Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 13
Porque você é a melhor


Notas iniciais do capítulo

Bom, acima de tudo é uma história sobre superação e crescimento.
LEIAM AS NOTAS FINAIS!



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Porque você a melhor

Eu tentava me lembrar o que eu tinha feito para começar meu sábado na sala da diretora junto com Lana Prescott e também com a própria Minerva McGonagall. Enquanto as minhas muito queridas amigas estavam ainda nas suas confortáveis e quentinhas camas. Por falar nelas, estes meus seres amados nem haviam se dignado a acordar e me dar um apoio moral...

FLASHBACK ON

Após o que me pareceu uma eternidade e uma conversa extremamente desagradável com a Prof. McGonagall fui liberada da enfermaria.

Os dias pelos quais passei não desejo a ninguém. Tinha sempre a sensação de que era observada por todos os outros, e quando eu digo todos, eu me refiro ao sentido literal da palavra. Quando eu passava as pessoas se viravam para me ver e então começavam a cochichar, e nem sempre de maneira baixa.

Não foram nem uma, nem duas vezes que tive de impedir Lise de sair no tapa com as “vadias descerebradas”, palavras essas da própria Lise que sempre vinha me defender com toda a força de seus pulmões e da suas mãozinhas pesadas que quase tinham danificado permanentemente a cara de uma Corvinal.

Tinha a sensação de que minha vida havia se tornado um vídeo de baixa qualidade travado no qual as cenas pareciam se repetir de maneira sem fim. Toda vez que estes incidentes aconteciam Sara fazia o favor de nos tirar do meio imediatamente enquanto Lise parecia se enfurecer cada vez mais com as palavras maldosas, quanto a mim? Bom, eu me sentia completamente por fora, era como se todos aqueles insultos não fossem dirigidos a mim, era como se eu tivesse sido engolida por um buraco negro de inércia onde tudo a minha volta parecia confuso e irreal.

Hoje, quando acordei, se é que eu cheguei a dormir me arrastei para fora da cama e tentei acordar as meninas. Sim, eu sei que isso pode ser maldade se considerarmos que era sábado e seis horas da manhã, mas quem disse que eu sou uma pessoa boazinha?

Acordar Lise foi um fracasso, enquanto eu chamei o nome dela diversas vezes ela apenas resmungou coisas incompreensíveis e a Sara então foi a pior, quando abri o cortinado de sua cama a encontrei abraçando um cachorrinho de pelúcia como se fosse uma criancinha de três anos. Não, eu não me apiedei, mais ao contrário avancei para lhe dar um chacoalhão. Quando estava com as mãos em seus ombros ela suspirou feliz e apertou o cachorrinho nos braços dando um sorrisinho meio idiota em seguida. E tá bom, ai foi de mais. Perdi a coragem, afinal se Lise estava mais do que ferrada no sono e a Sara aparentava estar tendo um sonho muito bom eu tinha de zelar pela minha saúde física, principalmente hoje, então resolvi sair logo do quarto e evitar as travesseiradas que teria certamente recebido. 

FLASHBKACK OFF

Virei para o lado para encarar a cara de boneca de Lana olhando para a professora enquanto esperávamos que esta se manifestasse. A sonserina em seguida me lançou um olhar raivoso e então eu me lembrei. O que eu tinha feito para merecer isso?

 Ah, sim me esqueci, eu tinha nascido! O que prova novamente que eu apenas sou uma simples inocente e que alguém lá em cima realmente não gosta de mim.

-Lílian é bom ver que já está se sentindo melhor! – Minha vontade ao notar essa observação da professora era responder.

Sim Minerva estou muito bem, como pode ver estou sorrindo alegremente e saltitando por aí!

Mas como eu simplesmente não podia dizer isso apenas assenti com a cabeça e tentei sorrir, a loira, oxigenada diga-se de passagem, ao meu lado estava com os olhos inchados e tenho certeza que dormiu tanto quanto eu nos últimos dias. O que se resume a nada praticamente.

