ponta pequena. Devido à aparência, parecia mais ser tecido do que cabelos, o que deixava uma dúvida sobre o que cobria o Pokémon.

O mais assustador naquele Pokémon era o seu rosto. Possuía um par de olhos vermelhos contornados com preto. Todo o interior do olho era vermelho, com uma única pupila negra em forma de fenda, tão fina que seria difícil dizer se era realmente uma pupila ou não. O sorriso era longo, se orelha a orelha, mas não parecia haver graça ou qualquer outra expressão para este. Na ponta do lado esquerdo do sorriso, havia o que parecia ser um grande puxador de zíper, dando a impressão de que aquela não era exatamente uma boca ou um sorriso que ele quisesse mostrar.

Alyss conhecia aquele estranho Pokémon. Era um Banette, do tipo fantasma. Muitas lendas urbanas contavam que um espírito maligno possuía uma boneca quebrada, jogada fora pelo seu dono, e usava esse corpo para voltar e assombrar as pessoas, principalmente as crianças. Uma história assustadora, mas era apenas isso: uma história.

Gwen se postou a sua frente, esperando a ordem de sua treinadora enquanto encarava o Banette a sua frente. Por um momento, sentiu-se assustada com o fantasma, que a encarava fixamente, os olhos vermelhos parecendo brilhar, irradiando maldade. Recuou alguns passos, chegando a tocar suas caudas nas pernas de sua treinadora, e então se lembrou de que aquele era uma batalha, e numa batalha, não poderia sentir medo de um fantasma estranho que nem era um fantasma de verdade. Voltou os passos que havia recuado e se controlou, mas ainda sentia vontade de correr e desistir.

Ao seu redor, a platéia havia silenciado, e nem mesmo o narrador falava, como se um interruptor de som fosse desligado. Ainda assim, Gwen tinha a sensação de estar sentindo a expectativa de seus observadores esperando que a batalha começasse.

– Fire Spin. – Murmurou Alyss, alto o suficiente para se fazer ouvir pela Ninetails.

Obedecendo, Gwen deu um passo a frente e abriu a boca, revelando uma fileira de dentes brancos. Uma coluna de chamas do fundo de sua garganta surgiu e foi lançada ao Banette, formando uma espiral no ar enquanto era lançado, como um furacão de fogo. O brilho azulado causado pelas chamas fazia os pêlos de Gwen brilharem, como se refletissem a cor.

– Proteja-se! - Ordenou Alex assim que viu as chamas.

Os olhos de Banette brilharam em vermelho. Na frente de seu rosto, o que parecia ser uma fina camada de energia na cor azul surgiu, e segundos depois se estendeu ao redor de seu corpo e o cobriu, deixando o fantasma no interior de uma bolha azulada. Rapidamente, as chamas em espiral o engolfaram, mas não o atingiam. A bolha fazia com as chamas se chocassem contra ela e fossem desviadas, protegendo o Banette dentro dela.

Mesmo quando Gwen fechou sua boca para cessar as chamas, elas continuaram no ar girando sem sair do lugar, mantendo um vortéx ao redor do Banette e de sua bolha protetora, mas ainda assim, estava preso ali.

Alyss sorriu ao ver a hesitação de Alex.

– Quebre aquela proteção, Gwen. – Disse ela, simplesmente.

– Não! – Exclamou o garoto assim que a Pokémon de Alyss disparara contra o Banette, ignorando completamente as chamas criadas por ela passeando em seus pêlos, sem causar o dano que deveriam. – Saia daí, Banette, rápido!

O sorriso continuou, mas o Pokémon parecia nervoso. Hesitou, mas desfez a bolha que o protegia, e avançou contra as chamas, tentando sair pela direita. Imediatamente, o calor o atingiu e seu corpo entrou em chamas facilmente. Conseguiu sair do vortex, não sem levar algumas queimaduras consigo. Assim que saiu, as chamas desapareceram rapidamente. Um olhar malvado tomou a expressão dele, mas o sorriso continuava ali. Ainda assim, sua velocidade não foi o bastante, pois em questão de segundos, Gwen cruzou o pouco espaço que os separavam e jogou seu corpo na direção do fantasma. O impacto foi tanto que o Pokémon de Alex foi lançado para longe, em direção ao treinador. Alex gritou, e teve que se desviar para o Pokémon não o atingir.

