Incontrolável escrita por Salayne
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem. ♥
Hermione estava passando suas férias na mansão Black. Em breve ela voltaria para Hogwarts. Em poucos dias, ela estaria iniciando seu sétimo ano em Hogwarts, junto com Harry e Ron.
A jovem bruxa passava muito tempo no laboratório de poções, ajudando a ordem com o que podia, ou seja, preparando poções para que usassem na batalha. Mesmo com o mundo bruxo em guerra, Hogwarts iria abrir as portas novamente este ano.
Hermione estava novamente no laboratório da ordem, desta vez, finalizando a poção Polissuco. A porta estava trancada como ela sempre deixava, e Hermione já estava colocando os últimos ingredientes. Assim que terminou de colocá-los, ela mexeu febrilmente o caldeirão fumegante. Ao ver que a poção estava pronta, ela suspirou e secando o suor sentou-se perto da bancada.
- Finalmente, eu acabei essa maldita poção. – Ela murmurou para si mesma. – Havia me esquecido como essa poção dá trabalho para ser preparada. Bem, vejamos qual será a próxima que devo preparar. – Ela se levantou e vasculhou em alguns papéis que estavam em cima da bancada. – Hum... Vejamos... Ah, aqui. Veritaserum. A poção da verdade mais poderosa que existe.
A garota levantou-se e aproximou-se do caldeirão que ainda fumegava.
- Acho que terei de engarrafar essa poção antes de preparar Veritaserum. – Ela ponderou.
Hermione ouviu batidas na porta.
- Estou ocupada! – Ela guinchou. Esta era sua resposta para todos que vinham incomodá-la. Normalmente, Harry e Ron vinham duas ou três vezes tentar, em vão, tirá-la do laboratório. Por fim, ambos desistiram e passaram a deixar a amiga sozinha.
- Ahn, é só que a Molly mandou que eu lhe avisasse que o jantar já tá na mesa, Mione. – A voz de Tonks soou.
- Certo, diga a ela que eu estou indo. – Hermione murmurou simplesmente. – Assim que eu terminar aqui. – ela sussurrou.
Continuou fazendo a poção Veritaserum durante mais meia hora, até que novas batidas na porta a interromperam. Ela bufou e simplesmente ignorou. As batidas continuaram, mais fortes desta vez.
- Mas que droga! – Hermione gritou. – Eu estou ocupada.
- Senhorita Granger, abra a porta. – Uma voz rouca disse.
Hermione engoliu em seco ao perceber quem era o dono da voz.
- P- Prof. Snape? – Ela perguntou vacilante.
- Sim, senhorita Granger. Agora abra a porta. – Seu tom de voz era letal e provocou arrepios em Hermione. E ela sabia que não era de medo, muito menos de frio. A sensação que a voz de Snape causava em seu corpo era outra.
- Espere... Espere apenas um minuto professor. – Ela gaguejou e foi abrir a porta. Logo depois ela se afastou, dando passagem a ele.
Snape entrou rapidamente, a capa esvoaçante atrás de si.
- Hum... O que o trás aqui, professor? – Hermione perguntou um tanto tímida.
Ele a olhou nos olhos por um instante. Olhos negros dele perfurando os olhos castanhos de Hermione.
- Parece-me que Dumbledore decidiu, já que o laboratório da ordem pertence a mim – Ele disse com desdém. – Se a senhorita não sair daqui, ao menos para se alimentar, terei de proibi-la de pisar neste laboratório novamente.
- Mas... Mas o laboratório é da ordem, professor. – Hermione argumentou.
Ele a fuzilou com o olhar.
- Não, senhorita Granger. O laboratório é meu, uma vez que o mestre de poções aqui, sou eu. – Ele disse friamente.
Ela abaixou a cabeça, enquanto sentia seu rosto ficar ruborizado.
- Ou seja – Snape continuou. – Ou a senhorita sai para se alimentar, ou não pisa mais aqui.
Hermione levantou lentamente a cabeça e disse um tanto cínica:
- Não sabia que se importava tanto com o meu bem estar, professor Snape. – Apesar do cinismo, Hermione queria que sua frase fosse verdadeira. E que ele realmente se importasse com ela.
- Não me importo, senhorita Granger. Estou apenas cumprindo ordens de Dumbledore. Para mim, pouca diferença faria se a senhorita estivesse morta, ou não. – Snape murmurou com seu tom de voz mais letal.
