E Que A Sorte... escrita por Juh11


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Estou extremamente feliz por descobrir que alguem adicionou minha fic aos favoritos. Com isso me apressei e terminei o capítulo 4 para vocês, espero que gostem =)



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Capítulo 4 – Por Juliet


Fiquei cerca de mais quinze minutos no chuveiro, quando eu ouvi as batidas na porta. Não eram as batidas ritmadas de Caius, e provavelmente não eram as batidas de meu pai devido à leveza do som, acabei constatando que só poderia ser Louise. E eu estava certa.


–Juliet! – ela bateu novamente e agora me chamando – Corra o jantar já está pronto. – em seguida pude ouvir os passos dela se afastando.


Coloquei rapidamente o vestido e penteei meu cabelo. Abri a gaveta da cômoda à procura de algum sapato que combinasse e o encontrei junto com uma faixa de cabelo da mesma cor que o vestido. Coloquei os sapatos e a faixa da mesma maneira que havia posto na colheita. Sai do quarto e me dirigi ao que parecia ser uma sala de jantar no trem, todos já estavam à mesa a minha espera, meu pai, Caius e Louise.


Na mesa podia-se ver das mais variadas comidas e todas com uma aparência deliciosa, eu não pude deixar de pensar na Capital oferecendo toda aquela comida para os tributos para depois matá-los, agora eu me sentia um porco sendo preparado para o abate, o que me fez perder um pouco a fome, mas Caius não parecia pensar desse jeito.

Para o possível desespero de Louise (eu ouvi dizer que as pessoas da Capital odeiam maus modos a mesa), Caius pegara um guardanapo e nele enrolara uma coxa de frango e a comia com a mão. Sendo filhos de um vitorioso, eu e ele recebemos educação para se comer com garfo e faca, porem Caius sempre gostou de comer frango com a mão e a melhor coisa que minha mãe conseguiu fazer em relação a isso, foi acostumá-lo a usar no mínimo o guardanapo. Eu olhei para ele e em seguida para Louise, ela não parecia estar com cara de nojo, mas concerteza não aprovava a maneira que ele comia, percebendo o meu olhar, ele entendeu a mensagem e colocou a coxa no prato.

-Desculpe – ele falou para Louise, ele já havia tirado o guardanapo e tentava cortar um pedaço com os talheres

–Não precisa – ela falou educadamente – Já acompanho tributos há anos e acredite você comer uma coxa de frango com um guardanapo não é nada demais comparado aos tributos que comem com as mãos direto das panelas.


Depois disso, Louise continuou conversando conosco gentilmente contando historias da Capital, de suas festas e sobre diversas outras coisas, o que fazia o ambiente ficar descontraído. Eu ficava feliz em tê-la como nossa acompanhante, era melhor do que qualquer aberração que eu vejo na TV dos outros distritos.

Após nosso farto jantar, fomos para uma parte do trem onde tinha um sofá e uma TV grande, lá veríamos a reprise dos sorteios.

O programa de reprise começou seguindo a ordem dos distritos. Eu não era muito boa em gravar nomes, mas conseguia lembrar a fisionomia de quase todos. O garoto e a garota do 1 tinham o porte físico de que haviam sido preparados a anos, o garoto do 2 parecia mais uma montanha do que um ser humano, a menina era um pouco mais baixa do que o padrão dos carreiristas,mas não pude deixar de notar que tinha braços bem fortes, em seguida apareceram eu e Caius (fiquei feliz de não ter chorado em frente as câmeras), depois vinham os tributos do 4 com suas peles bronzeadas e seus físicos bem parecidos com os outros Carreiristas, tinha o garoto ruivo do 5, o menino de 12 anos do 7, uma garota do 8 que tinha a minha idade que chorava desesperadamente quando chamaram seu nome, um menino do 9 que tinha cara de rato, uma menina do 11 com a pele bronzeada que mal olhava para as câmeras e finalmente os tributos do 12 que pareciam ser raquíticos.O hino de Panem tocou e então o programa acabou, só então eu percebi meu cansaço.

Meu dia fora longo e parecia que nunca acabaria, eu sabia que depois da reprise discutiríamos estratégias para serem usadas na arena, no momento parecia que já haviam passado dias desde que Louise lera meu nome para ser tributo do distrito enquanto isso havia acontecido nessa manhã. Eu estava cansada, mas se papai e Caius quisessem discutir estratégias agora, eu agüentaria. Meu irmão não parecia estar em um estado muito melhor que o meu, porem também tentava não demonstrar.

–Vocês não podem me enganar – falou meu pai – eu fiz anotações sobre cada concorrente de vocês, vão dormir, amanhã nós discutiremos isso, teremos um pouco de tempo antes de chegarmos a Capital. Agora durmam, por que o dia de amanha também será pesado.

Ele não precisaria repetir duas vezes para eu obedecê-lo. Apenas dei-lhe um beijo no rosto desejando boa noite e ele retribuiu me beijando na testa. Em seguida fui para meu quarto, peguei um pijama e deitei na fofa cama que havia no trem, em questão de minutos já estava dormindo.


Parecia que eu só havia dormido minutos quando alguém apareceu para me acordar. A pessoa tinha uma mão leve e macia e balançava meus ombros enquanto me pedia para levantar. Abri os olhos e vi que era Louise.