Antes que pudesse se chocar contra a parede da arquibancada, o Banette se levantou no ar e parou, e então flutuou lentamente de volta para seu lugar, enquanto Gwen voltava para o seu, caminhando tão lentamente quanto o Banette.

– Já chega. – Resmungou Alex quando seu Pokémon voltou, mas o aborrecimento não parecia ser direcionado a Alyss. – Combine Shadow Ball e Shadow claw!

Aquele parecia ser uma ordem já conhecida, e com muito mais do que apenas o que seu treinador havia dito. O Pokémon sabia exatamente o que fazer. Primeiro, o fantasma tremeluziu, e num piscar de olhos, uma cópia dele mesmo surgiu ao seu lado, e depois, ambos tremeluziram e formaram mais cópias, até chegar num total de sete cópias, sem incluir o Banette real, escondido no meio deles. Estavam postados de modo que formavam um semicírculo na direção da raposa Shiny. Logo, todas as cópias do Pokémon posicionaram seus longos braços na frente do corpo, e entre as mãos, uma esfera negra de energia começou a ser criada rapidamente, e assim que atingiu um tamanho razoavelmente bom, todas elas lançaram junto com o original, exatamente na mesma formação em que estavam.

Mesmo sabendo que sete daquelas esferas eram apenas cópias, a raposa prateada foi surpreendida. Assim que isso passou por sua mente pôde ver todos os Banettes criando mais esferas e lançando, e logo depois de lançá-las, começaram a criar mais. Gwen não soube o que fazer. Qual delas era a real, e de que direção viria?

– Combine o Quick Attack com Flamethrower e destrua todas as esferas! – Ordenou Alyss, exatamente no momento em que uma das cópias se desfazia no rosto da Ninetails. Se não fosse por ela, Gwen ainda estaria parada, encarando as esferas.

Gwen murmurou algo indecifrável, e desviou-se de várias esferas negras que se desfizer no chão aos pés de Alyss. Começou a correr o mais rápido que podia, e segundos antes de abrir a boca para completar o movimento, pôde ver as garras dos Banettes brilhando em tom roxo escuro que poderia ser facilmente confundido com negro. Todas as cópias fizeram o mesmo, e perfeita sincronia, escondendo o verdadeiro Banette. Chamas azuis encheram a arena, destruído as esferas de sombras e retardando as reais, fazendo com que o fogo fosse desviado para os lados obrigado a raposa aumentar a intensidade para que elas se dissolvessem em energia negra, criando um bonito efeito de azul e roxo escuro. Aquilo resultou em sua velocidade diminuir drasticamente, já que não era uma combinação que estava acostumada a fazer.

Não tendo a velocidade o suficiente para parar o Banette, este veio em sua direção, juntamente com suas cópias, mas quando olhou para elas, parecia haver muito mais do que apenas sete, todos eles com as garras brilhando em roxo escuro, e vinham de todos os lados impedindo que Gwen se desviasse. Formaram um semicírculo ao redor dela, deixando-a sem opções. Havia muitas cópias. Como um único Banette podia criar tantos de si mesmo?

Alyss gritou uma ordem, mas Gwen não deu sinais de ter ouvido ou sequer entendido. Os Banettes fecharam o circulo em volta dela, e Alyss teve a impressão de que todos eles realmente acertaram sua Pokémon. Um grito foi ofegou. A platéia ofegou, e as palavras do narrador cessaram.

E então, chamas azuis vindas da raposa explodiram para todos os lados, jogando todos os Banettes para diversas direções diferentes. No meio do caminho, os que seriam a copia do Pokémon fantasma real tremeluziam e então desapareciam, até que finalmente sobrou apenas um fantasma a sua direta para continuar seu caminho, e este estava em chamas. Por um momento, o Pokémon em chamas ficou suspenso no ar vários metros acima deles, para então cair rapidamente, como um míssil azul. Antes mesmo de se chocar contra o chão, o Banette já estava inconsciente. O som do corpo do fantasma se chocando contra o chão foi assustador.

– Banette! – Exclamou Alex saindo de seu lugar para acolher seu Pokémon.

