– Chegamos, Ryuzaki. – disse Watari na parte da frente da limusine.

- Obrigado, Watari. – ele agradeceu. – Vamos, Hana-chan – a chamou enquanto saíam do carro.

- Wow! Isso é realmente grande! – ela falou contemplando o grande prédio que L construíra. – Deve ter custado uma fortuna...

- Verdade... – comentou Raito.

Ela pegou suas malas no porta-malas do carro. Todas as roupas delas estavam em duas malas de rodinhas pequenas. Porém havia outra bolsa média de costas apenas para seus jogos eletrônicos e mangás, e na mão carregava o ursinho que L lhe dera.

- Você guardou... – comentou impressionado

- Sim! Eu falei que adoro bichinhos de pelúcia! – riu.

Na entrada do prédio, ela devia se cadastrar no sistema de segurança. Teve que registrar sua digital, passar no leitor de retinas e ainda registrar uma senha. Depois, teve que tirar tudo de metal e passar no raio-X como nos aeroportos.

- Nossa, quanta coisa! - se impressionou com tamanha segurança.

- Vamos escolher seu quarto. – Ryuzaki falou. Ela e Raito eram os primeiros a verem o prédio, depois de Ryuzaki e Watari. Apesar de que o andar de Misa já estava escolhido.

- Eu queria que você fosse a primeira a ver... Mas como sabe, isso não poderia dar certo pois estou acorrentado a ele. – falou apontando para Raito.

- Realmente não acredito que ela precise de um andar inteiro... – resmungou Hana.

- Não vejo problema... – respondeu Raito.

- Você é o namorado dela, não conta. – disse e mostrou a língua para ele.

Eles entraram no elevador, e L apertou o botão do 5º andar.

- Olha, eu vou morar no mesmo andar que eu morava no outro prédio. – comentou rindo.

- Bem, meu quarto será o terceiro à esquerda. – falou Ryuzaki.

- Espera... Já que vocês estão acorrentados... Vocês vão dormir no mesmo quarto? E... Na mesma cama? – perguntou desconfiada e assustada ao mesmo tempo.

- Acho que sim. – Ryuzaki respondeu um pouco constrangido. Ela então começou a rir da cara dos dois, e eles não sabiam o que fazer em relação a isso.

- Desculpem-me, eu não aguentei. Apesar de que isso é muito estranho... Tem certeza que não é gay, Ryuzaki?

- Hana, cala a boca. – falou Raito irritado.

- Ui! Ele está nervoso! – falou ironicamente e rindo. – Bem, eu vou então escolher o último quarto.

Ela foi andando pelo corredor até seu quarto, que como todos, era enorme. Ela colocou a pelúcia em cima da cama de casal que havia, e colocou as malas do lado de um divã que havia perto de uma janela a esquerda. O armário ficava bem na frente da cama, e do lado direito havia uma porta que dava para o banheiro. Ela estava admirando o quarto quando ouviu alguém bater na porta.

- Hana-chan! Venha que eu irei lhe mostrar o prédio. – era Ryuzaki.

- Já estou indo!

No segundo andar era onde ficava a sala principal, com vários computadores, e várias telas para observarem os quartos ou assistirem vídeos de segurança, etc. Dos dois lados da sala haviam escadas que iam para o terceiro andar, onde ficava uma pequena cozinha. No quarto andar ficava a área de controle das câmeras e do sistema de segurança, onde Watari ficaria mais tempo.

Após conhecerem o prédio todo, Matsuda chegou junto com Misa. Ela logo se hospedou em seu andar, que era o 6º. Matsuda também foi se hospedar, mas ele escolhera um quarto no sétimo andar.

- Raitooooo-kun! – gritou Misa ao vê-lo, e saiu correndo o abraçar. – Agora que estamos juntos, podemos ter um encontro?

- Mas já? Acabamos de chegar.

- E daíi? Misa-Misa quer logo ter um encontro! Ah, esqueci que o pervertido vai junto. – olhou brava para ele. – Ah! Olá Hanaaaa-san!

- Oi. – falou meio seca.

- Raito, vamos ter nosso encontro agora! E daí a Hana também pode vir para ficar junto com Ryuzaki. – ela piscou a Hana, que deu um suspiro.

- Então venha, Raito-kun. Vamos pegar um bolo de morango para seu encontro. – Ryuzaki o arrastou para a cozinha.

- Bolo de morango! – Hana exclamou com os olhos brilhando.

Ela e Misa subiram para o andar dela. Misa sentou-se em um sofá na sala, esperando Raito. Hana ia sentar do seu lado, mas ela disse:

- Não sente aí! Esse lugar é do Raito de Misa!

