O Semideus escrita por Dreamer


Capítulo 7
Campos floridos, deusa florida




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Já havia algumas horas que partimos de Baker City. Desta vez, eu fui no banco da frente do carro. Matt, no assento de trás, olhava pela janela, sonolento. Lynn dirigia, atenta ao trânsito da rodovia. Eu escutava ao rádio, cantarolando uma música que tocava.

-Josh, qual é o próximo deus? – Matt disse, meio que resmungando.

Peguei a minha mochila, que estava apoiada no meu pé. Tirei do compartimento do lado dio Mapa dos Deuses, e o abri. Lá estava um normal mapa político dos Estados Unidos, tirando que por todo o mapa estavam espalhados todos os símbolos de todos os deuses, informando sua localização.

-Démeter – respondi – Em Denver.

Lynn, que prestava atenção na conversa, assentiu com a cabeça e acelerou. Pus o Mapa dos Deuses em seu lugar antigo, dobrado, e logo voltei a escutar o rádio enquanto viajávamos.

[...]

Lynn parou o carro numa rua tranquila, pouco movimentada. Megaraio e espada dourada já estavam embainhadas em meu cinto. Saí do carro, seguido por Lynn e Matt, já equipados com suas armas.

Denver é conhecida por ter lindos campos floridos. Não era por acaso que Démeter estava naquela cidade. Era uma cidade calma e pouco populosa, um bom lugar para se viver.

Fomos andando pelas ruas da cidade, atentos ás muitas floriculturas em que passávamos. O lugar era calmo até demais. Mulheres normais passavam pela rua, despreocupadas. Poucos homens transitavam ali.

-Démeter não está na cidade. – concluiu Lynn – Deve estar em um dos campos.

-Os campos rodeiam a cidade – disse Matt – Vai demorar muito pra procurr tudo.

-Não, não vai – disse, tendo uma idéia – Vou sobrevoar os campos e achar Démeter.

-Também não irá dar certo. – disse Lynn – Muitas mulheres ficam no campo de flores, colhendo-as, de tarde. Você não irá achar Démeter.

Resmunguei frustrado. Eu não tinha nenhuma idéia. Matt e Lynn estavam pensando, mas também parecia que não tinham idéias.

-Não temos outra escolha. – disse – Vamos no campo, procurar normalmente.

Os dois concordaram, assentindo com a cabeça. Então, nos viramos e começamos a ndar para os limites da cidade, onde ficam os campos.

Chegamos aos campos. Eram grandes áreas cheias de flores, árvores e plantas diversas. Algumas mulheres colhiam frutas e flores. Era um paraíso.

Andamos por alguns metros, atentos as mulheres que ali estavam. Não encontramos nada de diferente. Lynn olhava as flores, encantada. Matt resmungava consigo mesmo, entediado. Eu fiquei prestando mais atenção em nosso objetivo.

Então, meus olhos se fixaram em uma mulher que usava um vestido verde. A cada passo que ela andava, as flores e plantas ao redor dela ficavam mais bonitas e vivas. Cutuquei Matt e Lynn e apontei a mulher, mostrando-os.

-É ela. – eu disse.

-Mas não podemos falar com ela agora – disse Lynn – Há muita gente aqui. Vamos seguí-la e de noite nós falamos com ela.

E assim fizemos. Seguimos Démeter pelo resto do dia. Para falar a verdade, ela pouco se moveu. Ela apenas permaneceu no mesmo local, colhendo flores e frutos, colocando-os num canto. E com o poder dela, fazia as flores crescerem novamente. A noite caiu com uma enorme lua cheia no céu. Todas as mulheres já haviam saído do lugar.

Dei sinal a Lynn e Matt. Eles acenaram com a cabeça. Démeter começou a se afastar, levando o que havia colhido no campo. Nós a seguimos, mas fomos barrados por uma parede de pedra. Ou melhor, uma parede de pedra? Desde que eu me conheço por gente, paredes de pedra não respiram nem são peludas. Ergui os olhos. Era um minotauro.

