Wakeru escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 8
Capítulo 7 - Pequeno


Notas iniciais do capítulo

Mais um Cap pra vocês, leitores comuns e leitores fantasmas!
Boa Leitura!



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“O iníquo poderia seguir seu caminho, livre das aspirações e dos remorsos do gêmeo mais correto; e o justo poderia caminhar firme e seguro por seu caminho ascendente, fazendo boas coisas nas quais encontrasse seu prazer, sem se ver exposto à vergonha e ao arrependimento pelas mãos do mal alheio.”

O Médico e o Monstro -Pág. 91/92

Tooru POV

Kaoru me levou para casa dele... Pelo menos ficaria seguro lá, por mais que quando o Kyo despertasse ele iria fazer seu escândalo de sempre.

Foi um dia muito divertido, muito mesmo...

Há exatamente sete anos, eu não podia nem sequer opinar no que Kyo iria fazer. Exceto quando ‘nós’ estávamos perto do Jun... Eu podia ‘aparecer’ e ser eu mesmo...

Estranho dizer isso, mas sempre fui à parte que o Kyo sentiu vergonha.

- Você pode dormir aqui no sofá...Tooru – sorriu Kaoru me entregando alguns lençóis e um travesseiro.

- Ah sim... Agradeço. – sorri indo dar um abraço nele... Retribuindo o anterior, na frente da casa noturna.

Ele me apertou em seus braços e sussurrou um “Boa Noite, até mais”

Ele olhou para mim, eu fiquei um pouco vermelho, mas me ergui e lhe dei um beijo no rosto.

- Boa Noite, Kao-kun. – e voltei para o sofá

Sei que amanhã não o verei direito.

[...]

Kaoru POV

 Ele me deu um beijo no rosto...  Foi um tanto bizarro...

Ri depois que ele voltou para o sofá....

Eu ficaria acordado vigiando o sono dele, e ver a que horas exatamente o Kyo voltaria.

Me sentei numa cadeira perto do sofá com o notebook no colo e fiquei escrevendo sobre as atitudes doces da ‘alma boa’ do Kyo.

Eram exatamente 7h30 da manhã quando as tatuagens começaram a aparecer nos braços de Tooru, o cabelo loiro começou a escurecer e ficar cada vez mais curto, e a feição doce, dando lugar à feição perversa do Kyo.

Anotei e fui para meu quarto, pegar a mochila dele que estava largada lá.

Ele continuava dormindo, e isso era muito bom, já que ele demoraria um tempo para fazer seu escândalo habitual.

Voltei para a sala, coloquei a mochila ao lado do sofá, e fui para a cozinha fazer o café da manhã... Tenho quase certeza que o Kyo não recusaria uma ‘boca-livre’.

Era 11h15 da manhã quando ele acordou

- Que merda de lugar é esse? – já gritou, sai do meu quarto e fui vê-lo.

- Minha casa... O Tooru ficou aqui – respondi

Ele parou por um instante, tentando se lembrar do que tinha acontecido.

- Vocês encontraram os meus ‘amigos’ – riu.

- É, e praticamente quase te bateram.... – respondi voltando para meu quarto.

- Eles terão o deles... Agora, vou indo... – ele se levantou e foi pegando a mochila.

- Coma algo antes, deve estar com fome...

- Não quero... Só quero meu dinheiro...– respondeu pondo a mochila nas costas e estendendo a mão.

-Eu ainda preciso ajustar a Wakeru para poder fazer você voltar a o normal só quando bebê-la novamente. – continuei para não demonstrar que ele me deixou sem graça pela cortada. E lhe entreguei o dinheiro.

- Tá, é só ir no beco, que eu sempre estou lá... – disse abrindo a porta e saindo.

Depois que ele saiu, senti falta da presença infantil e sorridente do Tooru.

Das poucas horas que passamos juntos, foram as mais divertidas dos meus últimos anos, queria revê-lo logo.

Estranho, mas queria estar com ele, por mais um tempo.

Fiquei deitado no sofá, tragando aquela porcaria que eu tinha tentado largar por algum tempo.

Soltei a fumaça e fiquei observando ela se desfazer no ar

Como irei melhorar a Wakeru?....

Apaguei o cigarro no cinzeiro, e fechei os olhos....

Poderia ter alguma idéia enquanto dormia...

....

Acordei, eram 17h30....

Dormi muito... Muito mesmo

Me levantei, peguei as coisas do sofá... Para guardar...

Foi quando uma idéia surgiu na minha mente...

Eu podia aumentar a quantidade dos outros elementos também, isso poderia estabilizar a formula.

Peguei os elementos que ainda tinha guardados e comecei a misturá-los.

A Wakeru ficou com uma cor azulada.

A guardei, mais tarde procuraria o Kyo.

JUN POV

[á noite...]

- Jun, arrume suas coisas... – gritou meu padrasto entrando no meu quarto...

Não perguntei o porquê, para não dar motivos para ele me bater...Ele jogou uma mochila em mim, e disse algo do tipo “vamos sair desse inferno, e deixa aquele demônio sozinho”

Fiquei parado olhando ele sair do meu quarto.

Eles iam embora e deixar o meu irmão aqui!

Eu não vou... Não vou...

Joguei algumas coisas na minha mochila, e pulei a janela.

Quero ficar com o meu irmão...

....

Já estava bem frio, e o meu agasalho não estava ajudando muito.

- Kyo nii-san!  – eu já estava perto daquele beco onde ele ficava, mas não tinha ninguém.

Fiquei esperando algum sinal do meu irmão.

Fiquei alguns minutos, sentado lá, até que ouvi vozes se aproximando e fiquei em alerta.

