Daughter Of Evil escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 4
Primeira aula, primeiro jogo e primeiro acidente


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, minhas aulas começaram, vai complicar um pouco. Mas depois explico. Boa leitura!



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Hogwarts, 3 de setembro de 1996.

Querida família,

Olá, tudo bem com vocês? Aqui está tudo fantástico! Vocês não fazem ideia de quanto Hogwarts é maravilhoso. É um castelo enorme, com muitos andares, salas e torres. Eu entrei na Grifinória e estou extremamente feliz, pois fiquei junto com meus amigos. Ah! Fiz amizade com três pessoas maravilhosas, eles se chamam Harry, Rony e Hermione. Pelo menos na minha casa, todos foram muito amigáveis, está sendo surreal até agora.

Ontem eu entrei no time de quadribol. A verdade é que até ontem eu não tinha ideia de como se jogava isso, mas aí por um acaso do destino, eu entrei no time como artilheira. Rony e Harry disseram que eu sou muito boa, e que vamos fazer um ótimo jogo hoje. Será contra a Corvinal, torçam por mim, não é muito fácil controlar uma vassoura. Hoje tive aulas de Poções, Transfiguração e História da Magia... Graças deu tudo certo! Mas sabe o que está sendo ruim nisso tudo? As pessoas me olham diferente. Acho que agora entendo o que Alice dizia sobre as pessoas se afastarem de você por ser bonita. Maldita beleza vampiresca.

Mas estou feliz e espero que vocês também estejam. Dumbledore pediu ao Harry para que me ensinasse os feitiços simples, mas ontem, na aula de defesa contra as artes das trevas, efetuei o feitiço silencioso com perfeição. Palavras do professor Snape. Aliás há outro problema. As pessoas se preocupam demais com meus pais biológicos, e isso me irrita profundamente. Mas não é nada preocupante.

Estou sentindo muita saudade e conto os dias para vê-los novamente. Diga a Edward que a garota da estação se chama Lilá e não me deixa em paz querendo saber tudo sobre ele. Não se esqueçam que eu amo vocês muito e nunca, mais nunca mesmo, me esquecerei de vocês. São meus pais e minha família. Para sempre.

Um carinhoso beijo da baixinha de vocês, Alyssa.

Terminei de reler a carta e a enrolei por completo, amarrando com cuidado no pé de Esme. Acariciei sua cabecinha e contei outra vez o endereço, sabendo que não precisava, pois ela era uma coruja muito esperta. Só saí do celeiro das corujas quando a perdi de vista na imensidão do céu azul.

Caminhando para o salão comunal encontrei Harry sentado em um banco do pátio. Procurei ignorar os olhares desprezivos que as garotas me davam e os cochichos e risadinhas. De cabeça levantada, tentando evitar a minha visão periférica, fui até lá e sentei ao seu lado.

- E aí?

- Alyssa, oi! Preparada para sua primeira aula? – disse fechando um livro.

- Se você não estiver ocupado, eu adoraria.

- Não estou. Que tal todo dia na hora do almoço?

- Ótimo, onde vai ser?

- Na sala precisa. Vem comigo vou te mostrar.

Seguimos pelos corredores da escola, subimos algumas escadas e damos no andar onde ficava o banheiro dos meninos. Viramos para o lado oposto e paramos em frente a uma parede.

- Harry, porque estamos aqui?

Ele não me respondeu. Fechou os olhos e se concentrou por alguns segundos. De repente, apareceu uma porta de madeira e assim que entramos, havia uma sala iluminada, com duas cadeiras e vários objetos.

- Essa sala apareceu do nada? – perguntei abismada.

- Sim. Essa é a Sala Precisa, ela só aparece quando precisamos dela. Eu vou esperar você aqui todo dia na hora do almoço. Você precisa se concentrar nessa aula de feitiços e a sala aparecerá.

- Fantástico! – sorri animada.

- Então, eu pensei em começarmos com um feitiço simples de levitação. Aponte sua varinha para aquele cálice e diga: Wingardium Leviosa!

- Tudo bem... – apontei minha varinha para o cálice dourado em cima da mesa – Wingardium Leviosa!

Não pude conter um sorriso quando vi o cálice começar a se levantar da mesa em que estava apoiado. Continuei mantendo-o no ar por um tempo e depois o recoloquei em seu lugar.

- Ótimo, muito bom Aly! Agora feche seus olhos.