O pior de tudo, aquele era o grande dia, a primeiro jogo de quadribol da temporada, quer notícia ainda pior? O mundo parecia que iria acabar em água, tamanha a escuridão do céu, além é claro dos raios antecipando a tempestade que estava por vir. Eu estava pronta usava meu uniforme e estava mais que decidida a ganhar esse jogo. Não me importava qual era o tempo lá fora, a vitória seria minha, custe o que custasse.

-Bom, tem certeza que está pronta para jogar? – Me perguntou a diretora, Lana não se agüentando falou.

- Com licença diretora mas acredito que minha presença aqui é desnecessária se tudo que quer saber é sobre o estado de saúde da Potter. Não que eu acredite que algum dia ela tenha sido mentalmente saudável mas...

-Olha quem está falando, a grande loira psicótica! – Interrompi já me segurando pra não elevar o tom de voz e começar uma boa briga ali mesmo.

-Meninas, acalmem-se, só queria informar que Annabelle Meyer a pedido dos pais será transferida para Beauxbatons. Sempre carregará consigo uma grande mancha em seu histórico escolar, mas levando em conta que vocês duas em comum acordo decidiram não acusá-la formalmente isso ela não sofrerá maiores punições.

Sim eu e Lana chegamos em comum acordo sobre algo. Por fim descobriram quem foi o responsável pelo mural, Annabelle Meyer, uma quartanista nascida trouxa que lia livros sobre fofocas demais. Pelo visto ela realmente achou que nada iria acontecer, no fim das contas ela se entregou aos prantos e ainda aos prantos se desculpou comigo e com a Precott.

Julguem-nos idiotas, corações mole o que quiserem, mas nós não conseguimos, como já está mais do que comprovado nós duas com 17 anos conseguimos cometer uma imensidão de besteiras, como poderíamos punir uma menina de apenas 14 anos? Está certo que machucou muito o que ela fez, a garota Meyer pegou pesado em espalhar aqueles murais pela escola, me pergunto se ela pensou que conseguiria popularidade fazendo isso...

De qualquer modo não fizemos nenhuma acusação, a família Prescott e até meus pais vieram aqui em Hogwarts, mas eu e Lana fomos categóricas não queríamos acabar com as chances de carreira de uma garota. Agimos com maturidade eu acho, chegamos a conclusão que se alguém iria estragar a vida dela, não seríamos nós, a garota agora tinha duas opções ou crescer e perceber os erros ou então errar novamente e assumir as conseqüências. Demos uma segunda chance pra ela, e sinceramente esperava que ela aproveitasse. E torcia fervorosamente para que ela não se tornasse uma Rita Skeeter da vida.

-Por fim queria parabenizar as duas pelas decisões e pelo comportamento maduro nos últimos dias, mas pelo que estou vendo as duas já estão se provocando novamente. – Continuou a professora cerrando os olhos enquanto mantinha o olhar fixo em nós duas. – Não se exponham garotas, é de fundamental importância que mantenham a vida priva de você apenas entre vocês.

-Sim senhora. – Respondeu Lana, ficamos lá por mais um tempo acho que a professora queria nos dizer algo, mas talvez tenha achado melhor permanecer calada pois anunciou.

-Estão dispensadas, Potter é bom que leve a Grifinória à vitória.

-Sim senhora. – Falei não escondendo o sorriso ao ouvir seu pedido, Lana ao notar a clara preferência da diretora fez uma careta depois de se virar de costas.

(...)

Quando entrei no salão carregando a velha Firebolt 2.0 do meu irmão fui aplaudida, eu realmente não esperava por isso, mas toda a mesa da Grifinória estava em pé sorrindo pra mim e gritando meu nome.

-Obrigada pessoal! –Tentei fazer com que todos me escutasse, finalmente o pessoal foi se acalmando e eu consegui me sentar perto do time. Todo o time estava lá, e confesso que eles não me pareciam bem, talvez Hugo estivesse um pouco animado mas ele era meio anormal desde sempre e não importava o horário era muito mais fácil você encontrá-lo com um sorriso na cara do que sério, e isso era uma das coisas que eu mais gostava nele. Mas a perspectiva de tempestade durante a partida não agradava ninguém e todos pareciam mais preocupados em vigiar o tempo lá fora do que em se concentrar no café da manhã.

