Secrets Of Soul escrita por Milady Black


Capítulo 10
Capítulo 10 Fuga


Notas iniciais do capítulo

Olá, dedico este capítulo a Roberta(betaforeverpotter)- porque uma louca sempre reconhece outra.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/199166/chapter/10

Fuga

Lithium- don't want to lock me up inside
lithium- don't want to forget how it feels without
lithium- I want to stay in love with my sorrow
oh but God I want to let it go

come to bed, don't make me sleep alone
couldn't hide the emptiness you let it show
never wanted it to be so cold
just didn't drink enough to say you love me

Ao ouvir a música que me acordara sai batendo o braço até acertar o despertador derrubando-o no chão. Suspirei feliz me virando para o outro lado, finalmente silêncio, pensei antes de mergulhar mais fundo ainda na minha cama macia e quentinha.

Um minuto depois. Nham Nham, como é bom dormir...

Dois minutos depois... e ficar de olhos fechados é tão gostoso, dá até para...

Zzzzzzzzzzzz

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Meia hora depois.

Acho que vou levantar para ir ao banheiro e depois voltar pra dormir mais um pouquinho. Me levantei e tropecei em algo no chão, indo diretamente de encontro a este. Meu pulso latejava novamente com a queda. Me virei para olhar em que objeto mortífero tinha tropeçado. Já estava xingando as pessoas descuidas que largavam coisas pelo dormitório sem se tocar que poderiam causar acidentes, quando o vi!

Era o despertador.

A hora brilhava piscando em sua tela digital. Era como se os números me fitassem inocentemente. E eles me mostravam que faltavam apenas dez minutos para a aula de herbologia.

– Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...

–Ahn?- Olhei em volta confusa. Cadê a Lílian? Normalmente ela me acompanhava neste suave grito matinal, caindo da cama enquanto nós duas, juntas, corríamos procurando roupas e materiais, berrando e disputando para ver quem ia primeiro ao banheiro.

Corri para a cama dela. E se os Morfeululus Azuis tivessem atacado ela? Eu tinha lido sobre eles no livro de tratos de criaturas, eram pequenos monstrinhos azuis capazes de induzir a pessoa a ter horas e horas de sono. Muitíssimo parecidos com Diabretes.

Depois de verificar em baixo das cobertas, debaixo da cama e até mesmo ter erguido o colchão para ver se ela tinha ido sem querer parar ali cheguei à conclusão de que ela realmente não estava na cama.

Olhei a minha volta, o quarto estava completamente vazio. Visualizei a porta do banheiro e corri para a mesma, afinal talvez ela estivesse lá dentro. Abri a porta em um rompante para encontrar a pia cheia de produtos da dona metida, o vaso de cerâmica brilhando em um canto e o Box do chuveiro. Quack Armando (o meu patinho de borracha) me encarava pelo Box com uma cara de “O que você ainda esta fazendo aqui?” me fazendo acordar e me mexer. Quando estava quase saindo do dormitório peguei o meu despertador na esperança de convencer alguém a mudar o toque para algo mais animado, afinal não era de se surpreender que eu continuasse a dormir com esta música.

Sai do dormitório correndo e xingando de tal maneira que faria o mais brutamonte jogador de futebol americano ficar com inveja. Cheguei na hora graças a alguns atalhos que havia aprendido durante essas semanas. O Professor Neville já estava fechando a porta quando entrei esbaforida e olhei em volta, procurando a mesa em que Lily, Hugo e eu costumávamos nos sentar. Quando achei a mesa tive uma pequena surpresa, esta já se encontrava totalmente ocupada.

Como esperava Lily e Hugo estavam lá. Quando entrei ele olhou para trás e acenou animadamente com a cabeça. Por parte da ruiva não obtive comprimentos. Aliás ela parecia dar o melhor de si para não me encarar enquanto conversava animadamente com uma sonserina.

Isso, você não ouviu errado. Eu disse mesmo que ela conversava animadamente com uma SONSERINA!

