Cinco Momentos escrita por Chiisana Hana


Capítulo 8
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Flashback do beijo de Ikki e Minu!!



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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes
Setsuna pertence a Nina Neviani.



CINCO MOMENTOS
(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)
Chiisana Hana

PARTE 2
O BEIJO


Eu queria que nós vivêssemos nesse beijo
E ficássemos exatamente assim
Juntos, juntos…(1)


Capítulo VII


– A sua mãe sempre foi meio doidinha, Shiryu! – brincou Seiya, fazendo todos caírem na gargalhada. Shiryu concordou e completou:
– E você nem imagina como ela está agora que o bebê está chegando!
– Ela me manda dezenas de frutas toda semana – Shunrei disse, sorrindo. – Ela diz que eu tenho que comer bem para o bebê nascer forte e bonito!
– A verdade é você teve sorte, Shiryu – Seiya disse, sério. – É tão difícil ser adotado já grandinho. Ainda mais ser adotado por gente tão boa quanto seus pais.
– Eu sei. Agradeço isso todos os dias. Agradeço pela minha linda esposa também. Se não tivesse sido adotado, não teria estudado naquele colégio, logo, não teria conhecido a Shunrei.
Shun discordou.
– Ah, pois eu acho que de uma forma ou de outra vocês teriam se encontrado – ele disse. – Quando está escrito, meu amigo, o universo se move para promover o encontro.
– Isso é verdade – Hyoga disso. – Mas voltemos ao nosso assunto. Tivemos um primeiro beijo traumático, no caso, o meu e do Shun; um romântico ao extremo, o de Shiryu e Shunrei, e o que vem agora? Um primeiro beijo violento, Minu?
– Violento? – ela indagou. – Não. Foi bem longe disso. Digamos que foi surreal!


