Remember Me escrita por liina


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

oi gente haha :) bom, não ficou exatamente do jeito que eu queria, mas tudo bem ...
espero que gostem. não esqueçam de deixar um review, please? :D haha, boa leitura.



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MARÇO DE 2010

Estávamos todos sentados em uma roda no jardim da casa de Niall. Íamos jogar verdade ou consequência, mas Zayn, que tinha acabado de voltar de viajem, ensinou outro jogo que tinha aprendido com uma mexicana, argentina, brasileira, sei lá quem – ele citou tantas garotas de tantos países diferentes que fiquei confuso. Enfim, no jogo a cada rodada um de nós propunha alguma coisa para alguém, como por exemplo, subir em uma arvore ou coisas assim. Depois disso, os outros, faziam as suas apostas. Se a pessoa fizesse o que era mandado, ganhava o dinheiro ou o que quer que fosse apostado, se não, teria que tomar um copo inteiro de uma gororoba que Niall tinha feito, misturando, provavelmente, tudo o que encontrou na cozinha.

Depois de algum tempo jogando a garrafa girou e girou até parar em para Louis e para mim, sendo que ele falaria o que eu tinha que fazer. Ele pensou por um momento e então deu um sorriso travesso.

- eu duvido que o Liam beije a Sam – Sammy deu uma gargalhada histérica ainda deitada em meu colo, e então se sentou.

- não mesmo – disse ainda rindo e eu ri também.

Todos começaram a jogar as apostas no meio da roda mas nós dois continuamos discutindo com Lou.

- tudo bem, tudo bem. Não vão se beijar? – concordamos com a cabeça – ei, Niall, pode encher dois copos com essa coisa nojenta aí que você preparou...

- o que? – Sam quase gritou- eu não vou beber! Você pediu foi para o Liam me beijar! Não tenho nada com isso!

- claro que tem! Você era parte da aposta – Zayn disse sorrindo vitorioso.

Olhei para ela e logo depois para o copo, já cheio à minha frente. Respirei fundo e já ia pegá-lo pra beber (e muito provavelmente vomitar depois), quando ouvi a voz de Sam.

- espera – se inclinou até o meio da roda e trouxe tudo o que estava lá até onde eu estava sentado – vamos ver o que ganhamos com isso, antes de beber... – deu de ombros e começamos a contar o dinheiro.

- uau – disse olhando as cem libras, dez balas e três chicletes em minha mão – vocês duvidam mesmo que nos beijaríamos... apostaram TUDO! – olhei para Sammy e ela estava com uma cara pensativa.

- bom, se fizermos o que eles querem vamos ganhar cinquenta libras cada um e cinco balas e chicletes –  sussurrou e deu de ombros e esperou para ver o que eu achava.

- bom eu estava mesmo precisando de uma grana... – sussurrei de volta e então falei mais alto – tudo bem. Vamos fazer isso. – encarei os cinco pares de olhos arregalados na nossa frente.

- ok – Harry disse saindo do transe – mas tem que ser um beijo contável...

- contável? – nós dois perguntamos juntos.

- é, tipo... tem que durar no mínimo quinze – Niall disse e Zayn o cortou.

- vinte

- no mínimo meio minuto – Louis completou e todos concordaram.

- e nada de só selinho – Eleanor disse e os outros concordaram com a cabeça novamente.

- vocês estão com muitas especificações para o meu gosto – Sam disse.

- claro! Vocês estão levando todo o nosso dinheiro – Louis deu de ombros.

Bufamos e nos levantamos, ficando de frente um para o outro. Dei um passo hesitante na direção dela e senti suas mãos se espalmarem em meu peito. Dei uma risada ao chegar mais perto e então ela deu uma gargalhada, colocando a mão em frente a boca e se afastando um pouco.

- o que foi? – disse rindo

- sei lá – tirou a mão de frente da boca – estou sentindo como se fosse beijar o Harry – rimos e então a voz irritante de Louis soou.

