(Bella’s POV)

Esse vestido era lindo. Lindo, na verdade, era pouco para descrevê-lo. Alice e Rose desenharam um modelo tão perfeito que eu quase achei que fosse a noiva. O vestido era rosa claro, como Rose sempre disse que queria. Era longo, com dois tipos de tecido: seda e um transparente que veio da Espanha. Era de um ombro só, cheio de florezinhas na alça. Smples e delicado. O cabeleleiro de Rose fez um coque que deixava dequenas mechas caídas no meu cabelo. A maquiadora fez tudo de forma elegante, porém, a meu pedido, evitou me maquear muito. O buquê que eu levava era pequeno e perfeitamente arredondado. Coloquei meu sapato de salto agulha e uma pulseira que rose encomendou para mim e para Alice. Ouvi alguém bater à porta.

–Vem logo que a Rose está surtando!

Alice. Abri a porta e saí de uma vez, em direção ao quarto de Rose. Alice me viu e me parou, segurando meus braços. Ela estava linda, o vestido era igual, mas os cabelos dela estavam mais volumosos e a maquiagem estava um pouco mais forte.

–Você está linda! Meu irmão vai babar por você! –Ela gritou.

–Deixa de besteira pequena. O Edward já está bem grandinho para ficar babando por mim. –De onde ela tira essas idéias?

–Ah, mas ele vai. Especialmente quando você segurar o braço dele, na hora da entrada.

–Não vai nada. Para de ser tola e vamos logo.

–Nada disso. Já se olhou no espelho? –Na verdade eu não me olhei. Não com o visual completo, eu quero dizer.

–Só a maquiagem e o cabelo.

Alice não disse nada e me empurrou para a frente de um espelho no corredor. O vestido teve um caimento perfeito, parecia que deslizava pelo meu corpo. Eu vi uma mulher maravilhosa refletida no espelho. Uma não, duas.

–Você também está linda, Alice. –Viro para ela e vejo que está chorando. –O que houve?

–É que... Depois de tentar juntar você na família por tanto tempo, você finalmente vai ficar com o Ed para sempre... –Ela chorou mais.

–De onde saiu essa conversa? –Abraço Alice de leve, tentando acalmar seus soluços.

–Eu... Eu não devia contar... –Alice disse. –Mas, já que você quer saber...

–Não! Eu não quero saber nada! –Alice ia me falar alguma coisa que ela não deveria dizer. E eu não queria nem saber o que era. –Alice Cullen! Não abra essa boca!

–T-tá bom... –Ela se controlou. Em meio segundo vi seu rosto se acalmar. A maquiagem nem sequer havia borrado. Devia ser à prova d’água. –Vamos? Rose está esperando. Ela vai surtar se nós não a acalmarmos.

(Edward’s POV)

Emmet estava fora de si aqui no quarto. Ele andava de um lado para o outro, bebendo mais uísque do que qualquer um de nós. Jasper tentava acalmá-lo.

–Cara, fica frio. A Rose nunca vai fugir. Ela não ia querer arriscar sujar aquele vestido.

Não aguento e começo a rir. Jasper era um palhaço mesmo. Fazendo piada até com o Emmet? Ele ia morrer a qualquer minuto e o Jasper ficava ali, curtindo com a cara dele.

–Muito engraçado, Jaz. Se eu for pro hospital a culpa vai ser sua. –Emmet estava até suando.

–Nem vai ser preciso. Temos um doutor aqui conosco hoje. –Disse Carlisle. Papai já sabia acalmar pelo som de sua voz. Essa era uma das coisas que eu mais apreciava nele. Lembro-me de quando ele falava com seus pacientes antes de uma cirurgia, de como ele acalmava os familiares, de tudo. Ele foi a Razão de eu me tornar médico.

–Dois pai. Mesmo não exercendo mais sua profissão o senhor ainda tem diploma. –Digo à ele.

