Riley's POV

Eu passei  dia seguinte esperando. Esperando Niall me ligar, me mandar um torpedo, me mandar uma reply no twitter, sei lá, se comunicar comigo, com isso eu saberia se ele não estava mais bravo, ou chateado, ou sei lá. Mas nada aconteceu, ninguém falou comigo. Faltavam quatro dias para o meu aniversário e ninguém comentou nada comigo, estava me sentindo super excluída. Eu sei, eu fui uma mala nesses dias, fechei a cara pra todo mundo ontem mas poxa, eu estava meio estranha, eles sempre respeitaram isso. 

Ok, tentei passar meu tempo com tudo, internet, livros, comida, televisão, mas nada adiantou. Decidi que eu tinha que sair de casa, não vou ficar mais enfiada nesse quarto mórbido e tedioso. Coloquei uma roupa razoável, dei um jeito no redemoinho que se encontrava o meu cabelo, peguei minha bolsa e saí, mas no caminho, como sempre, lá estava Laurie. 

-Vai sair filha? - Meu olho tremeu quando ela disse filha, é estranho pra mim. 

-Vou, não aguento mais ficar em casa. 

-Pra onde você vai? 

-Eu não sei. Mas mesmo se soubesse, você não precisa saber. 

-Ai que ótimo, pois eu estava pensando em sair pra jantar e nós podemos ir juntas agora. 

-Ah, não, obrigada, eu dispenso. Estava pensando em ir pro shopping, comer, comprar alguns cds, não em jantar com você. 

-Ótimo, então a gente vai pra lá, eu vou só pegar minha bolsa. 

-Mas eu disse que não queria sua companhia. - Já era tarde demais, ela já tinha ido para o quarto dela. 

Tá, vamos pensar, eu tenho uma mãe que nunca foi amigável ou conversou comigo, se isso está acontecendo aora, o que custa ser amigável? Já que todos meus amigos me ignoraram não custa tentar, as vezes eu posso conhecê-la e ah, sei lá, me surpreender. MAS O QUE? Eu não sou assim. Quem é o monstro que tá dentro de mim? SOS. Fui tirada dos meus pensamentos por Laurie, descendo as escadas já arrumada, não sei como ela fez isso tão rápido. 

-Então vamos. 

-Mas... Tá, vamos. 

-Ótimo. - Ela abriu um sorriso maior que o rosto dela, supus que ela estava feliz.  

Já que eu não dirigia e nem tinha eu carro, fomos no dela mesmo, como ela dirigindo, obviamente. Ela nos levou a um shoping um tanto longe, do qual eu não me lembrava. Não disse nada pra ela e nós entramos e eu eu me lembrei, esse era o shopping em que ela me trouxe quando eu vim visitar-lá, eu deveria ter uns 8 anos. Não conseguir conter um sorriso. 

-Você se lembra... - Sussurei e não era pra ela ter ouvido. 

-E como poderia esquecer? Desde que você voltou para o Brasil eu venho aqui, eu sempre vim, mas esse lugar me faz lembrar você. - Ah não, para o mundo que eu quero descer. Laurie, a mulher que sempre me ignorou diz que vinha aqui pra lembrar da minha existência? Só pode ser brincadeira. 

-É... Sério? 

-Você pensa que eu não tinha saudade de você quando voltava para o Brasil? Você acha que eu não te queria comigo? 

-Acho. Porque se quisesse teria feito um esforço. 

-Riley, as coisas não eram fáceis, eu não tinha estabilidade, nem uma casa eu tinha, era melhor você ficar com seu pai. - Assenti, tentando desviar o assunto, odeio falar sobre isso. 

-Ok, eu to com fome. - Fui em direção ao Mc Donald's. 

-Não mocinha, você tem que se alimentar direito. 

-Ah, não enche, eu to aqui, não tô? Então me deixa comer o que eu quiser e já que você fez tanta questão de vir, você paga. - Sorri ironicamente e continuei andando. 

Nós comemos sem falar uma palavra, era uma coisa constrangedora, eu nunca tinha saido com... a minha mãe. É, porque ela é minha mãe, certo? E até que para uma primeira vez não tá tão mal, acho que ela está conseguindo se aproximar ou porque ela tem jeito ou porque eu estou muito vulnerável e preciso de atenção. Nós estávamos em uma loja escolhendo um tênis novo, eu estava amando sair com ela porque eu nem precisava pedir as coisas, ela simplesmente oferecia, ótimo. 

A loja em que estavamos dava de frente pra loja da Converse, de repente um garoto alto, de franja e camiseta xadrez entra, seguido por um garoto meio moreno de boné e depois um menino loiro entra. Eu só posso estar sonhando ou isso é muita coincidência, eu não tinha uma visão tão boa, por isso não conseguia distinguir os rostos a essa distância, mas por algum motivo o menino de boné saiu da loja. Zayn. Agora eu tinha certeza. Mas que merda eles estavam fazendo aqui?

