Daughter Of Evil escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 6
Hogsmeade e Câmara Secreta


Notas iniciais do capítulo

E aí como vocês estão? Aqui estou eu postando depois de um tempão... sei que demoro mas volta aí galera, me deixa tão feliz! No mais, boa leitura e espero que gostem do capítulo!



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Levantei assim que o dormitório começou a ficar movimentado. A maioria das meninas já tinha acordado e o barulho era audível e constante. O inverno estava próximo, por isso o frio começava a aparecer com força. Era sábado. Eu tenho um encontro. E falta apenas uma hora. Escolhi uma roupa (http://www.polyvore.com/aly/set?id=43603877), corri para o banheiro a fim de tomar banho e fazer minha higiene matinal.

  Na sala comum encontrei Gina e Neville conversando, perguntei a eles sobre Hermione, Harry e Rony e me disseram que já tinham ido para o Salão Comunal. Durante o percurso encontrei com Draco.

  - Aly! Que bom te ver. Como você está?

  - Estou bem Draco – respondi sem graça, era a primeira vez que eu o via depois do acidente.

  - Me desculpe por não ter ido vê-la na enfermaria. Achei melhor te visitar quando saísse, mas não tive tempo.

  - Tudo bem Draco. Não tem obrigação de ir me visitar.

  - Não devia ter feito isso, sou seu amigo. Quer dizer, eu acho.

  - É meu amigo. E disse que não fico chateada, está tudo bem.

  - Você tem algo para fazer hoje? A gente podia conversar.

  - Desculpe Draco. Tenho um compromisso agora. A gente se vê mais tarde.

  Dei um sorriso e segui para o salão. Encontrei meus amigos, comi alguns ovos com bacon enfeitiçados e corri para a saída do castelo. Pontual, Gregg já estava me esperando. Com o cabelo levemente bagunçado, uma camisa branca sob uma blusa de frio azul, e um belo sorriso em seu rosto perfeito.

  - Desculpa a demora – comentei sem graça.

  - Tudo bem, você não está atrasada – ele sorriu e começamos a andar – E então, aonde iremos primeiro?

  - Não conheço Hogsmeade... Mas Hermione disse que tem uma cerveja amanteigada muito boa lá.

  - Tem mesmo, é no Três Vassouras. Como assim não conhece Hogsmeade? Posso ser seu guia, o que acha?

  - Eu vou adorar!

  Por ser sábado, muitos alunos dirigiam-se a Hogsmeade também. Seguimos juntamente com a multidão, conversando durante o caminho, e em pouco chegamos até lá. Era um vilarejo com algumas casas e lojas, Gregg contava que era o único lugar ocupado apenas por seres mágicos, e que tinha sido construído quase ao mesmo tempo em que Hogwarts, por uma bruxa que fugia da perseguição dos trouxas. Tudo era simples e tranquilo.

  Seguimos direto para uma loja de doces chamada Dedos de mel repleta de doces de todas as variedades por todos os cantos. Gregg enchia uma sacola para nós com algumas balas, pirulitos e barras de chocolate. Parei em frente a uma cesta que dizia: “Pirulitos para vampiros”, Gregg deu uma risada e seguiu para o caixa. Eu o acompanhei e antes de sairmos, pedi que esperasse, comprei uns pirulitos para vampiros, guardei em minha bolsa e saí.

  - Foi mal, eu quis comprar mais barras de chocolate – sorri para ele – Aonde vamos agora guia?

  - Que tal provar a cerveja amanteigada? A gente pode conversar um pouco.

  - Boa ideia!

  Seguimos em direção ao Três Vassouras. Era um salão pequeno repleto de mesas e cadeiras de aspecto antigo e um grande espelho sobre o bar. Sentamos em um canto do bar e Gregg pediu duas cervejas para uma garçonete loira que o encarou o tempo inteiro.

  - Uau... – pensei alto.

  - O que foi? – ele perguntou risonho.

  - A garçonete, está flertando descaradamente com você.

  - Sério? Nem percebi – disse passando uma mão pelo cabelo.

  Aquilo era tão lindo. Respirei fundo e dei uma risada.

  - Está brincando né? É impossível você não ter percebido.

  - Tenho coisas melhores para notar do que a garçonete... – sorriu – E então, eu nunca tinha te visto por Hogwarts.

