Cinco Momentos escrita por Chiisana Hana


Capítulo 18
Capítulo XVII




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191913/chapter/18

Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes

Setsuna pertence a Nina Neviani.


CINCO MOMENTOS

(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani


PARTE 5

O CASAMENTO

"Sentados no chão,

Neste quarto que pintaremos de branco,

Felizes por não pedirmos nada mais.

Diga-me "sim"

Ainda que aqui tenhamos apenas uma mesa como altar

E um pão para compartilhar."(1)


Capítulo XVII

– Paris! Uau! Isso não é para qualquer um – suspirou Shunrei.

– Foi totalmente por acaso – Shun disse. – Calhou de ter esse concerto e eu resolvi levar o Oga. No final das contas, foi maravilhoso.

– E decisivo – completou Hyoga. – Porque o tempo que passamos juntos lá em Paris nos fez perceber que devíamos morar juntos.

– Mas era só subir alguns andares, pô – Ikki riu, lembrando-se de que os dois moravam no mesmo prédio. Hyoga justificou-se:

– Parece pouco, Ikki, mas é uma mudança enorme sair da sua casa para dividir a vida com outra pessoa. Ainda mais no nosso caso...

– Verdade – Shun concordou. – Mas quando decidimos foi pra valer e o Oga mudou-se para o meu apartamento. Então, teve a festinha, e tudo mais. Vocês devem lembrar.

– Claro que lembramos! – Minu disse, e Shun começou a relatar sobre a decisão de unir-se a Hyoga.

Dois anos atrás...

Shun estava às voltas com a reforma e redecoração do apartamento a fim de prepará-lo para receber o novo morador. Ele estava realmente se divertindo com a escolha dos materiais, a compra de novos móveis e objetos de decoração. Experimentava uma sensação bem diferente do sofrimento que fora escolher os objetos do apartamento onde teria ido viver com June se tivesse se casado.

Hyoga lhe dera carta branca para fazer como quisesse, a única exigência dele foi que trocasse a cama atual por uma maior e mais confortável. Então Shun tinha escolhido a melhor que encontrara, bem como os melhores lençóis e travesseiros. A sala, que tinha o piano em local de destaque, também ganhou uma televisão grande para Hyoga assistir seus jogos.

Os dois combinaram que a mudança aconteceria assim que Hyoga voltasse de um campeonato, na semana seguinte. Então, Shun aproveitou que o namorado estava fora do país para terminar de arrumar os últimos detalhes. Ficara com a chave do apartamento de Hyoga para trazer o resto de suas coisas e deleitou-se arrumando os pertences dele. Colocou a velha matrioska que fora da mãe do russo sobre a cômoda e montou um quadro onde pendurou as muitas medalhas que o jogador ganhara no decorrer da carreira. Assim que ele voltasse, os dois dariam um jantar a fim de anunciar para os amigos a união.

No dia da festinha, enquanto preparava as coisas, Shun pensava que era exatamente isso que devia ter sentido quando estava para se casar com June. A ansiedade boa, a euforia, o cuidado com cada detalhe e o desejo de que tudo saísse perfeito. Tinha encomendado comida tailandesa e bebidas diferentes, além de preparar alguns doces e ensaiar a homenagem que faria "namorido", como gostava de se referir a Hyoga.

Os amigos chegaram na hora combinada. Hyoga, entretanto, estava atrasado. Shun procurou parecer tranquilo, conversou com todo mundo, serviu-lhes petiscos, mas a certa altura já não conseguia mais esconder a preocupação com o atraso de Hyoga. Ele tinha chegado a Tóquio de manhã, ligara assim que desembarcara com o time e avisara que iria almoçar com eles em comemoração ao título que ganharam, mas que estaria em casa antes de anoitecer.

Para Shun, foi inevitável pensar em como June tinha se sentido enquanto esperava no altar e ele já começava a se desesperar pensando que Hyoga não viria e que tudo isso era um castigo bem merecido. Os amigos já tinham percebido o nervosismo dele e tentavam acalmá-lo, mas tudo que diziam era insuficiente. Então, com quase duas horas de atraso, Hyoga chegou.

– Perdão, meu querido – ele disse, largando a mala no canto e abraçando um Shun que suspirava aliviado. Depois, tratou logo de se explicar: – Eu me atrasei por causa disso... – Hyoga tirou do bolso uma caixa de veludo negro. – Eu tinha mandado fazer com antecedência, mas o ourives atrasou e eu tive que esperar ele terminar na hora.

Ele abriu a caixinha e Shun olhou encantado para o conteúdo: duas alianças de prata aparentemente simples, mas que traziam um "eu te amo" gravado em suas faces internas.

– Uau! – suspirou Shun. – São lindas!

– Espero que possamos usá-las para sempre, meu querido.

– Eu também.

Depois que trocaram as alianças, o casal beijou-se, sob os aplausos dos amigos. Ikki constatou que ainda se sentia um tanto desconfortável ao ver o irmão beijando um homem, mas ao mesmo tempo sabia que Shun estava feliz como nunca. Isso era o bastante para que ele deixasse qualquer coisa de lado.

– Eu fico imaginando como é que eles decidem quem é ativo e... – Seiya ia dizendo, mas Saori deu-lhe um beliscão antes de ele completar a frase.

– Comporte-se! – ela disse entre dentes. – Parece criança.

– É só uma curiosidade sadia, meu amor. Tipo, eles combinam antes ou na hora quem vai ficar de...

Saori voltou-se para ele com o mesmo olhar que usava quando queria disciplinar os filhos e disparou:

– Seiya, nem mais uma palavra.

– Tá bom, tá bom.

Shiryu e Shunrei se aproximaram para felicitar o casal.

– Esperamos que sejam muito felizes – Shiryu disse. – É um passo tremendamente importante que vocês estão dando.

Ele e Shunrei tinham se casado há pouco também e ainda conservavam bem vívida na memória a felicidade que sentiram na ocasião.

– É a melhor coisa do mundo! – Shunrei disse. – Vocês vão ver!

Depois de cumprimentarem o casal, todos aproveitaram o jantar tranquilamente. A seguir, Shun tocou ao piano a homenagem que preparara para Hyoga: uma composição nova inspirada no amado. Aproveitando a deixa, o russo fez questão de que ele tocasse também suas versões para as músicas de Madonna. Quando Shun tocou e cantou "Like a Virgin" gerou risadas generalizadas. Então começaram os pedidos dos amigos e foram surgindo as mais diversas canções, desde "Tears of the Dragon", pedida por Shiryu, a "My Heart Will Go On", pedida por Saori, a qual causou suspiros entre as moças e caretas entre os rapazes.

– Eu acho que vou vomitar – brincou Ikki, assim que Shun terminou de cantar o tema de Titanic.

Depois de mais algumas músicas, os amigos foram embora, deixando Shun e Hyoga sozinhos.

– Enfim sós, meu querido – Shun disse, e beijou Hyoga. – Bem-vindo ao seu novo lar.

– Obrigado – Hyoga respondeu. – Tenho certeza de que serei muito feliz aqui.

– Assim espero – Shun disse, e beijou o "namorido" mais uma vez. Depois, sentou-se ao piano e começou a tocar as composições secretas, aquelas que eram só dele e de seu amor.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(1) Con la musica alla radio, Laura Pausini



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cinco Momentos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.