Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 27
Capítulo vinte e seis




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Grávida. Grávida. Grávida.

Enquanto eu dirijo rumo à Tacoma às 5h da manhã, essa palavra dança pelo meu cérebro e me deixa cada vez mais nervoso.

Quando meu pai me contou sobre a sua suspeita, eu mal consegui respirar. Eu transei com Isabella a dois meses atrás, isso é fato, então é claro que aquela criança pode ser minha também. Mas... E o seu namorado? Eu seria o homem mais feliz do mundo por ter um filho com Bella, a minha Bella. Mas agora as coisas estão de cabeça para baixo, e eu não sei como pensar direito sobre esse assunto.

Eu não consegui dormir, não consegui sequer ficar deitado na cama por muito tempo. Nem sei como consegui esperar as horas passarem para eu pegar a estrada para procura-la em Tacoma. Eu tentaria ser civilizado dessa vez, eu queria apenas explicações. Se aquele filho era meu mesmo, ou se meu pai foi ingênuo ao acreditar nisso. E para ser sincero, eu preferia que a primeira opção fosse a correta. Eu não sei como vou conseguir seguir com a minha vida, se Bella estiver grávida de outro homem.

Por muitas vezes nos imaginei cuidando de um bebê. Sempre visualizava Isabella ninando-o em seus braços e cantando uma música qualquer bem baixinho, enquanto balançava os braços, esperando que ele dormisse calmamente. Eu também sempre quis fazer parte disso, dando banho, brincando, cantando para ele, contando-lhe historias para dormir, sendo se herói, pois é isso o que os pais devem ser.

Mas eu não sabia como iria lidar com aquela situação, sendo aquele bebê meu filho ou de outro cara. Se fosse meu, eu iria querer ele sempre por perto, mas eu penso que Isabella não iria gostar muito desta ideia, não depois do que eu fiz com ela. Aliás, ação essa que pode ter gerado essa criança. Deus! Uma criança gerada numa relação sexual regada a raiva e a rancor, ao invés de amor e paixão. Como eu sou um imbecil!

Chego em Tacoma um tempo depois, sem me dar conta disso. Continuo dirigindo mecanicamente, com o pensamento em Isabella e naquela criança, e quando percebo, já havia entrado na cidade e já estava quase saindo dela novamente. Volto com o carro e sigo até a casa de Bella. Torcendo para que ela esteja sozinha novamente, pois assim eu poderia lhe perguntar sobre aquela gravidez sem me preocupar com outras pessoas.

Paro o carro e sinto o medo me alcançar. E se o namoradinho imbecil dela estivesse lá? E se ele jogasse na minha cara que o filho era dele e que era para eu manter a distancia? E se o filho fosse realmente meu, mas ela não quisesse que eu o assumisse, e desse para o namorado dela registrá-lo em seu nome, e não no meu? Eu jamais permitiria isso! Se fosse preciso eu buscaria um teste de DNA, mas o meu filho, homem nenhum registra, a não ser eu mesmo.

Saio do carro e caminho, com as pernas trêmulas, até a sua casa. Bato na porta e uma mulher altíssima e bem magra me recebe. Começo a gaguejar.

- Bom dia. Isabella Swan está?

Ela me olha curiosamente, me analisando, rindo um pouco. Talvez saiba quem eu sou. Bom, obviamente ela sabe quem eu sou. Eu a conheço um pouco, Isabella certa vez me apresentou a ela, num pub. Jamie.

- Edward? – Ela pergunta, e parece realmente feliz em me ver.

- Olá, Jamie. Quanto tempo não a vejo? Anos...

- Yeah, anos! Pensei que nunca fosse vir aqui atrás de Bella... Quer dizer, eu espero por esse momento talvez até mais que a própria Bella. – Ela diz rindo e eu sorrio também. – Entre, por favor. Você chegou um pouco cedo, ela está dormindo... ela tem dormido mais que o normal ultimamente, por causa do estado dela.

Eu congelo e ela também. Acredito que ela não sabe do meu conhecimento sobre a gravidez de Bella.

- Tem mais alguém aqui? – Pergunto e ela faz que não com a cabeça.