Sorri e coloquei minhas mãos sobre os olhos, confusa com a situação. Eu podia ouvir os passos dele ecoando pela sala. Depois de alguns minutos, ele se aproximou e me permitiu abrir os olhos.

- Eu escondi um livro em algum lugar. Agora é o feitiço convocatório. Você deve falar Accio seguido do nome do objeto que você quer encontrar.

- Ok. Accio livro!

Rapidamente o livro saiu de uma caixa e veio até minha mão. Abri um sorriso e olhei entusiasmada para Harry. Que feitiço perfeito! Eu nem precisaria levantar do lugar, qualquer coisa que eu quisesse poderia vir ao meu encontro. Nunca mais as coisas sumiriam.

- Eu acho que vamos ter poucas aulas. Você é uma bruxa muito talentosa Aly – ele olhou no relógio em seu pulso – Temos tempo apenas para mais um feitiço. Você abrirá essa porta, que está trancada, para que a gente vá embora. Mas lembre-se que esse feitiço só funciona para portas trancadas por chaves comuns. Aponte para a tranca e diga: Alohomora!

- Alohomora! – disse ao apontar minha varinha para a tranca.

Saímos apressados em direção ao Salão Comunal, a fim de conseguir aproveitar um pouco do nosso horário de almoço, satisfeitos com o sucesso de nossa primeira aula.

- Você não gosta muito de comer né?

Rony perguntou ao ver que eu revirava meu peixe defumado no prato.

- Não... Quer dizer eu gosto de comer. Só to estranhando um pouco essas comidas... Sabe como é, sou americana.

Respondi a primeira desculpa que veio a minha cabeça. Sorri sem graça e engoli um pedaço do peixe.

- Ah logo você se acostuma, isso aqui é muito bom... – disse de boca cheia.

De repente uma bolinha pequena de papel acertou minha cabeça na parte de trás, quando me virei encontrei Draco sorrindo para mim. Retribuí e a peguei no chão, desamassei e continuei sorrindo ao terminar de ler:

“ Finalmente encontrei você aqui. Talvez você gostaria de trocar seu peixe defumado pela minha companhia por alguns minutos, que tal? Estou te esperando perto da porta. Draco.”

Voltei o olhar para a mesa dele e percebi que não estava lá. Guardei o papel no bolso da minha veste e comecei a me levantar.

- Ei aonde você vai Aly? – Hermione perguntou.

- Eu vou ali à biblioteca, me encontra lá?

- Claro, daqui a alguns minutos eu vou pra lá.

- Aly não se esqueça do jogo ok? As três – Rony falou.

- Pode deixar Ron.

Dirigi à saída do salão comunal e ao lado da porta, encostado à parede, vi Draco com um belo sorriso no rosto.

- Você veio. Um ponto para mim, zero para o peixe – comemorou.

Nós rimos e começamos a andar devagar pelo corredor.

- E então? Para onde vamos? – perguntei.

- Eu não sei, só queria ficar um tempo com você.

- Acho que você gosta de me deixar sem graça Draco.

- Perdão, de novo – disse depois de dar uma risada – Fiquei sabendo que você entrou para o time de quadribol.

- É, sou artilheira. Tenho um jogo hoje contra a Corvinal.

- Posso ir vê-la? – sorriu para mim.

- Claro, eu adoraria!

Retribuí o sorriso para ele e abaixei o rosto logo depois a fim de esconder minhas bochechas vermelhas.

- E então, você está gostando de Hogwarts?

- Eu estou amando. É tudo tão extraordinário. Tirando os olhares que as pessoas me dão e o interesse de alguns, está tudo indo muito bem.

- Não fique assim, isso não pode te deixar mal. É que... Ah não vou falar, você não gosta que eu te deixe sem graça.

- Para com isso, você me deixou curiosa agora.

- Você é muito bonita. Quer dizer, mais bonita que o normal entende? E as garotas têm inveja por isso e os garotos sentem-se atraídos, mas ficam com medo de você rejeitá-los. Confesso que se não fosse à oportunidade de levá-la até a sala do Dumbledore, não sei se teria coragem de falar com você.

Parei de caminhar e olhei para ele. Estava certo, fazia todo o sentido os olhares que algumas garotas me dirigiam quando eu passava. Certo dia, quando eu fui perguntar algo a um garoto ele apenas saiu correndo.

- Você tem razão. Tenho que contar às pessoas que não mordo.