Um juiz cruzou a arena, e imediatamente levantou uma bandeira verde na direção de Alyss.

– Banette está fora de combate. Alyss e Gwen são as vencedoras!

Alyss respirou fundo, soltando o ar pela boca, e observou o vapor de sua respiração surgir e então desaparecer. A felicidade tomou conta de si. Havia ganhado uma batalha de Contest mais uma vez, e mesmo que soubesse que teria outra batalha ainda antes de comemorar, estava imensamente feliz por isso, e também pela raposa estar bem. Esta veio correndo em sua direção, com um sorriso no rosto, além de um arranhão na bochecha esquerda. Com exceção daquilo, ela parecia bem, e sua expressão era de completa felicidade.

– Ganhamos! – Exclamou ela, recebendo carinhos de Alyss.

Não importava se ainda havia mais uma batalha para vencer caso quisesse levar a Fita de Floaroma para si. Estavam imensamente felizes por terem ganhado, como se fosse o primeiro Contest que participavam. Havia a platéia gritando seu nome, animada com a vitória, vibrando em animação. Esta continuou gritando seu nome, competindo com outra metade que gritava pelo nome de seu próximo oponente: “Alan! Alan! Alan!”. Aquilo foi o bastante para chamar sua atenção.

“Agora é a decisão final para esses dois treinadores! Alyss Skylean, a garota vinda de Kalos contra Alan Miller!”

A garota bufou diante das palavras do narrador, mas havia um sorriso em seu rosto. Acariciou Gwen uma vez mais, parabenizando-a e desejando boa sorte na próxima batalha, para então deixá-la ir para a arena, onde o garoto que seria Alan a esperava.

Uma enorme forma foi liberada da Pokeball do garoto, que nem ao menos tocou o chão, como o último que enfrentara. Ao invés de flutuar, batia suas asas para se manter no ar, revelando ser um pássaro, mais precisamente um enorme falcão com as asas e boa parte de seu corpo vermelho alaranjado. As asas eram enormes, todas as penas do mesmo vermelho que cobria seu corpo, com a única exceção que boa parte das pontas eram negras, formando marcas onduladas em ambos os lados. Todo o rosto do Pokémon era do mesmo vermelho alaranjado com exceção de seus ameaçadores olhos, contornados por amarelo dentro do que parecia ser uma mascara negra, que o deixava com um ar ainda mais ameaçador que já tinha. O bico não era muito grande, mas não impedia que a ponta negra pudesse ser afiadíssima. No topo de sua cabeça, o que parecia ser uma pena bem mais longa que as outras se erguia, sendo tão longa e brilhante quanto às outras.

O corpo da ave era magro, porém majestoso. A partir de seu peito, na parte inferior do corpo, a cor mudava para cinza, não sem diversas marcas laranja em seu peito e em suas longas pernas, onde a plumagem cobria-as por completo para então revelar suas enormes garras. Por fim possuía uma grande cauda negra em formato de V com uma ou duas penas fora do lugar. Tinha no total, três listras amarelas que também formavam um V encurvado, cada uma com pouco espaço até a outra.

Um grito vindo do Talonflame a sua frente foi ouvido, anunciando sua chegada. Alyss franziu o cenho para ele, preocupada, mas cofiava em sua Pokémon. Ataques de fogo não a feririam por causa de sua habilidade, chamado Flash Fire. E contra a ave, justamente por ela ser de fogo, não faia o devido efeito que deveria. De certa forma, Alyss teria de usar outra estratégia para ganhar aquela batalha e ainda cumprir os requisitos para ser considerada na premiação.

Além disso tudo, o Pokémon tinha a vantagem da velocidade.

– Comece com Steel Wing! – Disse Alan, alto o suficiente para ser ouvido. Quase no mesmo momento, a platéia se calou.

Mais um grito do falcão de fogo, e bateu fortemente suas enormes asas para se erguer mais do que já havia feito, levantando uma grande quantidade de poeira de onde antes estivera. Em pouco tempo, estava no alto, olhando para as duas. Suas asas perderam o tom laranja e negro e adquiriram um brilho metálico, e por um momento Alyss pensou que suas asas realmente eram feitas de metal.

