A Lua Cheia (HIATUS) escrita por Breh


Capítulo 13
Capítulo 13 - Reencontro Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, se puderem (e quiserem, claro), indiquem minha fic, preciso de mais leitores.



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Abri os olhos e notei que na casa não havia ruídos, estava tudo muito calmo. Suspeito. Olhei pela janela aberta e vi que a lua cheia ainda estava lá no alto do céu anormalmente estrelado para Forks. Graças a Deus o verão estava se aproximando, isso significava que o frio congelante estava indo embora, para a minha alegria. Talvez o verão trouxesse consigo um sentimento bom de calor, eu me sentia muito mal nas ultimas semanas, mais que o normal, como se alguém estivesse colocando pensamentos na minha cabeça, pensamentos muito ruins que questionavam a lealdade da minha família e o meu relacionamento com Jacob. Às vezes eu ouvia vozes na floresta, como sussurros no topo das árvores não muito longe da minha janela. Apoiei os joelhos na cama, localizada exatamente em baixo da janela, e me curvei para poder olhar do lado de fora. Coloquei as mãos cuidadosamente no peitoril da janela aberta e pus a cabeça para fora. Olhei para cima, especificamente para o topo das árvores, e tentei detectar algum sinal que não fosse particular dali. Uma brisa leve bateu no meu rosto e trouxe consigo um cheiro que com certeza não era próprio da floresta; Era como se algo queimado houvesse passado por mim, como se alguém tivesse acabado de acender um palito de fósforo e depois apagado bem embaixo das minhas narinas, só que o cheiro era bem mais intenso. É nessas horas que eu desejava ser uma vampira inteira, não só metade, porque só metade não me servia. Aposto que se eu fosse uma vampira completa já teria resolvido esse mistério que me assombra há dias.

Um farfalhar de galhos e folhas me fez sair dos meus devaneios e quase cair da janela. Fixei meus olhos no local e logo em seguida um bando de morcegos saíram voando dali. Levei minha mão direita diretamente para o coração, agora mais acelerado que o normal pelo susto tomado. Fechei os olhos e respirei fundo para regularizar a respiração e eu poder voltar a pensar. Coloquei a cabeça para dentro do quarto novamente e fechei a janela para evitar a sensação que eu já sentia.

Senti meu estômago vibrar e me lembrei de que não comia havia dois dias, e meus pais estavam ocupados demais seguindo pistas para se preocuparem com isso. Sentia-me fraca e isso não era bom, estava precisando de comida de verdade... Comida de vampiro. Eu poderia muito bem aderir à dieta dos Cullen, mas estava um pouco tarde para caçar alces ou veados por ai, então eu teria que resolver isso do modo Renesmee. Sem muito esforço, me levantei e caminhei até o meu closet exageradamente grande, que estava muito mais bagunçado do que de costume, mas desta vez era propositalmente. Entrei no closet e fechei a porta, trancando-a por dentro, então comecei a dar passos largos até o corredor final onde se encontrava um mini bar praticamente transparente no meio de tantas roupas espalhadas. Dentro daquele mini bar estava umas poucas bolsas de sangue que me restara desde a última vez que “visitei” um hospital em Port Angeles. Uma caneca demasiadamente funda se encontrava do lado de fora, debaixo de um pijama extravagante da Victoria’s Secret. Tive que mudar o local onde guardava meu sangue porque estava começando a ficar suspeita minhas idas e vindas as escondidas do porão nas horas mais estranhas do dia. Abri a primeira bolsa com o dente e despejei o conteúdo dentro da caneca, logo dando o primeiro gole. Realmente não entendia o motivo de viver sem sangue humano, bom, concordo que os olhos vermelhos são um lance de coelhinho da páscoa, mas sangue humano era maravilhoso, sem dúvida não havia nada melhor que isso para um vampiro.

Voltei para a minha cama me sentindo mais feliz e completamente alimentada, talvez até um pouco mais poderosa também. Afastei as cortinas da janela e notei que os primeiros raios de sol já haviam saído. Espera... Sol e Forks em uma mesma frase de um modo positivo? Uau! Talvez o dia hoje fosse quente. Apesar da minha repentina animação com o sol em Forks eu estava com sono, mas não podia dormir porque tinha que me trocar para ir à escola. Soltei um suspiro pesado e, novamente, me levantei da cama e voltei para o closet a fim de pegar a primeira roupa que aparecesse na minha frente... Ou não.


Desci as escadas um pouco atrasada por ter ficado tempo demais escolhendo uma roupa para o dia especial de sol, afinal, não saberia quando seria o próximo. O vestido vermelho caíra como uma luva para mim, e ficou muito mais gracioso com a meia calça branca, as sapatilhas e o suéter muito delicado. Tia Alice ficaria orgulhosa se me visse agora. Senti-me a Alice no País das Maravilhas enquanto atravessava a floresta até a casa dos Cullen, principalmente quando um coelho passou por mim, não pude deixar de rir e, instintivamente, procurar por algum buraco no chão à caminho do País das Maravilhas. Mas infelizmente minha vida não era um conto de fadas e eu não lutaria com um dragão; Talvez o que me matava por dentro era não saber com quem eu lutaria, assim não poderia escolher minha armadura e as armas adequadas para de usar.

