So In Love escrita por Mandy-Jam


Capítulo 10
Zero


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o penúltimo capítulo de So In Love. Eu espero que vocês gostem mesmo.
Boa leitura.



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Gael Já tinha ouvido tudo quanto era tipo de comentário sobre Rayssa, e já estava ficando cansado disso. Todos os seus irmãos implicavam com ele por ter perdido a garota para seu próprio pai. Não que o filho de Ares realmente se importasse para o que os outros pensavam, ou para o que falavam dele, mas ele estava se importando com o que Ray estava fazendo.

Podia sentir que algo estava errado. Ela não podia ter mudado de ideia quanto á ele tão rápido. Seu coração se apertava toda vez que relembrava da cena dela dizendo que estava apaixonada por ele no meio do campo de treinamento.

Tomado por certa determinação de esclarecer as coisas de uma vez, ele foi até o chalé de Apolo. Deteve-se ao notar que Raysse tinha saído irritada de lá. Seguindo-a estava o próprio Deus do Sol.

- Volte aqui, porque eu ainda não terminei de falar com você! – Exclamou Apolo com raiva. Ray se virou contra a vontade e cruzou os braços – Não gosto dessa história de você correr atrás do Ares, entendeu?!

- Não é você que tem que gostar ou não, pai! – Rebateu com irritação – Eu gosto dele e pronto!

- Como ousa falar assim comigo? – Perguntou com autoridade – Sabe o que vão dizer de você daqui a pouco? Sabe dos nomes que vão te chamar pelas suas costas?! Correr atrás dele é encrenca! Só vai te fazer mal!

- Mas eu o amo! – Exclamou Ray batendo o pé no chão com raiva.

- Mas ele não te ama! – Rebateu Apolo – Ele não liga para você! Vai te usar e depois te largar de lado! Vai fazer você sofrer! Acha que eu quero ver isso?!

- Ele não faria isso comigo! – Retrucou Ray – Você não entende nada, pai! Ele me ama sim! Ele até me levou para um encontro!

- Te ama?! Hoje mesmo ele já estava se engraçando com a Afrodite de novo! A única coisa que ele poderia querer com você é diversão. Depois que tivesse o que queria ia te largar! – Reclamou Apolo – Ray, esquece ele! Não insista nessa besteira!

- Vai embora! – Exclamou Ray com os olhos cheios de lágrimas – Eu não acredito em você! Não quero mais ouvir a sua voz!

- Eu só não quero que sofra, Ray. – Disse Apolo controlando o tom de voz para não gritar – Escute o que estou dizendo. Obedeça.

- Não! – Berrou Ray com raiva. Apolo respirou fundo e resolveu que não perderia a cabeça por causa daquilo.

- Então vai aprender da pior maneira. Sinto muito. – Disse virando as costas e indo embora. Todos os semideuses evitaram passar por ali, pois notaram que Rayssa estava aos prantos.

Gael ficou parado durante alguns minutos, só olhando para a filha de Apolo. Ele sabia no fundo que aquilo ia mesmo acontecer. Que Apolo falava a verdade, e queria simplesmente poupar a filha.

O semideus achou que alguma amiga de Ray iria ali para consolá-la, mas ninguém apareceu. Os minutos foram passando e ela chorava cada vez mais. Ele acabou se comovendo e indo em direção á ela. Não era seu cérebro dando aqueles comandos. Era seu coração.

Ray notou que alguém tinha parado na sua frente, e ergueu o rosto molhado de lágrimas. Entre soluços, ela tentou afastá-lo.

- Ah, é você. Vá embora! – Chorou Ray. Gael negou com a cabeça, e ela bufou – Eu não quero te ouvir! Não quero ouvir ninguém!

Gael ignorou o que ela disse e sentou-se do seu lado nos degraus do chalé 7. Rayssa continuou a chorar sem olhar para ele.

- Meu pai sabe ser um idiota. – Falou como se estivesse falando consigo mesmo. Ele olhava para frente e não para Rayssa – Ele deixou a minha mãe antes de saber que ela estava me esperando. Ela contou que eles se divertiam muito, mas que ele sempre dava dor de cabeça. Sempre em brigas, sempre em discussões, sempre gritando.

