Black Blood Diamond escrita por AnandaArmstrong


Capítulo 6
Time of Dying


Notas iniciais do capítulo

Certo, podem me matar, eu deixo, eu mereço. Deletei a fanfic do site, sumi muito tempo e depois volto com esse capítulo cagado. Tá bom, a cena de luta ficou legalzinha. Sabe o que é olhar pra uma história e não ter a mínima vontade de escrever? Eu ainda me sinto assim com BBD. Podem me jogar na Cornucópia, eu sei que morreria no Banho de Sangue mesmo OISJDOIJSIODJ



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Capítulo Seis

Tudo estava escuro. O silêncio predominava no ar, mas eu sentia uma respiração regular bater contra o meu rosto. Memórias de ontem á noite passaram como um filme na minha cabeça. Nolan.

Espere, sem mais shows. Não se descontrole mais, chorar não vai adiantar nada. Você nunca chorou, porque aquele show ridículo? Mas... Eu guardei por tanto tempo aquelas emoções. Coisas que enfim conseguiram sair da prisão de sentimentos que sempre foi meu coração. Eu nunca achei muito saudável chorar, chorar sempre foi coisa de fracos. Taranee sempre me repreendeu por isso, ela sempre disse que eu era durona demais com sofrimento, nunca demonstrei o que sentia e que no futuro eu ia me arrepender disso.

Talvez ela estivesse certa.

De repente parei de sentir a respiração da pessoa que estava ao meu lado e ouvi passos leves e de alguém que não seria muito pesado, provavelmente o Stevek. Arrepiei-me ao pensar nele, e foi aí que eu ouvi passos pesados entrarem na sala.

A última pessoa que eu gostaria que me visse agora.

- Pode abrir os olhos, eu sei que você está muito bem acordada. – Aquela infeliz e conhecida voz grave invadiu violentamente os meus ouvidos.

- Vai se foder. – Eu murmurei levantando, ainda meio grogue com os sedativos que me deram.

- Olha agora ela fala palavrão. Uma mãe não deveria falar esse tipo de coisa. – Ele falou quase gargalhando. – Vamos sua preguiçosa, hora de treinar. Você chega ao Capitol amanhã e não treinamos nenhuma vez.

- Olha aqui seu filho da puta, cala essa porra de esgoto que você chama de boca. Você sabe o que é ter um filho? Sabe o que é ir pros jogos e pensar cada segundo se você vai morrer ou vai viver o suficiente pra o ver arranjar um emprego e fazer uma vida? Provavelmente não. – Eu ri maldosa. – Você é tão mal amado que ninguém deve querer ao menos olhar na sua cara.

A feição dele mudou bruscamente pra uma suave, mas com o sorriso de lince, um digno de Mahina. Engoli em seco, mas não ia entregar os pontos logo agora.

- Eu tenho uma mulher e gêmeos. Você sabe o que é treinar crianças todo ano e imaginar seus filhos neles? Saber que um deles irá morrer, ou provavelmente os dois. – Ele me lançou um olhar de ódio e me pegou com força pela gola da roupa de enfermaria. – Você não vai morrer, tá me escutando? O pobre garoto vai ficar desolado. Por mais insolente que você seja, ele não merece isso. Se não fosse por ele, você já estaria morta.

O robusto homem me largou bruscamente e saiu da sala batendo a porta. Me encolhi com o barulho estrondoso e um peso na minha consciência puxava minha cabeça de volta para o travesseiro.

- Certo, levante-se e vá para o quarto. Vista uma roupa e vá fazer algo de útil na vida. Algo que faça você sobreviver. – Ordenei á mim mesma. Levantei e saí como um furacão da enfermaria, assustando duas enfermeiras idiotas que estavam fofocando baixinho sobre algo, provavelmente sobre a minha conversa com Pari.

“Babacas.” Pensei irritada.

Foi quando me dei conta de que eu não sabia como chegar ao meu quarto. Então fui procurando pelos corredores e finalmente aquela porta de madeira dourada nunca me pareceu tão convidativa.

Entrei no quarto aliviada e puxei qualquer roupa da cômoda: uma bermuda de lycra e uma blusa branca, e fui tomar um banho demorado. Quando terminei fui direto comer algo substancial. Não tinha uma boa refeição desde que saí do meu distrito.

Com a roupa em mãos, pendurei em qualquer gancho dali e apertei um botão que eu sabia que fazia a banheira encher, e mais um ou dois botões que faziam a água ficar perfumada. Logo em seguida ela começou a adquirir um leve cheiro de hortelã e a água já ficava mais espumante. Já despida, mergulhei de vez na água, derramando um pouco no chão. 

Fechei os olhos e respirei fundo, tentando reorganizar a minha mente. Esses dias tem sido estressantes, sem falar no ataque aquele dia. O que foi isso, garota? Se controle.

