Riley's POV. 

Cheguei em casa e me deparei com Laurie no sofá, vendo tv. Ela me olhou e se espantou com a minha aparência, também pudera, eu deveria estar parecendo um panda, toda descabelada. 

-Riley! Meu Deus, o que aconteceu com você? 

-NÃO TE INTERESSA. - Gritei e fui e direção ao meu quarto. 

-VOLTA AQUI AGORA MOCINHA. Quem você pensa que é para gritar assim comigo? Eu sou sua mãe. - Parei de andar e me virei. 

-Ah é? Pois você não aje como minha mãe, nunca agiu. Você é uma completa estranha para mim, dá pra continuar me ignorando? É muito melhor. Conversar com você me dá nojo, só o seu nome me dá repulsa. Eu nem ao menos te conheço. Eu só estou nessa merda de casa por obrigação. Eu já estou quase conseguindo dinheiro suficiente para me manter sozinha e te deixar. Agora continua ai, fingindo que eu não existo, é melhor assim. - Percebi que chorava de novo. - EU TE ODEIO. 

-Riley... - Não a ouvi e me virei, senti sua mão segurar meu braço. 

-Dá pra me soltar? Mas que merda. 

-Riley, eu tento me aproximar, mas não consigo. 

-Não parece. Você nem ao menos fala comigo, aposto que nem a minha idade você sabe. Eu queria uma mãe, eu queria uma mãe quando estou confusa, quando choro, eu queria uma mãe para contar os meus segredos, meus medos, eu queria uma mãe para me dar conselhos, o que eu mais queria agora era uma mãe. Mas eu não tenho. E não tente se aproximar de mim, você nunca vai me entender. - Soltei sua mão e subi para meu quarto. 

Ouvi ela gritando um "Filha", mas não dei atenção. Entrei e fechei a porta atrás de mim e desabei, sentei no chão e chorei. Eu nunca tinha falado nada assim para Laurie,e eu não queria que nada fosse assim, eu só queria meu melhor amigo de volta, meu pai de volta, tudo de volta. Eu soluçava, muito alto e tentava arrumar forças para me levantar e ir tomar um banho, mas eu não conseguia, meu peito doia de tanto chorar. 

Me levantei e fui tomar um banho, meu rosto estava inchado, minhas bochechas mais rosadas do que o normal. Entrei na água gelada, o que me despertou, saí do banho rápido, eu só queria dormir agora. Coloquei uma camisola e fui direto para a cama, fiquei lá, pensando em tudo menos no beijo, mas não conseguia, as palavras dele vinham na minha mente há todo minuto. Fiquei assim até que adormeci.

 [...]

Acordei com alguém me cutucando, resmunguei algo e tentei dormir de novo, mas dessa vez alguém me sacudiu e eu abri os olhos assustada, me deparando com Niall ali. 

-AI MEU DEUS. Quer me matar de susto, é? 

-Desculpa. 

-O que você tá fazendo aqui? E como entrou aqui? E há quanto tempo você tá aqui? 

-Eu estou há bastante tempo, acho que umas duas horas. E eu entrei aqui normamelnte, a porta não estava trancada. Eu vim aqui para conversar. 

-É... Agora? 

-Eu pensei que sim, né. 

-Niall, você me acorda, e, ah, ontem não foi um bom dia, eu não dormi bem e você quer conversar? 

-Desculpa, mas eu não aguento mais. Tem algumas coisas que eu preciso te falar. E uau, seu rosto está bem inchado, você andou chorando noite passada? - Droga, ele me conhecia muito bem. - Riley, o que aconteceu? Foi por minha causa? Me desculpa, me desculpa. - Ele ficou super afobado e veio me abraçar, mas eu o impedi. 

-Não Niall. Com você esta tudo bem, quer dizer, nem tanto. Mas é que, ah, você sabe dos meus problemas. - Ele assentiu. - Você me dá um minuto? Preciso tirar essa cara de maconheira e me arrumar, estou de camisola. 

-Hum, sei. 

-Hey, para de ser safado, você não era assim, mas que coisa. 

Saí da cama e fui até meu banheiro, sentindo o olhar dele me acompanhar, fechei a porta atrás de mim e dei um jeito na minha aparência de sono, saí e peguei qualquer roupa e coloquei. 

-Pronto, agora pode falar. - Sentei na cama esperando que ele começasse. 

Não que eu estivesse pronta para isso, mas um dia ou outro esse assunto viria á tona, o assunto que eu ainda não entendi direito. Quer dizer, ele gostava mesmo de mim, ou não? Odeio não entender nada. 

-É que, anh... Eu preciso te contar uma coisa. 

Ele parecia apreensivo, como se fosse chorar. Continuei olhando para ele com a expectativa de que ele continuasse, e foi o que ele fez. 

-E-eu te amo. - Arregalei os olhos e senti minha boca se abrir. - Eu te amo desde a primeira vez em que te vi, eu não consigo mais guardar isso, é insuportável, você não tem ideia do que é te ter perto de mim e não te chamar de mim, isso é horrível Riley. 

-V-você... Porque você não me contou isso antes? Eu iria entender perfeitamente - Não, eu não iria. 

-Você não iria, eu sempre achei que era muito cedo, na verdade eu nem sei se essa é a hora certa, mas pareçe que eu tirei um peso das minhas costas. Eu sei que você não me ama, e só me quer como melhor amigo, eu entendo, mas precisava te dizer isso, até pelo que aconteceu, nossos dois beijos, e seu ataque louco ontem, achei que era a hora. 

-Acho que você esperou demais - Pensei alto e me arrependi no mesmo instante. - Sabe, ontem, te ver lá, beijando aquela  garota foi horrível, pareceu que alguém me apunhalou bem no coração, foi a pior sensação do mundo. Eu acho... Eu não acho, eu gosto de você, mas isso é tudo tão estranho, e está acontecendo tão rápido. E você sabe como eu sou lerda para esse tipo de coisa. 

-Sim, eu sei. Eu acho que já vou, você precisa ficar sozinha, pra pensar, né? - Neguei com a cabeça

-Eu quero ficar aqui, mas com você. Só, me abraça, ok? - E foi o que ele fez. 

Sim, ele tinha o melhor abraço do mundo, e aquilo me acalmava, acho que daqui em diante as coisas vão começar a dar certo, mas não sei como fazê-las funcionarem. Me separei do abraço dele e me deitei, apoiando minha cabeça no colo dele. 

-Niall. 

-O quê? - Ele me olhou sorrindo, me levantei do colo dele, ficando de pé. 

-Me beija? - O sorriso dele se abriu mais ainda. 

Ele levantou também e veio se aproximando de mim, colocou sua mão na minha cintura e nossas testas estavam coladas. Eu sentia sua respiração quente em mim e ele ficou me olhando. 

-Tem certeza? - Ele me perguntou, e depois eu que era lenta. 

-Fica quieto e me beija. 

Sem hesitar ele colou nossos lábios, e eu senti formigamentos pelo meu corpo todo, foi a melhor sensação do mundo. Senti a língua dele junto a minha, e foi o melhor beijo do mundo, muito melhor do que qualquer um que eu já tive. Nós ficamos lá, se beijando até nos faltar ar e paramos. Ele continuou me olhando e eu o abraçei. 

-Obrigada.