  - Eu entrei esse ano... É sei que é estranho. Dumbledore abriu uma exceção para mim.

  - Sabia que você era única. Mas porque não entrou no começo?

  - Meus pais adotivos são trouxas. Minha mãe biológica pediu para que eles me deixassem longe do mundo mágico, pois era muito perigoso. Mas aí eu vi a carta de Hogwarts e não deu mais para eles esconderem.

  - Você ficou chateada por eles te esconderem a verdade?

  - No começo sim. Mas depois vi que eles só queriam o meu bem. Eles não sabiam o qual fantástico isso aqui é, não os culpo pela ignorância da minha mãe. Nem tudo aqui é maldade.

  - É verdade. Mas às vezes ela está tão próxima que a gente nem nota. Meu primo foi morto por Você-sabe-quem.

  - Quem é Você-sabe-quem?

  - É o maior bruxo das trevas. O mais perigoso e poderoso de todos os tempos. Ele matou os pais do Harry também, você não sabia?

  - Não. Que horrível!

  - Ele é mesmo. Você não gosta da sua mãe biológica?

  - Eu não a conheço na verdade. Mas ela me abandonou, se ela não me quis, eu não a quero. Agora, que tal a gente falar um pouquinho de você?

  - Ok, o que quer saber de mim?

  A garçonete chegou com as duas cervejas, nos entregou e eu bebi um pequeno gole. Não era ruim, na verdade era muito bom. Tomei outro gole.

  - Que bom que você gostou – ele riu – Sou de Londres e tenho apenas uma irmã. Meus pais são bruxos e meu pai morreu. Minha mãe vive com meu tio, o que perdeu o filho, e minha irmã. Meu primo se chamava Cedrico, morreu tem dois anos, você não deve ter ouvido falar dele né?

  - Não, ainda sou nova por aqui. 

  - Posso ser sincero? Achei que você não iria querer sair comigo hoje... – ele sorriu sem graça – Você é bem amiga do Malfoy e...

  - Peraí, você achou que eu estava namorando o Draco? – dei uma risada – Claro que não seu bobo! Eu que achei que você queria sair comigo pra eu te perdoar.

  - Que horror Alyssa, me sinto ofendido – ele falou sério.

  - Mesmo? Ah meu Deus, me desculpe, eu não queria te ofender, mas é que...

  - Hahaha, te peguei! – ele começou a rir.

  - Seu idiota. E me chame de Aly – ri junto com ele.

  - O idiota vai te chamar de Aly. Então... você só é amiga dele? – perguntou sem graça.

  - Sim. Só isso.

  - Gregg? Você por aqui... – falou uma garota de cabelos negros e olhos puxados que chegou a mesa.

  - Cho? Uau, você por aqui... – ele comentou sem graça – Essa é Alyssa, Aly essa é minha amiga Cho. Ela era namorada daquele primo que eu te contei.

  - Ah a amiga do Harry? Oi – disse com desdém.

  - É... sou amiga do Harry, oi Cho.

  - A gente já tava de saída, nós nos vemos depois ta Cho? Vamos Aly?

  - Ta bom Gregg.

Tomei mais um gole da cerveja e saí do bar arrastada por ele. O toque de sua mão na minha, era uma sensação muito boa. Fiquei distraída aproveitando o momento que nem reparei que já tínhamos parado e ele olhava para mim. Notou que ainda segurava minha mão e soltou devagar. Dei um suspiro de tristeza.

  - Desculpe Aly, só quis fugir da Cho.

  - Sem problemas. Você gosta muito dela hein? – comentei sarcástica.

  - Eu gostava, quer dizer, eu gosto, ela é minha amiga. Mas ultimamente ela tem ficado muito grudenta. É estranho.

  - Então não gosta de garotas grudentas.

  - Quando ela não é minha namorada – sorriu – Que tal sentarmos ali?

  - Peraí... Que casa velha é aquela? – apontei para uma enorme casa, com o teto coberto pela neblina.

  - É a casa dos gritos.

  Fomos em direção a ela e paramos em frente o arame que cercava a casa, sentamos em uma pedra ali perto e permanecemos um tempo em silêncio.

  - Sou muito grato por você ter me perdoado.

  - Foi um acidente Gregg, podia ter acontecido com qualquer um. Podia ter sido o Harry...

  - Mas ainda assim, muito obrigado.

