Uma Nova Cullen escrita por Victoria Trindade, Fernanda Ventura


Capítulo 15
Não vegetariana


Notas iniciais do capítulo

Ei gente, Fernanda aqui. Eu não gostei muito do capitulo, to meio sem inspiração, mas foi o que eu consegui. Quem já leu "A Breve Segunda Vida de Bree Tanner" vai reconhecer uma frase aí. Eu não quis plagiar nem nada, é que esse livro ajuda a entender a mente de um vampiro não-vegetariano. Principalmente na hora da caçada :)



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PDV Suzana

Eu precisava controlar minha sede, o sangue que Carlisle estava conseguindo estava com o estoque limitado. Por isso Edward veio conversar comigo, eu já esperava o que ele tinha pra dizer.

Caçar animais. Argh. Eu realmente queria me encaixar aqui, mas esse era um preço muito alto. Não sei como deixei Edward me encorajar a fazer isso. Agora estou aqui, nessa floresta, procurando algum veado pra eu tomar. Isso é nojento.

"Não se subestime, é muito melhor do que você pensa. Você consegue." as palavras de Edward não saiam da minha cabeça.

"Ok. Pare e respire" Pensei comigo mesma. Comecei a prestar atenção em cada pequeno ruído, folhas caindo no chão, minhocas rastejando, um passarinho alimentando seus filhotes, línguas bebendo água, dois coelhos fazendo sabe-se lá o que, um esquilo, e as línguas de novo. Opa, línguas bebendo água. É isso. Me aproximei mais do som, era acompanhado de um coração bem grande. Dei uma fungada. Argh. Herbívoros não são agradáveis. Mas tudo bem, eu mato ele, volto pra casa, deixo Edward ver como eu me senti incomodada tendo que fazer isso, e tomo mais um pouco de sangue das doações.

Me aproximei bem devagar, sem fazer nenhum ruído e vi o animal. Mais uma fungada e... O vento tinha mudado de direção. Um cheiro tão bom, agradável e doce que me fez esquecer completamente de todo o resto. Minha sede aumentou mil vezes. Olhei na direção do cheiro, eu não era a única tentando caçar o veado. Minha postura mudou, desliguei meu cérebro, respirei mais uma vez aquele cheiro delicioso, em algum canto da minha mente eu gritava comigo mesma "Vá embora sua idiota, corra. Ainda dá tempo. Ande rápido. Pense em Rose, em quanto ela ficaria decepcionada com isso. Todos ficariam. Pense no seus filhos, você não quer realmente que eles sejam assasinos não é?" mas a outra parte da minha mente, a que eu percebi ser consideravelmente maior falava com a sua voz sedutora "Você não está fazendo nada errado, você está se enganando esse tempo todo. Os Cullens se enganam por séculos. Esse é o percurso natural. Você é uma vampira. Você precisa de sangue. Ele é só isso, um alimento."

Eu sabia que quem você caça é uma decisão que você tem que tomar antes de farejar a pessoa. Eu não tinha a intenção de fareja-lo, mas agora já era tarde demais pra fazer qualquer outra escolha. "Me desculpe" eu pensei antes de olhar pra minha nova e suculenta presa.

E então tomei um susto. Minha sede foi deixada um pouco de lado, enquanto meu corpo era tomado por outras sensações ao olhar o rosto daquele humano.

Primeiro veio a surpresa, depois o medo, depois raiva. E por último descrença.

Eu não acreditava no que via. Fechei os olhos com força. Abri de novo. E me deparei novamente com o rosto de Felix.

Não era possível. Aquele cheiro era humano, eu estava concentrada, ouvia o coração dele bater. Ele era humano, não tinha dúvidas. "Só um humano incrivelmente parecido com aquele desgraçado. Isso foi uma chance, uma ajuda, agora vá embora, ele não é o Felix, ele não fez nada, deixe ele em paz" uma parte de mim tentava me convencer. Mas novamente já era tarde demais. Porque a maioria dos meus pensamentos já estava tomada pela raiva de ver aquele rosto, e um plano se formou em minha mente. "Pare com isso, não seja idiota, lembre-se de quem você é!" a irritante vozinha continuou, e eu mandei ela para a puta que pariu.

Eu estava concentrada em outra coisa agora. Vingança. Agora não importava mais que ele não fosse quem eu realmente queria matar lenta e dolorosamente, não importava saber que ele era só um humano. Pra mim ele era um humano, com o rosto da pessoa que eu mais odiava no mundo, e que iria pagar pelos erros dela.

