Highway To Hell escrita por Syrinx, HévilaChavez


Capítulo 6
Capítulo 5: São Francisco (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu sei que tem muita gente querendo me matar, e enfim, provavelmente ainda vão querer me matar pq nem é um capítulo completo, mas o problema é q eu to meio q reconfigurando a fic. Além do mais, tá meio complicado me organizar, pq, acho q vcs não sabem, mas sou vestibulanda, e enfim, quase escrava da escola.
Desculpem mesmo pela demora.
PS.: Capítulo dedicado ao SeddianoRoxo pela pequena pressão e que, se não fosse por isso e por uma amiga minha, eu não teria continuado tão cedo. :)
ENJOY!



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FREDDIE

Rolei para o lado. Gruni de frustração por não conseguir calar meus próprios pensamentos. Eu tentava em vão me convencer de que estava apenas incomodado com a chuva caindo pesadamente sobre o teto da barraca. Puxei inutilmente o cobertor sobre o meu corpo, cruzando os braços, tentando me aquecer. Eu tinha razão, realmente ali fazia frio durante a madrugada. Soltei o ar cansadamente, minha respiração se condensando.

Ela ainda estava lá fora. No meio de toda aquela chuva, ela se recusava a voltar para a barraca. Aquela era Sam Puckett, por que eu estava surpreso? Sentei-me e, engatinhando até a entrada da barraca, abri um pouco o zíper, observando a praia. O ar gélido e as gotas de chuva entraram com força na pequena abertura, então tive que me esforçar para localizá-la: sentada na areia molhada, ela abraçava os joelhos e olhava para o mar concentradamente, como se a chuva não a incomodasse. Ela estava ali há meia hora, devia estar congelando.

Suspirando pesadamente, fechei os olhos, toquei a ponte do nariz com o indicador e o polegar. Um segundo depois, descia até a orla da praia, ficando encharcado em segundos. Parando ao seu lado, e tentando vencer o barulho da chuva que nos lavava, gritei:

–Vem, Sam, vamos voltar para a barraca, você está congelando, eu estou congelando. Eu sei que você é orgulhosa, mas não vale a pena ficar aqui só porque é teimosa demais para voltar.

Ela virou o rosto devagar na minha direção, fuzilando-me com o olhar, depois voltou a contemplar a tempestade à sua frente. Por um segundo quase perdi a paciência e meu primeiro impulso foi o de arrastá-la de volta a barraca. Meu corpo implorava por um lugar quente. Mas me lembrei que, se eu fizesse isso, estaria sendo tão criança quanto ela. Ajoelhando-me ao seu lado, peguei sua mão. Ela tentou puxá-la de volta num primeiro momento, mas vendo que eu não a soltaria tão fácil, ela me olhou:

–Sam, eu não quero brigar. Por favor. Eu faço o que você quiser, não conto para a Carly, não toco mais no assunto. Nem ao menos chateado estou mais. Desculpa por aquilo, eu não devia ter te provocado. Só, por favor, vamos sair dessa chuva. - sorri de lado, relaxando - Além do mais, acho que me prometeu as melhores férias e realmente esse não está sendo o ponto alto dessa viagem. Não vai querer descumprir sua promessa, não é?

–Eu sou uma mentirosa, Benson, minha palavra não vale de nada. - ela observou secamente.

–Sam! - a repreendi.

Ela revirou os olhos e sorriu, o rosto e os ombros relaxando. Levantou-se e, tirando a mão da minha, correu de volta à barraca.

Depois de devidamente secos, deitamos nos sacos de dormir e Sam virou-se de costas, pronta para dormir. Eu, no entanto, ainda tinha algo para falar:

–Sabe, você tem sorte de eu não conseguir me chatear contigo por muito tempo. - comentei.

Ela ficou de frente para mim, levantou uma sobrancelha e encarou-me sarcasticamente:

–Sorte, é? - ela sorriu de lado - Mesmo quando eu mandei seu celular para o Camboja? - quis saber.

–Você está brincando? Ganhei um PearPod depois que fez isso. Acho que tenho que te agradecer, de qualquer forma.

–Espertinho. - ela sussurrou - Sabe, até quando a mamãe aqui faz algo errado, dá certo. - ela abanou a mão no ar, aceitando o elogio - Eu devia ser considerada uma espécie de gênio, completamente.

–Gênio do mal, isso sim. - então lembrei - Ah, esqueci que você é uma demoniazinha.

Ela beliscou forte meu braço, mas sorriu. O silêncio instaurou-se novamente, e percebi suas pálbebras começando a pesar. Antes, porém, que caísse no sono, inclinei-me em sua direção e depositei um beijo em sua testa. Ela suspirou uma vez, sorrindo, e virou-se de costas, adormecendo profundamente.

Horas depois, acordei um algo áspero tocando meu rosto, entrando em minhas narinas e minha boca. Quando abri meus olhos, os grãos de areia me cegaram. Cuspi uma vez e gemendo, limpava freneticamente o rosto com as mãos, ao som do riso histérico de Sam:

–Acorda, nub!

