2013: O Recomeço escrita por Apanhador de Almas


Capítulo 16
Capítulo 15 - URCG (Kate)


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap, acho que foi o maior até agora.
Desfrutem
Obirgado, Aprendiz1, por betar o cap.



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Acordei com a voz do piloto saindo dos alto-falantes, anunciando que havia sequestrado o avião.

– Se preparem para o pouso e apertem os cintos- continuou o piloto.

Obedeci. Olhei pela janela a procura de uma pista de pouso, mas ao invés disso só conseguir ver uma montanha logo à frente, a qual o avião estava indo em sua direção a toda velocidade.

– A gente vai morrer!- gritou William.

Me segurei com força à poltrona e esperei o impacto, que, por incrível que pareça, não veio.

A luz que vinha de fora foi bloqueada, mergulhando o interior do avião em uma quase completa escuridão, a pouca luz que havia ali vinha de fora. Olhei pela janela e vi que eram lâmpadas dispostas no decorrer da pista. Foi nesse momento que percebi que estávamos dentro da montanha.

– O que aconteceu?- perguntou Robert.

– Parece que estamos dentro da montanha- respondi.

O avião foi parando aos poucos. Robert tentou abrir a porta da cabine do piloto, mas não teve sucesso.

Finalmente o avião parou. Peguei uma pequena faca que sempre ficava comigo, presa em uma cinta na minha perna.

A porta do avião abriu e um homem entrou calmamente. Ele tinha pele branca e olhos e cabelos negros, cortados no estilo de Robert. Estava usando uma camisa regata, calça e coturno, ambos pretos.

– Bom dia!- falou, nesse momento o piloto Corey saiu da cabine- Já conhecem o Corey?

– Você quer dizer do nosso sequestrador?- falei.

– Sequestrador? Corey, o que você fez?

– Foi só uma brincadeira- ele riu desajeitadamente, tentando explicar o ocorrido- Além do mais, se eu falasse que iria trazê-los para a URCG eles não iriam aceitar.

– URCG? Quer dizer que são da resistência brasileira?- Robert indagou.

– Somos muito mais que uma resistência, somos uma nova nação. Venha, vou mostrar nossas instalações.

Descemos do avião. No final da pista havia uma construção feita na rocha, que devia funcionar como base de comando para os pousos. Também havia outra entrada, onde era possível ver o céu. Estávamos seguindo para lá.

– Desculpe não me apresentar antes, meu nome é André Machado, líder da URCG Brasil.

– E eu sou o braço direito- disse Corey.

Finalmente chegamos da entrada da caverna. A vista era incrível, era possível ver a praia, casas, prédios, ruas, pessoas. Era como uma cidade dentro do Rio de Janeiro.

– Como isso é possível?- perguntei.

– Eu disse que somos uma nação. Aqui todo mundo é livre, e todos que quiserem se juntar a nós são bem-vindos. Não temos nenhuma ligação com o governo. Resumindo: Somo independentes- falou André.

– Tudo aqui é administrado por nós- completou Corey.

Chegamos a um elevador, que ia desde a entrada da pista na montanha até lá em baixo.

– Mas o governo não tenta interferir?- perguntou William, enquanto entrávamos no elevador.

– Sim, para isso temos nossa própria tropa, porém ninguém é obrigado a lutar, a escolha é pessoal. Está vendo aquelas grandes antenas ali- ele apontou para uma antena parecida com uma antena para distribuição de sinal de celulares- e ali? Elas emitem um campo eletromagnético que desativa qualquer aeronave não autorizada.

– Sem querer ser inconveniente, mas tínhamos hora marcada para chegar a São Paulo- falei.

– Ah sim. Uma viagem do Japão até aqui dura cerca de vinte horas, vocês fizeram toda a viajem em apenas duas horas e meia, ou seja, vocês podem ficar aqui até anoitecer, depois partimos para São Paulo - Falou Corey.

– Como chegamos tão rápido?

– Nosso avião foi modificado para poder voar em uma velocidade muito maior que um avião comercial comum- continuou.

O elevador entrou em um prédio pela cobertura e logo parou.

– Vamos, vou mostrar a cidade.

Passamos a manha conhecendo a cidade. O comportamento das pessoas que viviam ali era completamente diferente do comportamento da grande maioria no mundo. Ali não havia roubos e assassinatos em plena luz do dia, do contrario, todos ali eram... Felizes.

Após almoçar seguimos para o prédio principal da URCG. André disse que precisava discutir um assunto importante com a gente.

O prédio era a base de operações da URCG no Brasil, no caminho para a sala de convenções passamos por várias outras salas, como a de comunicação, central de sistemas, laboratório de máquinas, entre outras.

Finalmente chagamos a sala de convenções. Ela tinha paredes brancas e uma enorme janela, a qual era possível ver grande parte da cidade. Também possuía uma grande mesa de vidro, com cadeiras dos dois lados e uma na cabeceira. Do outro lado da sala havia um monitor que mostrava, em um modelo tridimensional, toda a cidade.

André sentou na cabeceira da mesa e indicou nossos lugares. Corey sentou conosco após ligar um notebook a uma tomada.

