A Caçada escrita por Ana Flávia Furtado


Capítulo 3
Perigo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e me desculpem a demora.



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Fechei os olhos e esperei a colisão. Mas ela não aconteceu. Abri-os novamente. Estava flutuando em um espaço completamente branco, não estava mais caindo... Magia é uma coisa impressionante. Olhei em volta, vi Jason, Mack, Bernadette e Senna. Assim como eu imaginava estar, todos estavam assustados.

De repente estávamos em uma sala circular, cheia de medalhões, livros e objetos mágicos. Era bem escuro ali, mas tinha um ar de felicidade, além de sério.

- Espero não ter assustado vocês! – Uma voz atrás de nós se declarou.

Mecanicamente nós quatro pegamos as varinhas e nos viramos. Apontávamos as varinhas para um homem bem velho de cabelos prateados muito longos, assim como sua barba e seus olhos sábios cor de ouro. Um típico feiticeiro. Suspirei de alívio e soltei a varinha.

- Professor K! Como é bom vem o senhor! – Exclamei e todos os três sentiram-se aliviados também.

- É bom ver vocês também crianças. – Ele sorriu.

- Desculpe por todo esse alvoroço, senhor. – Bernadette se manifestou.

- Muito pelo contrário, vocês devem se orgulhar! Nos dias de hoje, qualquer feiticeiro deve ficar atento... – Sua voz sumiu.

Ele deu a volta por nós e começou a ir em direção a sua mesa. Ninguém se manifestou até que ele se sentasse.

- Como assim nos dias de hoje? – Jason foi o primeiro a perguntar.

- É melhor se sentarem.

Exatamente quatro cadeiras apareceram em frente a sua mesa, nos sentamos e esperamos.

- Vocês devem saber das tragédias que estão acontecendo no mundo mágico.

- Sim, muitos feiticeiros e seres mágicos mortos. Sem nenhuma explicação. – Senna falou alto para todos.

- E no mundo mortal também... – ficamos todos quietos e eu até prendi a respiração. – Muitas mortes estão ocorrendo no mundo mortal, mas estamos manipulando os mortais com algumas poções, para que assim nada vaze e estes acabem descobrindo nossa existência.

Todos nós ficamos aliviados e chocados ao mesmo tempo. Esperamos que ele continuasse.

- Creio que seja um feiticeiro das trevas muito poderoso... Não sei se alguém sentiu, mas quando vocês vinham para cá, ele tentou atuar sobre vocês, usei todo meu poder para impedir... – ele fez uma pausa um tanto longa. – Pois vocês são o nosso futuro.

- Como assim? – Mack perguntou e acho que ele era o mais incrédulo.

- Creio eu, que você são o nosso futuro... Quatro feiticeiros treinados, jovens e aptos para isso.

Todos permaneceram calados, pensando em tudo que ocorrerá até agora.

- A tarefa de vocês é bem simples, somente tem que encontrar isso. – De sua manga ele retirou um pequeno papelzinho bem velho.

Desdobrou com cuidado e nos mostrou. Estava desenhado uma forma retangular com um risco até a metade. Parecia ser de vidro, somente de se ver o contorno delicado.

- O que é isso exatamente? – Perguntei.

- A Chave do Destino. – Bernadette respondeu.

- Exatamente... Dizem que quando encontrada é capaz de mostrar e abrir a Porta das Respostas.

- O que é a Porta das Respostas? – Perguntei.

- É uma porta que só responde a uma pergunta por pessoa, depois a chave some e se esconde em um novo lugar. – Dessa vez foi Jason quem respondeu.

- De que material é constituído a Chave? – Perguntou Senna.

- De vidro. – Respondi e olhei para o professor K, ele assentiu.

- Infelizmente nessa jornada não poderei ajudá-los... Mas deixarei que cada um de vocês pegue um item meu para a sua jornada. – Ele levantou-se e nos deu a permissão.

Nos levantamos e fomos procurar objetos que poderiam nos ajudar.

Eu procurava por algum item que pudesse carregar para qualquer lado, como que para proteger. Todos estavam muito aflitos e tentavam ao máximo encontrar objetos que pudessem ajudar na busca pela Chave do Destino.

Em uma estante havia vários objetos pequenos, fui até ela, na altura dos meus olhos havia vários objetos de metal e logo abaixo havia objetos de ouro e prata misturados.

Meus olhos se recaíram sobre um colar de ouro, não era muito bonito, parecia-se com três alianças de ouro e entrecortando essas três alianças, havia uma flecha com uma bola no meio. Peguei aquele objeto e segui de volta a mesa do Professor K.