- Tubo bem... – e se sentou no sofá do outro lado. Logo Raito e Ryuzaki chegaram trazendo um bolo pequeno, pratos e talheres. Eles colocaram em cima de uma mesinha de vidro que tinha entre os dois sofás. L tentou sentar-se do lado de Hana, mas a corrente não deixava que ele e Raito ficassem muito distantes. Então ele e Raito se sentaram em um sofá e Hana e Misa do outro.

- Ah, que chato. Misa não pode nem sentar do lado de seu Raito! – reclamava enquanto L colocava pedaços de bolos nos pratos. Apenas ele e Hana estavam comendo o bolo. Raito estava apenas quieto e Misa estava reclamando.

- Isso nem parece um encontro. – disse brava. O detetive comera seu bolo numa rapidez incrível.

- Você vai comer seu bolo? – perguntou para Misa com um garfo na boca.

- Misa não come doce. Engorda.

- Se você usasse a cabeça bastante, você não engordaria comendo doces. – ele falou.

- Tá tirando uma com a minha cara?! – falou Misa espantada, e Hana começou a rir. – Se eu te der o bolo, você me deixa ficar sozinha com Raito?

- Eu ia conseguir ver pela câmera mesmo, ia dar na mesma.

- Seu pervertido! – gritou Misa.

- Fale o que quiser, mas eu vou comer seu bolo.

- Eeei, divide comigo! – pediu Hana. L dividiu um pouco do bolo com ela, deixando-a mais contente. Misa ficou perguntando possibilidades sobre ele poder vê-los pela câmera. E então Raito disse que isso não é importante, o importante é que se mudaram para esse QG para poderem investigar melhor, mas mesmo assim Ryuzaki parecia sem motivação.

- Motivação? Eu não tenho mesmo. Estou deprimido. – disse com uma cara de tédio.

- Ryuzaki! Não diga isso! – falou Hana preocupada – Porque você estaria deprimido? Um dos melhores detetives do mundo deprimido.

- É que eu ainda acho que Raito-kun é Kira. É deprimente que essa teoria possa estar errada. – ele continuou falando sobre isso, achando que Kira estava controlando eles para não suspeitar deles, mas não faz sentido porque eles não morreram. E ele continuou falando sobre isso com cara de tédio.

- Então com essa teoria, mesmo controlados, eu e Misa não seriamos Kira, não é? – perguntou Raito.

- Não. Ambos são Kiras.

O detetive explicou que pensou em quanto eles estavam detidos, que o poder poderia passar de pessoa em pessoa,e Hana completou seu raciocínio dizendo que se a pessoa fosse capturada, o poder passa para outro e a outra pessoa perdia as memórias. “Perder as memórias... Não poderia ser que nem o meu caso, poderia?” ela pensou aflita.

-Motive-se, Ryuzaki!! – pediu Hana.

- Motivar-me? Não tenho motivos para isso. Se nos esforçarmos muito, só estaríamos arriscando mais a nossa vida. Só de pensar quantas vezes achei que ia morrer... – Hana estava ficando chocada com o que ele dizia. Como ela poderia animá-lo? Porém, algo inusitado ocorreu. Raito se levantou e lhe deu um soco, que fez o detetive parar na parede.

- O que você acha que está fazendo, idiota? – Hana gritou.

- Isso dói... – falou Ryuzaki. Ela saiu correndo socorrê-lo, mas Raito começou a gritar com ele sobre isso ser patético. E ele puxou a gola da camisa dele, ainda gritando.

- Quantos policiais, agentes do FBI, jornalistas e inocentes se envolveram nisso? – gritou – Não foi você que prendeu eu e Misa?

- Eu sei. Mas isso não importa... – Hana e Misa estavam chocadas. Misa na verdade estava mais com medo. E Hana, estava com medo de L se machucar mais, e estava muito triste pelo descontentamento dele.

- Uma vez é uma vez! – gritou Ryuzaki e chutou Raito em sua cara, que caiu no chão. Mas a corrente puxou L, fazendo o cair.

- PAREM! BAKAS! – gritava Hana. Ela não conseguia ver aquela cena, porém parecia que eles só a ignorava.

Eles continuavam discutindo, e Raito achou que L só estaria satisfeito quando ele for Kira. “Raito está diferente... Ele bateu em Ryuzaki só porque ele quer desistir do caso...” pensava Hana.

- Não ficarei satisfeito? – ele pergunto enquanto se levantava. – Pode ser verdade... Acabo de perceber que queria que você fosse Kira. – e Raito o atingiu na cara, e continuaram a lutar.

- Se vocês não pararem, eu que vou socar os dois!! – gritou Hana. – É sério! – isso já estava passando dos limites, ela entrou no meio da briga e puxou a gola dos dois.

- ESCUTA AQUI SEUS BAKAS! EU VOU... – ela foi interrompida pelo o som do telefone. Ryuzaki conseguiu se soltar de Hana, e foi atender ao telefone civilizadamente, como se nada tivesse ocorrido.