-Bom dia time! – Falei com minha voz de capitã. Uns dois me responderam, ou melhor, resmungaram enquanto os outros apenas fizeram sinais com a cabeça.

-EU DISSE BOM DIA TIME! – Repeti elevando a voz, o que funcionou já que todos me responderam. – Ótimo, quero todos se alimentando agora, pelo visto será uma longa partida, não garanto que vá encontrar o pomo, não se a chuva realmente vier.

-Anne você vai trocar de vassoura com o Hugo! – Ordenei assim que me sentei.

-O que? Mas...

-Por que?

Os dois começaram a reclamar ao mesmo tempo, eu sabia que era insano fazer os jogadores trocarem de vassoura, primeiro porque estavam acostumados com as suas, em segundo porque nós podemos ser muito possessivos em relação as nossas vassouras, mas era necessário.

 -Anne Wood você já é leve demais para ser goleira em um dia sem vento, mas se a chuva que estamos prevendo vier você será derrubada da vassoura nos primeiros cinco segundo de jogo. A vassoura de Hugo pode ser mais lenta, mas é mais pesada e forte que a sua. E Hugo você é mais pesado que ela, além de ser ótimo voando só vai se beneficiar voando na levíssima Runnig Star. – Expliquei, os dois não ficaram muito felizes mas inverteram as vassouras resmungando, como se ao invés das vassouras estivessem abrindo mão de uma importante parte de seus corpos.

Olhei para meus jogadores, nenhum deles parecia conseguir comer e tentando dar o exemplo comecei a colocar comida no meu prato, mas quando dei por mim estava desenhando os esquemas táticos com a comida. Hugo no momento era representado por um floco de aveia, franzi a testa com isso, não Hugo não podia ser um floco de aveia! Comecei a procurar desesperadamente por uma gota de chocolate para representá-lo. Consegui e sorri satisfeita com o meu esquema, agora sim, estava mais condizente com a realidade.

Balancei a cabeça tentando clarear meus pensamentos, oh Merlin eu precisava me acalmar e de preferência parar de desperdiçar comida, finalmente convoquei o time para os vestiários, e lá íamos nós jogar contra a Lufa-lufa e contra a natureza.

Assim que pusemos os pés no pátio externo o céu desabou, era muita água caindo sobre nós, a chuva estava gelada e pesada e rapidamente corremos para os vestiários, jogando alguns feitiços impermeabilizantes pelo caminho.

Chegando ao vestiário todos reclamavam do frio, da baixa visibilidade que haveria e do nosso azar. Sorrindo debilmente e tremendo por causa do frio murmurei.

-Pelo menos não precisamos mais ficar na dúvida quanto a chuva, sabemos exatamente quais serão as condições do jogo.

Nem preciso dizer que ninguém concordou comigo, né? Assim que nos secamos mostrei mais uma vez o quadro com nossa estratégia.

- Quero os artilheiros voando com velocidade e com sincronia não adianta tentar longos passes hoje, garotas encontrem o Hugo, ele é mais pesado então façam com que a goles chegue até ele! Quero que vocês mantenham a maior proximidade possível! Anne, só se mantenha na vassoura, não acredito que os artilheiros da Lufa-lufa criem muito, ainda mais com esse tempo faça o que sempre faz! – Respirei fundo antes de olhar para os batedores, se seria complicado pra mim encontrar o pomo, seria ainda pior para os dois desviarem os balaços. – Vocês dois, só façam com que agente saia sem lesões desse jogo, não posso pedir muito mais que isso.

-Certo, mas prometa que vai achar esse pomo logo. – Pediu o mais novo da dupla, acenei com a cabeça sabendo que não poderia garantir nada. Regra número um do quadribol, nunca afirme algo do qual não se pode ter certeza, a não ser que você queira ver um garoto de 15 anos desesperado com um bastão na mão sem saber o que fazer. Eu ouvia o vento castigar as paredes dos vestiários e a chuva não parecia dar trégua.

