Muito Além do Fim... escrita por BrunaGonda


Capítulo 6
Em baixo d'água.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora???



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Harry acordou aquela manhã com dor nas costas. Dormir num colchãozinho ralo num chão duro era desgastante. A primeira coisa que ele viu foi Rony com a boca escancarada a um ponto desumano, babando litros.

Ele se levantou e tirou as dobras da camiseta preta. Uma coisa curiosa se passava em sua mente agora. Ele nunca mais teria que voltar ao mundo dos trouxas, não teria nenhuma ligação com este. Não teria mais que usar essas roupas tão comuns a ele, tão estranhas aos outros.

Harry ainda não tivera tempo de comprar roupas novas, mas quando comprasse, seriam roupas de adulto, pela primeira vez. Nos últimos anos, as únicas vestes bruxas que usara foram em ocasiões especiais ou o uniforme de Hogwarts. No tempo livre, ele sempre usara roupas trouxas. Seria estranho vestir uma capa comprida, um casaco de couro de dragão e botas como as de Gui...

Ele providenciaria isso nesse mesmo dia, já que ia almoçar no Beco Diagonal, encontrar a tal pessoa. Isso o tirou dos pensamentos, e o trouxe para a realidade. Estava claro já. Deviam ser dez ou onze horas. A Toca permanecia aconchegante e acolhedora como sempre. Era estranho ver como considerava aquilo um lar muito mais do que um dia pudera considerar a Rua dos Alfeneiros.

Harry cutucou Rony com o pé.

-       Acorda Rony, temos que nos vestir e encontrar a tal pessoa no Caldeirão Furado.

Rony resmungou:

-       Isso vai me beneficiar em algo? Não, é só pela Gina que você está fazendo isso.

-       Ela é a sua irmã! – exclamou Harry chateado – Anda levanta! – ele o cutucou com mais força.

-       Não amola – Rony bocejou.

E o garoto teve uma idéia. Harry se aproximou sorridente de uma luminária, e a atirou no chão. Depois gritou:

-       Hermione, você está bem?

-       Hermione, onde?

Rony levantou num átimo, tão rapidamente que tropeçou nas próprias pernas e caiu. Harry olhou reprovador para o lustre.

-       Tsc, tsc... Parece que foi alarme falso... Reparo! – e o lustre voltou inteiro pro lugar.

-       Seu babaca, veado! – Rony reclamou indignado.

-       Anda, vamos! – Harry riu. Estendendo a mão.

...

-       Harry, acho que essa coisa não vem... – comentou Rony seriamente, mexendo entediado sua xícara de café. – Nós devíamos é pedir logo o almoço.

-       Para Rony. A Profa. McGonagall disse que ele estaria aqui... Ou ela, sei lá...

-       Porque ela não falou quem era? – ele se perguntou bravo, cutucando um cubinho de açúcar na xícara com fúria – Pelo menos saberíamos quem esperar!

-       Não sei – disse Harry, olhando em volta.

E Rony se pôs a resmungar, de má vontade por ter sido acordado e tirado de casa “tão cedo” como ele dissera.

Então um homem loiro entrou meio agitado no caldeirão furado, pela entrada do Beco Diagonal. Ele era magro e alto, mas forte e usava óculos. Ele falou algo a Tom e olhou em volta, agradeceu e veio até nós sorrindo de leve.

Rony o observou numa mescla de antipatia e curiosidade. O homem parou a frente deles e estendeu a mão a Rony.

-       Sou Henry McCurty, novo chefe do esquadrão de aurores. – ele disse simpático, apertando a mão de Rony e depois a oferecendo a Harry – Mas podem me chamar de Henry. Muito obrigado por virem, nunca tive a chance de falar com vocês pessoalmente.

-       Ah! Oi, eu sou o Harry, e esse é o Rony – Harry apresentou, meio desconcertado. Henry parecia simpático e meio hiperativo, como se tivesse problemas em ficar sentado.

-       Pode parar Harry, ele já sabe – falou Rony debochado.