  - Se eu te fiz dormir melhor, me sinto bem. Fiz minha caridade do mês.

  - É... Você fez uma criança feliz. – ele sorriu e tocou em minha mão.

  - Mione me contou que você dormiu ao meu lado naquela noite – olhei para sua mão em cima da minha e sorri – Foi muito legal.

  - Não dormi muito na verdade. Mas me senti melhor estando ao seu lado. Sabe, eu não era tão preocupado desse jeito. Depois que meu pai morreu, tive que me tornar o homem da família. Cresci rápido demais, tornei super protetor.

  - Eu sinto muito...

  - Tudo bem, já passou, nós estamos bem agora. Acho que tudo aquilo te assustou não é? – ele riu.

  - Pra ser sincera, assustou um pouquinho – dei uma risada – Mas vi que você era legal, por isso não gritei e nem chamei pela Madame Ponfrey.

  - Ah muito obrigado – pegou a sacola de doces e abriu – Pode falar que minha beleza ajudou também. 

  - Que beleza? – peguei uma balinha na sacola – Me assustou na verdade – continuei rindo.

  - Haha. Mentirosa – continuou rindo – Obrigado, também, por ter vindo hoje.

  - Você me deixou feliz, eu que tenho que agradecer.

  Ele deslizou alguns dedos pelo meu rosto e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Aos poucos a distância entre nossos rostos foi diminuindo e comecei a sentir um monte de borboletas agitadas em meu estômago, sua boca estava tão próxima, mas fomos interrompidos quando uma bola bateu em minha cabeça que foi de encontro à testa de Gregg.

  - AI! – coloquei a mão na cabeça.

  - Ei, foi mau ai... Aly? Não acredito, você por aqui... – era Draco com uma bola de beiseboll na mão – Me desculpe Aly, Goyle jogou com um pouco mais de força.

  - Ah oi Draco. Tudo bem, não foi nada.

  Ele se agachou perto de mim, em frente ao Gregg e olhou em meus olhos.

  - Parece que vai ficar um roxo aqui – ele tocou de leve minha testa – Me desculpe mesmo Aly.

  - Tudo bem. Gregg você ta bem?

  Draco virou-se lentamente para Gregg que o encarava com raiva.

  - Estou bem Aly. Olá Malfoy.

  - Ah olá Digorry, nem notei você aí. Peraí... Isso é um encontro? Desculpe atrapalhar – ele disse levantando.

  - Tudo bem, você já atrapalhou mesmo, agora não adianta – sussurrei – É, ta desculpado.

  - Então até mais... A gente se vê Aly?

  - Quem sabe Draco.

  Ele deu um sorriso bonito e saiu com dois amigos para o centro de Hogsmeade.

  - Parece que vai ficar um roxo aqui... – deslizei meus dedos por uma bolinha vermelha que formava em sua testa branca – Que desagradável – sorri.

  - Você também vai – ele sorriu – É bom que vamos poder nos lembrar disso.

  - É, uma lembrança bem dolorida – continuei sorrindo.

  - Posso mudar isso então.

  Colocou sua mão em meu rosto e com a outra, contornou minha cintura e me puxou para perto, selando nossos lábios em um beijo doce e perfeito. Nossas línguas dançavam harmoniosamente e terminamos o beijo de tirar o fôlego com alguns selinhos demorados. Ele abriu um sorriso lindo fazendo aumentar minha felicidade. Retribui e abaixei o rosto, pois estava bastante corado. Gregg o levantou com um dedo e beijou devagar minha bochecha.

  - Você fica mais linda ainda assim, envergonhada.

  Respirei fundo, várias vezes a fim de trazer o sangue que concentrava em meu rosto de volta ao corpo. Ele percebeu meu desconcerto e virou-se para a casa antiga.

  - Essa casa é considerada a mais mal assombrada da Grã-Bretanha, até os fantasmas de Hogwarts a evitam.  

  - Por quê? – respondi feliz por ele ter mudado de assunto.

  - As pessoas dizem que lá é o lar de uma estranha figura. Elas diziam ouvir muitos gritos vindos de lá, por isso a casa tem esse nome.

  - Deve ser muito legal lá – disse passando uma mão no cabelo.