Olhei para meus jogadores, até mesmo Hugo parecia um pouco apavorado, certo era hora do meu discurso motivacional.

-Antes de sairmos para o campo, quero que entendam algo, quero que entendam o amor que sinto por esse jogo. O quadribol é uma forma de vida, nenhuma sensação substitui o que sinto enquanto estou perseguindo o pomo, todos os dias da minha vida eu respiro, eu como, eu bebo quadribol. É o amor a esse esporte que orienta minha vida, é o amor a ele que me mantém disciplinada e determinada. Eu entendo que as condições lá fora não são as melhores mas se jogarem com o coração, nem a vitória nem a derrota importará. É meu último pedido, joguem por vocês, joguem pelo amor que sentem por esse esporte, joguem com garra, confiança e honrem a camisa que estão vestindo. Se não puderem jogar por esses motivos não deveriam estar aqui agora.

Fiz uma pausa teatral encarando meu time, todos eles pareciam determinados e foi gritando que eu corri na direção do campo.

-PRA FRENTE GRIFINÓRIA A TAÇA É DOS LEÕES! – E como os guerreiros da idade média que corriam para romper uma parede de escudos, eu liderei meus jogadores contra a chuva torrencial, era difícil até ouvir o narrador, Shane Spallanzanni.

-E AÍ VEM O TIME DA GRIFINÓRIA LIDERADO POR LÍLIAN POTTER! E AÍ ESTÃO ELES, WOOD, WEASLEY, SPALLANZANNI, FINNINGAN, THOMAS E MOORE!

Eu ouvia os torcedores da Grifinória se fazerem ouvidos e sorri satisfeita ao identificar meu nome.

-POTTER! POTTER! POTTER! – Era delicioso saber que era pra mim que eles gritavam, era incrível como Hogwarts amava esse jogo, pois mesmo com o mau tempo as arquibancadas estavam lotadas. E eu senti novamente o poder do quadribol que parecia fazer o meu coração pulsar mais forte, em sincronia com o meu nome gritado pela arquibancada. Sorri, este era o meu campo, esta era a minha vida.

-MADAME HOCHE ESTÁ NO CENTRO DO CAMPO, OS CAPITÃES LÍLIAN POTTER E MATTHEW MORRIS ESTÃO NO CENTRO DO CAMPO!A PARTIDA VAI COMEÇAR! – Ou eu esperava que estivesse no centro do campo, meio que as cegas apertei a mão do capitão e artilheiro Lufo que sorriu pra mim. Madame Hoche deve ter nos pedido um jogo limpo, e antes que eu esperasse as bolas estavam liberadas e a partida havia começado.

-E COMEÇA A PARTIDA, HEI ALGUÉM AVISA O WEASLEY QUE APESAR DELE NÃO ESTAR ENXERGANDO, AS BOLAS JÁ ESTÃO NO AR!

 Me assustei ao ouvir Shane, e olhando para o chão vi que Hugo ainda estava lá embaixo esperando ouvir o som do apito inicial. Ele estava super concentrado de modo que voei até ele e gritei em seus ouvidos.

-HUGO, ACORDA, MAS QUE MERDA O JOGO COMEÇOU! – Após acordar meu primo fui tentando pegar altura, a chuva castigava minhas costas com força e a cada um metro que eu subia, ela me jogava dois pra baixo. A única iluminação era proveniente dos raios e vira e mexe eu via alguns borrões amarelos e vermelhos passarem por mim.

- E OS ARTILHEIROS GRIFINÓRIOS ESTÃO EM POSIÇÃO, VOAM JUNTOS, A MOORE PASSOU PARA O WEASLEY RECUPERADO, E SÃO 10 PONTOS PARA GRIFINÓRIA!