- Eu estou indo trabalhar... Tenho uma reunião importantíssima hoje, e preciso chegar mais cedo, espero que não se importe em ficar sozinho com a sua noiva. – Ela diz sorridente e pisca pra mim. - Você tem que acreditar no que Bella te diz... Ela te ama de verdade. – Ela fala e se afasta com um copo de vitamina nas mãos.

Todo homem sabe que, em certas circunstâncias, não se pode confiar na melhor amiga de sua namorada. Elas são como irmãs, sabem tudo uma sobre a outra, e ficam sempre do lado uma a outra, e não de seus namorados. Jamie podia mentir pra mim, se isso ajudasse Isabella de alguma maneira. Então a opinião dela, sinceramente, não conta.

Espero sentado por meia hora, até Isabella acordar, mas isso não acontece, e então eu começo a andar pela casa. Ela tem três quartos, não muito grandes. Todos eles parecem ocupados. Um era da Jamie, eu sei por que tinha um J bem desenhado na porta e um amontoado de enfeites coloridos nas paredes. O outro quarto eu não sei de quem é, mas penso ser de alguma mulher. É muito organizado, até mais que o da própria Jamie, e a cama é coberta por um edredom lilás. O último quarto, eu sei, é de Isabella. Me pergunto se o namorado dela dorme ali, com ela, ou se eles ainda não moram juntos. Se eu fosse Jamie, não permitira que ele dormisse ali, mas eu não sou.

Respiro fundo e bato na porta do quarto de Bella, mas ela não responde. Então a abro mesmo sem permissão e a vejo dormindo encolhida bem no canto de sua cama. Imediatamente me recordo da noite em que a tive ali, naquela cama minúscula... A noite em que, talvez, eu tenha me tornado pai.

Pai... Essa palavra me causa calafrios e eu evito pensar nela por enquanto. Me aproximo de Isabella e me abaixo ao seu lado. Estico meu braço, tentando alcançar seu rosto, e ela sorri quando consigo. Parecia estar tendo um belo sonho, mas então ela se agita na cama e acorda assustada. Ao me ver ali, parado ao seu lado, grita, e eu me sinto mal ao ver a mulher da minha vida com medo de mim.

- Shh... foi só um pesadelo. Estou aqui com você. – Digo e me arrependo em seguida. Eu não devia trata-la como minha namorada, porque ela não era mais isso.

- Não sei por que isso deveria me acalmar. – Ela diz com a voz rouca, e se senta na cama, me olhando com raiva. – O que você quer?

- Nós precisamos conversar.

- Sobre o que? Quer dizer... você não veio aqui me pedir desculpas, certo? Você acha que quem tem que pedir desculpas sou eu, e você está certo, eu tenho, e eu pedi, mas você não me escutou e me tratou como se eu fosse uma vagabunda, assim como o seu irmão acha que eu sou. Depois me veio com aquela mensagem estúpida, como se fosse adiantar de alguma coisa. Eu queria que você viesse até mim, que olhasse nos meus olhos, que agisse como o bom homem que eu sei que você é... ou era, eu não sei mais. Mas você não veio. E agora, depois de dois meses, você aparece aqui e diz que precisamos conversar? Eu não quero conversar com você, Edward.

Ela respira depois da enxurrada de palavras que jogou contra mim, e eu as aceito, pois sei que as merecia. Ela devia me dar um tapa na cara também, eu não iria ficar com raiva disso.

- Eu sei... Eu não devia ter feito aquilo, mas Isabella, eu fiz. E eu vim aqui para que você me diga, com sinceridade, se... Olha, antes que você me pergunte, não importa como eu fiquei sabendo disso, eu só... quero a verdade.

- Que verdade? Sabendo de que? Do que você está falando? – Ela diz bastante nervosa e assustada, e eu me preocupo. Se ela esta grávida, não devia ficar daquele jeito, pois não fará bem nem a ela e nem ao bebê.

- Fique calma. – Eu digo e ela ri.

- Edward, você não manda no que eu sinto, ok? Apenas fale de uma vez o que veio falar e vá embora. Eu quero ficar sozinha.