Hermione sentiu o rosto ficar quente. E desta vez foi de raiva.
- Não me surpreende, professor. – Ela disse, erguendo o queixo. – O senhor tem uma pedra no lugar do coração.
Snape sorriu cinicamente:
- Menos vinte pontos para a Grifinória, senhorita Granger. – Ele murmurou.
Hermione sorriu de volta.
- O ano letivo ainda não começou, professor. Portanto, você não pode descontar pontos da Grifinória. – E então ela saiu do laboratório, sem dar a Snape tempo de responder.
Hermione continuou andando, até chegar à cozinha. Molly a fez sentar.
- Ora, Mione, veja a que pontos chegamos. Pedir a Snape para ir te tirar do laboratório. – Ela murmurou.
A garota não disse nada, manteve o olhar baixo e comeu em silêncio, absorvendo suas atitudes. Bem, ela havia afrontado Snape. Talvez ele não a deixasse mais entrar no laboratório. O estômago de Hermione revirou. Qualquer coisa, ela iria falar com Sirius.
Sirius... Hermione sorriu. Ele era sempre tão prestativo. Tudo o que ela pedia, ele fazia. Ele sempre lhe ajudava. No entanto, pedir-lhe o laboratório só para ela, era besteira. Dumbledore havia dado o laboratório a Snape.
Hermione se levantou da mesa, Molly olhou-a e mesmo sabendo a resposta, perguntou:
- Aonde vai, Mione?
A garota sorriu hesitante e respondeu:
- Vou... Até o laboratório. Vou ver se o professor Snape precisa de... Ajuda com as poções.
- Mas, Mione, você passa tanto tempo por lá. Não está cansada, ou enjoada de ficar lá?
- Ah, Molly... Eu gosto de estar no laboratório.
- Com o Snape?! – Harry perguntou incrédulo.
- Na verdade, eu quis dizer que gostava de estar no laboratório, quando estou sozinha. – Ela murmurou e saiu da cozinha.
Mione caminhou rapidamente até o laboratório. Esperava que Snape a deixasse entrar lá novamente, do contrário, ela enlouqueceria. O laboratório era sua única diversão, e se Snape a proibisse de entrar lá, ela teria que ficar trancada em seu quarto. Hermione suspirou. Teria que convencê-lo a deixá-la entrar novamente no laboratório. Enquanto caminhava, Hermione pensava em como se desculparia.
Chegou à frente do laboratório. Bateu na porta e esperou. Nada. Tentou novamente. Nada, apenas silêncio do outro lado. Hermione respirou fundo.
- Professor Snape? – Chamou.
Ela não ouviu resposta. Hermione sem pensar no que fazia, colou o ouvido a porta.
- Eu não devia tê-la expulsado daqui, não devia. – Parecia a voz de Snape, só que sem o desdém habitual. – Agora ela deve estar pensando que eu sou um monstro.
Então Mione ouvi-o suspirar. Ela sentiu-se desconfortável, estaria ele falando dela? Ela respirou fundo e pigarreou, enquanto batia novamente na porta.
- Professor Snape, o senhor pode abrir a porta, por favor? – Ela pediu, falando um pouco mais alto.
Ela ouviu barulho do que aparentava ser uma cadeira sendo arrastada, e rapidamente descolou o ouvido da porta. Snape abriu-a e pela sua impressão, Hermione parecia ser a última pessoa que ele imaginava ver ali. Rapidamente, sua expressão foi preenchida por sarcasmo. Era como se fosse uma máscara. Uma máscara, atrás das qual ele se escondia.
- Achei que eu a tivesse expulsado, senhorita Granger. – Ele murmurou, com sarcasmo.
- Sim, o senhor havia me expulsado, e me disse que eu só voltaria a pisar aqui se eu me alimentasse. Pois bem, eu cumpri o seu desejo, acabei de me alimentar, e agora se não se importa, eu vou entrar. – Hermione disse, entrando em seguida no laboratório. Havia um caldeirão fumegando e vários frascos de vidro em cima da mesa. E muita louça para lavar, no balcão.
Snape acompanhou Hermione com o olhar.
- Só para a senhorita saber, o desejo não foi meu. Foi de Dumbledore. – Snape murmurou, e Hermione sentiu novamente o arrepiou ao ouvir a voz rouca de Snape.