Quer dizer, eu mordo. Mas se eu fosse uma vampira carnívora completamente descontrolada. O que com certeza, eu não sou. Ele deu uma risada e seguimos conversando até a biblioteca. Ele foi embora para encontrar seus amigos e eu em direção a Hermione que já estava sentada na mesa central.

- Que saída estranha a sua... – ela comentou desconfiada.

- Ok. Eu conheci um garoto – disse sorrindo.

- Um garoto? Sério? Quem é? – ela perguntou animada.

- Draco Malfoy, ele é um fofo Mione.

Hermione abriu os olhos demonstrando espanto e depois deu uma risada baixa.

- É piada não é? Pode falar quem é agora Aly.

- Não estou brincando Mione. É sério.

- Draco Malfoy? Da Sonserina? Um fofo?

- Sim, ele foi um fofo comigo. Disse que vai me ver no jogo hoje.

- Ele não é um fofo com ninguém Aly. Draco é uma barata nojenta e asquerosa. É arrogante, ignorante e perverso.

- Será que estamos falando da mesma pessoa?

- Só existe um Draco Malfoy nessa escola Aly. Olha, tudo bem, ele pode ter sido legal com você. Mas fica de olho aberto ta bom? Ele não é uma boa pessoa.

- Tudo bem – confirmei desconfiada.

Poderia ser Draco tão horrível como Hermione descreveu? Talvez ele só não fosse legal com ela porque eles não eram próximos. Não sou amigável com todas as pessoas.

Levantei-me e fui até a sessão de livros sobre feitiços. Escolhi um sobre feitiços simples e úteis, seria bom para começar, Harry não precisaria me ensinar todos. Talvez apenas alguns mais difíceis. Procurei por muito tempo na sessão de livros sobre bruxos, porém não encontrei nenhum que falasse sobre bruxos das trevas.

Isso é um sinal. Eu devo parar de procurar sobre meu pai. Por que eu iria querer saber de alguém que me abandonou? Só iria me machucar mais. Quero manter essa cicatriz causada pela rejeição, intacta e quieta, pois quando ela se abre, dói muito.

- E aí Aly, o que está procurando? – Hermione perguntou, me tirando do transe.

- Só alguns livros de feitiço.

Hermione estava inquieta e olhava a todo o momento para a mesa central. Observei por entre as prateleiras e notei Rony sentado ao lado de uma garota e percebi que era para lá que Hermione olhava.

- O que foi Mione?

- Nada, não é nada... Que isso... Imagina... Porque seria alguma coisa? – ela respondeu nervosa.

Desatento, Rony nem notava a presença da garota que o olhava fixamente. Era Lilá, logo reconheci pelos cabelos castanhos e a faixa rosa no cabelo. Harry estava junto com ele, e conversavam muito, motivo que o fazia não prestar atenção nela.

- Ei o Harry e o Rony estão ali, vamos lá – comecei a andar.

- Não peraí Aly... – ela me segurou – Vamos procurar alguns livros aqui.

- O que está acontecendo Mione? Não quer ir lá, por quê?

- Por nada, eu só não estou muito a fim de ir lá agora. Quer dizer, eu não gosto muito da Lilá, ela vive me perguntando coisas sobre tarefas.

- E ela me pergunta sobre meu irmão, isso me irrita.

- É, ela é irritante. Que tal a gente ir para o dormitório? Você pode começar a se arrumar para o jogo.

- Ta bom Mione, vou fingir que não é nada – eu disse enquanto saía.

- Mas não é nada. – respondeu me seguindo.

- Ok, nós somos boas nisso.

- Nisso o que?

- Esse negócio de fingir que não ta acontecendo nada.

- Aly, você está me irritando.

- Também sou boa nisso.

Ela ficou por um tempo, séria, mas depois começou a rir e eu a acompanhei. Seguimos rindo e conversando em direção a torre da Grifinória


Hermione p.d.v

Dia de jogo de quadribol é maravilhoso. Ver todos os alunos da Grifinória descendo animados para o campo, com bandeirinhas, suéteres, gorros, vermelhos e dourados. Era incrível como um evento podia unir tantas pessoas diferentes. Às vezes nunca haviam se visto ou conversado, mas naquele momento estavam juntos como grandes amigos.

Descemos, eu e Neville, devagar em direção ao campo. Conversávamos animadas sobre a estreia de Rony e Aly, Simas às vezes dava sua opinião e logo nos encontramos com Luna e fomos todos juntos para a arquibancada.