Quando finalmente pude abrir os olhos sem que o processo me causasse desconforto, lancei um olhar mortal a ela:

–Você não se cansa de ser tão criança, não?

Ela parou de rir no mesmo instante, fechando a cara:

–E você não se cansa de ser tão chato, não? - rebateu, revirando os olhos - Além do mais, já estava mais do que na hora de você acordar. O barulho dos seus roncos estava me levando a um nível de insanidade superior. - resmungou.

–Eu não ronco. - contestei indignado.

–Ah, claro que não, só imita uma britadeira nas horas vagas. - ironizou, me estendendo um copo de café da Starbucks e uma caixa de donuts - Agora anda logo, precisamos continuar a viagem. - e levantou-se, deixando a barraca.

Olhei em volta e, espiando pela abertura da barraca, vi que quase todas as nossas coisas já estavam arrumadas. Ergui as sobrancelhas surpreso. Sam sendo organizada? Isso era novidade. Mas deixei uma nota mental para não comentar isso com ela, caso não quisesse levar um soco.


SAM

Saí da barraca com a intenção de terminar de arrumar o que ainda restava. Queria poupar o Freddie de todo o trabalho, já que ele passaria o dia todo dirigindo. Além do mais, ele merecia dormir, parecia tão cansado ontem à noite. Eu sei, Sam Puckett se preocupando com o Benson. Trágico como gostar de alguém muda suas prioridades.

Ri uma vez, lembrado de sua cara de ultraje quando o acusei de roncar loucamente. Era uma mentira, claro, ele dormia como um anjo, mas não é porque eu gosto dele que vou deixar de implicar. Não mesmo.

Perdida em meus próprios pensamentos, demoro alguns segundos até perceber meu celular tocando no bolso da minha calça. Hesitando um segundo ao ver que é Carly, atendo finalmente, tentando parecer normal:

–Oi, Carly, como vão as férias em Yakima? - pergunto casualmente, tentando desviar a atenção de mim.

–Sam, chega de mentir, por favor, eu já sei de tudo. - ela disse impaciente - Como pôde mentir para mim e descumprir a sua promessa?! E isso ainda é o de menos! Você tem noção do risco que está correndo, sendo de menor e fazendo uma viagem como essa? E por cima arrastando o Freddie com você? - ela argumentou, sua voz aguda, subindo vários oitavos.

Soltei o ar pesadamente. Droga. Tentando controlá-la, voltei a falar:

–Carly, por favor, não fica brava comigo. Olha, eu sei que eu menti, mas você sabe o quanto eu queria fazer essa viagem. Desculpa, mas você sabe também que nada me impede de fazer algo quando eu estou obstinada a fazê-lo.

–Você prometeu! - ela guinchou - Não acredito que teve coragem de descumprir a promessa que me fez! Será que o meu pedido não vale nada para você?! Se eu falo é porque me preocupo, Sam. - ela observou depois de uma pausa.

–Eu também sei disso, Carly, mas não aconteceu nada. - menti, tentando não lembrar do guarda que quase nos prendeu, dos motoqueiros e do meu pai - Estamos completamente bem. E quanto ao Freddie, não fica com raiva dele, eu o obriguei a vir, ele não tem nada a ver com isso. - olhei ao redor, hesitante, mas confessei baixinho - Na verdade, acho que ele meio que me protege aqui.

Houve silêncio do outro lado da linha. Aproveitei a pausa para me distanciar mais do nerdão, que me olhava furtivamente. Então Carly recuperou a voz do outro lado da linha, murmurando incrédula:

–Como é que é? O que quer dizer com o Freddie te protegendo? - então, percebi que fui pega pelas minhas próprias palavras - Sam, você disse que estavam bem! Onde estão? O que aconteceu?! - ela perguntava rapidamente, usando aquele mesmo tom de voz maternal que usava quando queria me dobrar.

Não ia funcionar. Não desta vez:

–Não aconteceu nada, ok? - falei alto, mas me contive quando me lembrei de Freddie - Você sabe, eu tendo a perder um pouco as estribeiras e ele me põe um pouco de juízo, é só.

Ela riu sem humor:

–O Freddie? Pondo juízo em você? Já mentiu melhor, Sam.

Cansada do interrogatório, resolvi mudar o alvo da conversação para ela novamente:

–Aliás, como descobriu, hein? Eu me certifiquei que te deixaria no escuro até quando voltássemos a Seattle. - então dei um tapa na testa: É claro - Foi a Sra. Benson, não foi?

Ela ficou muda novamente, por fim dizendo, a voz aguda de quando mentia:

–Isso não importa. E mesmo se tivesse sido, eu não te falaria. - então ela suspirou, desistindo - Tudo bem, sim, foi ela. E olha, só um conselho: aproveita bem essa viagem, porque a Sra. Benson está uma fera e disse que, quando te encontrar, quer arrancar seu fígado pelo nariz por ter sequestrado Freddie.