A conversa foi ficando mais leve, Emmet foi se acalmando aos poucos. O tempo passou e já era hora de descer.

Emmet estava no altar enquanto eu e Jasper estávamos atrás da porta improvisada no jardim, esperando Alice e Bella. Aro esperava Rosalie. Quando elas chegaram eu nem olhei para a noiva. Foi Bella quem, obviamente, atraiu minha total atenção. Ela estava em um vestido lindo, feito para o corpo dela. O rosa destacava ainda mais os cabelos negros e os olhos grandes que ela tinha. A pele branca abraçava a roupa dela. Quando ela me viu, não pude deixar de sorrir. Ela também sorriu abertamente e veio em minha direção.

–Você está lindo Edward. –Ela me deu o braço. Meu coração passou a bater irregularmente, minha respiração perdeu o ritmo. Era por culpa da ansiedade e por culpa dela. Mais por culpa dela, devo admitir. Bella estava estonteante no vestido.

–Você também Bella. –Nos posicionamos para a entrada. Senti o perfume de morango de Bella e fiquei feliz com o pensamento de que ele estaria em minha roupa pelo resto da noite.

A cerimônia foi clichê, porém perfeita. Todos adoraram o beijo que Emmet deu em Rose, em especial quando ele gritou “Ela é minha!” e a carregou porta afora.

Na festa, todos dançavam. Rose e Aro estavam na tradicional dança pai e filha, e convidaram todos os convidados a fazer o mesmo. Bella estava sendo guiada por Charlie. Quando a dança acabou, Bella veio até mim.

–Oi. A festa está linda, não é? –Ela me abraçou por trás.

–Está ótima. Mas eu não diria linda. Pelo menos, não tendo você aqui para comparar. –Virei-me para ela. –Quer andar um pouco lá fora?

–Claro. –Bella me deu os braços e decidimos sair para andar pela praia. Bella estava descalça, assim como eu.

–Bella, eu tenho que te falar uma coisa. –Parei-a com meus braços. –E eu vou te falar isso antes de perder a coragem. Eu te amo. –Soltei a repiração depois de dizer isso. –Te amo desde quando tínhamos uns seis anos e nunca deixei de amar. Só agora eu percebo isso. Antes eu ficava tentando me convencer de que era só uma queda, mas não é. Você é linda, sensível, sedutora, confiante, inteligente... É perfeita. Sempre foi. Eu era um idiota por nunca te dizer isso. –Olhei para ela e vi lágrimas em seus olhos.

(Bella’s POV)

Não acreditei no que ouvi. A declaração de Edward foi a coisa mais bonita que eu já recebi, principalmente de alguém do sexo oposto. Quando percebi, já estava chorando.

–Bella, eu falei alguma coisa errada? –Edward passou os dedos por uma lágrima.

–Não. Absolutamente nada. Eu... Só não esperava te ouvir dizer isso. –Tomei coragem de lugares que nem sabia existirem em mim. –Eu também te amo. Pelos mesmos dezessete anos.

Edward me levantou da areia e me beijou. Senti as mãos dele me segurarem firmemente, prendendo meu corpo ao dele. O calor que emanava do corpo de Edward me aqueceu de imediato, fazendo com que eu esquecesse que estávamos em uma praia de noite. Levei minhas mãos ao peito dele e abri de leve sua camisa, passando as mãos pelo peitoral. Edward era todo perfeito. As mãos dele já haviam invadido meu vestido e já estavam em minhas coxas, tanto me sustentando quanto acariciando. A boca dele fazia um trabalho de mestre em meu pescoço, me levando à loucura.

–Edward... –Sussurro no ouvido dele, dando uma leve mordida.

–Hum... ? –Ele beija mais meu pescoço, utilizando a língua.

–A festa... Temos que voltar. –Edward me beija na boca e interrompe meu discurso sobre o porquê de não podermos ficar ali. Eu perco a linha do raciocínio.