Rayssa tentou parar de chorar para poder ouvir o que Gael estava falando.

- Ele não foi lá um pai tão bom. Tentou se redimir me conhecendo melhor e me trazendo até aqui. Pode ter se aproximado mais de mim, mas ele perdeu a minha mãe para sempre. – Contou em um tom calmo – Mas não é só ele, Ray. São todos os Deuses. Não tem como formar uma história com algum deles, simplesmente porque a nossa história acaba. A deles continua para sempre.

Ela limpou seus próprios olhos e olhou para ele. O filho de Ares parecia ter um nó na garganta de repente, e notou que só poderia falar com ela se olhasse para algum ponto no horizonte. Nunca para seus olhos.

- E eu acho que no final das contas eu puxei um pouco da idiotice dele. Porque... Se eu não tivesse te dado um fora você não estaria tão mal. – Seu rosto corou, e Ray franziu o cenho – Eu nem te conhecia direito, mas... Eu nem fiz questão de tentar te conhecer. Eu sinto muito.

- Você... – Ela piscou os olhos – Você está dizendo que se arrependeu de não ter ficado comigo?

O rosto de Gael corou ainda mais, e ele começou a coçar a nuca.

- Quase isso. – Murmurou com vergonha – Mas eu não vim falar isso para você. Eu te vi chorando e... E achei que meu pai não merecesse ter você chorando por ele.

Ray sentiu um aperto no coração. Gael olhou para ela, mas logo desviou o olhar para o horizonte novamente.

- Para de chorar então, tá? – Pediu ele soltando um suspiro – Tenta... Tenta esquecer ele, porque eu tenho certeza que ele consegue te esquecer fácil.

- Eu sou tão feia assim? Eu chata? – Perguntou Ray sentida – Para todos falarem que ele pode me esquecer com facilidade.

- Ele esquece todo mundo com facilidade. – Respondeu Gael – Não é porque você é feia. Não que você seja feia. Na verdade, você é bonita. Mas... – Seu rosto corou ao ver Ray erguer as sobrancelhas, surpresa – Ahm... Então pare de chorar. Eu tenho que ir.

Ele se levantou um tanto nervoso, e Ray acabou colocando-se de pé também. Por impulso ela o seguiu por alguns passos. Aquilo era o que ela queria ter ouvido antes. Queria que Gael tivesse sido gentil com ela quando falara o que sentia por ele.

- Gael, espera. – Pediu e ele se virou rapidamente – Você quer dizer que... Gosta de mim agora?

Ele parou para pensar naquilo por alguns instantes. Gael passou a mão pela cabeça e olhou para o chão. A verdade era que ele não sabia ao certo, mas algo dentro dele se sentia atraído por ela.

- Ray, essa não é uma pergunta muito fácil de responder. – Murmurou ainda fitando o chão. Ele sentia suas pernas duras, impedindo-o de ir embora. Os olhos dele encontraram Rayssa e a resposta pulou de sua boca – Acho que não. Ainda não. Mas gostaria de tentar gostar de você.

A flecha de Eros impedia que Ray respondesse o que responderia se estivesse em seu estado normal. Entretanto, Gael pôde ver um leve sorriso escapar de seu rosto, para depois sumir.

- O que...? – Ele se interrompeu ao olhar para o teto do Chalé de Apolo. Eros vira os dois juntos e soube que era a melhor hora para agir. Poderia acertá-la ali mesmo eliminando seus sentimentos, e depois substituindo-os.

Ele preparou a flecha.

Gael estreitou os olhos.

Eros se moveu para mirar e lançou-a.

Ray não viu nada.

A flecha atravessou diretamente o coração da filha de Apolo.

As pernas de Ray dobraram. Ela caiu no chão de joelhos, com os olhos arregalados. Gael correu para perto dela e olhou-a com susto. Pôde ver seus olhos castanhos perdendo o brilho rapidamente, até que a semideusa apagou em seus braços.

- Não! O que você fez?! – Rugiu Gael sacando sua espada e olhando para Eros com raiva.

- Não se meta. – Disse preparando a segunda flecha.

Gael se colocou de pé tampando Ray.