Comemorei sozinha enquanto tentava em vão enxergar algo, até que vi algo, mas bom, um balaço vindo diretamente na direção do seu rosto não é algo que você gosta de ver durante um jogo. Mergulhei com habilidade e notei que Thomas havia rebatido o mesmo para longe. Voltei a subir então, talvez eu conseguisse uma melhor visualização lá em cima, foi inútil, nem sinal do pomo, não ouvia mais a narração e não tinha a mínima noção de quanto tempo havia transcorrido desde o início da partida.

Sentia meus ossos congelando e meu queixo tremia involuntariamente, um raio iluminou as coisas e lá vinha novamente um balaço, tentei um mergulho porém fui perseguida.Para minha sorte lá estava Finingan para rebater pra longe a bola.

ESPERA UM POUCO? O balaço me perseguiu, o maldito balaço me perseguiu, ele não deveria fazer isso deveria?

Estava voando mais baixo agora, e me interei sobre o jogo.          

-BOM APESAR DE EU NÃO ENXERGAR OS APANHADORES POSSO APOSTAR QUE ESSA PARTIDA VAI SER LONGA PESSOAL! E A LUFA-LUFA MARCA! SÃO 40 A 20 PARA A GRIFINÓRIA. E MAIS UMA BELA DEFESA DE ANNE WOOD, ESSA GAROTA É GÊNIO PESSOAL, ALÉM DE SER A GAROTA MAIS BONITA DO QUARTO ANO!

Sorri ao ouvir isso, era claro que Shane não se contentava em apenas narrar o jogo, ele tinha que fazer comentários adicionais o que deixava McGonagall muito irritada.

-E A GOLES ESTÁ COM A SPALLANZANNI, TAMBÉM CONHECIDA COMO MINHA IRMÃ MAIS NOVA, HEI É FALTA JUÍZ! –Olhei para onde a pequenina Nina Spallanzanni voava, Hugo estava ao lado dela e parece que ela não conseguia respirar direito, para nossa sorte a Madame Hooche apitou falta para a Grifinória que Hugo prontamente cobrou e marcou mais dez pontos. Estava ainda acompanhando minha artileira com os olhos quando ouvi o balaço zunindo na minha orelha, nem acredito que não fui pega.

Mas então lá vinha o outro balaço, o que estava me perseguindo, ou parecia que estava, deitei na vassoura para ganhar velocidade tentando me livrar da bola ou pelo menos chamar a atenção de um dos batedores.

-AH PESSOAL, ACHEI A POTTER, PENSEI QUE ELA TIVESSE SIDO ENGOLIDA PELAS NUVENS NEGRAS, MAS NÃO ALI ESTÁ ELA, A GAROTA ESTÁ VOANDO DETERMINADA. SERÁ QUE AVISTOU O POMO?

Bom se fosse o pomo, pensei, pois se ficássemos muito mais tempo ali não iríamos aguentar de frio e cansaço, eu ainda estava bem mas eu corria todas as manhãs, mas os batedores por exemplo já apresentavam sinais de exaustão. Mesmo assim um dos garotos deve ter encontrado forças para rebater o balaço, pois logo estava livre dele para voltar a perseguir o pomo. Desde que a partida havia começado o tempo só havia piorado, a chuva caia com força e agora uma neblina estranha cobria o campo. Se vocês já jogaram quadribol com chuva e com visibilidade zero sabem do que estou falando, se nunca jogaram NÃO TENTEM! Mas bom eu não tinha muita opção, precisava acabar com aquele jogo logo.

-E ALI ESTÁ DAVID HOLLIS, O APANHADOR DA LUFA-LUFA, SIM PESSOAL OS DOIS APANHADORES AINDA ESTÃO VIVOS, SÓ NÃO APANHARAM O POMO AINDA. APESAR DE JÁ FAZEREM MAIS DE DUAS HORAS QUE ESTAMOS AQUI! E A LUFA-LUFA MARCA DE NOVO, A GOLEIRA ANNE WOOD PARECE ESTAR TENDO PROBLEMAS COM O VENTO FORTE! O PLACAR É 70 A 50 PARA A GRIFINÓRIA!