Olhei em volta procurando um lugar vago para eu me sentar e o professor apontou para uma mesa onde estava a metida do nosso dormitório e outra menina da grifinória, com quem eu já conversara o nome dela era Cassie, que logo abriu lugar para que eu me sentasse ao seu lado.

A metida me lançou um olhar superior analisando-me de cima a baixo, passando desde as minhas meias, que na pressa eu havia levantado em alturas diferentes da minha perna, e parando com um olhar desgostoso em meu cabelo, que posso afirmar, mesmo sem ter tido tempo de dar uma checada no espelho que não estava em seus melhores dias. Subentenda-se que ele tinha uma vasta semelhança com uma vassoura.

– Você é Sara Hale, não é mesmo?- perguntou ela e lamento dizer que sua voz não era com o que eu esperava. Cadê o som de taquara rachada? Ei deveria ser lei que pessoas metidas deveriam ter vozes que combinassem com a suas personalidades.

– Isso mesmo, e você?- Perguntei também lhe lançando o meu olhar de “eu sou superior”, só que acho que não deu muito certo. Deve ser porque tanto ela quanto eu nos lembrávamos do estado de minhas meias, que eu tentava arrumar em vão discretamente por baixo da mesa. Até que percebi que elas não chegariam nunca na mesma altura por um simples motivo: eram de pares diferentes.

– Michele O’Keefe.- disse ela me passando um vaso no qual deveríamos plantar umas ervas estranhas.

Trabalhávamos em silêncio até que a Cassie resolveu puxar assunto.

– Você foi dormir cedo ontem.- Comentou ela brigando com a erva que queria sair pulando. É, no mundo mágico as coisas nem sempre eram fáceis, prova disso é que deveríamos plantar uma planta que parecia ter fobia de terra. Eu mereço!

– É, depois do tombo estava meio cansada...- Respondi pensando que tinha dormido esperando a Lily chegar para conversamos sobre o olhar estranho que ela havia me dado. Entretanto acho que acabei pegando no sono e só acordei hoje com aquela musica melancólica do despertador.

Durante a aula ficava fazendo gestos e tentando chamar a atenção da Lily que me ignorou de maneira completa, nem mesmo olhando em minha direção quando fui ferozmente atacada pela minha ervinha. Eu juro, mesmo após o professor negar e dizer que era tudo fruto da minha imaginação, que a planta tinha enormes e ferozes garrinhas afiadas.

E tá certo que o Prof. Neville já me explicou que na verdade são suas folhas e nhanhanha... e a Lily nem ligando para o meu drama... eu quase perdi o dedo e ela nem olhou para mim!

Quando deu o sinal para a troca de aulas fui rapidamente em direção da ruiva, que correu para fora da estufa e me deixou comendo poeira.

Quando olhava em minha volta e pensava onde ela poderia ter ido recebi um cutucão nos ombros e percebi que era Hugo, que pelo visto já estava me chamando há algum tempo.

– Eu hein Sara, parece que esta no mundo da Lua. E ai como você está?- Perguntou ele acenando para o meu pulso que ainda doía de forma lamentável.

– Bem...- Falei ignorando a dor e começando a andar para o castelo.

– Hugo por que a Lily está me ignorando?

– Ignorando? Não percebi nada...

Quando ele percebeu o olhar que eu lhe lançava deu de ombros.

– Olha eu não sei, vocês garotas têm uma mania de implicar com as coisas mais esquisitas e fazer uma tempestade em um copo de cerveja amanteigada.

Eu funguei e ele passou um dos braços sobre o meu ombro.

– Olha não fica assim não, tenho certeza que vocês logo vão se acertar- Afirmou olhando em seguida para a Michele não sei das quantas que apareceu correndo ao nosso lado e passou a nos acompanhar e a conversar conosco como se fossemos velhos amigos. Devo acrescentar que muito mais animada do que quando estávamos apenas eu e Cassie em sua presença.

