Estava escuro, tudo estava escuro. A lua brilhava no céu escuro e cheio de nuvens carregadas e cinzentas. A floresta estava cercada por uma nevoa branca que tampava até mais ou menos na barriga da pessoa. Se alguém estivesse sozinho ali, já teria entrado em pânico ou calculado que iria morrer, algum tipo de monstros de filmes de terror iria matá-lo. Quem sabe Freddy Krueger ou Jason, você escolhe o predileto para te matar. Seria sensacional ter essas duas opções né? Não, com certeza não seria.

Se você estivesse voando acima da floresta podia ver facilmente bilhares de campista espalhados pela floresta, escondendo-se e silenciosos. Agora se você estivesse ali na floresta com seu time e amigos, com certeza você tinha apenas na cabeça duas palavras: Não morrer.

No corpo você só tinha uma proteção de armadura: no peito por causa do coração e também nos pulsos. Mas nada, fora as espadas e lanças. Escudo também fora proibido. Aquilo não era um simples jogo, era praticamente uma avaliação, uma prova, uma disputa. E ninguém ali queria perder. Muito menos ele.

O garoto passara o dia anterior e mais aquele dia treinando com sua amiga e companheira de time, Clarisse. Nenhuns dos dois queriam perder e, como o garoto havia perdido a pratica teve que recorrer a ela. Não fora complicado, até porque ela aceitou no primeiro pedido, ele não precisou implorar ou oferecer algo em troca.

Nesse meio tempo ele não havia visto Thalia e muito menos Annabeth. Apenas sua equipe, Nico e Clarisse ele teve tempo de ver. Entretanto ele não podia ficar pensando em nenhuma das duas, ele precisava se concentrar no jogo. Mas uma parte de sua mente estava aflita, se algo acontecesse com Thalia... Ele não queria nem pensar, só esperava que ela saísse bem do jogo e sem machucados graves, se possível sem até mesmo aranhões.

Então ele percebeu. Quando o apito soou Percy lutou, mas sua mente estava fascinada com a descoberta dele. Ele lutava, mas tinha a imagem de uma garota de cabelos negros e olhos azuis elétricos na mente. Aquilo estava dando forças para que ele não perdesse aquilo o incentivava a ganhar e a não se ferir. Mas seu coração doía com a hipótese de que ela pudesse sair ferida.

Com Contracorrente na mão ele feriu semideuses, atacou, defendeu e obviamente, lutou. Ele era atacante, ele e Nico. Ambos ficaram no ataque e Clarisse na defesa. Um plano perigoso, confuso e extremamente bom. Quem imaginaria que Clarisse filha de Ares, a garota que sempre atacava hoje naquela noite sombria e naquela floresta hostil ela lutaria na defesa?

E Nico? Bá Nico era o que mais tinha vantagem ali, aquela nevoa só o ajuda. Ele viajava pelas sombras e ataca facilmente, às vezes sem o inimigo nem sonhar em quem o atacou.

Eles tinham vantagem, o time Vermelho tinha muita vantagem.

Mas o time Azul tinha Atena. E o que você poderia esperar de Atena numa batalha? Obviamente um plano sensacional que deixava qualquer pessoa de cabelos em pé. Mas Percy não estava com medo daquilo, ele estava confiante, mas do que o normal. Há quatro anos não jogava e queria realmente jogar para poder vencer.

Ele passou correndo para o campo do time inimigo, ninguém o atacou, não era um plano, mas o simples fato de que todos os defensores estavam ocupados lutando ou gemendo de dor no chão.

O plano de batalha da equipe Vermelha era simples e fácil de ser seguido: Clarisse ficaria na defesa, apenas dois dos mais fortes dos filhos de Ares ficaria por perto para ajudá-la. Entretanto todo o resto do time atacaria o time adversário impedindo-os de ir para perto da bandeira vermelha e Nico e Percy teriam que ir para o total ataque para pegar a bandeira azul. Simples não? É.

Mas também tinha um segredinho, apesar de Nico ir para capturar a bandeira era Percy que teria de fato que pegar-la, Nico iria distrair e enganar a equipe adversária. Agora sim era um bom plano, agora sim o plano estava completo. E para Nico era fácil fazer aquilo, principalmente com a nevoa daquela forma.

Foi quando Percy finalmente a viu. A bandeira azul. Ele olhou para Nico, o garoto assentiu entendendo. No minuto seguinte Percy estava escondido numa arvore que o protegia de qualquer visão com um arbusto que o tampava, a bandeira entretanto já não era vista. Nico já havia desaparecido da visão do garoto, estava fazendo a parte dele.

A imagem dela veio à mente de Percy. Ela estaria bem? Estaria ferida? Machucada? Onde ela estaria? Baixinho ele prometeu que falaria com ela e contaria o que realmente sentia por ela depois do jogo, caso ganhasse. Por um momento ele sentiu o perfume dela, o aroma suave, mas então percebeu que era de sua mente. Ela infelizmente não estava ali.

Ele viu Nico sair correndo para um canto afastando-se de Percy, junto com os outros quatro campistas inimigos. Eles estavam extremamente distraídos com Nico que nem repararam que deixaram a bandeira sozinha, sem proteção. Percy observou até Nico desaparecer de vista, junto com os outros quatro. Cada vez mais longe da bandeira.

Num pulo feroz Percy saiu de trás do arbusto e da arvore, correu até onde os campistas inimigos haviam saído. Então ele a viu novamente, a bandeira azul estava ali, sozinha e solitária. O plano havia dado certo. Havia um circulo de arvores a rodeando, não havia nevoa sobre ela, não havia armadilha.

Percy correu até ela e a pegou. A bandeira não significava apenas a vitoria daquele jogo para ele, significava outra coisa também. Se ele conseguisse fazer com que seu time vencesse, ele poderia finalmente contar o que sentia.

E o que Percy sentia? Ele estava completamente louco, insano e apaixonado por Thalia. Seu coração parecia querer explodir de amor pela garota. Ela seria dele, para sempre com ele queria. Como ele sonhou ali naquele momento. Com esses pensamentos ele correu para a vitoria. Ou pelo menos tentar vencer.

(Leiam as Notas Finais)