Triplex escrita por liviahel


Capítulo 5
Não existe pacto entre... mulheres?




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As duas moças jamais admitiriam que ficaram decepcionadas com NichKhun e muito menos que passaram mais de uma semana olhando para o telefone, esperando ele ligar, ou formulando uma desculpa para ligar e tirar satisfações. Elas também não se falaram depois daquele domingo.

NichKhun tinha uma sessão de fotos para uma campanha publicitária de calças jeans num dos estúdios da agência. Ele não estava atrasado, mas chegou depois de todos, inclusive da modelo que ia fotografar com ele.

— Quem é a moça que vai trabalhar comigo hoje? — perguntou ele ao fotógrafo.
—Aquela moça de cabelos claros, de costas, perto da iluminação. Quer que eu a apresente a você?
— Não, pode deixar que eu mesmo falo com ela.
NichKhun foi até a garota e cumprimentou.
— Boa tarde.
A garota se virou e a reação de ambos foi de surpresa.
— Oi Nana!
— Oi NichKhun.
— É você quem vai fotografar comigo hoje? Legal. Coincidência não é? Nós nunca nem tínhamos...

Nana percebeu que NichKhun estava falando mais que o normal e se lembrou do que Junsu tinha dito sobre esse hábito. “Mas não era só quando ele comentava com o Junsu? Esse cara é mesmo muito estranho” pensou ela.

—... O que você acha?
Nana não tinha prestado atenção em nada e não sabia o que responder, por sorte o fotógrafo chamou os dois.

— Deu a hora NichKhun, vamos trabalhar.

Nana era extremamente profissional para alguém da idade dela, uma vez que começavam os ensaios não prestava atenção em mais nada além das instruções do fotógrafo. O ensaio era do tipo que tinha poses estranhas, mas nada muito constrangedor, então correu tudo bem na primeira fase do ensaio. No estúdio fazia calor por causa das luzes, Nana e NichKhun posavam pras fotos e diziam poucas coisas um ao outro,tudo relacionado ao trabalho, até porque Nana não deixou brechas pra isso e o rapaz entendeu o recado. Depois de uma hora de trabalho todos decidiram fazer uma pausa. Havia uma mesa com comida e bebidas para equipe e os modelos. Nana foi retocar a maquiagem, porque tinha suado com o calor da luzes e NichKhun a seguiu levando garrafas de ice tea.

— Toma. — ofereceu uma garrafa à Nana, que pegou da mão dele, mas continuou olhando no espelho.
— Obrigada.
— Então... Fiquei esperando você me procurar, e nada.
A modelo estava concentrada no espelho, mas virou-se e fez-se de desentendida.
— Ãh? Ah! Trabalho, muito trabalho esses dias.

NichKhun sorriu, "você tinha que ser assim bonito?" pensou Nana.

— Você é assim sempre tão séria no trabalho?
— Sempre. — Nana voltou a encarar o espelho e NichKhun a olhava com curiosidade pelo reflexo.
— Faz bem. Acho que o ensaio vai ficar ótimo.

"Que conversinha estranha" pensou Nana de novo.

— Por que você acha isso?
— Porque alguém aqui é realmente bonito. — NichKhun falou com o rosto próximo o ombro de Nana, também olhando no espelho.
— E quem seria esse alguém? — disse Nana já esperando uma cantada clichê.
— Eu é claro. — ele disse rindo e mexendo nos cabelos.

Nana riu e se virou para olhar o rosto do rapaz e só depois de fazer isso percebeu o quanto ele estava próximo, mas saiu da posição em que estava.

— Deixa-me ver, o cabelo é bonito sim, ok, o corpo eu já vi melhor situação, também está ok. Mas acho que você deveria fazer as sobrancelhas.
NichKhun riu.

— E eu que sempre achei que esse fosse meu charme — disse com sarcasmo. — Você até que é bonitinha.

Nana tomou um pouco do ice tea e deixou umas gotas escorrerem propositalmente pelo pescoço e colo, NichKhun estremeceu quando ela passou a mão no peito para se secar.

— Vamos?
— Vamos o que? — perguntou NichKhun, desconcertado.
— Trabalhar é claro. — Nana sorriu inocentemente e saiu em direção ao novo cenário montado pela equipe.

O cenário era simples, uma sala negra, cheia de abajours de diferentes tamanhos e um sofá de couro preto e lustroso.

— Nana, deite-se com a cabeça no braço do sofá, dobre uma perna e apóie o outro é no chão. — disse o fotógrafo.
Nana cumpriu com a pose na mesma hora e olhou para a câmera a espera do flash, imaginando que seria uma foto solo. Só que o fotógrafo continuou dando instruções, para NichKhun.

— Você aí rapaz, deite-se com ela, ponha a cabeça na barriga dela.