Cassie logo se juntou a nós, me lançando um olhar engraçado e virando os olhos quando a metida ria de algo que o Hugo dissera. Detalhe, algo que não pode nem ser considerado engraçado. Afinal desde quando a afirmação “Aquelas plantas deveriam ser classificadas como algo perigoso a segurança pública!” pode ser engraçado. Ah, qual é, isso não tem graça nenhuma.

Cassie saiu puxando a “dona olha como você é engraçado Hugo”! Nos deixando em frente ao salão principal.

– Bom vamos para a aula?- Perguntou ele ajeitando a bolsa nos ombros.

– Não eu tenho que ir ao dormitório fazer algo importante.

Ele me olhou curioso.

– Fazer o que exatamente?

– Trocar as minhas meias.

Ele me olhou confuso por um momento para em seguida descer seu olhar para as minhas pernas.

Ele olhou para mim novamente o começou a rir em seguida balançando a cabeça. Reparei que ele tinha covinhas em apenas uma bochecha quando ria, e por algum motivo comecei a rir junto com ele. Em poucos minutos estávamos os dois dobrados de tanto rir e o pior era que toda vez que um conseguia parar olhava para o outro para em seguida recomeçar.

Depois de alguns minutos conseguimos finalmente parar, apoiados um no outro tentávamos inspirar profundamente e evitar cruzar os nossos olhares.

– Então porque a gente estava rindo?- perguntou ele ainda sem me olhar.

– Não sei!- E então como a vontade de continuar a rir era enorme tentei travar a minha risada fazendo com que eu soltasse um ronco estranho. Hugo, ao ouvir meus delicados modos começou a balançar os ombros freneticamente. Estranhando olhei para o seu rosto e percebi que como eu ele tentava evitar rir o que só fez com que se chacoalhasse de modo esquisito.

Ele olhou para mim novamente. Eu olhei para ele. Nós nos olhamos.

– Ahrarararara!- risada do Hugo

– Hihihihihihih!- minha risada

– Muahahahahahahaah!- nossa risada histérica.

– Uhuhuhuhuhummmmmm...- nem sabia mais quem estava rindo.

– O que estes dois têm?- Perguntou Michael e só então percebemos que estávamos rindo igual a dois idiotas na frente da turma do quinto ano.

– Nada não...- Falei tentando me recuperar.

– Bom, eu vou indo para a aula então!- Avisou Hugo começando a se afastar e rindo um pouco ainda.

– E eu vou ao dormitório.- Falei para ninguém em especifico.

Antes que eu tivesse dado dez passos ouvi o Michael me chamar.

– Ei Sara... eu acho que você esta com um par de meias diferentes sabe?- disse ele apontando para as minhas pernas.

Não precisei me virar para ver quem ria ao longe.

– É por isso que vou ao dormitório- Respondi continuando a andar e tentando não rir novamente.

(...)

Era oficial. Lílian Luna Potter estava me evitando.

Mas quer saber de uma coisa N-I-N-G-U-É-M me evita se eu não quiser que esta pessoa me evite.

Ela quer me ignorar é? Pois eu vou mostrar a ela que ela não pode me ignorar desse jeito.

Afinal eu não fiz nada. E desta vez eu realmente não tinha feito nada. Não que eu me lembrasse pelo menos. Porque todo mundo deve concordar que cair de uma vassoura não é motivo de ofensa pessoal.

Ou seria? O mundo bruxo era tão confuso!

Mas não pense que eu estava julgando Lily precipitadamente. Ela realmente estava me evitando.

Ela não estava no Salão Principal na hora do almoço, nem na cozinha, nem no campo de quadribol, nem na sala da Trelawney (?) , nem na Sala Comunal, nem no dormitório, nem no banheiro conversando com o Quack.

Após a minha longa e cansativa busca me sentei no vaso e comecei a desabafar.

– Sabe Quack eu não sei mais o que fazer! Você sabe por que ela está me evitando? Porque se você souber eu exijo que você me fale agora.