Mal pude me conter quando olhei para um dos “carros de verão” que a tia Alice me emprestara, mas mesmo possuindo tantos carros custou algum tempo para convencê-la a me emprestar seu Maserati Grancabrio Sport 2012 na cor Rosso Trionfale. Eu não era o tipo de pessoa que me importava com a marca das coisas, mas eu gostava de beleza, e a beleza daquele carro me atraiu como sangue para um vampiro. As chaves do carro eram tão “Alice” quanto o carro em si. Minha mãe não ficou muito feliz com a minha troca de carro, mas não me importei, isso era só um detalhe, eu com certeza não seria como ela no lance de carro, não teria coragem de dirigir uma lata velha igual fizera durante alguns anos da vida dela. Sem mais delongas, pulei para dentro do carro e liguei o motor, que rugiu alto, me fazendo sorrir.

O caminho rápido até a escola foi muito agradável, o vento quente batia no meu rosto e me fazia esquecer tudo o que acontecera nas últimas semanas. Mesmo sabendo que a cidade era pequena e cheia de policiais – inclusive meu avô – não me importei de acelerar o máximo que pude, afinal, crime de verdade seria não aproveitar os quatrocentos e cinquenta cavalos e um motor V8 da Maserati MC Stradadale, última versão.

Estacionei na última vaga quando cheguei ao colégio, e, sem dúvida, todos pararam para me fitar dentro do carro novo. Eu não devia, mas estava realmente me sentindo uma diva e por alguns segundos tive a vontade louca de ir embora de Forks e ir para uma cidade grande, como Nova Iorque. Sai do carro e guardei as chaves na bolsa preta que eu carregava no ombro esquerdo. Sorri para alguns conhecidos, mas eles não retribuíram. Aparentemente minha felicidade de verão não os agradava. Tirei os óculos de sol da Chanel enquanto caminhava pelos corredores da parte interna do colégio a procura de Annabeth, a única que ainda estava agindo normalmente comigo.

O pátio da escola estava decorado com flores e faixas em volta de uma foto demasiadamente grande de Mike, na legenda liam-se “Em memória de Michael Gale Anderson.”. Senti um arrepio na espinha quando passei pelo memorial e tratei de sair logo dali e ir procurar a Anna.

Acabei encontrando-a no corredor dos armários conversando com a Monnique próxima ao armário dela.

– E aí, gente! – Cumprimentei-as.

– Oi! – Respondeu Monnique muito friamente.

– O que eu fiz para todo mundo? – Finalmente fiz a pergunta que eu estava querendo fazer desde que pisara nos terrenos do colégio.

– Não sei. – Respondeu a Annabeth, interrompendo Monnique antes que ela começasse a falar. – Fica de boa, Ness. Está tudo bem. – Completou e fechou o armário com um baque semelhante ao estouro de uma bombinha usada pelas crianças no quatro de Julho. Em seguida lançou um olhar maldoso para a Monnique, agarrou-me pelo braço e me arrastou para longe, deixando a outra menina de cabelos muito lisos sem entender nada.

– Tem certeza que está tudo bem, Anna? – Indaguei.

– É claro que não está! – Respondeu ela, mudando completamente seu tom defensivo de segundos atrás. – A cidade ainda está de luto pelo assassinato do Mike e você, uma das pessoas que estava lá quando aconteceu, parece que realmente não se importa com isso. – Explicou ela aos sussurros.

– Ah! – Então era isso? Sério mesmo? – Não me impressiono fácil, você sabe, e eu entendo que está sendo difícil para quase todos no colégio, e para você, mas eu estou numa boa, não posso fazer nada. – Murmurei. – Eu não sou hipócrita, Annabeth. – Completei e sai andando na frente, deixando minha melhor amiga para trás.

Onde diabos o Jacob se meteu? Ele não aparecia na escola há semanas e estava sempre com a minha mãe, meu pai, sua matilha, do Sam ou os Cullen, nunca comigo. Eles com certeza estavam escondendo algo de mim e eu descobriria o que era por bem ou por mal. Será que ele fora transferido para a escola da Reserva novamente? Havia me deixado para não me contar mais alguma coisa sobre o assassino do Mike? O que quer que seja eu descobriria.

Desviei-me do caminho para a aula de Matemática e rumei para a secretaria, eu descobriria se Jacob fora transferido ou não. Não havia mais ninguém nos corredores porque o sinal tocara minutos antes e eu com certeza iria me encrencar se fosse pega matando aula. A secretaria não ficava muito longe e poucos minutos mais tarde estava entrando pela porta de vidro. Atrás da mesa não vi a Senhora Ketsi, mas sim alguém que não parecia ser muito mais velho que eu. Tinha cabelos castanhos escuros até o queixo e estava de cabeça baixa escrevendo um papel. Pigarreei para chamar sua atenção e no mesmo segundo meus olhos foram de encontro com os dele. Caleb. Abri a boca a fim de falar algo que prestasse, mas resolvi ficar quita e na pressa de ir embora acabei ficando nervosa e deixei cair no chão a caneca de café que estava sobre sua mesa. Fechei os olhos brevemente e cerrei os dentes. Merda.