– Eu trouxe vocês aqui por dois motivos: Primeiramente, soube que vocês invadiram a base do governo no Japão, precisamos dos dados copiados.

– Está tudo aqui- Robert tirou o PeterOS do bolso da calça. Olhei para ele com uma expressão “você tem certeza disso?” Ele assentiu e em seguida entregou.

– Pode procurar informações sobre Spencer Holbes?- perguntou William. André e Corey se entreolharam.

– Claro!

Esperamos um pouco até que ele estabelecesse uma conexão entre o PeterOS e o notebook.

– Não há nada neste dispositivo- falou Corey, enquanto girava o notebook para que nós pudéssemos ver.

– Não é possível, Peter falou que ia deixar os dados aí- disse Robert.

– Peter mentiu- falei- ou então alguém apagou.

– Mas o PeterOS ficou o tempo todo comigo, somente...- ele parou de falar, parecia esta se recordando de algum momento- quando deixamos nossas coisas com o motorista que nos buscou no hotel para participar da corrida.

William cerrou os dentes. Era visível que ele estava ansioso para saber sobre o pai.

– Realmente precisamos dessas informações, isto facilitaria muito a derrubada do governo, mas já que não foi possível obtê-las, vamos passar para o próximo assunto: Vocês querem se juntar a nós?

– A URCG?!-falei.

– Sim, como já sabem, vocês são os próximos para se tornarem rebeldes?

– Sabemos, mas por que exatamente?- perguntou Robert, curioso.

– Sabendo que o governo iria tentar uma unificação no final de 2012, nossos pais formaram uma resistência muito antes disso, já se preparando para o que iria acontecer. Alguns foram mortos quando o governo descobriu, acusados de traição ao estado.

Então foi isso, esse foi o motivo. Meus pais foram mortos pelo governo. No fundo sempre desconfiei, mas agora meu desejo de vingança, ou melhor, de justiça veio a florescer novamente.

– Não sei se é o melhor a se fazer, quando o Jogo acabar eu penso no assunto- disse Robert, e com razão. No momento estávamos na mão de Victor, a coisa mais sensata para se fazer era esperar até que tudo chegasse ao fim.

– Concordo com Robert-falei.

– Eu também, quando o Jogo acabar eu volto- disse Spencer.

– Claro, vou ficar aguardando. Agora vamos, vou mostrar o laboratório de Beatriz, é um lugar bem interessante.

Fizemos metade do caminho de volta, até o elevador. André digitou alguma coisa no painel e o elevador começou a descer. Reparei indicador diminuindo à medida que descíamos, porém o elevador não parou quando chegamos ao térreo.

– Por que não paramos?- perguntei.

– O laboratório é subterrâneo- respondeu André.

O elevador finalmente parou e sua porta abriu. Estávamos de frente para uma aérea enorme, que devia ter aproximadamente o tamanho de um campo de futebol. Havia várias máquinas, computadores, bancas, ferramentas, entre outros objetos que eu não conseguia identificar.

Uma mulher veio andando até nós. Ela era alta, possuía cabelos loiros e olhos azuis, que ficavam atrás de um par de óculos. Ela usava um jaleco branco e um par de salto alto.

– Conheçam o cérebro por trás de todas nossas tecnologias. Beatriz- falou André, fazendo um gesto com as mãos.

– Para você, Doutora Beatriz- ela enfatizou bem.

Após algumas apresentações ela nos levou até uma seção isolada do laboratório. Havia uma espécie de computador e alguma coisa coberta por um pano.

– Vocês já sabem qual será a próxima etapa?- ela perguntou.

– Não, ficamos sabendo somente no exato momento- respondi.

– A próxima etapa será uma luta de mechas- disse, enquanto puxava o pano e revelava um robô gigante.

– Como conseguiu um desses?- Perguntou Robert.

– Um amigo me deu. Esse mecha foi quase destruído em uma batalha, então resolvi remonta-lo. É claro que ainda não está em perfeita condições, mas é serve para que vocês tenha uma ideia do funcionamento.

– A equipe restante é capanga de Victor e vão fazer de tudo para derrotá-los. Vocês precisam aprender sobre o funcionamento do mecha aqui para que possam derrotá-los- explicou André.

O mecha tinha cerca de três metros e possuía uma forma humanoide, tirando as rodas que ficavam atrás dos pés. Ainda havia alguns fios soltos na parte de trás e algumas partes bastante arranhadas.

Ela passou o resto do dia nos ensinando a pilotar o mecha. A próxima etapa seria uma luta, então tínhamos que estar preparados para o que viesse. Era a ultima etapa, nossas vidas dependiam disso.

Ao cair da tarde Corey nos levou para São Paulo, onde iriamos terminar o Jogo.



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Notas finais do capítulo

Haha, ainda não descobriram a verdade sobre o pai do William.
Não vou iludir mais ninguém, vocês só vão saber quando ele decidir se revelar. Pronto, falei.
Acho que a descrição dos mechas não ficou como eu esperava, mas é como isso aqui: http://i848.photobucket.com/albums/ab50/jay7234/knightmare%20frames/code-geass-knightmare-Sutherland2.jpg
Até mais...