Ele olhou para mim com a sua carinha amarela.

“Não sei, mas acho que você deve ter feito alguma coisa que a chateou.”- e este para aqueles mais lentos é o Quack. E sim ele fala, tá certo que é só na minha cabeça, mas é porque eu sou a única que tem a capacidade de compreende-lo. Nossa relação apesar de recente já é muito profunda.

– Eu sei Quack, mas é que me irrita ela ficar fugindo assim, se ela não gostou de algo que eu fiz deveria chegar e dizer na minha cara!

“Ou talvez ela apenas esteja confusa.”

– Será? Mas por quê?

“ Não sei, mas vocês garotas são muito confusas”

Ih, quer saber não quero ouvir mais não. Você já é o segundo cara que me fala isso hoje! Vocês homens e as suas manias de machismos!

“Mas eu sou um pato!”

– Ótimo, então agora se esconda atrás desse fato ao invés de encarar a dura realidade de seus preconceitos. É duro né Armando quando é você que tem que enfrentar a realidade!

“Mas eu...”

Suspirei pesadamente o encarando.

– Chega Quack, não quero brigar com você. Agora eu vou para a aula, mas dessa noite a Dona Lílian Potter não me escapa sem boas explicações! E ai de você se eu souber que você a avisou que estou elaborando um plano infalível para fazê-la falar o que a incomoda.

(...)

Passei o resto da tarde prestando atenção na aula e desenvolvendo o meu plano. Afinal todos sabem que para que um plano ocorra da maneira desejada é necessário um bom planejamento para que não haja falhas. Após revisar o agora batizado “Plano super infalível fazendo Lílian Luna Potter por a boca no trombone” e alguns ajustes técnicos e armamentos necessários obtidos na ultima hora eu estava pronta. Restava-me saber, Lílian estava pronta para falar? Pronta ou não aqui vou eu, afinal, ninguém me ignora!

Muahahahaha( risada maníaca on) cinco minutos depois (risada maníaca off- eu já estava sem fôlego, tá bom!)

Aqui vou eu!

Grrrrrrrrrrrlommmmmg

Barulho conhecido.

May Day.

Abortar missão. Repito. Abortar missão.

Ou talvez eu devesse jantar primeiro? É que eu fico meio assustadora quando estou com fome...

(...)

Hora da janta. Poucos minutos antes da realização do “Plano super infalível fazendo Lílian Luna Potter por a boca no trombone.”

Ela esta sentada na minha frente. Estamos jantando com os seus irmãos. Ou seria com a sua família? Não sei, afinal são tantos Weasleys que metade de Hogwarts a essa altura deve ser parente dela. Lily esta dando uma super atenção a sua sobremesa. Não que eu possa culpa-la. É mouse de chocolate afinal.

Mas ainda assim ela poderia me dar um pouquinho de atenção, não é mesmo? Afinal eu sou um ser meio carente.

Mas ela não perde por esperar porque quando eu colocar o “plano super inf...”

– Saaaaaaaarrrrrrrrrrrraaaaaaaaa!- berrou Michael com a sua voz suave chegando de não sei que buraco com as roupas amassadas e a cara vermelha.

Meu Merlin! Será que ele tinha sido atacado por um monstro? Eu deveria chamar reforços?

Puxei a bolsa que ele segurava em uma das mãos. Afinal, nesses poucos meses de Hogwarts eu tinha descoberto que esta poderia ser uma grande arma. Talvez até a mais poderosa do castelo. Ou de todo o mundo bruxo.

Não riam, isso é porque vocês não provaram na cara o poder da bolsa. Sabe aquele desenho do He Man, seria muito mais sinistro se ele dissesse “EU TENHO A BOLSA!” ao invés de “eu tenho a força!”

Mas voltando, ele se acomodou ao meu lado e me lançou um olhar engraçado, para em seguida se aproximar e sussurrar em meu ouvido.

