P.O.V May

Legal
Mui Bueno

Aqui estou eu, no refeitório da escola, recebendo olhares tortos de todos.

T-U-D-O-Q-U-E-E-U-Q-U-E-R-I-A-!

Encarei a comida do meu prato pela milésima vez. Nada saudável. Tudo bem, era salada. Mas estava transbordando de tanto óleo. Pelo bem do meu corpo, não iria comer aquilo. Coloquei meu prato de lado e parei meu olhar em um ponto fixo do refeitório : Um extintor. Incrível aquele vermelho...

-Hey little cat –aquela voz eu reconheceria em qualquer lugar

-Sai daqui, Somers –disse sem mover um único musculo, mas logo fui obrigada a distribuir minha atenção para quatro pessoas, agora sentadas ao meu redor.

-você costumava ser mais simpática antes –Kate murmurou colocando um bolinho inteiro na boca.

-Pois é! Costumava e Antes. Essas palavras já são o suficiente pra entender –pisquei.

-Sabemos que você nos ama, gata –Ryan piscou.

-Amo mesmo. Mas sabe... vocês poderiam ficar longe.. pra aproveitar e dar saudade –sorri sínica

-Por que não esta comendo? –kate estranhou meu prato cheio

-Tem muito óleo. Vou comer em casa.

-Você é muito chata –Justin disse simples, comendo sua comida.

-É. Sou mesmo. Mas a pergunta da vez, porque não me deixa em paz?

-eu deixaria, mas eles querem vir pra não te deixar sozinha.

-Eu agradeço. Mas não precisava. Sério! –sorri falsa.

-Olha, experimenta –Ryan empurrou um prato com um lanche –que me chamava –e Chaz me empurrou um copo de coca-cola. Tentação.

-Estão loucos? –Perguntei me levantando da mesa –se me pegam comendo isso, estou fora da torcida.

-Você não pode sair, é a capitã –Kate disse lambendo os dedos

-Fiquem longe, por favor. –Saí da mesa indo pra minha próxima aula.

Artes cênicas.

Das 18 matérias, essa é a única em que minha média é 8.

EU SEI QUE É PESSIMO.

Enfim, eu era a única na classe. Então peguei meu livro e comecei a estudar. Na teoria, eu era boa. Mas não conseguia me soltar o suficiente pra atuar e fingir que tudo eram flores e rosas. Porque no mundo real, não eram.

Logo a classe foi se enchendo, e junto ao professor, chegou Justin distribuindo sorrisos.

ARGH!

-Hey turma. –O professor willson nos cumprimentou. Ele era um jovem senhor, quem em plenos 56 anos, tinha uma pele perfeita , cabelo liso e enrolado nas pontas branco, olhos claros azuis, grandes óculos pretos, que estavam na moda no Brasil se não me engano pela banda Restart, um suéter verde escuro, calça Jeans clara e um All star preto e o mais importante, seu brinco grande e reluzente na orelha direita.

-Eae Will –ouvi alguns cumprimentos, apenas sorri.

-Bom, vamos até o palco. Sentem-se lá. –Todos foram até lá, e sentamos em um formato circular. Depois de alguns segundos o professor chegou, manco de uma perna. É. Essa era a marca do nosso professor, o estilo e a perna manca.

-Bom, seguinte. Nós vamos começar uma história e vamos deixar uma deixa pro nosso colega completar. Então, Let’s go. Começa com você... May! –ele sorriu

-e-e-eu? –senti minhas mãos suarem

-Você mesma. Percebi que mudou o visual. Gostei. –ele sorriu eu tentei sorrir, mas estava muito nervosa pra isso.

-Vai lá –ele disse e bateu palmas apontando pra mim

-Bom, era uma vez uma menina. Ela era legal e tal. Aí ela conheceu um menino. Ele também era legal. Aí eles conversaram e... –comecei

-Não, Não, May. Você tem que viajar mais. –ele disse simples

-então... aí o moleque chamou ela pra um passeio. –fiz um bico fazendo todos rirem da GRANDE diferença

-Faz o seguinte, continua daí, Bieber –Justin assentiu

-Nessa que o menino, chamado Rosa, e a menina chamada João já estavam conversando a maior tempo. Então rosa decidiu chamar joão para um passeio. Claro que joão aceitou, mesmo sendo uma menininha inocente. Já rosa, não. Tinha uma certa malandragem. Mas estava longe de coloca-las em pratica com joão. Rosa perguntou se ela queria ir com ele na cidade vizinha, pegar a entrega que seu pai. E lá estavam eles, caminhando quando olharam em um grande relógio e viram marcar meio-dia. Do nada, saíram pessoas de fabricas, casas, escolas, de tudo quanto é canto. Era horário de pico. Então eles acabaram se perdendo. Aí joão chegou em um cara de terno toda apavorada e disse ‘’senhor, eu me perdi do meu colega, pode me ajudar a procura-lo?’’ e o cara, tendo em vista uma linda garotinha pequena, se preocupou e respondeu ‘’sim, como é o nome dele’’ e a menina respondeu ‘’é Rosa’’. ‘’espera, não é um menino?” O cara se perguntou confuso. ‘’é sim.’’ A menina respondeu. ‘’hã... tudo bem. E qual seu nome?’’ ‘’João. ‘’ ‘’você é uma transexual?’’ o cara se afastou da menina com os olhos arregalados. ‘’Hey, já peguei a entrega’’ Rosa apareceu colocando a mão na pequenina. ‘’que gente estranha essa.’’ João disse mexendo na barra de seu vestido, agora, ambos voltando pra casa. ‘’nem me falem, me disseram que Rosa era nome de mocinha’’. João riu. ‘’espera só até eu dizer aos meus pais. Minha mãe vai largar o jornal na hora. E meu pai vai até tirar o salto de tanto rir.’’ –todos o aplaudiram rindo.

-mas... não faz sentido. –disse

-Eis a questão, May. Não precisa fazer sentido. A história tem que te prender.

-hã... –juntei o cenho

-Seguinte, vamos fazer duplas para ser mais produtivo. Carly e Mark, Vivian e Stephan, Rachel e Steve, Suzan e Gabriel, Amy e Chad, Gabi e Nolan e May e Justin. –Ele se levantou e todos saíram do palco, deixando apenas eu e justin incrédula.

-Saíam daí os dois! Agora, vocês vão ir até o chapéu na minha mesa e os dois de cada dupla pegaram um tema e misturarão. Aí vocês vão apresentar uma curta, ainda hoje. Agora, eu vou ver meu facebook. Se espalhem e se virem –ele disse e saiu indo até o canto do auditório.

-vem –Justin foi até o chapéu e pegou os últimos papeis e me deu um.

-Romance de duas pessoas diferentes. Qual o teu? –ele perguntou tedioso

-1+1=5. –disse confusa. Ele riu.

-Legal.

-Como assim legal? Não tem sentido nenhum.

-Esquece a lógica! –ele se sentou revirando os olhos

-NÃO DÁ PRA ESQUECER A ÚNICA COISA QUE FAZ SENTIDO! –Berrei, mas o bom é que só tive a atenção de Justin porque o Sinal já soava e o povo saía da sala

-NÃO É PRA FAZER SENTIDO. Para de querer que tudo gire ao seu redor e que tudo seja do seu jeito!

-Você é... INSUPORTÁVEL! –Virei as costas e saí da sala

AAAAAAAAAAAAAAAAARGH.