–Já vamos. Só mais um pouquinho. –Ele beija meu rosto todo, fazendo com que eu arranhe mais e mais seus músculos. Depois vai à minha boca e morde de leve.

–Agora. Vamos logo. –Coloco uma mão em sua boca, tentando afastá-la de mim. E ele começa à beijá-la também. Ele beija cada dedo meu e sobe de leve por meu braço.

–Vamos agora então, madame. –Edward me desce e abotoa sua camisa. Há marcas vermelhas por todo lado, uma trilha das minhas unhas.

–Ai, me desculpe Edward. –Que tipo de pessoa eu sou? Olha o tanto que eu machuquei o Edward!

–Pelo que?

–Olha essas marcas! Meu Deus, ainda bem que você está com camisa! –Começo à me desesperar com a idéia de que alguém veja o que eu fiz com ele. Emmet certamente teria assunto pelo resto do ano.

–Isso? –Edward começa a rir. –Não são nada, meu bem. Acontece e é normal. Ou você vai tentar me convencer que nunca saiu com algumas marquinhas depois de beijar um cara? Olha essas no seu pescoço, para início de conversa.

–Boa dica, Edward. Vou usar minhas habilidades de contorcionista para ver as marquinhas minúsculas no meu pescoço! –Ele realmente esperava que eu conseguisse olhar alguma marca ou só queria me distrair?

–Foi modo de dizer. Vem logo e para de ficar preocupada. Não tenho o menor problema com alguns arranhões. Eu nem havia notado antes de você dizer. –Edward me beijou. –E você também não deve esperar que daqui para frente sua pele fique sempre perfeitinha, meu amor. Você é muito branquinha, então vai ficar bem marcada algumas vezes. –Ele me beijou novamente. Senti minha bochecha corar violentamente. Edward estava mesmo falando essas coisas?

–Vamos logo para a festa. –Mudo de assunto. Edward me leva de volta ao salão e dançamos muito, nos divertindo.

Os homens vão pegar suas gravatas e saem oferecendo-as às convidadas. Até meu pai entra na brincadeira, e mamãe compra-a por duzentos dólares. O restante dos preços não está muito diferente. Aparentemente, todos são bem ricos por ali. Mas eu já havia me preparado para isso. Edward vem até mim.

–A senhorita estaria interessada em comprar uma gravata? Combina muito bem nesse rosto de anjo. –Sinto suas mãos em minha cintura. Seguro a gravata e levo meus lábios à sua orelha.

–Qual é o preço?

–O que a senhora estaria disposta a oferecer? –Ele me abraça mais forte.

–O que o senhor pedisse. –Já até sei o que ele vai querer.

–Uma noite no meu quarto. –Edward beija meu ombro. Claro que não seria outra coisa.

–Que tal mil dólares? –Brinco um pouco mais, afrouxando a gravata.

–Eu pago mil dólares pela gravata e você sobe para o meu quarto.

–Não. Eu pago mil dólares pela gravata e subo para o seu quarto no final da festa. Assim está bom? –Beijo a bochecha dele, deixando-o ponderar um pouco. Era contra todos os meus instintos de advogada sair perdendo tanto em uma única negociação, mas eu queria pagar pela gravata e queria subir para o quarto dele.

–Está. A senhorita acabou de ganhar uma gravata e um acompanhante pelo resto da festa. –Edward me beija e passa a gravata pelo meu pescoço. Eu tiro mil dólares da minha bolsa e passo à ele.

–Vai logo entregar isso para a Alice.

Edward sai e volta depois de um minuto. Ouço alguém falar pelo microfone. É Rose, que já está meio bêbada. Emmet está ao seu lado, muito mais bêbado.

–Gente, adorei todas as ofertas, mas teve uma que foi a melhor. Bella, querida. Você foi quem mais ajudou na minha lua de mel na europa, amiga. Vem cá!

