Cinco Momentos escrita por Chiisana Hana
Notas iniciais do capítulo
Flashback de Hyoga e Shun.
Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes
Setsuna pertence a Nina Neviani.
CINCO MOMENTOS
(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
PARTE 1
O TEMPO
Eu gostaria de parar o tempo um pouco
E ficar abraçando você por horas... (1)
Capítulo IV
– E nós, Hyoga? – Shun indagou. – Lembra como foi? Você estava curtindo uma fossa depois do fim do romance com a Freya...
– O russo e a princesinha nórdica! – riu Seiya. – Era engraçado, parecia até nome de filme!
– Podia dar um bom filme pornô também... – Ikki disparou e foi logo censurado pela esposa:
– Ikki, não começa!
– Bom, ela era mesmo um tanto fogosa – Hyoga admitiu rindo e agora foi a vez de Shun censurá-lo:
– Coisa feia falar das suas intimidades com a moça!
– Eu sabia! – Ikki exclamou. – Só de olhar eu sei quando a moça tem fogo na...
– Ikki! – Minu interrompeu. – Gente, eu me casei com esse homem? Alguém me interna porque eu estava louca na hora que eu disse que aceitava!
– Se estiver arrependida ainda dá tempo de desfazer o casamento – Ikki alegou, sério. Minu riu.
– De jeito nenhum! – ela disse. – Agora é meu, eu não largo mais!
– Excelente! Assim que eu gosto.
– Mas então, Hyoga – Shun recomeçou –, você voltou de Asgard com aquela mega dor de cotovelo e...
– Dor de corno! – Seiya corrigiu com uma gargalhada. – Haha! Sabemos que ela te chifrou com um tal de Hagen.
– Pulemos essa parte, ok? – sugeriu um constrangido Hyoga.
– Não foi o contrário? – Shiryu perguntou. – O traído não foi o Hagen?
– Pode ser, pode ser – Seiya disse. – A ordem da safadeza não altera o chifre.
– A verdade é que fomos ambos enganados e a princesa era uma danadinha! – Hyoga concluiu após as gargalhadas dos amigos. – Agora vocês vão me deixar contar como foi o nosso momento ou não?
Todos responderam afirmativamente e Hyoga começou a falar...
Três anos atrás, no apartamento de Shun...
– Então quando você chegou lá, ela simplesmente disse que estava tudo acabado? – Shun perguntou, sentado na mesinha de centro, de frente para o amigo, que também era seu vizinho.
– Isso mesmo – Hyoga assentiu, desolado. Jogava vôlei no time da faculdade e conhecera a moça num Jogos Mundiais Universitários. A norueguesa parecia meio louquinha, dizia ser herdeira do trono na sua terra, uma tal de Asgard. Ele duvidava da história, mas a moça era bonita e encantadora, e ele logo se apaixonou. Começaram a namorar ainda durante a viagem e mantiveram o namoro a distância, até que ele resolveu ir visitá-la.
– Lógico que eu quis uma explicação, né?
– Claro, claro... Nada mais justo.
– Ela desconversou, mas eu insisti e ela acabou confessando que tinha outro namorado na terra dela e que ia se casar com ele!
– Que chato, Hyoga. Situação mais embaraçosa, hein? Mas você vai superar! Você vai arrumar outra pessoa bem melhor que essa princesa, pode crer.
– Nesse momento nem sei se quero, Shun. Acho melhor ficar quieto, sabe? Pelo menos por uns tempos. Agora quero focar na faculdade e no time.
– Faz muito bem... Bom, estou morrendo de fome. Vou preparar algo para jantar. Você também deve estar com fome, não?
– É, estou sim. E a June? Ainda viajando?
– Aham. Só volta na semana que vem.
– Ah, sim. E como estão os preparativos para o casamento?
– Ela viajou justamente por isso. Queria comprar umas coisas para a casa nova, encomendar o vestido numa maison francesa, essas coisas...
– O apartamento de vocês já está pronto?
– Está sim. É bem maior que esse e numa área mais nobre, do jeito que ela queria.
– Sim, mas, me desculpa a intromissão, você não parece entusiasmado.