- vocês não precisam se conquistar antes, ok? É só beijar – Sam olhou brava para ele e então se aproximou novamente.

- ok – ela disse encarando o chão – podem colocar o relógio para contar.

Coloquei meus lábios em cima dos dela delicadamente, como se fosse uma coisa frágil, prestes a quebrar em meus braços. Me afastei poucos centímetros, e olhei em seus olhos, como se tivesse pedindo permissão para continuar depois de provar algo.

Ao olhar em seus olhos, pude ver um brilho confuso e então me aproximei novamente, puxando-a para mais perto agora e sentindo suas mãos subirem gentilmente de meu peito para minha nuca, e então meus cabelos.

Segurei seu rosto com uma das mãos enquanto aprofundava o beijo sem nem me dar conta do que estava fazendo. Me afastei novamente ao perceber, talvez tarde de mais, que já tínhamos gastado mais tempo nos beijando do que era o combinado e então sorri de leve, assim como ela.

Alguma coisa dentro de mim me fez querer puxá-la e beijá-la mais e mais e mais, até que essa vontade passasse. Ela tirou as mãos de minha nuca e deu um passo para trás, com as bochechas um pouco coradas e a respiração ofegante.

Alguma coisa estava errada ali: Sam era apenas minha melhora amiga, quase uma irmã, para falar a verdade. E melhores amigos não têm sentimentos assim depois de se beijarem... ou têm?

SAMANTHAS P.O.V

- eu gosto de chamar de “Beco Diagonal” – Liam disse ao meu lado quando paramos em uma ruazinha escondida no meio dos tantos prédios do centro da cidade – eu sei que é uma coisa boba, mas... – deu de ombros e sorriu.

- não, não é uma coisa boba – disse dando uma olhada na rua de pedras cinzentas que davam um charme antiquado ao lugar – se parece mesmo com o do filme...

- vamos – disse entrelaçando nossas mãos – você vai amar isso! – deu alguns passos e então parou. Soltou a minha mão e se virou para mim com uma cara culpado, coçando a nuca – me desculpe – apontou para minha mão – é meio que, hm, só estou acostumado a fazer isso, me desculpe.

- não – disse chegando mais perto dele e entrelaçando nossas mãos novamente – eu não me importo. – abriu um sorriso encantador em minha direção e eu fiz o mesmo, talvez não de um jeito tão encantador assim.

Começamos a andar novamente e então paramos em frente a uma pequena portinha vermelha. Antes que eu tivesse a chance de espiar pelo vidro dela, Liam já estava me puxando para dentro da loja, fazendo um sininho soar acima de nossas cabeças, indicando nossa chegada.

- uau! – eu disse olhando em volta e ele abriu um sorriso tão grande em minha direção que me senti instantaneamente mais feliz.

Eu estava parada no meio de uma biblioteca. E não do tipo comum, mas um charmoso desorganizado lugar. Tinha livros em prateleiras, nas esquinas, empilhados no chão, debaixo da escada... Basicamente em todos os lugares, tornando o lugar tão aconchegante que me fez pensar em como seria passar um dia de neve lá dentro, com livro em uma das mãos e um chocolate quente da Starbucks na outra.

Assim que percebi que continuava que nem uma idiota rodando e olhando cada cantinho da loja, me virei pra Liam, que ainda estampava aquele maldito sorriso - que me fazia ter vontade de pular nos braços dele -  no rosto.

Joguei meus braços em volta de seu pescoço – tendo de ficar na ponta dos pés para conseguir fazer isso – e senti ele entrelaçar a minha cintura. Dei uma risada e então me afastei um pouco, ficando a uma distância em que suas mãos ainda podiam repousar em minha cintura.

- Liam isso é... incrível – dei um beijo estalado no rosto dele e ele riu – é sério. Obrigada por me mostrar isso – disse tão feliz, que não parei de sorrir um segundo sequer.

- Sam... – deu uma risada – nem é tanta coisa assim... é só uma biblioteca – me afastei mais um pouco e coloquei as mãos na cintura.