Toda essa discussão interna foi muito rápida, meu cérebro de vampiro pensava em milhões de coisas ao mesmo tempo. Não deviam ter se passando nem 30 segundos, então eu me endireitei, passei a mão pela minha roupa, para tirar qualquer vestígio da floresta, e entrei no campo de visão dele.

O animal, que por sinal eu nem me lembrava mais, fugiu ao ouvir o meu baralho, o humano, completamente concentrado tomou e susto e disparou um tiro, mas o veado já estava longe.

Raiva, curiosidade e depois descrença. De novo, de novo e de novo.

– Err... Me desculpe- eu disse. Bom, pelo menos eu tinha salvado um animal. Isso deveria contar pra alguma coisa, ou não. Eu não me importava nesse momento.

Ele me olhou por mais um tempo, como se não entendesse nada e disse:

– Você precisa de ajuda? Err... hmm... quer dizer, o que uma menina tão bonita está fazendo tão longe da estrada?

Ele estava me cantando? Era realmente isso? Essa frase só me deixou com ainda mais vontade de vingança. Até a parte boa da minha cabeça começou a concordar comigo, talvez ele não fosse tão inocente assim. Eu tinha a aparência de alguém bem mais nova que ele. Ele era um safado. Outro filho da puta. E eu fiquei feliz por ter sido eu quem o encontrou, poderia realmente ter sido outra menina, uma adolescente desprotegida e frágil. Eu quase avancei ali mesmo, mordi seu pescoço e terminei logo com aquilo. Mas isso não seria vingança suficiente. Eu queria que ele sofresse. Queria olhar nos olhos dele enquanto ele sentia dor... Queria que ele se sentisse frágil, indefeso, humilhado, como eu me senti quando... quando...

– Na verdade, eu acho que machuquei minha mão, você pode me ajudar? - perguntei segurando uma de minhas mãos com a outra, fingindo estar evitando movimentos.

– Mas é claro - Ele se aproximou e passou os dedos pelo meu cotovelo, descendo lentamente até minha mão "machucada". Filho da puta, filho da puta, não encoste em mim, não encoste em mim. - Você está tão fria... - ele disse enquanto pegou minha mão. - Talvez eu deva te ajudar a se esquentar antes de cuidarmos da sua mão. - Eu olhei nos olhos dele, que sorriu com malícia depois de falar. Chega, nada de joguinhos, vamos logo ao que interessa. Peguei sua mão de cima da minha e a torci, com força, até ouvi o barulho do osso se quebrando.

Ele me olhou assustado, com dor e descrença. E era possível ver mil perguntas em seus olhos enquanto ele caiu no chão e gritou.

A expressão dele tomou conta de mim, eu não podia estar mais feliz. Eu estava fazendo Felix sofrer. Ele estava sentindo dor, era isso que eu queria. Toda a dor que eu senti, ele sentiria. Um sorriso se abriu em meus lábios, e eu olhei nos seus olhos, enquanto pisei em sua perna direita, até ela estar totalmente esmagada. O som era como música aos meus ouvidos.

Ele primeiro parecia mortificado, confuso, depois gritou e começou a tentar se rastejar para longe de mim. A cena era tão ridícula, eu comecei a gargalhar. Ele só tinha uma mão e um pé em condições de uso, e isso não adiantaria pra nada, mas eu não me mexi. Deixei ele tentando fugir e rastejar de dor gemendo por uns 15 centímetros para longe de mim.

Ver ele deitado de costas, me fez ter outro impulso, me aproximei dele e soquei sua coluna. Me arrependi disso no mesmo momento. Ele deu um grito agudo, mas depois simplesmente deitou a cabeça no chão e fechou os olhos, ele não estava morto, eu sabia, mas merda, eu tinha deixado ele tetraplégico. Ele não ia sentir mais nada.

MERDA MERDA MERDA. Eu não estava satisfeita, queria mais dor, mais sofrimento, mas já era tarde demais.

Dei um chute, fazendo-o se virar e ficar com a barriga pra cima deitado, numa posição nada natural. Olhei para os olhos dele mais uma vez, mas eles agora eram vazios e sem expressão, ele morreria a qualquer momento. Ver o rosto de Felix naquele estado me deixou incrivelmente bem. Então eu me abaixei e disse bem perto de seu ouvido:

– Você gostou, Felix? Viu como é bom? Como você se sente sem sentir nada?- mais uma gargalhada, e então eu terminei logo com aquilo, mordi seu pescoço e desfrutei cada segundo do líquido quente e doce descendo pela minha garganta. Mas como sempre, ele acabou cedo demais. Humanos não prestavam para nada, sempre terminavam rápido demais.


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Notas finais do capítulo

Então gente, esse foi o lado "Volturi" da Suzana.
Mandem reviews :)
Vic&Feh