-       Desculpe, eu não esperava... isso. Não sabíamos ao certo o que estávamos esperando – Harry comentou. – Sente-se.

-       Ah, tudo bem – ele se sentou sorrindo.

-       Você não é meio novo para ser chefe do setor se aurores? – Rony perguntou desbocado. O homem não parecia ter mais de vinte e cinco anos.

-       Sou – ele tirou a capa e pendurou-a na cadeira – Mas ganhei o posto depois que metade do esquadrão morreu e depois de eu ganhar uma medalha por ter lutado na batalha de Hogwarts e matado vinte comensais da morte, então fui promovido. Estamos tentando incentivar o pessoal a ser auror. Estamos com pouco pessoal, e precisamos dos mais jovens.

-       E... Onde nós entramos nisso? – Harry perguntou, não querendo ser mal educado, mas não entendendo direito.

Rony levantou os braços e falou:

-       Enquanto conversamos, eu posso pedir o almoço?

-       Ah, meu deus, peça Rony – Harry enterrou o rosto na mão.

-       Bem melhor! – Rony se satisfez e estalou os dedos – TOM! TRAZ TRÊS PRATOS DE OVO FRITO, BATATAS E BACON! – e depois pensou um pouco – E TRÊS UÍSQUES DE FOGO PRA REGAR!

-       O que eu tenho que aturar – Harry riu. Metade do lugar olhava para eles.

Henry riu como se os conhecesse a muito tempo.

-       Vai beber tão cedo? – perguntou Harry erguendo as sobrancelhas.

-       Você me acordou cedo, eu posso fazer o que eu quiser mano. – ele falou estalando os lábios, quando Tom chegou com três cálices.

Henry virou-se para Harry.

-       Então, o que eu queria era conhece-los. Estou certo em supor que você vai seguir a carreira de auror após passar nas provas?

-       Sim...

-       E o seu amigo? – ele virou-se para Rony.

-       Eu também, acho... – Rony agitou o uísque no fundo do cálice.

-       Ótimo então! Eu podia orientá-los sobre os testes que terão de fazer, e posso leva-los ao departamento um dia desses! – ele falou entusiasmado. Seus óculos finos de lentes quadradas escorregaram pelo nariz, de modo que ele as empurrou de volta com o dedo

Harry bebericou o uísque... Sempre tivera certa antipatia com o ministério. Sempre o inimigo esteve ali... Mas agora ele não via perigo... Professora Minerva nunca teria mandado alguém suspeito ali. E afinal, ele em breve precisaria de um emprego...

-       Ótimo, não vejo o porquê não – falou Harry, medindo as palavras.

-       Fantástico! – exclamou Henry. – Sabe Harry, temos muito o que conversar...

Henry era excepcionalmente simpático, e nunca parava de falar. Ele queria saber os feitiços que Harry jugava mais úteis em proteção e ataque, queria saber se o bruxo era bom em poções, as notas em Defesa Contra as Artes das Trevas, as batalhas que havia travado, as histórias que ele tinha pra contar.

Ele também perguntava muitas coisas a Rony, de modo que ele se sentiu impelido a conversar pelo valor que raras vezes lhe era atribuído na presença de Harry.

-       Nossa! Você faz um patrono corpóreo! – Henry exclamou – Eu tenho muita dificuldade com esse! Quase reprovei por isso! É fantástico, com o seu histórico conseguir uma proeza dessas! Eu já tinha ouvido falar, claro, mas ouvir da sua boca é ainda mais estranho! – ele comentou assombrado.

O tempo passou rapidamente, de modo que logo era uma hora. Henry olhou para o relógio relutante.

-       Sinto muito gente, eu preciso ir pro meu turno. Me enviem uma coruja quando quiserem dar uma passada lá no setor, conhecer os aurores e o escritório. Foi ótimo conhecer vocês, tomara que nos vejamos logo! – ele apertou a mão de Harry enérgico.

-       Até mais. – Harry se despediu.

-       Até Henry – falou Rony de boca cheia.

Henry se foi e Harry pôs o dinheiro na mesa.

-       Anda Rony, vamos, eu tenho que comprar umas roupas ainda.