Seis meses atrás...
– Você está mesmo esquisito, Ikki – Minu dizia enquanto descia da aeronave, ainda estranhando aquele Ikki falante. – Espero que não tenha usado drogas. Você sabe que vai fazer o exame antidoping antes da luta, não sabe?
Ele riu.
– Claro que eu sei. Não usei droga nenhuma, pô!
– E a comida? Você nem reclamou da comida do avião. Não paquerou as aeromoças. Conversou comigo o tempo inteiro. Fizemos a sua carta de despedida sem discutir, e até vimos um filme juntos! E nem era filme de porrada. Definitivamente acho que você foi abduzido e esse que viajou comigo é um clone alienígena...
– Que clone nada, Minu. A pessoa não pode nem querer falar um pouco?
– Quando a pessoa em questão é você, não.
Os dois entraram no carro que os esperava e Minu intrigou-se ainda mais com esse Ikki anormalmente simpático, que puxou conversa até com o motorista. Desceram, deram entrada no hotel, e pediram quartos vizinhos, como de costume, para que ela estivesse próxima caso ele precisasse de algo. Subiram até o andar reservado. Na porta do quarto dela, Ikki anunciou, em tom autoritário:
– Esteja pronta às nove. Você vai sair comigo.
Minu protestou, colocando as duas mãos na cintura:
– Ah, mas não vou mesmo! Nem conte com isso, Amamiya.
– Já disse: pronta às nove. Até lá – ele disse e entrou em seu quarto.
Minu grunhiu palavrões e trancou-se no quarto que era dela.
– Se ele pensa que eu vou, está muitíssimo enganado – murmurou. – Não sei o que ele pretende, mas não sou servir de candelabro enquanto ele fica com as vagabundas por aí.
Cansada da viagem, Minu tomou um longo banho, lavou os cabelos, vestiu um pijama de flanela com listras cor-de-rosa e jogou-se na cama com um livro, tentando ler até o sono chegar.
Às nove em ponto, bateram na porta.
“Ikki”, ela pensou. “Não. Eu não vou abrir. De jeito nenhum. Ele vai ter que derrubar a porta.”
– Oi, Minu! Vamos lá?
– Eu não vou!! – ela gritou.
– Ah, vai! Abre logo essa porta, mulher!
– Não abro!!
– Abre, Minu!!
– De jeito nenhum!!
– Bom, se é assim, então eu abro.
– Ikki, não se atreva a derrubar a porta – ela disse, nervosa. – Sabe quanto isso vai custar? Sabe o trabalho que vai dar para abafar o escândalo? Por favor, Ikki! Por favor! Tá, tá, eu vou abrir...
Mas antes que ela abrisse , a porta se destravou com um clique e ele entrou, rindo, com um cartão magnético na mão.
– Quem disse que eu ia derrubar?
– Ah, seu filho da mãe! Onde arranjou o cartão?
– Eu dou meu jeito – disse e pôs-se a gargalhar quando viu os trajes de Minu. – Mas o que é isso? De pijamas, Minu? Eu disse que íamos sair!
– E eu disse que não ia!
– Mas eu disse que vai e isso é o que importa – ele anunciou. Depois pegou Minu e jogou-a nos ombros.
– Me larga, Ikki! – ela esperneou. – Me põe no chão agora!!
Ikki não deu ouvido e entrou no elevador carregando-a. O ascensorista abafou um risinho.
– Ikki, por favor, me põe no chão – Minu pediu. – Eu vou pra onde quiser, só me põe no chão.
– Eu podia até pôr... mas está divertido assim!
– Ah, seu filho da mãe!!
– Olha! Segunda vez que chama assim! Desse jeito eu serei obrigado a demitir a senhorita.
– Não sei se você vai ter tempo de fazer isso antes de eu pedir demissão!
Saíram do elevador e passaram pelo saguão, sob os olhos perplexos de hóspedes e funcionários. Minu sentia a face queimar de vergonha e tentava esconder o rosto como podia. Ikki, no entanto, divertia-se com a situação. Na porta do hotel, uma limusine os esperava. Ikki colocou Minu dentro e assim que ele entrou no carro, o motorista deu a partida, numa clara demonstração de que já haviam combinado o destino previamente.
– Ikki, isso não tem a menor graça – ela disse, tentando recompor-se. – Não tem mesmo. Eu estou de pijamas!
– Porque quer. Eu avisei que íamos sair.
Ela fez uma careta. No fundo, estava achando engraçado e lisonjeiro ele fazer tanta questão de que ela saísse, mas estar de pijamas não era uma coisa muito charmosa.
– Bom, acho que você fica bem usando esse modelo de calça e camisão, embora eu prefira algo menos antiquado, com menos pano e mais pele à mostra.
– É sério, Ikki. Não gosto dessas brincadeiras. Vamos voltar, sim?
– Não, não vamos.
– Então para onde estamos indo?
– Você vai ver.
Pouco depois, a limusine parou em um restaurante. Minu arregalou os olhos.
– Esse é o restaurante mais chique da cidade e eu estou despenteada e usando pijamas! Pelo amor de Deus, vamos embora!
– Vem comigo – ele disse ao sair do carro, e ofereceu a mão para ela, que relutou em deixar o veículo.
– Nem morta!
– Vem, Minu!
– Não!
– Então lá vamos nós de novo – ele disse e novamente pôs a moça nos ombros, mas ao invés de espernear, ela pediu pra ser colocada no chão.
– Tá, eu vou andando. Vai chamar menos atenção do que carregada. Juro que não estou entendendo o que está acontecendo, Ikki. Que coisa mais doida. Por que me trouxe aqui?Isso é alguma pegadinha para a televisão. Se for, eu mato você!
– Ô mulher faladeira! – ele resmungou. – Eu disse pra você se arrumar, quem mandou não me ouvir?
Entraram no restaurante, Ikki conduzindo uma envergonhadíssima Minu pela mão. A recepcionista fingiu não perceber os trajes da moça e gentilmente acompanhou o casal até o ambiente reservado que, Minu bem observou, estava fechado apenas para o lutador e sua assistente.
A mesa estava ricamente posta, com candelabros, e um belo arranjo de tulipas vermelhas. Perplexa e sem fôlego, Minu só conseguia olhar para tudo com assombro.
“Meu Deus, o que deu nele?”, ela pensou, mas num suposto lampejo de lucidez, achou que entendeu o que estava acontecendo. “Ah, filho da mãe, deve ter lido o que eu escrevi no notebook! Desgraçado! Está brincando comigo agora que sabe que eu o amo!” Recompôs-se do choque, fez cara de ofendida e levantou-se da mesa.
– Nunca mais faça isso – disse, séria e incisiva, e apertou o passo em direção à saída do reservado. Ainda sentado, ele abriu um largo sorriso.
– Isso o quê? – perguntou, levantando-se e indo atrás dela. – Trazer você para jantar?
– Brincar com meus sentimentos... – murmurou, saindo do reservado e passando pelo salão.
Ikki puxou-a pelo braço.
– E quem disse que estou brincando, sua louca?
– Isso não se faz, Ikki. Não se brinca com as pessoas desse jeito. Eu me demito, ok? Você já pode procurar uma nova assistente. Está livre de mim. Já pode parar de brincar.
– Bom, acho que vou mesmo procurar outra assistente, porque a partir de agora você vai ser minha namorada.
– Hã? – Minu balançou a cabeça tentando assimilar o que ele tinha dito.
– Isso mesmo. Mas vou continuar querendo umas massagens... – ele disse, num sussurro extremamente sensual, que deixou Minu toda arrepiada.
– E se eu não quiser? – ela retrucou, tentando inutilmente manter-se firme. – Você acha que é só vir com essa conversa mole?
Ao invés de responder, Ikki beijou-a com uma força avassaladora, as mãos fortes comprimindo o pequeno corpo dela contra o dele, e ela podia sentir os músculos fortes retesarem-se sob a roupa, enquanto um calor intenso a invadia e desordenava seus pensamentos. Já nem se lembrava de que estava de pijamas, que o cabelo estava desgrenhado, que as pessoas no restaurante estavam olhando embasbacadas, nada. Era como se o beijo a tivesse transportado para outro lugar, outro tempo, um lugar muito excitante, que atendia pelo nome de Ikki Amamiya.

Continua...


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Notas finais do capítulo

(1) Ricky Martin, Stop Time Tonight



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