Todos já haviam escolhido seus objetos, mas muitos eram estranhos para mim. Na verdade alguns eu nem via direito.

- Vou sortear agora um nome e essa pessoa terá o direito de escolher mais um objeto. – Ele pegou um papelzinho que havia em uma bacia de prata. – Silena!

Meu nome foi dito com severidade e logo me apressei para pegar outro objeto, virei-me e vi uma bolsa com uma alça só, daquelas de colégio mesmo, fui até ela e peguei-a.

Pude sentir a repugnância de Bernadette quando eu escolhi a bolsa.

- Podem ir. – O Professor K. disse e a porta atrás de nós se abriu. – Não usem muito os portais, pois eles têm rastreamento e fica perigoso, já que o feiticeiro das trevas pode ser qualquer um... Esta é a última vez que o usarão, pois estarão sob a minha proteção.

Todos assentimos e demos adeus ao professor, logo já estávamos em casa.

- Façamos o seguinte, cada um estuda o seu objeto e depois nos reunimos aqui para falar o que descobrimos. – Jason foi o primeiro a se manifestar.

Todos assentimos calados e cada um foi para um canto. Tranquei-me no quarto e comecei a estudar o meu colar, procurei em todos os livros sobre objetos antigos, mas não encontrei nada sobre o tal colar.

Comecei a observá-lo e a girar suas “alianças”, mas nada do colar funcionar, coloquei-o em meu pescoço e o escondi embaixo da blusa. Olhei para a bolsa de uma alça só... Até que daria uma boa mochila. Esvaziei a minha mochila e comecei a passar todos os livros para a nova bolsa, quando de repente me lembrei da minha lição e fui pegar o livro dentro da bolsa, percebi que ele havia sumido.

Peguei o ventilador de mão e coloquei ele dentro da bolsa, ele sumiu quase que imediatamente, coloquei minha mão dentro da bolsa, palpei o ventilador e os livros e fui pegando um por um, coloquei-os de novo dentro e depois retirei. Fantástico! A bolsa podia carregar de tudo.

Desci para falar a novidade, porém quando cheguei lá embaixo estavam quase todos reunidos e com caras muito sérias.

- Vamos partir hoje a meia-noite... Esteja preparada. – Jason disse friamente e depois subiu para fazer as malas, Bernadette como sempre foi fazer o que Jason fazia.

- Não se preocupe, já avisamos Senna e ela estará aqui. – Mack tentou-me tranquilizar.

- E o pai e a mãe? – Perguntei bem séria e preocupada para falar a verdade.

- Eles vão pensar que fugimos de casa, eles não serão avisados. – Ele disse com um ar tristonho.

Assenti e Mack subiu para fazer as malas. Fui até a nossa biblioteca e peguei o máximo de livros que pude, além de alguns objetos mágicos também. Enfiei tudo loucamente dentro da bolsa e percebia que esta também não se alterava no peso.

Subi para o quarto e peguei várias roupas minhas. Quando todos desceram para o jantar fui até o quarto de cada um e peguei roupas o suficiente para cada. Iria contar sobre a bolsa mais tarde.

Cada um ficou em seu quarto até dar meia-noite, depois disso descemos de fininho até a sala e ficamos lá esperando a Senna.

- Muito bem pessoal, peguem todo o dinheiro que têm... vamos juntar tudo e ver quanto temos no total. – Jason sussurro para todos.

 Pegamos nossas economias e o dinheiro no pote de emergências, juntos tínhamos em média três mil dólares.

- Isso deve dar. – Bernadette disse. Concordamos.

De repente um barulho de vaso quebrando chamou a atenção de todos e pela porta entrou uma Senna ofegante.

- Eles sabem! – Ela gritou, perdendo a voz no fim.

Logo o barulho de pessoas no terrão, fez com que todos ficassem paralisados. Essas pessoas entraram.

Eram três homens altos e musculosos.

- Somos do Conselho Mágico e estamos inquirindo para que Senna Reis compareça ao julgamento desta sexta- feira. A feiticeira citada terá que responder pelo maior delito que pode ser cometido por um feiticeiro: Revelar nossa existência aos mortais. – O homem careca do meio falava tudo com precisão, enquanto lia em um pergaminho todas as informações.

- Senna não fez isso! – Jason gritou em protesto.

- Fez sim, a revelação foi feita ao mortal Bruno Santoro. – Aquela revelação fez com que meu estômago revirasse e para piorar a situação, ouvi sons de passos lá em cima. Ótimo, meus pais acordaram por causa de todo aquele alarde e nós levaríamos uma bronca.

- Como vocês ficaram sabendo? – Perguntei em tom de desafio.

- Porque eu a denunciei. – Disse uma voz atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

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