-Ei, mas aqueles não são os meninos? - Laurie perguntou animada. 

-Não... devem ser meninos muito parecidos. 

-Não, aquele é o Liam, ele acabou de olhar pra cá, vem, vamos falar com eles. - Ela pegou meu braço e me puxou para fora da loja. 

-Não. - Tarde demais, Liam nos viu. Ele congelou e logo nós atraimos os olhares dos dois, ótimo, eles estavam congelados e Laurie continuava me puxando até nós chegarmos no meio do corredor e eles virem encontrar conosco. 

-Meninos! O que vocês estão fazendo aqui?

-É... Oi Laurie, oi Riley. - Liam falou e Niall continuava me olhando assim como eu fazia, sem dizer nada. 

-Laurie, nós não estavamos fazendo outra coisa? - Sussurei e ela revirou os olhos, ela parecia mais uma adolescente. 

-Até parece que eles são estranhos pra você, desencana, seus amigos estão aqui. 

-É... - Liam falou nervoso

-Eu... Preciso ir no banheiro. - Disse e sai, deixando todo mundo sem entender nada. 

Apressei meu passo e nem ao menos sabia para onde eu estava indo. Ouvi passos atrás de mim, mas ignorei. Eu não iria continuar lá, ninguém falou comigo o dia todo, não me ligaram, nada. Ai eles vêm aqui e não falam nada. Ótimo, já que era me excluir que eles queriam, era isso que conseguiram. Ouvi alguém gritar meu nome, e me virei dando de cara com um Niall ofegante e vermelho. 

-Surda... 

-Ei. O que você quer? 

-Essa não é a direção do banheiro. 

-Eu sei. Eu quero ir embora. Por que você tá falando comigo agora? 

-Como assim? 

-Você me ignorou o dia todo, achei que sei lá, estivesse emburrado comigo. 

-Eu nunca ficaria. - Ele se aproximou. 

Ah, que ótimo, ele realmente achava que iria me seduzir olhando nos meus olhos e tão próximo, falando coisas bonitinhas. Mas que droga! Ele é bom nisso e eu sempre fico assim, com cara de bunda e sem reação. 

-Mas é que eu... 

-Eu entendo. Agora vamos voltar lá. 

-Não Niall. Eu to afim de ir embora mesmo. 

-Certeza? - Assenti. - Nada vai fazer você mudar isso? - Neguei - Nem isso? 

Ele me beijou e como eu nunca consigo resistir, retribui. Era como se um dia sem beijá-lo parecia a eternidade, seus lábios eram a melhor coisa do mundo, a sensação deles nos meus então, não tinha explicação. Foi um beijo rápido, só pra me deixar querendo mais.  

-E agora, ainda quer ir embora? - Não respondi. - Eu sabia, vem. - Ele passou sua mão pela minha cintura e foi me guiando pelo caminho de volta e eu continuei emburrada. 

- Você não vai me contar o que vocês vieram fazer aqui? 

-Ah... Nós viemos... Comprar tênis. - Ele disse nervoso. 

-E precisava dos três? 

-Sim, nós três vamos comprar tênis. 

-Aham, sei. - Isso não era normal, aí tem coisa. 

Enfim, nós voltamos pra lá e não tinha mais ninguém lá, nenhum sinal de Liam, Zayn ou Laurie, ai que ótimo. Niall decidiu que era o momento certo de ficar sozinho comigo e acho que foi a melhor ideia que ele teve. Nós estavamos em um banco, tomando milkshake. 

-Então... Desculpa por aquele dia? Eu não estava bem. 

-Ah, ok. Só acho que você não precisava ter feito aquela cena, certamente você não viu ou ouviu a entrevista toda né? 

-Não na hora, mas eu vi vídeos, Pedro me mostrou. 

-Ah claro, sempre o Pedro. 

-Niall, não é ele quem eu amo. - Droga, eu não deveria ter entragado os pontos. 

-Então quer dizer que você me ama? - Dei um selinho nele. 

-Vem, vamos procurar o pessoal, quero ir pra casa. 

-Mas você nã... - Dei mais um selinho nele. 

-Vem. - Puxei ele e sempre que ele tocava no assunto eu o beijava. 

Depois de um tempo Laurie me ligou dizendo que estava me esperando no estacionamento, ela segurava umas 4 sacolas, assim como os meninos que também tinham algumas em mãos. Nós fomos para casa e Laurie não quis me dizer uma palavra de como tinham sido as compras com os meninos, eu achei isso um tanto estranho, não tinha porque ela esconder as coisas de mim. Isso era muito suspeito e eu odeio desconfiar das coisas.