Eu sabia que ela ia me tratar daquele jeito, mas ainda assim, é muito ruim na prática.

- Você está grávida, não é?

Ela me olha surpresa, tentando descobrir mentalmente quem poderia ter me contado. Depois abaixa a cabeça, respira fundo e faz que sim com a cabeça.

- Porque não me contou?

Ela ficou calada, segurando o choro.

- Me fale, Isabella. – Eu digo perdendo a paciência.

- Falar o que? Você não se importa.

- Quem lhe disse isso? É claro que eu me importo. E se esse filho for meu, eu...

- Espere! Não, cale a boca! Você acaba de falar... “se esse filho for meu”. Se? Se, Edward Cullen? Você está duvidando?

- É meu?

Ela dá risada.

- Vejo que Emmet fez escola. Você realmente acha que sou uma vagabunda.

- Isabella, Emmet não tem nada a ver com isso, ok? Eu só quero saber se esse bebe... Quer dizer, você pode ter...

- Saia daqui, Edward.

- Não antes de saber a verdade.

- Eu estou te dando a verdade sempre, mas você não consegue reconhece-la. Se quer mesmo saber, esse filho é seu sim. E como eu sei disso? Você foi o único cara com quem transei a minha vida inteira! E eu sei também que você não acredita nisso. Então, Edward, simplesmente saia daqui. Eu nem sei por que você veio.

A porta do quarto dela se abre novamente e vejo o homem que estava com ela no dia em que a vi em Forks. Me levanto e o encaro com raiva. Ele parece ser inofensivo, mas me olha com raiva também.

- O que está acontecendo, Bella? – Ele pergunta.

- Edward quer saber se esse filho é dele ou seu. – Ela diz dando risada e eu sinto a raiva fazendo meu corpo tremer. O homem não diz nada, apenas me encara.

- Quer saber, Edward? Eu não preciso de você. Eu vou registrar o meu bebê só com o meu nome, não se preocupe. E não vou deixar que nada falte a ele. Nunca. Mas também nunca pedirei nada a você. Eu não preciso de um cara que não confia em mim sendo pai de meu filho. Portanto, saia de uma vez dessa casa, e evite voltar.

- Então o filho é meu, mas eu não tenho o direito de ser o pai dele?

- E dai? – Ela pergunta séria. – Vai mudar em alguma coisa? Só... vá embora, Edward. Vá!

- Acho melhor você ir... – O homem me diz e eu sinto vontade de soca-lo, mas desisto. Isabella me odeia, me deixou com mais dúvidas do que antes sobre aquela criança, mas eu não seria um ogro na frente dela de novo, muito menos com ela estando grávida e sensível. Respiro fundo e saio da casa bastante irritado, tentando pensar num método para conversar a sós com ela novamente, tentar resolver tudo sem que nenhum dos dois levantem a voz. No fundo, só quero que ela me diga que o filho é meu e que eu posso registrá-lo, porque eu não quero imaginar outro cara cuidado desta criança.

Quando estou entrando no carro, uma conhecida voz feminina grita por mim. Me viro e vejo Rosalie, a namorada (ou ex) de Emmet. Ela caminha em minha direção e me cumprimenta.

- O que você faz aqui? – Ela pergunta.

- Ah... É complicado.

- Veio ver Isabella? – Ela pergunta e eu faço que sim com a cabeça.

- Mas... como você sabe que Isabella mora aqui?

- Emmet me contou há uns meses, e agora eu moro aqui em Tacoma, então a vejo sempre, embora ela não me veja. Está sempre andando de cabeça baixa...

- Espera. Emmet sabia que ela estava morando aqui?

- Yeah... você não sabia?

A vontade que eu tive de socar o tal do Thomas minutos antes voltou com força total, mas dessa vez, voltada para Emmet.

- Emmet não te contou, Edward?

- Não.

- Eu não acredito. Não já basta as mentiras que ele anda enfiando em sua cabeça?

- Mentiras?

Rosalie suspira e me olha nos olhos.

- Estou cansada desse joguinho anti-amor de Emmet. Se quiser, eu posso esclarecer algumas coisas para você.


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