O motorista veio em nossa direção.

– Vamos- falou.

– Você sabe quem faz parte da outra equipe vencedora?- perguntei, afinal não sabia se Kevin estava bem. Ele podia estar no carro verde, o qual não teve nenhum problema, ou no carro amarelo, que bateu e nem sequer sabíamos se estavam bem, ou até mesmo no vermelho.

– Não sei te informar isto.

– Preciso ver se meu irmão está bem.

– Não temos tempo para isto. Tenho que deixa-los no aeroporto em 30 minutos.

– Vou ser rápido-falei.

– Está bem, não demore.

Corri pela garagem e procurei pelo Kevin quando cheguei ao portão.

Vi ele andando pela pista, indo em direção a sua garagem.

– Kevin!- gritei

Ele veio andando na minha direção, fui correndo até ele. Reparei que ele estava de uniforme verde, que foi a cor do carro que William acertou.

– Não acredito que perdi. Mas você vai continuar né? Vai dividir o prêmio comigo maninho.

Odeio quando ele me chama de maninho, um ano mais velho e acha que é muita coisa.

– Quem sabe, se você parar de me chamar assim.

Rimos juntos.

– Bom, tenho uma informação que acho que vai ser do seu interesse. O Brasil possui URCG, seria interessante buscar mais informações lá.

– URGC?

– É, quer dizer Unidade Rebelde Contra-Governo.

– Não sei, se Victor ficar sabendo disso não vai ser bom.

– Eu sei que você quer passar por lá, afinal ainda me lembro das manifestações que participou quando era mais novo.

– Vou pensar. Tenho que ir, qualquer coisa entro em contato.

– Certo. Boa sorte no Brasil.

– Valeu

Comecei a correr de volta para a garagem.

– E Robert- me virei- Quero 50% do prêmio.

Voltei para a garagem e seguimos para o aeroporto.

Quando chegamos ao aeroporto já estava quase amanhecendo. Aquela corrida foi no meio da madrugada, e ainda por cima tínhamos passado a noite nas instalações do governo no Japão. A única coisa que eu esperava agora era chegar ao Brasil e ficar um tempo sem confusões.

Assim espero.

Já havíamos pegado nossas bagagens e estávamos quando chegando ao avião, que era idêntico ao que nós quase destruímos no pouco de chegada.

Um homem de roupa branca veio correndo até nós.

– Meu nome é Corey Ross- disse enquanto mostrava um crachá para nosso piloto- Victor me mandou para substitui-lo.

– Finalmente, estou trabalhando muito ultimamente e... -ele foi interrompido.

– Sim, claro, se não se importa, tenho ordens para partir imediatamente.

– Você recebeu a roda traçada para São Paulo?- perguntou o nosso piloto, antes de ir.

– Sim, obrigado- ele se dirigiu a nós- por favor, subam.

– Desculpe incomodar- falei- mas onde estão os outros jogadores?

– Eles não irão nesse avião.

Assenti. Escolhemos nossos lugares e esperamos o avião decolar. Seria um dia muito bonito, o sol nascia no horizonte e iluminava aos poucos a terra do sol nascente.

O sono foi nos pegando aos poucos, ficamos uma noite sem dormir, participamos de uma corrida mortal e agora estávamos indo para o Brasil. Estávamos cansados e não resistimos ao sono.

Acordei após um tempo. Olhei pela janela, o avião estava em cima do Rio de Janeiro, era possível ver os destroços do Cristo Redentor lá embaixo.

Começamos a descer, então me lembrei que nosso destino era São Paulo, e não Rio de Janeiro.

– Aviso aos passageiros- a voz de Corey saia pelos alto-falantes do avião- Seu avião está sendo sequestrado. Repetindo, seu avião está sendo sequestrado- terminou em tom sarcástico.

E eu tinha esperanças de fazer uma viagem tranquila.