Subi ao palco e vi todas as mulheres que compraram uma gravata. Elas estavam com seus parceiros, a peça se destacando em meio à elegante roupa de festa. Vi que Jessica não tinha nenhuma gravata. Bem feito. Rose me abraçou e Emmet também.

–Ah, é mesmo. Tenho mais uma coisa para falar. Bella agora é oficialmente uma Cullen, já que está namorando meu novo irmão, Edward. –Rose disse e Edward subiu ao palco para me buscar. Eu já estava mais do que corada. –Não seria lindo se esses dois se beijassem?

A multidão concordou e começou à bater em seus copos, em um claro incentivo para um beijo. Eu nem liguei para a armação de Rose, só passei os braços ao redor do pescoço de Edward e beijei-o. Ele me ergueu de leve e deu continuidade ao que eu comecei. Também deu fim, em meio a palmas.

O resto da festa foi tranquilo. Todos saíram bem chapados, Edward e eu devíamos ser os únicos que não trocavam os pés na hora de subir as escadas.

–Vamos ao meu quarto? –Ele me falou.

–Vamos. –Não havia quase ninguém ali na festa, exceto um ou dois jogadores do time de Emmet e suas mulheres, Emmet e Rose e Alice e Jasper. Subimos as escadas até o quarto de Edward e entramos.

(Edward’s POV)

Bella e eu estávamos em meu quarto. Ela retirou os sapatos e deixou a bolsa de lado. Não sabia o que fazer nesse momento. Geralmente eu já beijava a garota e levava-a para a cama. Mas Bella era especial.

–Tenho certeza de que você deve querer alguns minutos humanos. Se quiser usar o banheiro, eu já deixei um par de toalhas a mais para você. –Falei para ela. Beijei sua nuca e fui à varanda do quarto. Ouvi a porta do banheiro se fechar e retirei meu sapato e minha blusa. Essa noite estava especialmente quente.

Bella saiu depois de alguns minutos e veio até mim. Não me virei para ela, evitando pressioná-la ou constranger. Ela passou os braços por minha cintura. Eu adorava quando ela fazia isso. Senti seus lábios em minhas costas e virei-me para ela. Bella estava só de toalha.

–Se não quiser fazer isso... –Começo à dizer e sou interrompido por suas mãos suaves.

–Eu quero Edward.

Levanto-a e vou à cama. Deito-a cuidadosamente e caio por cima dela, enchendo seu corpo de beijos...

Acordo e imediatamente olho para o meu lado, para o rosto de Bella. Ele está deitada por cima do meu peito, dormindo como um anjo. Quem a visse assim não acreditaria na noite passada. Bella era, de longe, a melhor garota com quem já dormi. Não só pelo fato de eu amá-la, mas porque ela realmente merecia esse título. Bella sabia ser tudo o que um homem desejava. Ela despertava sensações em mim que nenhuma outra garota conseguia. O cabelo dela ainda estava molhado, lembrando-me do banho que tomamos de madrugada. Não machuquei-a muito. Exceto, talvez, por seu pescoço. Fui mais delicado que o normal com ela, por pura precaução. Sinto-a se mexer e vejo seus olhos se abrirem.

–Bom dia. –Beijo seus cabelos.

–Bom dia querido.

–Dormiu bem?

–Sim, mas ainda poderia dormir mais algumas horas.

–E por que não dorme? –Pergunto meio confuso.

–Porque tenho outra idéia para gastar meu tempo.

Prontamente atendo os desejos de Bella (e meus) e beijo-a. Saímos do quarto muitas horas depois, indo para o salão. Já deveriam quase estar acabando com o serviço de almoço, então nos apressamos. Comemos e passamos uma tarde divertida com o resto dos convidados, e então era hora de ir embora. Era hora de voltar para Nova York, para nossa antiga vida.

E agora? Como ficaria minha situação com Bella? Eu já havia falado para Alice do meu plano para ter Bella ao meu lado para sempre, mas agora faltava a parte mais difícil: a ação.