E Que A Sorte... escrita por Juh11


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu voltei !! :D Mas acho que depois desse capítulo vcs não vão gostar muito dessa minha volta... Vocês vão querer me jogar na arena, me torturar pra depois me matar. Capítulo mais triste que já escrevi da fic inteira, aproveitem...



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Capítulo 38 - Por Juliet

"Vamos, vamos, vamos", eu pensava, porem meus pé não obedeciam. As teleguiadas estavam cada vez mais perto e Caius se sacrificava me arrastando junto com ele, mas ele estava cansado, isso era notável. Praguejei todas as aulas de educação fisica as quais matei, talvez se não tivesse feito isso, meus pés estariam funcionando agora e Caius teria uma chance, sei que se as teleguiadas não pararem, ambos morreremos por causa da minha lerdeza. meu irmão me puxava por uma mão e com a outra eu batia em minhas proprias pernas na esperança de acordá-las.

BOOOOM

Ouvi o canhão e meu irmão continuou a correr insanamente enquanto as teleguiadas... Comecei a frear com o pé e caius me ignorando, meus ouvidos não escutavam mais barulho alguma alem de nossos passos na grama e ao olhar para trás não me deparei com nenhuma daquelas bestantes. Eu tentava frear, porem meu irmão continuava me puxando com uma força descomunal, eu já havia ouvido falar disso, ficamos mais fortes em situações extremas, mas a essa altura Caius já estava me machucando.

-Caius! - me ignorou - Caius! - ignorada novamente - CAIUS!! - gritei com o resto de ar que existia em meu pulmão

-Para de gritar e corra - ele gritou de volta. Meu irmão as vezes conseguia ser bem idiota

–CAIUS, para de correr e escuta!! - gritei sem paciencia tentando me soltar, e só então ele parou com a cara meio amarrada

- O que você quer que eu escute? - agora ele parecia confuso, a floresta era silencio ao extremo

–Quero que você não escute, por que mesmo começamos a correr? - perguntei, do jeito que ele deveria estar exausto, demoraria a digerir qualquer frase mais pesada

–Porque ouvimos teleguiadas se aproximando - ele respondeu piscando os olhos assim como sempre faz quando não está entendendo o que está acontecendo

–Exatamente - comecei a explicar -E agora? Onde estão as teleguiadas?

Ele parou para olhar ao redor e tomar ar, agora sim eu podia ver as engrenagens rodando na cabeça de meu irmao, o esforço havia acabado e ele estava voltando a pensar. Ele ficou uns cinco minutos lá parado olhando o nada, ele estava pensando até demais.

–O que faremos agora? - perguntei cortando sua linha de pensamento e acabei arfando um pouco involuntariamente

–Descansamos - ele fez uma pequena pausa -Precisaremos de energia para seja lá o que for que vier.

Esse sim era meu irmão, ele já estava se recuperando da corrida. Ambos nos encostamos em uma arvore, ele dividiu a comida em duas partes me dando uma boa porção, depois pegou o resto da agua de uma garrafa, bebeu metade e me deu o resto. o Cansaço da corrida, a grama macia e a pequena brisa que corria pela floresta fez meus olhos se fecharem e acabei cochilando no colo de Caius. Meu sono não é muito profundo, é apenas uma pequena parada de descanso, logo eu acordo e é Caius quem cochila. Passo as mãos suavimente pelos seus cabelos perguntando-me se ainda terei outra oportunidade como aquela. O que será que acontece se sobrarmos nós dois na arena? Eles vão querer mesmo que nos matemos? Isso seria muita crueldade, trair um irmão em troca de fama e fortuna, apesar de que eu conheço muitos irmaos que atacariam o outro pelas costas ou quando estivessem dormindo por conta disso. Comecei a cantarolar uma canção bobinha, mas que era bem comum no Distrito 3, a música falava de uma historia de amor impossivel entre uma moça pobre e um rapaz rico o qual era um grande inventor. Continuei cantarolando aquilo, estava tão distraída que só fui notar Caius acordado quando ele se mexeu.

-O que foi? - perguntei

-Pensando- Caius respondeu economizando palavras

-Sobre o que? - perguntei na esperança de uma resposta mais decente

-Casa - ele economizou novamente irritando-me. Será que meu irmao não notava que talvez aquela pudesse ser uma das nossas últimas conversas?

-Quanto tempo você acha que temos? - fiz a pergunta que estava na minha cabeça, esperava que ele não economizasse dessa vez

-Como assim? - ele perguntou. Por que todo garoto era lerdo para entender esse tipo de pergunta?

-Quanto tempo você acha que temos até os Jogos acabarem? - repeti a pergunta

-Mais ou menos uma semana eu acho - recebi uma resposta um pouco melhor do que apenas uma palavra

-Aconteça o que acontecer... - aproximei-me falando -Saiba que eu te amo muito, irmão. - e o abracei. Eu estava sentimental e pensando muito naquilo, minha familia deve ter sido amaldiçoada em tempos antigos ou coisa parecida, porque é muito azar eu e Caius termos sido sorteados no mesmo ano. Se fossem em anos diferentes, pelo menos teriamos a expectativa de voltar e encontrar o outro, mas agora sabemos que apenas um pode retornar pra casa. Isso é crueldade, fui criada com meu irmão ao meu lado, viver sem ele seria uma coisa muito impossivel.