Hermione deu de ombros e se aproximou do caldeirão que fumegava. Não conseguia reconhecer a poção. Voltou seu olhar intrigado para Snape.
- Que poção é essa, professor? – Perguntou, não disfarçando a evidente curiosidade na frase.
- Não lhe devo satisfações, senhorita Granger. – Snape respondeu simplesmente.
Hermione baixou a cabeça, mas retornou a erguê-la rapidamente.
- Não foi essa a pergunta que lhe fiz. – Ela disse. – Perguntei qual é a poção que está naquele caldeirão.
Snape olhou-a ameaçador, mas respondeu:
- É a poção mata-cão. Logo entraremos em lua cheia, e o ciclo de Lupin recomeçará. Estou preparando a poção para ele. Satisfeita, senhorita Granger?
Hermione sorriu com desdém.
- Sim, professor. Obrigada por esclarecer minha dúvida.
Snape revirou os olhos.
- Não há de quê. – Ele rosnou.
Hermione foi até o caldeirão.
- Já está pronta?
- Não. Falta mexê-la por alguns minutos.
- Será que eu posso ajudar?
Snape suspirou. Era visível que ela não sairia dali até sentir-se útil.
- Pode. Mexa a poção até eu mandar você parar, e depois lave aquela pilha de louça. – E sorriu com desdém. – A maneira trouxa, é claro. Imagino que a senhorita não terá problema, estou certo?
- Sim, senhor.
Snape colocou outro caldeirão sobre a bancada, junto com vários ingredientes.
- Não me interrompa enquanto eu estiver fazendo esta poção. Um mínimo erro pode ser fatal. – Ele disse entre dentes. – Agora comece a trabalhar, senhorita Granger.
- Sim, professor. – Ela murmurou, e voltou sua atenção para o caldeirão.
Hermione ficou mexendo a poção por pelo menos meia-hora, até que Snape anunciou que ela estava pronta.
- Pode parar de mexê-la, Senhorita Granger. – Ele murmurou, mal erguendo os olhos do caldeirão que estava bem em sua frente.
- Ahn, professor? – Hermione chamou timidamente.
- Sim, senhorita Granger?
- Éé... De quem é que o senhor estava falando... Antes de eu entrar no laboratório? – Ela perguntou sem se conter.
Snape subitamente congelou. Ele ficou ainda mais pálido, e encarou Hermione. Seus olhos negros perfurando os castanhos dela.
- Não me diga que anda usando alguma daquelas porcarias de Orelhas Extensíveis que os gêmeos Weasley inventaram. – Ele rosnou.
- Não, senhor. – Hermione murmurou. – Eu estava... Esperando o senhor abrir a porta e ouvi.
- Exatamente o que a senhorita ouviu?
- Ahn... O senhor estava dizendo algo mais ou menos assim... “Eu não devia tê-la expulsado daqui, não devia. Agora ela deve estar pensando que eu sou um monstro.”. – Hermione disse, dando de ombros.
Snape ficou ainda mais pálido do que já estava antes. Ele baixou o olhar lentamente para o caldeirão, e fitou-o sem ver.
- Eu não me referia a você.
- Não? Mas... Professor, eu fui a única que...
- Já disse que eu não estava me referindo a você, senhoria Granger. – Snape cortou-a. – Agora se me fizer mais alguma pergunta desse tipo, eu realmente a expulsarei deste laboratório. Só que desta vez a senhorita não voltará a pisar aqui.
Hermione assentiu e abaixou a cabeça.
- Agora que eu já acabei aqui... – Ela murmurou. – Em que lhe posso ser útil?
Snape olhou de relance para a bancada em que havia uma pia. Ela estava cheia de louças.
- Como eu havia lhe dito antes – Ele disse, voltando a olhar para o caldeirão. – A senhorita poderá me ajudar, lavando aquela louça. Os frascos, a senhorita deverá secar e colocá-los aqui em cima da minha bancada. – Ele apontou para a bancada em que estava o caldeirão. – E o resto da louça, a senhorita pode guardar no armário. Faça tudo ao modo trouxa, é claro.
- Professor, desculpe a pergunta, mas... Que poção é essa?
Snape deu-lhe um sorrisinho cínico.
- Já é a segunda vez que a senhorita me pergunta isso hoje, senhorita Granger. – Ele murmurou. – É uma poção que a senhorita não conhece, uma poção que tem o mesmo efeito que as capas de invisibilidade.