-       Pra que essa frescura? – Rony perguntou se levantando.

-       Porque ao contrário de você eu só tenho roupas trouxas! – Harry falou, olhando as roupas mais genéricas que tinha, uma calça jeans azul e um moletom cinza.

-       É, confesso que você está estranho, só um pouquinho.

Harry e Rony caminharam pelo Beco Diagonal até a loja da Madame Malkin, onde Harry procurou alguma roupas que não achasse tão extravagantes. Ele com certeza não queria uma bata como fora a de Dumbledore – Harry sorriu.

Acabou comprando roupas discretas, a maioria negras. Comprou capas, jaquetas de couro de dragão, coturnos, calças e moletons pretos e algo que lembrava um blazer.

Olhando-se no espelho antes de sair achou-se estranho. Adulto demais, não um adolescente.

Rony assoviou quando ele saiu.

-       Tá uma gata – ele riu.

-       Vá para o inferno – riu-se Harry.

-       Está pronto? Tô afim de escutar um rádio no meu quarto, que a essa altura já deve ter sido desocupado.

-       Vamos. – Harry concordou – Vou pagar Madame Malkin e nós usamos a lareira da loja para ir pra Toca.

...

Harry e Rony saíram da lareira já saudados pelo Sr. Weasley.

-       Garotos, bem na hora! Nós vamos abrir o buraco dos gnomos de jardim pra controlar a infestação! Gui e Percy já estão lá, sugiro que se apressem. Sem reclamar Rony! E Harry, queira tirar a roupa nova e por uma velha porque essas belezinhas sujam pra caramba. – ele atirou uma picareta para Rony.

-       O que é isso? Um instrumento da era paleozoica? Somos BRUXOS! – Rony indignou-se.

-       Sinto muito. Mas tentamos todo o tipo de feitiço pra abrir o buraco. Acho que está protegido, já que a fêmea deu a luz a uma ninhada. E não queremos lindos gnominhos correndo por aí, queremos? – ele gesticulou com sua pá e saiu.

-       Que ótimo – bufou Rony.

-       Eu vou trocar de roupa – Harry riu da má vontade de Rony.

Harry desceu cinco minutos depois, com uma calça jeans e uma camiseta branca. Rony, Percy, Gui e o Sr. Weasley estavam dentro de um enorme buraco, escavando. Todos suavam horrivelmente, o que devia informar que não estavam acostumados ao trabalho manual. Gui e Rony haviam tirado a camisa. Rony a havia enrolado como um turbante na cabeça, deixando-o muito ridículo.

-       Ah! Está aí! Pode vir! – Rony atirou a picareta para ele – Segura isso que eu preciso descansar.

Rony saiu do buraco e Harry desceu.

-       Isso é muito cansativo! – arquejou Percy.

-       Ah, vamos lá Percy! – disse Gui, os cabelos compridos e vermelhos grudando no pescoço, parecendo que derrubara Ketchup ali.

Harry pegou sua picareta e começou a usar toda sua força contra a fissura que eles estavam tentando aumentar. Harry estava acostumado a cortar lenha, sobreviver ao frio e ao calor, e caçar animais para sobreviver. Seu físico o permitia bater na rocha com mais força, de modo que eu pouco tempo a fissura tinha o dobro do tamanho, e Harry estava tão suado que tirou  a camisa. Ele se afastou e inspirou fundo.

Gui olhava a fissura admirado.

-       Nossa Harry! Estava acostumado ao garotinho matusquela...

-       Obrigado Gui! – ele riu.

-       Olha garotos! – suspirou o Sr. Weasley aliviado – Refresco!

Fleur, Gina e um bando de garotas ruivas desconhecidas vinham com bandejas com suco de abóbora em cima.

Gina vinha a frente com uma cara de quem quer morder alguém. E essa cara é assustadora, acredite. Percy estendeu a mão para ajudar Harry a sair dali com um puxão. Harry, Rony, Percy, Gui e o Sr. Weasley sentaram-se em roda no chão, e logo Gina chegou e sentou-se ao lado de Harry, bufando e passando-lhe um copo.