  Na verdade, por ter convivido minha vida inteira com vampiros, já tinha visto muita coisa que para os humanos era aterrorizante. Provavelmente, era uma lenda boba dessa casa, não devia ter nada lá dentro. A não ser alguns ratos e insetos que gostam de viver em ambientes sujos.

  - Legal? – ele perguntou assustado.

  - É... Sei lá, talvez seja só um mito. O desconhecido não te atrai?

  - Não... Quer dizer, nunca pensei em relação a isso. Quem sabe se a gente tentasse entrar qualquer dia?

  - Está falando sério? Não precisa se não quiser Gregg.

  - Não... Vai ser legal. Se você for comigo.

  - Então está combinado. Eu e você, casa dos gritos, qualquer dia desses.

  Ele abriu um sorriso lindo e segurou minha mão outra vez. Puxou-a devagar e depositou um beijo nas costas dela e fixou seus olhos nos meus.

  - Acho melhor a gente ir... está quase na hora do almoço – comentei sem graça.

  - Você tem razão. Mas espera um pouco... Quero fazer uma coisa – ele disse se aproximando de mim – Posso?

  Cavalheirismo nesse momento era para me deixar sem ar mesmo. Envolvi meus braços em volta do seu pescoço e senti novamente a maravilhosa sensação dos lábios dele nos meus. Ficamos nos beijando por algum tempo, terminamos devagar e seguimos de volta para Hogwarts rindo e conversando. 

  Fechei o enorme livro e senti alguns resquícios de poeira ir para o meu nariz. Olhei para o relógio da biblioteca e nem percebi que já era tarde por isso não havia mais ninguém aqui. Respondendo as cartas dos meus familiares e estudando alguns feitiços, acabei me distraindo por algumas boas horas. Passei no corujal e enrolei as cartas no pézinho de Esme que voou logo pela imensidão do céu negro.

  Os corredores estavam desertos, mas à medida que aproximava do Salão Comunal ainda era possível ouvir algumas conversas. Antes de chegar à saída do salão, o chão encharcado me fez parar por um tempo. Havia água por todo o lado. Olhei as paredes e o teto, mas não notei nem um vestígio de infiltração ou canos estourados. Alguns estudantes observando o estranho fato aproximaram-se do lugar onde eu estava e o grito estridente de uma garota fez todos prestarem atenção a um escrito vermelho na parede:

  O NOVO HERDEIRO DE SALAZAR SLYTHERIN VOLTOU! A CÂMARA FOI REABERTA. É O FIM DE TODOS VOCÊS...

A reação era unânime: Quem havia feito aquilo? De repente todos os olhares dirigiram-se para mim e uma voz atrás do grupo de alunos fez-se ouvir:

  - FOI ELA! ELA É FILHA DE UM BRUXO DAS TREVAS! ELA REABRIU A CÂMARA SECRETA!

  As expressões e olhares dirigidos a mim eram variados. Mas todos expressavam os mesmos sentimentos: medo e raiva. Logo, a professora Mcgonagall chegou perguntando o que os alunos faziam fora de seus dormitórios até àquela hora.

  - Olha professora, a Câmara foi reaberta!

  - Como assim? – ela olhou para o escrito rubro na parede amarelada – Quem foi o autor de tal brincadeira de mau gosto?

  - Foi ela professora! – um aluno gritou apontando o dedo magro para mim.

  - Vão todos para os seus dormitórios agora! Quem é que tenha feito isso teve a intenção de pregar uma peça em nós. A Câmara não passa de um enorme espaço vazio, agora. RÁPIDO!

  Devagar o grupo foi se dispersando deixando nós duas a sós.

  - O que é isso Srta. Cullen?

  - Eu não sei professora Mcgonagall. Estava voltando da biblioteca, passei o dia inteiro lá! Nem sei o que é Câmara Secreta, herdeiro de Slytherin e o que tudo isso significa!

  - Vamos conversar com Dumbledore, ele saberá o que fazer.

  Ela seguiu em direção a sala do diretor tendo-me ao seu alcance. Minha cabeça doía com o turbilhão de pensamentos e dúvidas. A única certeza que tinha era que aquela brincadeira de mau gosto não era da minha autoria.  


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Notas finais do capítulo

Campanha: Voltem leitores que sumiram! E apareça leitores fantasmas! (se é que há algum kk) Enfim, obrigada por quem ainda comenta, isso é fantástico, beijinhos.