– Nessie! – Exclamou ele cheio de surpresa.

– O-Oi, Caleb! – Gaguejei.

– Você estuda aqui? – Indagou ele, franzindo o cenho e contornando sua mesa para vir de encontro comigo.

Ah meu Deus! Ele está mais lindo do que antes. Como isso é possível?

– S-sim! – Respondi. – Achei que morava em Port Angeles. – Murmurei desta vez mais firme.

– Eu moro! – Respondeu ele, lançando-me um sorriso de tirar o fôlego. – A Senhora Ketsi ficou doente algumas semanas atrás e ela é amiga da minha tia, então minha tia disse que eu estava precisando de emprego e que eu poderia substitui-la aqui por uns dias, mas ela... Ela morreu. Ataque cardíaco. – Explicou, abaixando o volume da voz nas ultimas palavras.

– Nossa! – Ofeguei. – Sinto muito. –

– Tudo bem, eu não conhecia ela. Eu que sinto muito, você conviveu mais com ela do que eu. –

– Eu só a vi umas três vezes desde que cheguei aqui, mas... Obrigada. – Não pude deixar de corar.

– Você está bem? – O desgraçado tinha a voz mais sedutora que um ser humano poderia ter. Era difícil decidir qual era melhor: Os lábios, a voz, o jeito, os cabelos, o corpo...

– Ah... Sim, muito bem. – Por que eu estou corando? Que droga!

– Ótimo! – Ele sorriu. – Então, você precisa de alguma coisa? – Ah claro, agora eu havia me esquecido completamente meu objetivo ali.

– Eu queria... Os... É... Os papéis do meu... Horário das aulas. É. Uma cópia. – Respondi pausadamente para pensar em uma resposta apropriada. – É que mudaram meu horário por uns motivos pessoais e eu perdi o meu papel. – Ufa!

– Ah, entendo. Bom, eu ainda não peguei o jeito com a copiadora, mas vou tentar tirar uma cópia do seu horário e te mando do final da aula, pode ser? –

Ar... Cadê você?

Soltei um suspiro e assenti. Girei os calcanhares e fui embora dali rapidamente, deixando-o limpando o café que eu derrubara por ser uma idiota.

O resto da manhã passou tão lenta quanto uma tartaruga paraplégica com problemas respiratórios. Na hora do almoço rolou um assunto bem estranho com a Annabeth, coisas sobre o Mike, ela me perguntou se ela era amaldiçoada já que o único garoto que gostara dela rapidamente fora assassinado. Meu coração ficou gelado de repente e pensei em Jacob e onde ele poderia estar agora. Eu realmente não achava que ela era amaldiçoada, só tinha um azar gigante para relacionamentos e isso de certo modo me preocupava, pois eu não queria que ela tivesse mais problemas além dos que já tinha. Eu acreditava que um dia Annabeth iria encontrar alguém que a amasse de verdade e que a valorizasse como ela merecia, então ela seria muito feliz como, em minha opinião, todos deveriam. As aulas também passaram lentamente, e eu ainda tive que aturar os olhares desgostosos sobre mim o tempo todo.

Quase dei piruetas quando o sinal para o fim da aula tocou e eu finalmente estava livre. Corri até a secretaria para encontrar o Caleb e acabei encontrando o local vazio. No mesmo instante meu celular vibrou e eu o tirei do bolso. Era uma mensagem.

“Tive que sair mais cedo, Nessie, me desculpe. Encontre-me amanhã depois da aula na livraria FairyTale em Port Angeles. Se cuida, gatinha.”

– C.

Inferno!!!

Soltei um muxoxo de desaprovação e sai dali batendo o pé como uma criança mimada. Mas... Espera um pouco. Como ele sabe o número do meu celular? O que mais ele sabe sobre mim? Ele deve ter pegado até meu histórico escolar, que abusado! Minha mente desaprovara tal comportamento, mas o sorriso maroto em meu rosto dizia o contrário. Cheguei rapidamente ao carro onde encontrei um bilhete grudado no para-brisa. Meu sorriso se alargou e imaginei que seria do Caleb, mas estava errada...

BRUXA

Era tudo o que estava escrito. Meu coração parou por alguns segundos e eu olhei em volta: Muitos dos alunos estavam me encarando. Amassei o bilhete entre os dedos e joguei por trás da minha cabeça enquanto soltava uma gargalhada irônica.

– Sou híbrida, não bruxa, seus idiotas! – Murmurei para mim mesma, ainda rindo.

Liguei o carro e sai dali acelerando como nunca.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, por favooooor, vocês estão esquecendo, poxa :c



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