Era meu irmão e alguns dos caras que andavam com ele.

Ele me encarou, seus olhos estavam vermelhos...

Isso não era muito bom...

- O que você está fazendo aqui? – ele gritou comigo.

- Eu achei que poderia ficar aqui com você... – eu respondi quase sussurrando.

Ele veio bem perto de mim, e me empurrou.

- Achou errado, volta pra casa...

- Mas a mamãe vai ir pra outra cidade, eu não quero ir... – as lágrimas começaram a cair pelo meu rosto.

Ouvi risadas, mas as lágrimas não me deixavam perceber de onde vinham.

- Não quero você aqui, pode ir embora... – ele se afastou de mim, e foi seguido pelo seu bando.

- Pra onde eu vou?   - me sentei no chão gelado e fiquei lá chorando.

Por que ele estava agindo assim comigo logo agora quando eu mais preciso.

- Hey, você está bem? – alguém parou perto de mim

Eu levantei o rosto para ver.

- Ahh, você é o Jun! – eu não reconheci de primeira, mas logo percebi que era o Kaoru-san – Mas o que está fazendo aqui sozinho?

- O Nii-san... Não quer... Que eu fique aqui com ele... E minha mãe quer ir embora da cidade.

Ele bagunçou meu cabelo.

- Não seria muito bom você ficar andando com seu irmão por aí... – ele se sentou do meu lado.

- Ele é meu irmão, sempre cuidou de mim... – respondi abaixando novamente a cabeça;

- Nem sempre ele tem condições...

- Você não o conhece... – o encarei com fúria, ele não conhece meu irmão.

- Mas isso é algo de se percebe mesmo sem conhecê-lo. – ele acendeu um cigarro.

- O que meu irmão faz pra você? – perguntei.

Havia me lembrado que o Kyo falou algo sobre fazer algo para ele.

Ele me encarou por um tempo, apagou o cigarro.

- Acho melhor encontrarmos outro lugar pra ficar por que vai começar a chover.

Ele estava tentando me contornar...

- Você não vai me responder? – perguntei.

- Não é nada que envolva drogas, ok? – ele riu – Não se preocupe, eu tento ajudar seu irmão, mas ele tem um gênio muito ruim...

Não eram drogas, então menos mal, ele não ia ajudar o meu irmão a se matar mais rápido.

- Estou voltando para minha casa, quer ir?

Eu fiquei com medo, nem o conhecia...

- Não se preocupe,Jun, não vou fazer nada com você, se é isso que pensou... E é perigoso para uma criança ficar só na rua.

- Ok... – respondi e fui seguindo ele.

Ele morava quase perto da minha casa.

- Kaoru-san, eu acho melhor eu não ficar aqui.

- Por quê? – ele parou e me olhou.

- Por que eu moro aqui perto, e minha mãe vai acabar me encontrando...

- Vai nada, ninguém aqui me conhece e minha casa é bem afastada das outras.

Continuei seguindo, e se ele tentasse fazer alguma coisa eu chutaria ele...

    Kaoru POV

Jun não podia ficar ali naquele beco, seria como deixar ele com uma placa de “Estuprem-me”.

Fiquei com dó dele, já que ele idolatrava o irmão.

Sei que não tenho o mínimo jeito com crianças, mas era uma questão primordial deixá-lo seguro.

Logo chegamos em minha casa, e ele ficou olhando para todas as direções, acho que tentando se adaptar ao lugar.

- Quer comer alguma coisa? – perguntei.

- Eu quero... – respondeu tímido se sentando no sofá.

- Gosta de algo em especial? – perguntei, sei lá como agradar uma criança.

- Não...

- Tá bom... – fui pra cozinha, onde nem sempre pisava, preferia comprar minha comida do que fazê-la...

Achei alguns pães de forma no armário... Presunto e queijo na geladeira, fiz um lanche e levei pro pequeno.

Ele agradeceu e mordeu o lanche com vontade.

- Jun... O que realmente houve? – perguntei sentando do lado dele.

Ele me olhou com os grande olhos castanhos.

- O meu padrasto quer ir embora para outra cidade, e largar meu irmão aqui. E eu fugi pra ficar com ele e... – os olhos do pequeno encheram de lágrimas.

- E o Kyo mandou você ir embora?... – perguntei.

- É... Mas eu não quero.... O meu irmão é a única pessoa com quem mais me importo, não posso deixá-lo...

- Às vezes devemos deixar algumas coisas importantes de lado por um tempo...

- Não acho isso certo, Kaoru-san...

- O mundo no qual seu irmão vive, não é bom pra você... – tentei convencê-lo a ir com a mãe.

- Não é pior do que onde moro...

Não entendi o que o menino quis dizer

- Vou deixar você ficar, mas pense melhor... Sua mãe gosta de você, e de seu irmão...

- Se ela gostasse mesmo, mandaria aquele homem embora, depois do que ele fez... – disse ele mordendo novamente o lanche.

Fiquei parado, me lembrei do que o Tooru me disse...

Me levantei do sofá, baguncei o cabelo do garoto, e fui para meu quarto.

O que aquele homem fez?

Não sei o porquê, mas agora fiquei muito curioso quanto a isso...

Mas para ter mais respostas deveria perguntar pro Tooru, e teria que esperar até o próximo dia.

[...]


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Notas finais do capítulo

Ah.... a partir daqui vai começar as confusões.
Gente, agora um recadinho: Eu estou postando outra fic do Dir En Grey, ela se chama November Rain, tenho também uma oneshot do Versailles, onde ninguém deixa review *será que tá tão ruim assim?* Espero que vocês possam ler elas também!
Ah.... por favor leitores fantasmas, deêm um sinal de vida!