O time da Grifinória e o da Corvinal aqueciam-se no ar. Aly jogava algumas goles no aro para que Rony defendesse, Harry conversava com as outras artilheiras que eram Gina e Demelza, os batedores aqueciam-se entre si. Do lado oposto, estava a animada torcida da casa adversária, com suas bandeiras azuis e bronze balançando no ar.

Em alguns minutos o jogo já começava. De fundo estava à voz do narrador contando todos os movimentos e atos dos times. Demelza começou com a goles, desviou brilhantemente de um jogador da Corvinal, passou para Gina, que abriu caminho fugindo dos balaços, no fim passou para Aly, que contornou o batedor, enganou o goleiro e fez um ponto. A torcida levantou animada.

Harry e o apanhador da Corvinal avistaram o pomo de ouro subindo na imensidão do céu. Não demorou muito para que os dois lançassem numa velocidade tremenda em direção a ele, desviando de alguns balaços. Agora os adversários estavam com a posse da goles. Eles seguiram trocando passes velozmente em direção ao aro, Aly saiu de baixo do artilheiro e o interceptou, fazendo a goles ir para a mão de Gina. O batedor da Corvinal mandou um balaço em direção a ela, que foi surpreendida e perdeu a posse. Rapidamente e com habilidade, o artilheiro da Corvinal trocou um passe e ele mesmo atirou a goles em direção ao nosso aro e para nossa sorte, Rony fez uma brilhante defesa fazendo a torcida gritar com empolgação.

Na torcida adversária vi Malfoy chegar com seus comparsas. Ele olhava para Aly com um sorriso malicioso no rosto e naquele momento percebi que as coisas estavam muito confusas. Havia algo por trás daquela simpatia dele com ela e isso não era bom. Nós devíamos investigar, Aly estava sendo ingênua em relação a ele.

Enquanto isso, ela desviava maravilhosamente de vários balaços que começaram a ir a sua direção. Os batedores da Corvinal haviam percebido o quanto ágil e talentosa ela era e começaram a marcá-la totalmente. Fazia giros fantásticos, viradas rápidas e bruscas, e passou a goles para Gina que marcou mais um ponto.

Harry perseguia o pomo arduamente. Rony fazia defesas espetaculares. Aly, Gina e Demelza trocavam passes inteligentes e rápidos garantindo muitos pontos para Grifinória. Nossos batedores estavam sincronizados, interceptando diversas jogadas dos adversários. Porém não os impediu de também marcar muitos pontos.

Por um momento, o pomo sumiu dos focos dos apanhadores. Eles permaneceram voando em círculos a fim de encontrá-lo. Harry possivelmente o encontrou primeiro, pois saiu em disparada, enquanto o apanhador da Corvinal não havia prestado atenção. De repente, o artilheiro adversário, querendo avisar seu colega, saiu rápido atrás dele, enquanto Aly estava com a posse da goles e voava em direção contrária a do distraído artilheiro. O resultado foi um forte encontro, fazendo Aly e o artilheiro rodar um pouco pelo ar, mas este logo se recompôs. Quando ela fez o mesmo, o batedor da Corvinal, percebendo a cruel oportunidade, enviou o balaço na direção dela e acertou em cheio a sua vassoura.

O acidente fez todos levantarem das arquibancadas assustados com a rapidez e brutalidade do momento. Aly despencava de uma altura incrivelmente grande e ninguém havia parado o jogo, tudo continuava como se nada tivesse acontecido. Quando o corpo dela fez um baque de encontro ao chão, foi que tudo paralisou. Harry desceu preocupado, mas não foi dificil perceber o dourado em sua mão. Nós havíamos ganhado, mas também havíamos perdido.



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Notas finais do capítulo

Olha galera, como já falei, desculpe por ter demorado a postar. Minhas aulas começaram e vai ficar um tanto difícil de postar com rapidez. Por isso eu espero que sejam fieis e pacientes pois é possível que eu poste apenas um cap por semana. Mas espero que vocês continuem gostando e deixando esses reviews lindos que me inspiram tanto a escrever. E ah se vocês não viram ainda, minha amiga Evy postou uma nova história. A Bella e a Fera (https://www.fanfiction.com.br/historia/190830/A_Bella_E_A_Fera) dá uma olhada, vocês vão adorar! Obrigada, beijinhos.