- Alô? – ele escutou alguns instantes, mas logo desligou. – Era só o Matsuda falando besteira de novo.

- Ah... Ele sempre fala. – respondeu Raito, e agora estava mais calmo.

- Ele tá ouvindo a gente? – Hana perguntou. – Hey! Matsuda! Seu idiota! – ela gritou. – E você também é outro idiota, Raito! Venha Ryuzaki, vou limpar seus ferimentos. – ela o puxou, e esqueceu que Raito também veio junto.

- Que merda! Esqueci que você tá junto. Essa corrente é uma merda! – dizia irritada. – Misa, vem cuida do seu namorado. – ela falou para a garota que estava escondida atrás do sofá.

- Sim, sim... – ela respondeu ainda um pouco assustada. Eles foram para o banheiro de Misa, onde havia alguns band-aids. Hana pegou um papel e limpou onde estava sangrando, e depois colocou um band-aid.

- Vê se não bate no Ryuzaki de novo, Raito. Se você bater nele, eu te mato.

- Hahaha, que engraçado. – falou Misa rindo. – Ela tá brincando, não é? – sussurrou para Raito, mas não obteve uma resposta.

- Ryuzaki, tente se animar. Por favor. – ela sorriu, mas ele continuou com uma cara entediada. – Por mim? – ela suplicou sorrindo. Entretanto, por mais que L quisesse sorrir para ela, não conseguiu. Ele se sentia perdido em todas as teorias dele, e ao mesmo tempo com medo por achar que pode morrer a qualquer hora.

- Ah, tudo bem, eu... Só estava tentando ajudar... – acrescentou baixo, com a cabeça levemente para baixo. – Eu... Vou indo. Tenho que arrumar minhas coisas. – assim ela deixou o local.

- Viu o que você fez, Ryuzaki? – Misa ficou brava, mas ele ignorou. Não queria que ela pensasse que ele não queria sorrir para ela.

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Já era tarde da noite, provavelmente por volta das três da manhã. Como sempre, Hana sofria mais uma de suas insônias incensáveis, revirando pela cama. Talvez estava assim por causa de seu problema, ou talvez pelo fato de estar em um lugar diferente. Quem sabe também, pode ser até por causa da desmotivação de L. Mas isso agora não importava, pois isso não muda o fato dela não conseguir dormir. Então, ela decide dar uma caminhada pelo local, só para passar o tempo.

Contudo, quando está passando pelo corredor, vê que a porta do quarto de Ryuzaki está entreaberta, fazendo com que sua vontade de adentrar o local cresça mais ainda. E inevitavelmente, empurra a maçaneta lentamente, e se depara com Raito dormindo num colchão no chão, e L sentado na poltrona ao lado. Ela percebe que ele está acordado, mas ele não repara a presença dele. Está distraído pensando enquanto olha para a janela.

Como percebeu que ele não sabia que estava ali, se perguntou se realmente deveria entrar. Ela tenta caminhar lentamente para o corredor, mas ele finalmente a repara lá.

- Hana-chan? – sussurrou para não acordar o garoto.

- Desculpe-me Ryuzaki... Eu estava com insônia, e daí resolvi dar uma volta, e vi você ai, e... – ela se embaraçou – Ah, deixa. Acho que não quer que eu fique aqui... Eu vou indo.

- Não, Hana-chan. Fique, por favor. – ele pediu tristemente. Ela então se aproximou e sentou-se do lado dele. – Perdoe-me pelo meu comportamento de hoje. Não que eu não quero me motivar, é que... Eu não consigo. Eu tinha quase certeza de que Raito era Kira, mas mudou tudo tão de repente. Me perdoe.

- Não tem problema, Ryuzaki. Eu sei como deve se sentir, e você conseguirá resolver esse caso! Você é muito inteligente, não se subestime! – ela deu o sorriso que L amava ver no rosto dela. Eles então se entreolharam, primeiro era como se Ryuzaki estivesse agradecendo apenas a olhando. Mas depois, ele começou a observá-la. Estava escuro, apenas o luar iluminando o rosto dela, porém para ele, continuava linda.

- Você poderia tentar me motivar... – L sussurrou. Não sabia o que estava fazendo, apenas sabia que queria dizer aquilo.

- É? Como...? – eles foram se aproximando, e ele então colocou uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha. Porém, neste ato carinhoso, a corrente balançara e caíra um pedaço na cabeça de Raito, acordando-o.

- Ryuzaki, vai dormir. – disse zonzo, e abafado por causa do travesseiro em sua cara. Depois ele voltou a dormir. Hana reparou o quão estavam próximos, e corou.

- Eu... É melhor eu ir. – disse envergonhada, e saiu do quarto dele ainda com o coração disparado.

- Minha Hana... – sussurrou, mas não conseguiu dizer as palavras que ultimamente estavam presas em sua garganta.