– Eu consegui aquilo que você me pediu.

O que é claro atraiu a atenção de todos os outros a minha volta.

– O que vocês estão conversando?- perguntou James.

Curioso.

Lílian me olhou pela primeira vez o dia todo. Era um olhar bem raivoso. Me deu até medo. Apertei a bolsa do Michael em meus braços como um escudo e enfrentei seu olhar. Afinal, se ela ao menos está demonstrando que sabe que eu existo as coisas não podem estar tão mal, não é mesmo?

Ela voltou a cortar a torta de chocolate com uma fúria que quase fez o prato quebrar sobre a mesa.

– Lily, cuidado com o prato!- Alertou Alvo olhando meio temeroso para a irmã.

– E então o que vocês estavam cochichando?- perguntou novamente James. Curioso, curioso, curioso.

– Ahn...- olhei para o Michael que olhou para mim com uma expressão vazia.

– Bem...

– Então...- Enrolei olhando ara ele e esperando que ele inventasse uma desculpa. Afinal, o assunto era super confidencial. Não queria levantar suspeitas.

– Bom, não queria dizer nada, mas é que a Sara me pediu umas aulas de voo já que eu sou notadamente o melhor jogador de quadribol desta escola e com certeza quem melhor voa em uma vassoura em muitos e muitos quilômetros de distância.

– O QUÊ?

Foi o berro geral da nossa parte da mesa

– Você só pode estar brincando?!- Anunciou James irritado passando as mãos pelos cabelos e fazendo com que adquirisse uma vasta semelhança com um porco espinho(os cabelos, não o James, só para esclarecer afinal ele não era nada gordo).

– Sara não faça isto! Você vai acabar se machucando! Eu vi como você voa!- Pediu Rose me olhando preocupada.

– Você seria considerada um OVPI pelos trouxas- afirmou Alvo balançando a cabeça.

– É OVNI- corrigiu Nate.

– Porque é óbvio que eu sou quem melhor voa nesta escola- Bradava Rick com todas as forças de seus pulmões.

– Seria muito perigoso para todos que estivessem no castelo, acho que você deveria tentar num dia de visitas a Hogsmead.- Sugeriu Hugo para ninguém em especifico.

Estava uma total confusão e a única coisa que eu conseguia pensar era: QUE IDÉIA IDIOTA FOI ESTA A DO MICHAEL.

Olhei para ele e este apenas encolheu os ombros, numa clara afirmação de quem não tinha pensado em nada melhor na hora.

Será que ele nunca ouviu a frase: Mais ajuda quem fica calado?

– EU NÃO ACREDITO NISSO!- berrou Lílian fazendo com que todos no salão se calassem.

E quando eu digo todos eu quero realmente dizer todos. Eu ouvi até mesmo uma colher sendo largada em um prato.

É inegável, sempre tem uma anta para atrapalhar o silêncio.

Ela pegou sua mochila e saiu dali pisando pesado.

Olhei a minha volta e todos me olhavam como se esperassem que eu fizesse alguma coisa. Peguei a colher da sobremesa e me servi mais um pouco.

– Esta sobremesa esta uma delicia.- Comentei enchendo o prato novamente e ignorando os olhares intrigados a minha volta.

Eles estão achando que eu simplesmente vou fingir que a Lily não ficou louca. Mas não se iludam é tudo parte do “plano super infalível faz...”

– Sara, você não vai realmente voar em uma vassoura novamente, vai?- Perguntou James quando todos os outros estavam distraídos.

Olhei para ele abismada.

– Eu tenho cara de quem quer voar em uma vassoura novamente?- Pedi lhe dando a minha melhor cara de mocinha sofredora.

– Hum... não?

– Exato James, é que eu realmente não posso te falar.

– Ah, sim, mas o Michael pode saber não é mesmo!- Reclamou ele batendo as mãos na mesa.