–Bom dia Juliet – ela falou enquanto eu me sentava na cama - Seu pai pediu para acordá-la. Arrume-se logo, ele quer falar com vocês antes de chegarmos a Capital.

Ela saiu do quarto e eu me levantei. Peguei um vestido azul-turquesa que também estava na cômoda junto com sapatos azuis e uma faixa de cabelo azul. Segui em direção ao banheiro e tomei um banho quente rápido, vesti-me e fui para a área de refeições. Meu pai e Louise já se encontravam lá, mas Caius ainda não havia chegado.

–Bom dia – falou meu pai –Sente-se, temos um belo café da manha aqui. – ele apontou para a mesa e pude ver diversos tipos de pães, eu me sentei ao seu lado e ele começou a me explicar – Temos 12 variedades de pães, cada um representa um Distrito, podemos dizer que esse é o café da manhã mais completo de toda a Panem. Acho que você pode gostar disso – ele falou me estendendo uma xícara - chama-se chocolate quente, experimente.


Depois de alguns minutos, Caius apareceu. Tomamos um farto café da manhã e experimentei todos os pães e o delicioso chocolate quente, eu nunca mais teria uma oportunidade como essa e novamente o pensamento dos porcos me passou pela cabeça.

–E então pai, qual seriam as suas dicas em relação aos outros tributos? – perguntou Caius me fazendo esquecer os porcos, ele não queria perder tempo

–Tomem cuidado – meu pai falou agora tomando uma expressão séria – Não se enganem com nada, aquela garota do 2 pode ser baixa, mas vindo de um Distrito Carreirista,não a subestimem, se ela não fosse boa não iria para arena. Também não quero que vocês subestimem a garota do 8, ela pode estar se fazendo de fraca, isso já funcionou uma vez para Johanna e se vocês não lembram da historia dela, ela se fingiu de fraca desde o inicio para os outros tributos esquecerem dela e no final ela matava impiedosamente. O que posso dizer para vocês de melhor é: os Jogos não são questão de treinamento, força, idade e tamanho, claro que isso ajuda bastante, mas para ganhar os Jogos vocês só precisam usar inteligência e ter uma boa estratégia.

–Então quer dizer que se tivermos uma boa estratégia, podemos ganhar dos Carreiristas? – Caius perguntou interessado

–Sim – meu pai respondeu de imediato – foi assim que eu ganhei e existem vários outros exemplos.

–Nos conte um – pedi e Caius apenas concordou com a cabeça

–Deixe-me lembrar... – ele ficou pensativo por um minuto, mas continuou logo em seguida - Vocês devem lembrar-se do Haymitch, o mentor do Distrito 12? – eu e Caius concordamos com a cabeça - Ele também é outro exemplo, o distrito dele não recebe treinamento nenhum e é o mais pobre do país, isso vocês devem perceber só de olhar a aparência dos tributos, Haymitch foi sorteado no último Quarter Quell onde cada distrito deveria mandar o dobro de tributos, isso significa o dobro de Carreiristas, o dobro de concorrentes e o dobro de dificuldades, mas ele conseguiu vencer de maneira espetacular.

–Eu não me lembro de ter visto nenhuma cena dos Jogos dele – comentou Caius pegando um biscoito–Como foi a vitoria dele?

–Nem eu – comentei, uma semana antes das Colheitas, a Capital costumava mostrar reprises de algumas cenas dos Jogos, mas só agora que eu havia percebido que eu nunca havia assistido uma cena do último Quell

–A Capital não gosta muito, ele ganhou se aproveitando do campo de força da arena, o usou como uma arma, no final dos Jogos sobrou ele e uma carreirista, ela jogou o machado para matá-lo, ele se agachou e o machado caiu no abismo, ele continuou abaixado e ela esperava conseguir durar mais que ele para poder ganhar, quando o machado rebateu no campo de força e a atingiu.

–Uau! – exclamei, eu não conhecia a historia

– Eu nunca esperava que ele tivesse feito algo assim, ele só aparece bêbado em todas as edições. Nunca podia pensar que ele ganhou pensando em algo desse jeito – Caius falou, era realmente difícil imaginar um Haymitch sóbrio vencendo os Jogos

– Acredite, ele nem sempre foi um bêbado, e ele tem seus motivos para tanta bebedeira – meu pai afirmou

Comecei a pensar nas historias que meu pai havia nos contado. Lembro claramente dos Jogos e Johanna, ela ganhou três anos atrás, seria fácil eu usar a estratégia dela, assim como a garota do 8 poderia estar usando, mas não consigo me ver sendo uma assassina fria como ela foi, só de pensar na maneira que ela matou o ultimo participante para vencer, me dá calafrios.


–Ei, vocês três, já conseguiram conversar? Estaremos na Capital em 10 minutos, e seria bom se nossos tributos estivessem na janela acenando quando chegassem – comunicou Louise com um tom descontraído

–Acho que terei tempo de dar as outras dicas para eles mais tarde – respondeu meu pai a nossa acompanhante – agora vocês dois vão para janela e preparem seus melhores sorrisos, nunca se sabe quem está lá fora assistindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e lembrem-se, um review faz uma autora feliz =) Agradeço a todos que deixam um review nessa minha fic, tenham um bom dia e até o próximo capítulo o/