– Tenho um pouco de medo, sabe? Minha vida vai mudar por completo. Eu vou ter de dividir meu espaço com a Ju e às vezes eu simplesmente gosto de ficar sozinho, tocando meu piano, compondo minhas músicas...
– Por falar nisso, posso colocar uma música?
– Só não coloque nenhuma coisa de natureza "corta-pulso", pelo amor de Deus. Eu não quero ninguém se suicidando no meu apartamento. Nem você, nem eu.
Hyoga ficou intrigado por Shun, prestes a se casar, ter incluído a si mesmo entre os potenciais suicidas, mas ficou calado.
– Estou mal, mas não tenho a menor intenção de me matar, pode ficar tranquilo.
– Por via das dúvidas, esconderei todas as facas, lençóis, cordas e remédios.
Os dois riram e Shun foi preparar o jantar enquanto Hyoga ficou mexendo nos CDs.
– Música clássica, new age, alguns CDs de pop music, provavelmente da June... – ele murmurou. Escolheu um álbum de Ayumi Hamasaki e pôs para tocar. Da cozinha, Shun veio ver.
– Ayu? – ele perguntou. – Não sabia que você gostava.
– Nem conheço. Só achei a moça bonita.
– Como não conhece? A imperatriz do J-Pop! Ela é ótima! Tenho todos os CDs.
Hyoga arregalou os olhos.
– Pensei que o disco fosse da June.
– Não, não. É meu mesmo.
– Não conhecia esse seu lado pop.
– Tem muitos lados meus que ninguém conhece.
– Agora fiquei com medo de você, Shun.
– Não precisa ficar... Eu não enlouqueci. Ainda não – disse e enveredou-se pela cozinha de novo. Vez ou outra falava algo com Hyoga, que continuava mexendo nos CDs. Quando Shun voltou com duas tigelinhas fumegantes, Hyoga pronunciou o resultado de sua "investigação" sobre o gosto musical do amigo:
– Eu realmente não conhecia você. Madonna, Shun! Você tem CDs da Madonna!
– Todos – Shun respondeu, sem entender o porquê da surpresa. – Qual é o problema?
– Madonna!
– Só porque sou pianista você acha que eu só ouço música clássica? Por favor, né? Sem rótulos! Ou você só ouve música russa?
– De forma alguma. Você tem razão, essa necessidade de rotularem as pessoas é ultrajante.
– Com certeza! Além do mais, as músicas da Madonna ficam lindas ao piano, sabia?
E, enquanto tomavam a sopa que Shun preparara, os dois conversavam animadamente sobre música, rótulos, amores e traições. Depois, Shun sentou-se ao piano e começou a tocar e cantar algumas canções de Madonna. Hyoga foi obrigado a concordar que ficavam mesmo muito agradáveis.
Entusiasmado com a atenção do amigo, Shun continuou tocando e arriscou-se até mesmo a tocar uma composição própria que jamais tinha tocado para outra pessoa. A canção falava de um amor impossível que atormenta uma pessoa e a deixa à beira da loucura.
– Você é um pianista clássico fenomenal, já vi você quase em transe, tocando esse piano no palco, mas não sabia desse seu lado compositor apaixonado e furioso.
– Como eu disse, tem muitos lados meus que ninguém conhece. Bom, vamos parar por aqui, né? Já são quase onze horas, daqui a pouco nossos vizinhos vão começar a reclamar.
– É verdade – concordou Hyoga. – Então, vou indo. Shun, você é um grande amigo – disse e o abraçou.
– Você também – Shun retrucou, meio sem jeito, e acompanhou o amigo até o elevador. – Boa noite, Hyoga.
– Boa noite, Shun. Ah, depois quero ouvir de novo aquela música que você escreveu. É tão intensa! Como se chama?
– "Tempestade" – Shun disse e Hyoga sorriu, pensando que tinha feito bem em procurar Shun. Conversar com ele fez com que se esquecesse da princesa por algumas horas e se sentisse acolhido, querido, respeitado.
Enquanto o russo entrava no elevador, Shun voltava para casa cantarolando um trecho da música que escrevera e da qual Hyoga gostara, alheio ao fato de que fora escrita para ele.
Continua...
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(1) Laura Bono, Oggi ti amo