Assim que o falcão atingiu uma altura que julgou ser suficiente, gritou mais uma vez, e fechou as asas contra o corpo, mergulhando contra Gwen. No meio do caminho, seu corpo ardeu em chamas, surpreendendo até mesmo seu treinador, que logo em seguida o encorajou a continuar.

– Desvie com Quick Attack! – Pediu Alyss, tentando esconder um sorriso. Então ele não sabia.

Assim que ouviu a ordem, a Ninetails desapareceu no ar, e reapareceu a direita do pássaro, tamanha a sua velocidade. Mas não saiu dali no tempo certo, pois pouco depois, o Talonflame freou seu ataque, abrindo as asas flamejantes mais uma vez para se parar a tempo. Rapidamente saiu do alcance de Gwen, mas esta não deixou de tentar atacá-lo enquanto voava baixo. Alyss mordeu o lábio. Precisava de uma estratégia, e logo.

O grito do Pokémon anunciou seu próximo ataque, lançando-se ao chão da mesma maneira que antes, com uma enorme velocidade, a qual Gwen se desviou daa mesma maneira que antes. O Pokémon adversário quase não se freou a tempo, chegando a tocar a ponta de suas asas no chão, e assim que percebeu aquilo, um plano se formou na mente de Alyss.

Havia um outro movimento que poderia usar par ganhar aquela batalha, mas este movimento não era exatamente comum ou fácil para a Ninetails fazer. Precisaria de tempo, a não ser que usasse algo que impediria que esse precioso tempo fosse gasto. Mas havia a velocidade do Talonflame. Precisaria fazer com que Gwen o prendesse ou ganhasse tempo o suficiente para concluir o que desejava, mas ainda assim, estava receosa. E se não desse certo? E se Gwen fosse atingida por um erro seu?

– Espere o meu sinal antes de desviar. – Alyss forçou a si mesma a dizer, ainda preocupada. Mas s não o fizesse, estaria com problemas.

A raposa não deu sua resposta com palavras, apenas fez suas nove caudas ondularem juntas, e depois elas perderam esse controle e cada uma ondulou para um lado e em um tempo certo, tornando difícil acompanhar o movimento. Gwen esperou o Pokémon, chegando cada vez mais perto, e começou a se preocupar. O Pokémon nem ao menos se preocupou em abrir as asas quão estava a poucos metros do chão, e então...

– Agora!

Gwen saltou para o lado praticamente se jogando no chão. Ao seu lado, ouviu um grito indignado, e então o Pokémon se chocou contra o chão, causando um enorme estrondo, como o de uma explosão. Poeira foi levantada para os lados, e mais um grito se foi ouvido. Gwen piscou, surpresa.

– Rápido Gwen, imobilize-o!

A raposa obedeceu, recuperando-se rapidamente da surpresa de antes. Ainda assim, era um pouco difícil de acreditar que o Pokémon não pudesse ter se freado a tempo e simplesmente ter caído no chão. Bufou, afastando o pensamento, e utilizo o Quick Attack para chegar mais rápido até o Talonflame, e em questão de poucos segundos, tinha suas patas em suas costas, pressionando-o contra o chão para que continuasse ali. O Talonflame reclamou e tentou sair, mas o peso de Gwen sobre si parecia ser o suficiente para deixá-lo ali.

– Saia daí, Talonflame! – pediu seu treinador, inutilmente.

– Use o Sunny Day agora. – Disse Alyss logo depois.

– O que? – Alan fez uma imitação de surpresa, e então deu uma risada. – Sunny Day aumenta ataques de fogo, e caso não tenha percebido, o Talonflme é de fogo também. Ou quer me ajudar?

Gwen ignorou, mesmo que aquilo fosse verdade. Quando Alyss não respondeu o garoto ou deu ordens para parar com o movimento, continuou com ele, ainda pressionando o pássaro de fogo contra o chão. O calor em seu corpo aumentou consideravelmente, e o calor ao seu redor também, como se o sol lá fora realmente tivesse ficado mais intenso, mas não era exatamente isso. Somente o ambiente havia ficado mais quente, e permaneceria assim por algum tempo.