- O senhor já sabe quanto tempo ela dura? – Hermione tornou a perguntar.
- Ainda não, senhorita Granger. – Ele disse. – E antes que a senhorita pergunte, é a primeira vez que faço essa poção.
Hermione assentiu e então voltou-se para a louça que precisava ser lavada. Começou lavando os frascos, pois sabia que Snape usá-los-ia. Depois foi lavando os potes, a maioria deles estava empoeirada, e não muito sujo. Depois que Hermione acabou de lavar tudo, ela levou os frascos até Snape e colocou-os na bancada, ao lado de seu caldeirão. Logo depois, ela secou o restante da louça e guardou-a no armário.
E pôs-se a olhar Snape.
Ele estava concentrado em cortar alguns visgos-do-diabo, e não percebeu o interesse de Hermione. Ela reprimiu um suspiro e desviou o olhar. O que estava fazendo? E se Snape a pegasse encarando-o, o que pensaria?
Hermione sacudiu a cabeça negativamente. Ninguém, além dela, sabia de sua afeição por Snape. Afeição essa que começará em seu quinto ano em Hogwarts. E afeição que aumentava a cada minuto que ela passava com Snape, mesmo que ele lhe tratasse mal.
Voltou a olhar Snape e corou ao perceber que ele também a olhava. Seus olhos brilhavam de um jeito estranho agora.
- Ahn, posso lhe ser útil em mais alguma coisa, professor Snape? – Ela perguntou, corando ainda mais.
Snape continuou a encará-la, o brilho em seus olhos ficaram mais forte, como se ele estivesse pensando em algo, e respondeu:
- Não, senhorita Granger. A senhorita pode ir. – E desviou o olhar.
Hermione assentiu fracamente, o rosto ainda rubro. Porque ele estava olhando para ela? Ela se virou para sair do laboratório e antes que chegasse a porta, ouviu Snape dizer, a suas costas:
- Ah, e Granger?
Ela se virou para ele, confusa.
Ele sorriu desdenhoso.
- Não ache que vou acrescentar pontos a Grifinória pela senhorita ter me ajudado aqui hoje. – Ele disse com desdém.
- O ano letivo ainda não começou, senhor, então não há como eu lhe pedir isso. – Ela disse. – Aliás, eu nem tentaria, eu fiz isso porque... Porque eu gosto de ficar aqui no laboratório.
Snape arqueou a sobrancelha.
- Gosta de ficar aqui sozinha, a senhorita quis dizer.
- Aaah, sim. – Hermione respondeu. – Prefiro ficar aqui sozinha. Mas foi bom ajudar o senhor... Eu me distraí. – Então ela se virou, saiu e fechou a porta atrás de si.
Hermione ficou parada a porta do laboratório, encostada nela. Respirou fundo algumas vezes. Ela havia acabado de dizer que havia gostado de ajudar Snape? Será que estava maluca? Suspirou e começou a andar, indo em direção a sala de estar da ordem.
Parecia que toda a ordem estava lá. E todos olharam para ela, quando Hermione chegou. Harry foi o primeiro a perguntar:
- Onde você estava?
Ela suspirou e sentou-se no chão, ao lado dele.
- Eu estava ajudando o professor Snape no laboratório. – Ela disse monotonamente.
- Ele não te expulsou de lá?
- Não. – Ela respondeu. – Depois de eu insistir, ele me deixou entrar.
- Cara, eu ainda não sei como você conseguiu ficar lá, agüentando esse sebo... – Harry olhou para Dumbledore e reformulou. – Esse desagradável do Snape.
Hermione respirou fundo. Ah, sabe como é, Harry, eu estou apaixonada por ele, então para mim, ele é um príncipe encantado., Hermione pensou e sacudiu a cabeça.
- Ele não foi tão rude assim. – Ela disse. – Contanto que eu não ficasse perguntando muito, eu pude ficar.
- Sei. – Harry murmurou.
Hermione se levantou. Ela estava precisando de um banho para relaxar. Foi até seu quarto e trancou-se lá. Foi até o banheiro, e encheu a banheira com água quente. Despiu-se e entrou na banheira, sentindo os músculos relaxarem ao contato com a água quente. Fechou os olhos e desfrutou de seu banho quente, tentando banir em vão suas fantasias com Snape.
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