Matt me puxou dando um berro na mesma hora que o minotauro tentou me acertar. A mão monstruosa da criatura passou a milímetros do meu rosto. Olhei ao horizonte, Démeter havia desaparecido. Mas tínhamos prioridade em acabar com o minotauro, que apareceu ali sem motivo e nem explicação. Mas não podíamos questionar, ou seríamos liquidados.

Tiramos nossas armas. Fizemos uma formação em triângulo ao redor do Minotauro. Ele avançou para cima de mim. Apontei Megaraio para o Minotauro e disparei um relâmpago contra o bicho – o que pareceu somente impactá-lo alguns centímetros. Me afastei, e assim Matt fez uma coluna de pedra se erguer na minha frente, bloqueando o Minotauro. Lynn abriu seu cantil e começou a dar chicotadas com pequenos tubos de água, controlados por ela.

O Minotauro estava molhado, talvez o raio desta vez funcionasse. Apontei minha espada na direção do mesmo, e repeti o processo, disparando um relâmpago em sua direção. Porém, o resultado não foi diferente: o grosso e protetor couro do animal o protegeu. Não tínhamos chances. Não fizemos nem arranhões nele. Com um tabefe, ele nos desarmou, e foi andando em minha direção.

-Josh! – gritaram meus amigos em uníssono.

Fui me afastando. Era o meu fim. Desarmado, sem poder me defender, com certeza eu seria destruído com um só tapa da enorme mão do Minotauro. A criatura ergueu a mão. Fechei os olhos, e esperei pelo momento – seria o último da minha vida, se não fosse os tentáculos de vegetais que saíram da terra e escalaram a perna do gigante, prendendo-o no chão e imobilizando também seus braços. Sem perder tempo, peguei Megaraio e finquei com todas as minhas forças na barriga da criatura. A minha espada pareceu eletrocutar o bicho ao atravessá-lo, e fazê-lo cair, desmaiado ou morto.

-O que foi isso? – perguntei, embainhando Megaraio.

-Semideuses... interessante. – disse uma voz feminina, definida, porém frágil – Em que posso ajudá-los?

Démeter, que estava vestida e parecida com uma cigana, apareceu, enquanto Matt e Lynn guardavam suas armas. Logo, desembainhei a espada de ouro e me aproximei de Démeter. A deusa olhou para o ouro e franziu a testa, um pouco desconfiada.

-Senhora, precisamos de um favor seu. – comecei – Quíron, lá no acampamento, nos enviou numa missão, onde deveríamos fazer com que todos os deuses abençoassem uma espada. Estamos atrás dos deuses então, e já conseguimos a benção de alguns.

Démeter deu um pequeno passo para trás. Não ousei me aproximar mais, acompanhando-a, deixando que a mesma faça sua decisão. Ela pareceu relutante e pensativa, como se estivesse juntando as peças de um quebra-cabeça mental, e logo voltou a se aproximar.

-Certo. – ela pôs a mão em cima de seu símbolo na espada, e começou a falar algumas coisas em grego antigo, fazendo mais um símbolo divino, o de Démeter, brilhar prata.

-Mais um... – murmurou Matt, baixinho, se aproximando.

-Bem, nós já vamos. – disse Lynn – Obrigada.

-Não há de quê. – respondeu a deusa, séria – Boa sorte.

Nós três assentimos, e logo fomos para dentro da cidade, em direção aonde havíamos estacionado o carro, abandonando Démeter, que se ajoelhou ao lado do Minotauro para averiguar sua situação. Chegamos, então, ao carro, e entramos, e assim deu a partida.

-Ciclopes... minotauros... e a coisa só está começando. – resmungou Matt.

-Cronos já sabe da nossa missão. Estamos ficando sem tempo. – disse Lynn.

-Então vamos. – eu disse – Ainda temos muito a fazer.

E arrancando, Lynn nos tirou dali, indo em direção à saída da cidade.


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