– Sim, eu também quero saber!- Exclamou Hugo surgindo do nada. Tá bom, ele estava na minha frente o tempo todo, eu só não tinha percebido que ele ouvia a nossa conversa. Ou melhor o ataque de curiosidade do James, mas vou te falar nunca vi alguém tão curioso!

Quando olhei em volta percebi que os garotos prestavam a maior atenção em mim, enquanto que Rose havia saído atrás da Lily há poucos minutos, com o Alvo em seu encalço.

Suspirei, uma ajuda bem que viria a calhar. Quer dizer, alguém além do Michael que parecia incapaz de ser discreto. Sério, um leão albino vestido de palhaço na savana chamaria menos atenção do que ele.

– Bom eu tenho um plano.

Cinco cabeças se aproximaram e cinco pares de olhos me fitaram ansiosos.

Nate me estudava como se eu fosse um ratinho de laboratório. Talvez ele estivesse convivendo muito com o Hugo.

Rick me olhava animado e esfregava as mãos como se estivesse se preparando para algo, bom... pela sua cara ele esperava que fosse pelo menos meio ilícito.

Michael olhava para mim esperando que eu finalmente lhe contasse o plano. O que ele já tinha tentado fazer antes, sem obter resultados.

James me olhava intrigado e quando eu respondi ao seu olhar ele me deu um sorriso tenho 32 dentes. É, bem aquele da ala hospitalar.

Hugo apenas esperava que eu falasse logo, parecia ser o menos curioso entre os que ali se encontravam. Talvez ele já suspeitasse que eu tinha algo em mente o dia todo.

– Bem, eu tenho um plano.

– Você já disse isso- Apontou Nate com calma.

– Sim, eu tenho um plano.- quando todos começaram a me olhar com uma cara de tédio.

– Um plano muuuuuito bom...

– Qual é o nome do plano?- perguntou James agora animado, quase quicando no mesmo lugar. Parecia até uma criança para quem o natal tinha chego antes. Se bem que não estava muito diferente de mim quando há poucos dias recebia uma caixa de chocolate de meus pais pelo dia das crianças.

– Como você sabe que eu coloquei um nome no plano?- Perguntei. Afinal, ele leu a minha mente?

– Oh não, você também não...- Resmungou Rick se jogando no banco de modo que quase desapareceu para de baixo da mesa.

– O que?- perguntei confusa ao ver o Michael bufar ao meu lado.

– É que o James também sempre coloca um nome em seus planos!- Explicou Nate sorrindo como se achasse isto muito engraçado.

– Ei, não ria!- reclamou James fazendo com que todos menos eu rissem.

– É, isto tem lógica!

– Porque um plano sem nome esta fadado a dar errado.- Entoamos os dois ao mesmo tempo para em seguida nos olharmos espantados.

– Ei! Esta fala é minha.- Reclamei.

– Não, é a minha frase de efeito há quatro anos!- Respondeu ele

– Quem é que na terra precisa de frases de efeito? –Perguntei transtornada.

– Chega vocês dois!- Pediu Nate antes que James resolvesse me acerar com a bolsa do Michael ou algo assim.

– Então, qual é a sua frase de efeito?- Perguntou Rick rindo, ainda mais quando eu o acertei com o meu guardanapo e o James guardanapeava ele do outro lado.

– O meu plano...- disse fazendo todos ficarem quietos. Há, quem disse que eu não sei chamar a atenção?

Tá, tudo bem, acho que já me disseram que eu não consigo NÃO chamar a atenção. O que não passa de uma calúnia. Afinal quem já me viu realizando um dos meus planos sabe a verdade. Sou ágil como um gato, veloz como um guepardo, com a ferocidade de uma onça e... NÃO NÃO É PARA ME LEMBRAR DO PLANO “O GRANDE RESGATE DO GATINHO PRESO NA ÁRVORE!”.

– O meu plano recebeu o magnânimo, excelente, além das expectativas, muito bem bolado nome de “plano super infalível fazendo Lílian Luna Potter por a boca no trombone.”