-Eu tambem te amo muito, maninha - dei-çhe um beijo na bochecha, ele está chorando assim como eu. Isso está ao vivo para toda Capital, isso é fato, e posso apostar que mais da metade dela está chorando por isso, mas pergunta se eles se importam? Se pensam em fazer alguma coisa para mudar os Jogos? Isso tudo é muito injusto.

Então eu ouvi passos, alguem caminhava pela floresta, percebi que Caius tambem havia notado isso pois virou a cabeça na direção dos sons e segurou sua lança em alerta.

-Eu te encontrei, Distrito 3! E será breve, sei que você está ai em algum lugar perto! - era a voz daquele garoto loiro do 1, cujo o nome eu havia esquecido.

-Suba - Caius falou enquanto forçava a mochila em minhas costas e apontava para a árvore -E fuja daqui.

-O que? - perguntei confusa e um tanto irritada, eu sabia colocar a mochila sozinha no ombro

-Não perca seu tempo discutindo, escale logo e fuja, o mais rápido que você puder, seja lá o que aconteça por aqui, não quero que você assista. Vá - ele foi ríspido, a essa altura a voz do loiro e os passos já estavam bem próximos

-Mas... - tentei argumentar

-Sem mas, Juliet, fuja! - ele me falou sério, não irritado como sempre falaria essa frase, e sim sério, lembrou meu pai quando está preocupado com alguema coisa -Te encontrei logo, agora vá. Eu te amo.

-Eu tambem te amo - eu disse novamente, e pelo jeito que ele me falou aquelas palavras, eu não poderia deixar de obedecer, Caius era forte e esperto, daria um jeito de me encontrar mais tarde, algo me dizia que eu iria vê-lo novamente. Subi na árvore, e assim que cheguei na copa pude ouvir outro tributo novamente.

-Caius? - a voz do garoto parecia confusa

-Olá Zac, não estava atras dio tributo do Distrito 3? Bem, aqui estou eu - Caius respondeu confiante, com isso pulei para a outra árvore e fui me afastando

Comecei a percorrer a floresta em cima das árvores, eu mesma não entendia de onde estava saindo aquela habilidade, me sentia como aqueles micos que pulam de galho em galho na floresta do 3, não que eu já tenha entrado lá, mas a vila é suficiente perto da fronteira para que as vezes apareçam alguns em nosso jardim roubando comida. Já estou suficientemente longe quando resolvo parar, deito em um dos galhos para descansar, mas sem dormir. Estava quase cochilando quando escutei:

BOOOM

Algo me apertou o coração, Caius e o Carreirista devem ter brigado, era provavel já que os dois haviam se encontrado, então era mais provável ainda que um deles estivesse morto.

"Idiota" - pensei "Você poderia ter ficado de cima da árvore e ajudado seu irmão! Luke não te ajudou com arco-e-flecha a toa"

Voltei correndo através das árvores, eu precisava chegar lá, alguma coisa me puxava para lá por mais perigoso que fosse. Eu cheguei na arvore pela qual eu havia escapado, e vi uma para qual eu não estava preparada: Caius no chão, ensanguentado e todo cortado. Lágrimas desciam de meu rosto e o que eu mais queria fazer naquele momento era gritar, porem eu havia perdido a voz, por mais que eu gritasse, nenhum som saia de dentro de mim. Eu soluçava olhando aquele corpo caido e ensanguentado, não era justo meu irmao ter ido embora desse jeito, não era justo. Peguei a mochila dele que estava no nosso esconderijo e olho para meu irmão uma ultima vez, penso em tocá-lo, mas sentir sua pele fria provavelmente não melhoraria meu estado e agradeci por seus olhos já estarem fechados.

Algo ardia em meu peito, eu queria encontrar aquele garoto loiro do Distrito 1, queria faze-lo sentir a dor de perder alguem que ama ou pelo menos a dor que meu irmão sentiu antes de morrer, o loiro nao precisava ter torturado Caius. Praguejei aquela familia, a mãe do garoto havia matado tia Nina nos Jogos e agora ele havia matado Caius. Nunca fui de ter esse tipo de pensamento, mas agora eu queria vingança.

Com esse terrivel pensamento em minha mente, chorando, soluçando, sem voz e com duas mochilas nas costas, parti floresta a dentro a procura de abrigo. Acabei parando em cima da mesma árvore grande que eu descansado a pouco tempo atras, hoje seria seguro dormir, eles tiveram um belo show que seria comentado em toda a Capital.

O hino de Panem tocou. As fotos da garota do 2 e de Caius apareceram. Eu continuava sem voz, e as lágrimas? Ah, essas não cessariam tão cedo...


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Notas finais do capítulo

TENHAM DÓ DE MIM!! EU TO CHORANDO MUITO AQUI!!
Não sei como esses autores trolls conseguem dormir a noite, pq eu não paro de chorar por ter matado ele, era meu personagem favorito TT___TT
Descullpem-me a demora para postar, eu viajei e tava enrolando pra escrever esse capítulo, mas eu prometi que não deixaria a fic sem final entao eu tinha que escrever uma hora ou outra... Descarreguem a raiva de vocês nos reviews



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