-       Qual o problema? – riu-se Harry.

-       São primas distantes – Gina revirou os olhos – Eu falei que as barangas iam vir nos visitar.

-       Gina! – exclamou Percy. – Elas são nossas primas!

-       E daí? – ela fez uma careta para as três garotas risonhas que se abraçavam e piscavam para Harry.

Fleur chegou trazendo uma bandeja com sanduíches, sorrindo.

-       Muito obrigado Fleur – Fleur se abaixou para beijá-lo.

-       Você não me agradece assim – Gina murmurou para Harry, fazendo beiço e cruzando os braços.

-       Sabe porque eu não posso – Harry riu baixinho, comendo seu sanduíche.

Gina revirou os olhos.

-       O quê estão cochichando? – Rony perguntou desconfiado.

-       Como se eu fosse contar a você – Gina revirou os olhos, e se encostou no tronco de Harry.

-       Ai Gina, não, eu tô suado! – Harry reclamou.

-       Eu não ligo – Gina comentou.

Harry passou um braço pela cintura dela, enquanto comia com a outra mão. Então ele ouviu uma voz:

-       Hã, licença – Perguntou uma prima ruiva de Gina de nariz arrebitado e sardas no rosto.

-       Oi – sorriu Harry.

-       Oi – ela sorriu encorajada – Meu nome é Hortência, e essas são Perséfone e Morguin.

-       Muito prazer – Harry sorriu para as outras, tirando o braço das costas de Gina para acenar para as outras, mas Gina a segurou no lugar com as unhas.

-       Ah, me diz Harry, é verdade tudo o que contam sobre você – ela pestanejou. Fleur e Gui abafaram risinhos.

-       Ah... Acho que não – disse ele com sinceridade – Não sei se os boatos são bons ou ruins dessa vez...

As garotas riram, fazendo Gina ficar tão vermelha que parecia estar em ebulição.

-       Como você é engraçado! – exclamou Hortência, se sentando ao lado dele. – E forte! Posso? – ela perguntou, indicando seu braço.

Harry ia abrir a boca pra falar que sim, quando Gina se levantou e tomou o copo da mão de Harry a força.

-       Acho que não Hortência, temos muito pra fazer. Toma, vai lavar a louça, Perséfone pode secar e Morguin pode guardar, tchau!

E Gina empurrou as pobrezinhas dali, voltando só quando as gargalhadas de Gui, Fleur, Percy e Rony pararam.

-       Não acredito que está com ciúmes – Harry falou cético.

-       Eu não estou, Harry James Potter! – ela falou entredentes, bem alto, arrancando mais risadas.

-       O papo está bom mas vamos continuar rapazes – disse o Sr. Weasley, pegando sua pá de novo.

O dia se seguiu até que eles conseguiram abrir o buraco, e depois foi um auê pra jogar os gnomos fugitivos pela cerca. Harry pegou um particularmente grande, e tão obeso que devia ser o gnomo sênior. Mas quando Harry foi jogar a criatura pela cerca, ele cravou os dentes tão fundo no torço do garoto que Rony, num momento de impetuosidade bateu com a pá no gnomo, fazendo ele voar muito além da cerca, com um pedaço da carne de Harry entre os dentes.

O garoto praguejou em todas as línguas que conhecia. Gina correu até ali.

-       Me deixe ver! – ela segurou seu braço.

-       Não foi nada! – Harry a sacudiu, ainda dançando de dor.

-       Harry Potter! Agora! – Gina berrou.

Harry parou e Gina fez uma careta pro ferimento.

-       Vamos, mamãe pode fazer um curativo.

-       Eu estou bem.

-       Va-mos. – ela separou as sílabas.

-       Como quiser – Harry pegou sua mão.

Enquanto se afastavam Rony ia dizendo a Gui:

-       Pode ser o famoso Harry Potter – ele riu – Mas é o maior pau mandado.

Harry bufou de frustração. Quando entraram na cozinha, Hermione saltou do seu chazinho com as primas de Gina.