O silêncio imperou por uns cinco minutos até que o James falou olhando em volta para ver se ninguém ouvia.

– Olha, não sei se você sabe mas a minha irmã quando quer não para de falar, muito menos de reclamar. Mas se você quiser podemos te ajudar.

– Eu não preciso de ajuda!

– Aé, então qual é o seu plano?- perguntou ele.

5 minutos depois.

– E então?

– Você não teria coragem!- Disseram todos ao mesmo tempo.

– Sim, eu tenho.

Eles ficaram em silêncio apenas me olhando. Acho que eles esperavam que eu dissesse “aha! Primeiro de Abril” Hello! Era só um plano não é como seu estivesse planejando um assassinato!

– Cadê as câmeras?- Rick pediu olhando em volta e enfiando a cabeça de baixo da mesa para em seguida levantá-la com um ar confuso.

– Ela esta falando sério.- Afirmou James me olhando como se temesse por minha saúde.

Dá onde surgiu ele com esta mania de sempre saber quando eu estou mentindo?!

– Bom, então talvez você realmente precise de nossa ajuda!- Falou Nate, convicto.

– A é, e para que seria?

– Para esvaziar a sala.- disse Michael.

– E então, aceita?- Perguntou James me estendendo a mão.

Olhei a minha volta. O Salão estava quase vazio. Melhor ainda, quanto menos testemunhas melhor.

Apertei a mão que James estendia para mim e então todos nos levantamos da mesa.

– Vamos por o plano em ação então!- Disse animada.

– Éh, enquanto eu vou logo para o meu quarto, aposto que vou ouvir os gritos de lá!- Comentou Hugo e saiu rindo, por algum motivo além dos meus conhecimentos ele achou o meu plano extremamente engraçado.

(...)

A sala comunal já tinha sido esvaziada por gigantes bolas de tintas coloridas que quicavam e estouravam nas pessoas. Há não mais que dez minutos tinha agradecido aos meninos pela ajuda deles e agora terminava a parte 3 do meu plano super inf...

Ouvi barulho de passos na escada e terminei de fechar o tubo que segurava em minhas mãos para em seguida me esconder atrás do sofá.

O alvo se aproximou, olhou em volta, suspirou e se sentou confortável na poltrona que sabia que usaria. Era a sua preferida.

Parte três do plano. – realizada com sucesso.

Sai de trás do sofá e me sentei no mesmo, bem de frente da ruiva que me olhava zangada.

– O que você está fazendo aqui! Eu vim aqui para falar com o meu irmão! Agora se você me dá licença gostaria de esperá-lo aqui sozinha!

Eu fiquei em meu lugar observando-a enquanto a mesma adquiria uma coloração rosada e apertava os lábios.

Três minutos para o alvo explodir.

– Lily, eu não vou sair daqui e muito menos você antes que conversemos.- Dois minutos para a grande explosão.

– Ah é, o que te faz pensar que me obrigará a ficar aqui se eu não quiser?- Um minuto.

– Eu passei cola permanente em sua poltrona preferida. Você esta colada nela!- Respondi com calma vendo ela em seguida tentar se levantar.

Tentou uma. Tentou duas. Tentou três.

Ela levantou o rosto com os olhos arregalado. Contagem regressiva:

3

2

1

– VOCÊ O QUÊ????????



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

NB/É eu sei a autora é uma pessoa muito, muito ruim, que não tem amor próprio nem mãe! O que ela tem na cabeça para terminar o capítulo assim? Estou desesperada, preciso do próximo capítulo!
ENTÃO VOCÊS FAÇAM SUA PARTE E COMENTEM!
Beijos
Loreline Potter
NA/ Olha a minha beta me fazendo parecer malvada! Hunf, eu sou completamente inocente. Apenas o que eu pesso é reviews, nada mais. Portanto, COMENTEM!
Musica do inicio do cap: Lithium evanescence



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Secrets Of Soul" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.