Gotta Be You escrita por Gabriele


Capítulo 13
The (re)meeting.


Notas iniciais do capítulo

London: March, 12th, 2012.



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Jullie’s POV ON:

“Acordei!” – pensava.

Era muito cedo, mas mesmo assim despertei. A noite anterior seria a última de “férias”, e começava agora a vida de estudante.

Observei que todos na casa dormiam, ainda eram 5 horas da manhã. Resolvi mandar notícias a mamãe, sabendo que já era de madrugada no Brasil. Abri o computador, entrei em meu e-mail, e tinha ali 4 mensagens, com o mesmo destinário.

“Olá filhota! Estamos com saudade. Hoje seu pai e eu fomos almoçar no seu restaurante favorito, lembramos de você. Lhe enviamos uma foto de nós dois, nos mande alguma coisa também. E seus dias? Como tem sido? Estamos morrendo de saudades. Beijos da mamãe e do papai!”

“Pera aí. Eu tô chorando? Droga!” – pensava, realmente com muita saudade.

Mandei uma resposta curta, apenas agradecendo pela lembrança e falando o quanto eu os amava. Sentia falta do abraço dos dois.

Decidi então arrumar as coisas da aula, sabia que esse dia seria o primeiro de muitos, e seria longo, extremamente longo.

Arrumei, tomei meu banho, sequei o cabelo, vesti minha roupa, e desci, cuidadosamente a grande escadaria tentando não fazer barulho algum, para não acordar ninguém. Nada feito. Liam, se ouvia um barulho qualquer, despertava. E lá estava ele, sorrindo no andar de cima.

– Bom dia, pequena. – disse ele com o sorriso que eu tanto gostava.

– Bom dia, vida. – respondia, retribuindo o sorriso.

– Ué, mudou de apelido? – perguntava, quase rindo – Cadê o mané?

– O mané? – falei – O mané tá na minha frente.

– É, agora você é a Jullie. – disse Liam, saindo correndo das escadas para vir me abraçar.

Eu tinha sorte de ter um primo como ele, um primo carinhoso. Ele era o irmão que nunca tivera, a pessoa que eu sabia que podia contar para tudo.

– E então, pequena... – falava – Preparada para seu primeiro dia?

– Demais! – ironizei – Olha só meu entusiasmo. De morrer, né?

Nós dois rimos.

– O que quer de café da manhã? – perguntava ele.

– Hmmm, então eu tenho um chef de cozinha? – brinquei.

– Não, você tem um cozinheiro de meia tigela! – ele riu – Posso tentar fazer algo.

– Nós podemos tentar. – disse, pegando a espátula que estava em sua mão.

Liam foi (tentar) fazer os ovos, enquanto eu separava duas tigelas para colocarmos os cereais. Realmente, fora divertido. Cansativo e engraçado, mas divertido.

– Parece que o cozinheiro de meia tigela encheu sua barriga, né? – perguntava ele, terminando de tomar o suco.

– Não, comi apenas para deixar você feliz. – eu disse – Brincadeira. Estava muito bom.

– Claro. Quem fez? – disse ele.

– Claro. Quem ajudou? – falei, brincando com seus cabelos.

– Metida. – ele respondia.

– Idiota. – eu respondia.

Já eram quase 7 da manhã. Tia Karen levantara a pouco, e ia para o banho. Liam arrumava suas coisas e eu terminava de limpar a cozinha.

– Liam? – perguntei.

– Sim? – ele respondia.

– Qual é sua primeira aula? – enfim disse.

– Hmmm, biologia. – ele respondia – Porque?

– Nada. – falei – Só interesse.

– E a sua? – ele perguntava, agora com interesse.

– Acho que é física, mas não tenho total certeza. – respondi.

– Ih... – ele bufou.

– Porque esse “ih”? – perguntei – O que tem de errado? O professor é ruim? As aulas são difíceis? Eu vou me...