Bufei uma vez, não tinha medo da megera:

–Então que ela venha, aposto que o filhinho dela está se divertindo muito mais com a mamãe aqui nessa viagem, do que uma vida inteira com ela. Sabe como é, ele ter a chance de ser adolescente ao menos uma vez. Sem a mãe por perto, sem escola.

–Falando assim, Sam, quase faz parecer que se importa com ele. - ela disse devagar, então ela arfou - Ah, meu Deus, você se importa, não é? Agora tudo faz sentido! Sam, você gosta do Freddie! - ela acusou, num gritinho bem mulherzinha pro meu gosto.

–Eu nunca disse isso. - a cortei, minhas bochechas em chamas, apesar de eu saber que ela não poderia ver - Só foi um bônus para ele que eu não tinha considerado, eu precisava de um motorista e aconteceu de ele ser o único disponível, foi só.- essa parte era verdade, mas acabou saindo melhor que eu esperava - Não fica fazendo com que pareça que eu planejei tudo isso. Não quero ter nada a ver com ele.

–Já entendi, você vai morrer em negação, não é? - e perguntou num tom divertido - E aí? Não rolou nenhum clima, não?

–Olha só, Carly, acho que está na hora de ir, né? O Freddie está me chamando, precisamos voltar para a estrada, desculpa. Stay brunette, Shay.- achei melhor desligar, antes que Freddie quisesse falar com ela e ela acabasse dizendo algo constrangedor.

Caminhei de volta ao carro, onde Freddie terminava de pôr nossas coisas. Ele franziu o cenho e, cruzando os braços, perguntou:

–Quem era no telefone, Sam?

Rolei os olhos, entrando no carro:

–Não era sua mãe, se quer saber. - respondi secamente.

Freddie sentou no banco do motorista, fechando a porta num movimento rápido. Virou-se para me encarar, as sobrancelhas erguidas, ainda esperando uma resposta:

–Ok, era a Carly. Satisfeito?

Seu rosto se fechou em uma máscara de indignação:

–Não. Você sabe que não. Se era a Carly, por que não me deixou falar com ela?

–Porque ela não queria falar com você. - lancei-lhe um olhar de 'óbvio' - Além do mais, acho que estava mais preocupada em me passar sermão e pensar besteiras do que ligar para você, nerd. - expliquei de má vontade.

Ele ignorou minha provocação.

–Então ela sabe?

–Sabe. Parece que sua mãe deu com a língua nos dentes. Como se já não fosse ruim o bastante. - comentei, encostando o lado da cabeça no vidro da janela.

Ele, por sua vez, encostou a testa no volante, as mãos agarrando firmemente os lados da direção:

–Eu sou um homem morto. - ele gemeu.

–Primeiro: você não é homem, é quase um inseto. - rebati - E segundo: ah, vamos, nerdão, olha o seu tamanho! Já é quase um adulto! Vamos crescer de uma vez por todas! Não pode ficar debaixo da saia da megera para sempre, não é? - puxei seus ombros e o levantei, obrigando-o a olhar para mim.

–Você não sabe de nada. Ela vai me matar, Sam. - ele contestou, derrotado.

–Olha, eu sei que quebrar as regras e desapontá-la vai contra todas as suas fibras, Freddie, mas, e eu não acredito que estou dizendo isso, - parei para ressaltar - não é mais divertido vê-la te controlar vinte e quatro horas por dia.

Ele apenas me olhou. Abriu a boca para falar uma vez, mas fechou em seguida. Numa segunda tentativa, foi tudo o que saiu:

–Por que está me dizendo isso agora? Por que você se importa, afinal?

Porque eu te amo, idiota. Pensei em dizer. Mas me mantive calada, pensando eu outra resposta:

–Porque... - comecei, mas ainda não me vinha nada - Porque... Ah, por que todo mundo está me fazendo essa pergunta hoje?! - perdi a paciência.

–Todo mundo. - ele repetiu confuso - Como assim todo mundo, Sam?

Então, quando seus olhos se iluminaram e ele murmurou "Carly" silenciosamente, tive vontade de me socar.

–Será que dá para pegar a droga da estrada? Se ao menos estamos ferrados, vamos aproveitar o tempo que ainda nos resta. - mudei de assunto, impacientemente.

Vendo que eu não falaria mais nada, mas com um sorriso odiosamente satisfeito no rosto, ele girou a chave, e dirigimos rumo ao sul, rumo a São Francisco.


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Notas finais do capítulo

Eu não podia deixar os dois brigados, não é?
Ia ser demais para o meu pequeno seddie heart...
Enfim,acho que também já estava na hora da Carly voltar a aparecer e finalmente descobrir o que a Sam sente...
Me aguardem, pq a próxima parte vai ser um pouquinho diferente do que vocês possam imaginar...
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