Cinco Momentos escrita por Chiisana Hana


Capítulo 11
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

O primeiro "eu te amo" de Shun e Hyoga.



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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

Setsuna pertence a Nina Neviani.

CINCO MOMENTOS

(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

PARTE 3

“EU TE AMO”

Será que eu sou capaz

De enfrentar o teu amor

Que me traz insegurança

E verdade demais?

Será que eu sou capaz?(1)

Capítulo X

– Você surpreendeu a todos quando anunciou o namoro com o Seiya, Saori – Minu admitiu. Na época, quando ainda era funcionária do orfanato pertencente à milionária, a moça nutria sentimentos por Seiya e foi pega de surpresa na festa onde o namoro foi anunciado. E, ela era incapaz de confessar, mas tinha pensado o que todos pensaram: golpe do baú.

– Eu sei – concordou Saori. – A verdade é que todos esperavam que eu me casasse com algum playboyzinho afetado, cheio de gostos excêntricos e com uma conta bancária astronômica. Disso eu estive rodeada a vida inteira e já estava cansada. Nada me fazia e faz tão feliz quanto o meu Seiya. Assim, do jeitinho que ele é.

Seiya sentiu-se um tanto envergonhado com a declaração, mas deu um beijo na esposa.

– Você é tudo para mim, minha querida – ele disse baixinho.

Saori sorriu.

– Ele é um fofo, não é? – disse, e acariciou a face do marido.

– Nosso “eu te amo” foi complicado – Shun disse, pensativo, olhando para Hyoga. –Ficamos semanas sem nos falarmos depois daquele episódio no templo.

– Você quer dizer que ficou semanas escondido, com medo de a June te pegar na esquina! – zombou Ikki. Todos caíram na gargalhada.

– É, isso também! – Shun concordou, brincando. – Mas então, quando a poeira baixou, depois do beijo no templo de Amaterasu, eu comecei a ligar para o Oga, mas ele nunca atendia. Eu ia ao apartamento dele, sabia que ele estava, mas ele não abria a porta. E quando me encontrava no elevador, ele não entrava. Esse me evitava mais do que vampiro evita alho.

– Eu tinha medo do que estava sentindo... – Hyoga disse, em tom confessional.

– Depois de muitas ligações, muitas mesmo, ele finalmente atendeu e eu só disse isso: Eu amo você.

Hyoga sorriu ternamente e, segurando a mão do namorado, disse:

– E eu comecei a chorar do outro lado da linha...

Três anos atrás...

– O que é que você quer? – Hyoga perguntou, áspero. Há dias Shun vinha ligando e ele estava decidido a dar um basta nesse incômodo.

– Eu amo você – Shun respondeu num sussurro que para Hyoga pareceu mais um grito ensurdecedor. Foi inevitável emocionar-se e as lágrimas começaram a fluir sem controle. O russo, contudo, sentia-se incapaz de falar qualquer coisa.

– Hyoga? Você está me ouvindo? Eu disse que te amo. Eu te amo tanto que eu não podia me casar com a June.

Hyoga continuou sem responder, mas Shun pôde ouvi-lo chorar. O pianista prosseguiu:

– Se você também sentir algo por mim, e eu sei que sente, podemos enfrentar isso juntos. Eu sei que não vai ser fácil, mas se estivermos juntos, vamos conseguir – Shun disse antes de recolocar o fone no gancho, certo de que a resposta de Hyoga viria algum dia e seria positiva.

Dias depois, foi o telefone de Shun que tocou. Do outro lado, Hyoga cantarolava a melodia da música que Shun escrevera a qual ele tanto amava.

Foi a vez de Shun chorar. Aquela era a resposta que ele esperava, era a certeza de que era correspondido. Quando acabou de cantar, Hyoga deu um longo suspiro e falou, um tanto hesitante:

– Precisamos conversar.

– Também acho. Não quer vir aqui em casa?

– É. Eu vou. Me espere.

– É só o que tenho feito desde que nos beijamos.

Minutos depois, o loiro chegou ao apartamento. Shun convidou-o a entrar. Constrangidos, os dois sentaram-se no sofá. A despeito da coragem que teve ao telefone, Shun agora se sentia intimidado pela presença de Hyoga.

– Então é isso... nós dois... eu e você? – Hyoga começou, ainda sem condições de verbalizar o que acontecia.

– Acho que sim...

– Quando você soube?

– A partir do momento em que eu só pensava em você, tudo lembrava você e quando eu compunha era pensando em você. Aconteceu naturalmente, sem esperar. De repente, minha vida se resumia a você. Sabe, Hyoga, seria mais fácil ter me casado como todo mundo esperava, mas eu não queria viver infeliz. Me arrependo de ter deixado as coisas chegarem ao ponto que chegaram, devia ter terminado tudo antes do dia casamento, mas agora é tarde. Está feito.

Hyoga passou a mão nos cabelos, sentindo-se incomodado com a sinceridade de Shun. Ele fazia tudo parecer tão natural.

– Eu nunca me imaginei gostando de... – Hyoga disse, abstendo-se de completar a frase, o que Shun fez:

– De um homem? Nem eu, Oga, mas aconteceu.

– Eu pensei muito sobre isso. Você sabe o que nos espera, não sabe? As pessoas vão nos julgar, vamos ser ridicularizados. Talvez para você seja mais fácil, você é um pianista notório, as pessoas talvez não se importem... Mas eu... eu provavelmente serei hostilizado no time.

Shun segurou as mãos de Hyoga e olhou-o com uma ternura que comoveu o loiro.

– Eu sei de tudo isso, mas não tenho medo – disse o pianista. – Talvez soframos no começo, o pessoal do seu time pode estranhar, mas você vai ter que se impor, exigir respeito. E eu estarei do seu lado.

Hyoga ponderou. Sentia-se aterrorizado pelo que estava por vir, os julgamentos precipitados, os olhares tortos, todo tipo de besteira que teria de ouvir a partir do momento em que decidisse assumir um relacionamento com Shun. Então se lembrou do beijo... O que sentira naquele momento, apesar do susto e do medo, valia mais que qualquer coisa. Revivera o beijo em sua mente muitas vezes, experimentando diversos sentimentos, enfrentando uma guerra entre seu cérebro, que dizia que ele não era gay, e seu coração, que tinha amado o beijo de Shun e queria mais.

– Eu quero tentar – Hyoga finalmente falou, ainda um tanto hesitante. – Quero tentar porque eu também amo você, Shun.

Shun abriu um sorriso fascinado e as lágrimas rolaram por sua face.

– Eu também te amo tanto, tanto – disse, e beijou o loiro pela segunda vez.

Agora Hyoga finalmente pôde entregar-se ao beijo, sem susto, sem pressa. Saboreou aqueles lábios rosados que ele tanto sonhara beijar de novo. Depois, envolveu Shun nos braços, acariciou-lhe a face alva e as madeixas castanhas, e deixou-se mergulhar naqueles olhos verdes, que o fitavam com tanto amor. De repente, sentiu-se cheio de coragem, pronto para enfrentar o mundo. Shun tinha razão. Juntos, eles conseguiriam.

Continua...


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Notas finais do capítulo

(1) Legião Urbana, A Tempestade



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