- se não fosse tanta coisa assim, você não teria ido à minha casa me buscar só pra me trazer aqui.

- é verdade – disse depois de hesitar um pouco – é demais, não é? – concordei com a cabeça, dando mais uma olhada em volta.

- é uma biblioteca ou uma livraria? – perguntei confusa dando alguns passos pelo lugar.

- um pouco dos dois – quando falou sua voz estava mais perto do que eu imaginava e eu senti um estranho arrepio – você pode comprar, pode alugar, pode doar... – imaginei, ainda de costas para ele, se estaria dando de ombros.

- é incrível – repeti apenas por não ter mais nenhuma palavra que definia o lugar no momento.

- você ainda não viu o segundo andar – pegou minha mão novamente e me puxou escada acima.

Saímos em um quadrado de uns dez metros de comprimento e largura, repleto de prateleiras com mais livros. Um sofá vermelho surrado, cheio de almofadas de diferentes cores ficava no centro do cômodo, com uma mesinha de madeira de tampo redondo bem ao seu lado, comportando um abajur de franjinhas em cima. Isso tudo em cima de um tapete vitoriano vinho.

Uma pequena janela entre duas prateleiras completava o lugar. Sorri mais uma vez e empurrei Liam até que ele estivesse sentado no sofá.

- sente aí e espere – disse levantando o dedo indicador – só quero dar uma olhada nos livros. Vai levar só um segundo.

- pode olhar o tanto que quiser, Sam – riu pelo nariz – eu te trouxe aqui pra isso.

Virei-me para a prateleira e comecei a passar os dedos gentilmente pelas lombadas dos livros ali expostos, me deliciando com o pensamento de que, em uma tarde que estivesse sozinha, iria até ali e escolheria com cuidado minha próxima leitura.

- já te contei porque eu gosto tanto de ler? – perguntei ainda de costas para Liam, mas sentindo claramente que ele olhava para mim.

- não – disse com uma voz que indicava um sorriso em seu rosto.

- com um livro você pode viajar sem sair do lugar. Se envolver tanto na história dos personagens, que acaba esquecendo, mesmo que por poucas horas, dos seus problemas, defeitos, pendências... tudo isso trocado pela vida deles – passei para a próxima prateleira – foi quando a minha mãe e meu pai começaram a brigar que eu comecei a ler – dei uma dei uma risada seca – entrei no escritório um dia quente de verão, procurando me esconder dos gritos acusadores deles, e acabei encontrando por acaso um livro em cima da mesa. Se chamava “A Força do Amor”. – outra risadinha – eu estava tão desesperada por isso: amor. Comecei a ler e a passar as páginas e passar, e passar, e passar e ... quando parei, percebi que estava tão concentrada na historia que os gritos de minha mãe pareciam ter sumido.

Olhei para trás para ver se ele prestava atenção e encontrei seus olhos solidários fixos em mim. Virei-me novamente, passando para a próxima estante.

- então eu comecei a ir a biblioteca toda semana, pegando livros e mais livros, sabendo que, em qualquer lugar que eu tivesse, se as vozes de meus pais subissem o tom, eu poderia abrir um deles e sumir do mundo. Sumir daquele mundo...  

Respirei fundo e então fui até o sofá, me sentando ao lado de Liam. Ele logo me puxou em um abraço meio desajeitado e eu descansei minha cabeça em seu peito.

- eu sinto muito, Sam – disse e apertou minha mão – de verdade.

- tudo bem – disse levantando um pouco e dando um sorriso, vendo sua expressão sofrida, quase como se estivesse sentindo minha dor pela separação de meus pais. - eu e minha habilidade de estragar tardes como essas falando sobre coisas idiotas – ri sem graça e ele apertou em seus braços novamente.

- você não estragou nada. E eu gosto de escutar você falar – dei uma risada e ele sorriu.

- mas vamos embora – disse me levantando depois de alguns segundos e estendendo a mão para ele – antes que eu comece a olhar os livros e te prenda aqui pelo resto do dia.