Droga, apenas dois gols de diferença, mais do que nunca eu precisava do pomo, e apesar de eu não enxergar um palmo a frente sabia que não era apenas Anne que deveria estar cansada, na verdade eu mesma já estava prevendo as câimbras que teria pela noite.

Continuei subindo quando o maldito balaço apareceu, tentando me livrar dele voei rapidamente, David o apanhador da Lufa-lufa achando que eu havia avistado o pomo começou a me perseguir, mas assim que se aproximou viu o balaço. O garoto também parecia estranhar o comportamento da bola, elas deveriam supostamente perseguir o jogador que estivesse mais próximo, mas aquele ali parecia ter uma grande afeição por mim.

Mas então mais um raio iluminou o céu, um pontinho dourado foi identificado a minha esquerda e tanto eu quanto David mudamos de direção, a bolinha dourada subia cada vez mais, eu não ouvia mais o jogo, eu não via mais nada por causa daquela estranha névoa. Passei as mãos sobre a marca JS no cabo da vassoura e a apertei com mais força imprimindo velocidade para ir cada vez mais para cima. Ainda me lembrava do dia em que a tinha ganhado, era a vassoura de James, seu grande xodó. Ao me dá-la ele sorriu e disse “Para a melhor apanhadora já vista em muitos e muitos séculos. Porque você é a melhor”.

 Voei por instinto, não sei se voei para fugir do balaço ou para apanhar o pomo, só sei que voei tão rápido que senti meu nariz arder de frio, como se estivesse congelando. Minhas mãos se soltaram da vassoura e tateei a minha frente, o balaço não estava à vista, imaginei que ele tivesse se perdido nem o melhor encantamento atravessaria aquela barreia de água, nuvens, e vento.

Abri um sorriso involuntário ao fechar minha mão pela bolinha gelada, não sei se pensei que um glorioso sol iria aparecer e os passarinhos iriam cantar pra mim, mas tive aquela sensação de que tudo iria finalmente ficar bem. “Porque você é a melhor”. Eu estava com o pomo na mão, o jogo finalmente tinha acabado, as bolas deveriam estar no chão, a captura do pomo fazia com que a reação fosse imediata, os balaços cairiam demonstrando que um dos apanhadores havia obtido êxito. “Porque você é a melhor”

Mas não foi o que aconteceu naquela manhã fria e tempestuosa, o balaço saído de lugar nenhum de algum modo atingiu minha vassoura, não me lembro em que momento notei que eu estava solta no ar e minha vassoura ou o que sobrou dela havia sido levado pelo vento. Eu não gritei, ninguém me escutaria, não com aquela chuva pelo menos, na verdade ninguém me veria antes que eu estivesse tão próxima do chão que fosse impossível amortecer a queda.

 A última coisa em que pensei antes de perder completamente a consciência foi que pelo menos havíamos ganho a partida, eu não soltei o pomo, nunca abriria mão daquela bolinha dourada “Porque você é a melhor”. Nunca pararia de amar o fato de ser apanhadora, eu tinha nascido para aquilo, estava no meu sangue, na minha pele em cada parte do meu ser e nada nem ninguém me faria parar.

“Porque você é a melhor”


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Notas finais do capítulo

NB/ Capítulo tenso...
E ai, o que será que aconteceu com a Lily, será que ela esta bem? E será realmente que era um balaço errante?
Você esta confuso? Ansioso para um próximo capítulo? Roendo as unhas de uma forma que faria Lise ter um colapso e o Berlioz lhe aconselhar a fugir dela?
ENTÃO JUNTESE AO GRUPO!
MANDE REVIEWS!
MAS MUITAS REVIEWS!
PORQUE EU SEI O QUE VAI ACONTECER E VOCÊ SÓ SABERÁ SE COMENTAR MUITO! MUAHAHAHAHA (calma que não é um Rictusembra, é apenas a minha risada maníaca. O.O)
Bjs, da muitho, extra, super, gosthosa, BETA MARAVILINDA
Milady Black.
NA/ É isso se quiserem o próximo capítulo vão ter que comentar e recomendar.
Beijos
Loreline Potter