- Se atirar de novo vai me atingir. – Disse com raiva – E eu sei bem que Afrodite não gosta de erros. O que ela vai fazer com você se descobrir que acertou a pessoa errada?

Eros engoliu em seco, mas manteve-se firme. Não poderia errar dessa vez, e não deixaria Gael estragar seu trabalho.

- Saia da minha frente, filho de Ares. Eu tenho um trabalho á fazer. – Falou mirando, mas Gael não se moveu.

- Vem aqui me tirar se quiser. – Desafiou apontando a espada com raiva. Eros ia atirar ignorando a presença de Gael, mas notou que Ray se movera. Ele abaixou a guarda e observou-a para ver se tinha dado certo.

Gael virou para a garota e ajoelhou-se perto dela. Passou a mão por seus cabelos, e Ray abriu os olhos devagar.

- Você está bem? – Perguntou.

- Sim. – Respondeu sem emoção nenhum. Seus olhos não tinham brilho nem vida. Rayssa parecia um robô. Gael corou ao ver que seu rosto estava próximo demais ao dela.

- Você... Está apaixonada por mim? – Perguntou ao lembrar que Eros a tinha acertado. Ray franziu o cenho.

- Apaixonada? – Repetiu a palavra como se fosse estranha.

- Sim. Você... Gostava de mim. E ele te acertou. – Confirmou com a cabeça, mas Ray negou com a dela.

- Não. – Respondeu ainda sem vida.

- Mas... – Ela o interrompeu.

- Eu não gosto de ninguém. – Explicou de um modo frio. Gael olhou para Eros sem entender o que tinha acontecido.

- O que você fez á ela? – Perguntou com raiva. Eros preparou a segunda flecha enquanto explicava.

- Apaguei as emoções dela. Agora só falta... – Ele não conseguiu terminar a frase.

- Apagou?! Todas as emoções?! – Perguntou chocado. Eros olhou para ele e assentiu confirmando – Quem você pensa que é para fazer algo assim?!

- Quem você pensa que é para falar assim comigo? – Perguntou com raiva – São ordens superiores, seu moleque. Eu só obedeço. Agora dê o fora da minha frente antes que eu erre por sua causa!

Gael sentiu um aperto no peito. Mesmo sendo filho de Ares e não entendendo lá muito de amor, ele saiba que viver sem sentir nada por ninguém era triste. Sentiu muita pena de Ray, e por cima disso ainda se sentiu culpado. Sabia que caso tivesse sido menos grosseiro com ela, nada daquilo aconteceria.

Ela não iria para cima de seu pai, nem Eros iria para cima dela.

- Ah, Rayssa, me desculpe... – Murmurou triste, mas Ray não esboçou nenhuma emoção. Gael balançou a cabeça de leve. Sabia que não podia deixá-la daquele modo.

Seu coração bateu mais forte quando segurou o rosto de Ray e o puxou contra o seu. Seus lábios se tocaram. Gael instantaneamente fechou os olhos, mas ela continuou com eles abertos por alguns instantes.

- Isso é inútil. – Murmurou Eros revirando os olhos. O filho de Ares não sabia que o Cupido pretendia substituir suas emoções, pois não o deixou terminar de falar.

O Cupido preparou a flecha novamente, mas então deteve-se.

Os olhos de Ray começaram a fechar, muito lentamente. Suas mãos deslizaram devagar para a nuca de Gael, e ela o puxou para mais perto aprofundando o beijo. O Cupido permaneceu parado olhando aquilo com certa surpresa.

- Não precisou de flecha... – Murmurou olhando a cena.

Antes de ver o que aconteceria quando Gael separasse o beijo deles, uma flecha passou raspando por seu rosto. Eros virou-se com raiva, e notou que Apolo estava olhando diretamente para ele.

- Quer dizer que tem dedo seu nessa história, é? – Comentou quase cuspindo de tanto nojo – Você é um miserável patético e merece apodrecer no Tártaro por brincar com as pessoas.


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Notas finais do capítulo

Ainda tem muito o que acontecer em um capítulo. O final promete ser um tanto surpreendente.
O que será que vai ser da Ray? Do Ares? Da Afrodite? Do Eros?
Espero pelos reviews de vocês, e prometo não demorar para postar o próximo!



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