Alyss resmungou, sentindo-se desconfortável com o calor da arena. Tentando ignorar o desconforto, fez um sinal para que Gwen libertasse o Pokémon, e assim ela fez, parecendo surpreender Alan. Agradecido, seu Pokémon se levantou rapidamente, e por um momento, balançou seu corpo todo para tirar a poeira de suas penas, e então esticou as asas, erguendo-se no ar mais uma vez, e afastou-se da raposa até estar na posição inicial. Deu tempo o suficiente para que Alyss desse outra ordem e a raposa realizasse. Abriu a boca e criou uma esfera entre seus dentes, na cor verde claro, com o núcleo brilhante, assim como as pontas, e então lançou a esfera de energia contra o Talonflame. Este se ergueu no ar mais uma vez, a tempo de se desviar da esfera, que continuou seu caminho até se desfazer no chão, espalhando um brilho verde para os lados antes de realmente desaparecer.

Outras vieram em sua direção, obrigando o falcão a retardar a velocidade para não ser atingido. Por conta das esferas de energia de Gwen, levou o dobro do tempo para que ficasse no alto, fora do alcance de seus ataques. As esferas que o Pokémon desviava se perdiam no ar, e algumas, antes de atingir a parede, se desfaziam no ar, mandando brilho para os lados antes de desaparecer. Ainda assim, as esferas não pararam de vir e o pássaro foi obrigado a abrir o bico, lançando labaredas laranja contras as esferas de energia para desfazê-las no meio do caminho, meso que não fosse preciso. Estas vieram mais intensas e brilhantes que o normal, devido ao efeito do Sunny Day.

Já no alto, o Pokémon batia suas asas fortemente na direção de Gwen, a mando de Alan, e no meio do ar, o que pareciam ser lâminas de um branco brilhante surgiram e foram jogadas na direção de Gwen, aumentando a velocidade pelo vento criado pelo bater de asas do Talonflame. Em resposta, labaredas azuis mais brilhantes e intensas que o normal encheram a arena e destruíram as lâminas rapidamente, fazendo com que cada uma brilhasse fortemente, em contraste com a cor das chamas de Gwen, e então desaparecessem.

– Use o Flame Charge. – Pediu Alan, parecendo nervoso.

– Já é hora de acabar com isso. – Anunciou Alyss. – Espere ele chegar primeiro.

– A gente não cai mais nessa. – Retrucou Alan, dessa vez com um sorriso debochado tomando seu rosto.

Não que Alyss fosse fazer a mesma coisa que antes, mas permitiu que o Talonflame entrasse em chamas, gritando mais uma vez.

Aquilo lhe deu a aparência de uma fênix, ou pelo menos pareceu por um momento, pois o Pokémon se jogou para baixo novamente, mergulhando rapidamente na direção de Gwen, que esperava pacientemente por sua chegada.

– Solar Beam! – Gritou Alyss.

Um grito de indignação foi ouvido de Alan, mas seu Pokémon não parou. Mais uma vez, Gwen abriu sua boca, mas ao invés de uma esfera de energia ser criada, o que parecia ser energia luminosa foi puxado de todos os lados, concentrando-se na boca da raposa. Poucos segundos depois, um grosso raio foi lançado contra o Talonflame, tão rápido quanto ele, e o atingiu diretamente no peito. Imediatamente as chamas que o cobriam se esvaíram, sendo substituídas pela energia luminosa vinda do SolarBeam. O ataque havia sido tão forte que o Pokémon foi lançado vários metros para trás, e quando cessou, ele caiu rapidamente no chão, e mais uma vez um estrondo se foi ouvido quando ele se chocou contra o chão, juntamente com um grito.

– Não! - Berrou Alan. Atrás dele, parte da platéia gritava em indignação, outra chamava o nome de Alyss.

O Talonflame tentou se levantar, ficando de joelhos no chão. Tremeu, e então caiu mais uma vez, inconsciente. Assim que percebeu aquilo, um juiz correu até o centro da arena, e levantou uma bandeira verde na direção de Alyss, balançando-a brevemente no ar.

– Talonflame está fora de combate. Gwen e Alyss são as vencedoras!

Um sorriso se abriu, e por um momento, ela piscou. Mais uma vez, havia ganhado. E não poderia dizer que não estava feliz.


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