-       O que aconteceu? – ela foi ali examinar o corte.

-       Nada. – respondeu Harry entredentes.

-       Um gnomo mordeu ele e o tapado do Rony o arrancou enquanto os dentes estavam fincados.

-       Deixe-me ver querido – disse a Sra. Weasley, puxando o seu braço pra cima.

As primas de Fleur soltaram gritinhos.

-       Como você é corajoso!

-       Não está doendo?

-       Coitadinho!

-       Está infeccionado – disse a Sra. Weasley – Humm, não é normal... Gina, por favor, pode segurar um pano com ditamno aqui, por favor?

-       Claro mãe – disse Gina, erguendo a mão para o pano em que a mãe pegara e agora ia desarrolhando um frasquinho para molhá-lo.

-       Porque eu não posso fazer isso? – disse Harry chateado, sentindo-se incapaz.

-       Porque você está sujo, pode se infectar – disse Hermione.

-       Seria bom você tomar banho assim que tirar o pano – acrescentou Perséfone.

Gina pegou o pano que a mãe lhe ofereceu, e segurou contra o tronco de Harry.

-       Nossa, você nem pestanejou! – admirou-se Hortência.

-       É... Puxa, como ele é corajoso! – comentou Perséfone.

Harry sorriu.

-       Já passei por coisa pior.

E Gina amarrou a cara para os sorrisos das garotas.

...

-       Você fica dando trela pra elas! – falou Gina lá do quarto de Rony.

-       Eu não fico não! Só sou educado! – berrou Harry lá do chuveiro.

Mesmo não sendo prático conversar tendo uma porta entre eles, Gina escolhera esse momento para ter uma crise de ciúmes. Ele podia até imagina-la sentada de pernas cruzadas em sua cama, com a cara amarrada, as sobrancelhas franzidas e um biquinho.

-       Você está é gostando de tanta atenção!

-       Desde quando eu gosto de atenção!? – ele rebateu.

-       Eu não sei! – ela berrou de volta – Mas que gosta, gosta! Mente pra mim que eu gosto Sr. Potter!

Harry desligou o chuveiro e saiu. Começou a se secar.

-       Gina, não acha que está exagerando um pouco? Não confia em mim? – ele perguntou em tom normal agora, com o chuveiro desligado.

-       Talvez! – e a porta se abriu.

-       Gina! – Harry se assustou e pôs a toalha a sua frente.

-       Ah, cale-se! – ela se irritou, sentando no tampo do vaso.

-       Eu estou de toalha!

-       E eu estou discutindo a relação! – Gina escandalizou-se.

-       E seus pais estão em casa! – Harry exclamou.

-       Eu estou me lixando, namoramos a dois anos já! – ela se exaltou.

-       Um ano, se você não descontar não começamos a namorar no início do ano. A gente deu um tempo ano passado.

Gina o encarou com se enxergasse sua alma.

-       Só se for pra você. Pra mim, nós continuávamos juntos.

E Harry ficou sem palavras.

-       Gina... eu...

-       Eu vou indo lá pra baixo pra você poder se vestir em paz, ok? – ela se levantou com seu sarcasmo natural.

-       Gina!

Mas ela saiu sem nem olhar pra trás.

-       Mulheres! – Harry se irritou.

Afinal, o que Gina queria dele? O que ele fizera? Era impossível aprender completamente, e pelo menos Gina era mais compreensível que Cho.

Harry se sentia meio tonto ao ir descendo as escadas. Meio sonolento, como se as coisas fossem rodando a sua volta.

Ele pôs a mão na testa e piscou com força. Sua testa queimava. Harry tropeçou. E então rolou escada abaixo.

Vozes iam e vinham ao longe em sua cabeça.

-       Harry!

-       Harry!

-       Harry!

-       Acorde!

-       Ele está bem? Chamem o Gui e o seu pai!

Ele sentiu que mãos tentavam ergue-lo.

-       Como é pesado!

-       Gennt.. Cuidadn....

As frases começaram a ficar desconexas, como se as ouvisse embaixo d’água. E então tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Comente ou veja essa fic ser excluída.