E foi o que ele fez, deitou-se com o rosto apoiado na barriga Nana se surpreendeu com a orientação do fotógrafo, mas na reagiu, só manteve a pose. NichKhun se deitou e várias fotos foram tiradas. Nana já tinha feito vários ensaios como aquele, mas nunca com um cara por quem ela se sentia atraída. Tentou ser o mais profissional possível, e conseguiu porque quando terminaram o fotógrafo mostrou como estavam as fotos, e lhe pareceu nunca ter feito um trabalho tão natural como esse antes.

Os dois foram trocar de roupa para ir embora, e claro, NichKhun terminou primeiro e ficou de plantão à porta do vestiário aonde Nana estava. Ela abriu a porta com pressa e deu de cara com ele.

— Está com pressa?
— Estou.
— Para que? – insistiu NichKhun
— Para ir para casa, estou cansada.
— E com fome...
— Hein? — Nana estranhou o comentário.
— Sua barriga estava roncando quando eu me deitei...
— Ah! É que eu não como nada a horas.
— Vamos sair, eu te levo para comer alguma coisa depois te levo pra casa.
— Eu estou de carro — Nana deu a única desculpa que conseguiu formular.
— Tudo bem então, eu te levo para comer depois te trago aqui pra pegar o carro. — insistiu ele — Você e Victória são tão desconfiadas.
— Falou com ela essa semana? — disse Nana com falsa inocência.
— Não a vejo desde sábado passado. Mas então, vamos comer? Também estou morrendo de fome.

NichKhun fez o convite de uma forma tão inocente que Nana ficou muito tentada a aceitar logo de cara.

“Eu quero ir...mas eu sei que ele está jogando comigo. Se bem que ele disse que não falou com a Victoria...Mas pode ser mentira...deve ser mentira...Ele só te chamou para comer, não te pediu em namoro...até porque eu nem tenho tempo pra namorar...” pensou Nana.
— Está bem. — “oremos” pensou.

E os dois saíram. NichKhun levou NaNa a um restaurante americano numa praia pouco movimentada, perto de um parque de diversões. Nana tinha se preparado para tudo, menos para aquilo, esperava que ele a levasse a um restaurante renomado como todos os rapazes que a chamam pra sair. Porém, Nana teve o fim de tarde mais divertido que poderia ter tido. Comeram fast food, andaram descalços na praia até o fim da orla, onde ficava o parque. Andaram infantilmente em vários brinquedos e viram o sol se por no alto da roda gigante. NichKhun ganhou um enorme urso de pelúcia no tiro ao alvo e deu à Nana.

— Que lindo.
— Obrigada. — disse NichKhun brincando.
— Eu falava do urso, mas está bem, você também é lindo. Só que o urso tem mais vantagens.
— Quais?
— Veja bem, vou tê-lo sempre por perto... Vai me aquecer enquanto durmo...
— Espera, você está dizendo que essa coisa melhor que eu?
— É, tipo um Khun 2.0. É um bom nome não acha?
— Isso quer dizer que você vai dormir com um NichKhun hoje? — sugeriu NichKhun maliciosamente.

Nana assentiu.

— Com “esse” NichKhun, sim. – disse abraçando o urso.

NichKhun riu, puxou Nana pela mão e os dois foram embora. Como combinado, ele a levou de volta ao estúdio para buscarem o carro de Nana. NichKhun se despediu com um beijo na bochecha, Nana achou estranho, mas se existia alguma possibilidade dela achar que NichKhun estava só jogando, ela sumiu completamente da mente dela.
****
Em mais um dia de trabalho, Victoria saiu de carro a caminho da agência, ela ia começar a ensaiar um grupo de dançarinos para o novo mv de um cantor da empresa. Ela ia mais cedo porque ia receber informações sobre o conceito artístico, desenhos do cenário e claro, a música.

Ao entrar na portaria do prédio, Victoria teve que correr pra pegar o elevador antes da porta se fechar, e conseguiu chegar a tempo, mas trombou em um corpo muito mais forte que o seu. Resultado, ela caiu e a outra pessoa só se moveu alguns centímetros.

— Desculpe-me — disse Victoria ainda no chão, sem olhar para a pessoa, poruqe estava muito sem graça.
— Devo chamar um advogado? Porque agora sim eu tenho certeza de que você tem alguma coisa contra mim. — disse

NichKhun rindo e estendendo os braços para ajudá-la a se levantar.

— Ah é você... Eu devia ter batido mais forte então... — ela disse, sorrindo.
— Então você admite que tem algo contra mim?
— Tudo.
— Foi você quem não me autorizou a procurá-la. — o comentário foi totalmente inesperado tanto que Victoria acabou notando que apesar de já estar de pé, ainda estava nos braços de NichKhun.
— Não me lembro de ter dito isso, mas você é bom em deduzir... E em obedecer.
— Sou bom em muitas coisas. — disse NichKhun aproximando o rosto ao de Victoria.
O elevador parou, os dois olharam para o indicador, que mostrava 10º andar.
— Vou ficar aqui. — disseram os dois juntos, porém em tons diferentes. NichKhun em tom de desapontamento e Victória em tom de alívio. Os dois tentaram sair ao mesmo tempo pela porta e ficaram presos.
— Você também vai ficar nesse andar? — disse NichKhun, visto que era ele quem tinha apertado o botão do elevador.
— É que eu tenho uma reunião agora. Espera, você disse “também”, quer dizer que o mv que eu vou coreografar é seu?
— Acho que sim. — NichKhun riu — Alguém andou dando uma mãozinha pro destino.
— Você fez isso?
— Não, Junsu é o produtor do vídeo.
Victória sorriu e olhou pro relógio.
— Vamos nos atrasar.