– Calma! – disse ele, me interrompendo – O professor é meio... Bem, meio estressado. Mas depois que você o conhece, ele é legal.

“Ótimo, justo no meu primeiro dia de aula, teria um encontro com o pior professor que se tinha nas aulas.” – pensei.

– Meu Deus! – Liam gritou assustado.

– O que foi, mané? Viu um fantasma? – ironizei.

– Não, só sei que vou virar um se chegar atrasado na aula de novo. – ele apontava para o relógio – Já se passaram das 6h50, e a aula começa as 7!

“É, a direção me espera hoje.” – eu pensei, nada dramática.

Karen já estava no carro, Liam subira para pegar sua mochila e eu já estava com a minha. Terminava de me arrumar e fomos para o carro. Para deixar o dia ainda mais feliz, uma tranqueira enorme na estrada.

– Legal! – bufei – Hoje vou ficar fora da aula, bom começo de ano.

– Calma! – Liam tentava me acalmar – Não é o fim do mundo.

E depois de 30 minutos de tranqueira, com 20 minutos de atraso na escola, eu e o Liam saíamos correndo porta do carro afora, um para cada prédio.

– ME ENCONTRA NA CANTINA, DEPOIS DA AULA! – gritava ele, do outro lado do colégio.

As turmas eram dividas da seguinte maneira. Turmas A ficavam em um prédio, turmas B em outro e turmas C no último.

Meu prédio era o último, e para melhorar ainda mais, minha sala ficava bem no fundo.

– Legal! A porta tá fechada e eu tô trancada aqui fora, se ninguém. – falei – Bom começo de ano, Jullie!

– Não está sozinha... – uma voz do fundo do corredor apareceu.

– Quem é você? – perguntei, com medo.

E então um garoto saía de trás do armário. Sua gravata estava amarrada de um jeito errado, que fazia com que ele ficasse mais bonito. Seu cabelo desarrumado, o jeito de falar e a voz suave contavam nos pontos positivos.

– Eu sou Louis, Louis Tomlinson. – ele respondia – E você?

– Eu... – gaguejei – Eu sou... Eu sou Jullie Payne, prima do Liam, conhece?

– Ah. – ele falou, com voz de susto – A prima do Payne.

– É. – terminei a conversa, fazendo com que o silêncio tomasse conta do ambiente.

Através da porta, eu observava a classe inteira se juntando em duplas. O professor dava as tarefas. Tinha um aspecto de professor rígido, mas um professor legal. Ao observar eu (e Louis) do outro lado da porta, vinha abrí-la.

– Tomlinson, você por aqui? – dizia o professor – Para variar um pouco...

– Oi, senhor Turner. – dizia o garoto, abaixando o rosto.

– Olá! – disse o tal senhor Turner, olhando para mim – Eu sou seu professor física, George Turner.

– Prazer! – eu respondi – Sou Jullie, Jullie Payne.

– Você é prima de Liam? – ele perguntava – Ótimo garoto ele!

“Ele é nerd.” – pensei.

– Professor? – perguntou Louis.

– Sim, Tomlinson? – respondia.

– Podemos entrar? – admirei-me ao ouvir a palavra “podemos” sair de sua boca. Não se referia a ele, se referia a nós.

– Ah, claro! – disse o professor – Mas, vocês terão que fazer um trabalho juntos. As tarefas estão no quadro, qualquer coisa é só me pedir ajudava. E lembrem-se: Isso vale um terço da nota.

– Ér... – gaguejava, dessa vez Louis – Tudo bem então.

Eu entrei na sala, instalei-me na mesa e comecei a copiar.

A presença de Louis ao meu lado era... Um tanto estranha. Me trazia lembranças que eu não conseguia decifrar, coisas que o passado guardava e que provavelmente não seriam lembradas. Só sei, que eu gostava de ter a presença dele ali. Por algum motivo, eu gostava.

Jullie's POV OFF.


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Notas finais do capítulo

POV = Point Of View.
Qualquer dúvida: @matchless1D