- não tem problema se quiser fazer isso...

- vamos logo Liam – abaixei e peguei suas mãos, puxando-o para até ficar de pé – afinal, eu quero ver o resto do Beco... Vai que ele me leva até Hogwarts – dei de ombros brincando e ele deu uma risada.

LIAM’S P.O.V

Depois de andarmos a rua toda, eu e Sam estávamos dividindo o maior algodão-doce rosa que eu já tinha visto na vida. Ela estava com uma sacola na mão, onde um dreamcatcher que eu tinha comprado para ela, em uma loja meio hippie, estava cuidadosamente embrulhado.

- Harry me disse que anda tendo pesadelos á noite. Talvez isso ajude – disse ao entregar a sacolinha a ela e Sammy sorriu, ficando na ponta dos pés para dar um beijo na minha bochecha e me agradecer logo depois.

- obrigada, Liam – disse depois de colocar mais um pedaço de algodão-doce na boca – por tudo que tem feito por mim e por hoje: por ter usado frases como “eu costumava” e “você vai gostar” ao invés de “nós costumávamos” e “você gostava” – sorriu doce em minha direção – e por ter escutado meu discurso sobre o motivo de eu gostar tanto de ler mais uma vez.

Abri a boca para falar alguma coisa, alguma desculpa que desmentisse tudo o que ela disse, mas fechei de novo, não encontrando as palavras certas.

- não era pra você perceber – disse depois de uma pausa, roubando mais um pedaço do doce.

- eu sei – disse com um sorriso maior ainda – e isso só torna esse gesto mais especial ainda.

Era verdade, o que ela tinha falado eu quero dizer: tínhamos descoberto aquele lugar jutos, fugindo de Lou um dia, e ela já tinha me contado a história de porque gostava tanto de ler. Mas eu não me importava de fingir que tinha descoberto sozinho e que não me lembrava de suas palavras, afinal eu tinha uma ideia do quanto ela devia odiar quando as pessoas diziam que já tinham ouvido aquilo uma vez, ou que ela já tinha ido até tal lugar...

- o que só me faz pensar – disse quebrando o silêncio – que você sabe tanto sobre mim e eu não sei quase nada sobre você. Quer dizer, sei um pouco por causa dessas ultimas semanas com você, mas... Não sei aquelas coisas bobas que achava que não faziam diferença, mas agora vejo que sim: sua cor favorita, filmes favoritos, atriz que mais gosta... – disse contando os itens no dedo, sem me dar a oportunidade de responder.

- é verdade

- eu sei que é verdade – disse rindo e eu a acompanhei

- e é por isso – disse tendo uma ideia louca – que deveríamos ter um encontro...

- um encontro? – parou e me encarou.

- é... Você sabe, não um encontro assim, que vai ter que terminar com um beijo e tudo mais, como se eu estivesse te convidando para sair como um casal – disse rapidamente embolando um pouco as palavras – mas é que é no primeiro encontro que as pessoas ficam sabendo essas coisas bobas – dei de ombros e ela voltou a andar, parecendo ter pegado o raciocínio.

- é verdade

- eu sei que é verdade – disse rindo.

- então tudo bem. Vamos ter um encontro – concordei com a cabeça e ela foi para a minha frente, começando a andar de costas, ficando de frente para mim – aonde vamos.

- é surpresa – disse depois de pensar um pouco.

- devo me arrumar de algum jeito especial? – colocou as duas mãos atrás das costas.

- surpreenda-me – disse com um sorriso e ela revirou os olhos

- tudo bem, mas se eu chegar lá, muito bem arrumada, ou muito mal arrumada para o lugar, eu te mato antes mesmo de começar a noite – dei uma risada e ela continuou – que horas você passa aqui?

- as sete está bom para você?

- claro – sorriu.

- então no sábado

- sábado – repetiu e se virou para frente, esperando eu dar alguns passos até estar ao seu lado novamente.


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