Os dois foram juntos até a sala de reuniões, Junsu, Sohee e uma equipe de dançarinos, já conhecidos de Victória, conversavam descontraidamente, entre eles Krystal, uma trainee que também trabalhava como backdancer e era uma das melhores amigas de Victoria. Quando terminaram de cumprimentar todo mundo, NichKhun puxou uma cadeira para Victoria, depois se sentou ao lado dela. Krystal lançou um olhar curioso à amiga, que disfarçou e fingiu não tê-la notado.
Sohee falou sobre o conceito artístico, figurino e Junsu falou sobre as locações, que seriam em sua maioria, cenas externas numa praia de Bali. A reunião acabou rápido, ficou resolvido que começariam a filmar dentro de uma semana e que Victoria faria o par de NichKhun na cena de dança na praia. Ela não costumava fazer parte dos vídeos que coreografava dessa maneira, mas visto que não havia alguém experiente o suficiente disponível, ela não argumentou, até porque gostou da idéia.

— Nunca tínhamos trabalhado juntos, acho que esse vai ser um bom começo não é? — NichKhun puxou assunto enquando as pessoas de dispersavam na sala.
— Tanto faz, trabalho é sempre trabalho NichKhun.
— Mas trabalho é sempre melhor quando é em Bali.
— Verdade. — Victoria disse, sinceramente empolgada.
— Comigo então... — sugeriu NichKhun.
— Menos, bem menos NichKhun.
— Não sei ser comedido, comigo as coisas são sempre pra “mais”.
— Tudo que é “mais” sobra...
— E tudo que é menos não satisfaz...

Victoria não conseguiu pensar em nenhum argumento para continuar a discussão, então só riu. Krystal observava os dois de longe e esperou por uma brecha para ir falar com Victoria.

— Oi unnie! Faz tempo que a gente não se fala!
— Eu vou deixar vocês conversarem. — disse NichKhun que foi falar com Junsu. Victoria o observou por uns segundos anter de responder à Krystal.
— Você anda treinando mais do que eu estou trabalhando.
— Trabalhando e namorando...
— Você namorando?!
— Não faz a sonsa Victoria, você sabe que eu estou falando de você! — disse Krystal rindo.
— Eu namorando? Você está doida? De onde tirou isso?
— Ah, não é oficial então? Te vi flertando com NichKhun, ele faz seu tipo... E você sempre faz a sonsa quando tem algo acontecendo, eu só deduzi...
— Deduziu errado.
— Ainda não então... mas eu aposto que logo...
— Eu não aposto mais nada na minha vida...
— Hum, então você já nem descarta a possibilidade?
Victoria não soube o que responder sobre isso.
— Eu nem estava flertando, estava só conversando.
— Sei... — disse Krystal com ironia.

Enquanto isso NichKhun e Junsu também conversavam.

— Você mesmo escolheu Victoria como dançarina principal?
— Não exatamente, a agencia me indicou uns nomes e quando vi o dela achei que seria uma boa idéia, já que conheço o trabalho dela.
— Ah! Fala sério!

Junsu riu.

— Está bem, eu mexi uns pauzinhos para arrumar as coisas, ela estava escalada para o período de treinamento de uns trainees.
— E Bali foi um bônus?
Junsu assentiu.
— Por que fez isso?
— Achei que arrumando uma namorada pro meu melhor amigo o faria ter algo em comum comigo...
— Você namorando? Sohee?
Junsu fez que sim. NIchKhun viu Victoria saindo da sala e se lembrou que tinha uma coisa para falar com ela.
— Desculpa Junsu, depois eu quero saber da novidade, mas preciso falar com Victoria agora mesmo.
— Tudo bem, vai lá.
NIchKhun correu e a alcançou.
— Preciso de um favor seu. O que vai fazer agora?
— Fora trabalhar? — disse Victoria brincando.
— E amanhã?
— Depende...
— De quê?
— Do favor que você vai me pedir.
— Deconfiada como sempre... Preciso de ajuda feminina...
— Eu não faço esse tipo de serviço. — disse Victoria brincando.
— Agora é você quem está pensando indecências. Influencia minha?

Victoria riu.

— Preciso da sua ajuda para decorar o triplex. Os móveis chegaram ontem, mas não sei onde colocá-los. E depois podemos ensaiar.
Victoria não conseguiu achar nenhuma segunda intenção no convite de NichKhun, até porque ele tinha agido de forma inocente o tempo todo.

— Está bem, passo por lá de manhã.
— Obrigado. — ele agradeceu dando um abraço nela, como quando ele a levou pra casa. — Bom trabalho.


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