Um rostinho feliz de um garotinho com alguns dentes faltando me veio á mente. Que saudades dele, daqueles olhos brilhantes e ainda inocentes. Feito uma cachoeira, meu pensamento deslizou até Lavender. Faz anos, mas mesmo assim eu não o esqueci. Nosso amor foi tão intenso, parece até praga das pessoas do distrito. Quando eu engravidei foi incrível, todos falavam que era precoce, mas nós não nos importávamos. Parece até forçado colocar dessa forma, vivíamos no distrito da pecuária, do abate de animais. Mas acho que foi por isso que demos tão certo, nós éramos a válvula de escape do outro, o paraíso feliz. A única coisa que nos fazia esquecer o mundo em que fazemos parte, do sistema que, mesmo contra, apoiamos para não sermos massacrados.

Mas depois veio a colheita, e a desgraceira começou. Tudo começou a dar errado, e nesse dia eu botei a cabeça no travesseiro sabendo que eu perderia tudo o que me restava. Eu não voltaria á vê-los, sabia disso. Logo que passou a colheita no telão e os tributos foram apresentados, um mais feroz que o outro, eu tive que trancar meu coração em um lugar lá fundo no meu peito. Em um lugar onde nem eu mesma sei onde. Mas parece que ele resolveu sair agora, na pior hora e da pior maneira possível.

Passei as horas seguintes arquitetando alguma maneira possível de sobreviver na arena, já que os tributos eram terríveis e eu acabara de ter uma briga no mínimo ridícula com o meu mentor.

Já pronta para treinar com Pari, sentei-me na cama e inspirei o ar, prendendo-o por dez segundos no meu pulmão. Parecia que ele nutria cada parte do meu corpo com calma e uma segurança que eu sabia que não existia, mas que ainda sim colaborava com a minha estabilidade. Soltei o ar pouco a pouco, me sentindo um pouco melhor e mais calma, e repeti o exercício mais três vezes, para só então tomar coragem de sair porta afora.

Fui deixando meu inconsciente me guiar, pois não sabia exatamente de cór o caminho para onde queria ir, mas era extremamente óbvio.

Após um tempo comecei a reconhecer o caminho e pude chegar com “segurança” até a porta que já me era familiar.

Time of Dying - Three Days Grace

Adentrei no ambiente completamente branco, e pisquei algumas vezes até meus olhos se adaptarem á claridade. Pisquei pela última vez e vi quem eu menos queria ver, mas sabia que estaria aqui. Isso não podia ficar assim, eu preciso ir para casa.

E não vai ser desse jeito que eu vou voltar.

Não falei uma palavra, não era necessário para nós dois. Depois de muito tempo eu finalmente conheci uma pessoa que sentisse o que eu sentia, afinal, ele não é tão insensível assim.

Peguei um facão do tamanho em que estava acostumada e girei nas mãos como de costume. Pari se virou para mim e me encarou com as sobrancelhas franzidas. Eu apenas balancei a cabeça e foi o suficiente para ele vir em minha direção com a arma que trazia em mãos, uma espada de lâmina grossa e aparência pesada.

Nossas armas eram duas passagens diretas para um lugar não muito bom.

Os dois metais se chocaram, e um barulho gostoso soou em meus ouvidos. Defendi seu ataque seguinte, empurrando a lâmina pela lateral, faíscas saíram do encontro de duas entradas sem paradas direto para o inferno. Ou para o céu, mas isso é ridiculamente surreal.

Afastamo-nos um do outro, analisando as posturas e calculando probabilidades. Éramos dois falcões prontos para atacar, duas pilhas de dinamite prontas para explodir. Fomos à direção do outro novamente e a luta continuava, minhas vistas se tingiram de vermelho e tudo que eu me lembro é de acabar deitada no chão com o facão a três metros de mim e uma espada apontando para o meu pescoço. Olhei para o dono da espada, ambos com a respiração pesada, e analisei o seu estado: Vários cortes pelos braços, um mais profundo na barriga e a coxa ensopada de sangue.

- Caia na real. – Foi a única coisa que ele disse antes de virar as costas, largar a espada ensanguentada em cima da mesa e ir em direção á porta. Mas eu sabia que ele não iria desistir tão fácil, então arregacei as mangas, limpei o sangue que escorria por alguns cortes no rosto e fiquei posicionada. 

Ele veio com tudo, e mesmo estando preparada, a força dele foi tão grande que eu quase caí novamente. No golpe seguinte eu abaixei e desviei do soco que acertaria meu rosto e de um golpe na cintura. Ao invés de ficar somente desviando, dei um giro para trás dele e dei um chute entre as pernas, mas ele as fechou a tempo, e não houve nada muito grave.

- Boa garota. – Comentou concentrado.

Ele me puxou para frente e me mobilizou em uma chave de pescoço. O ar começava a faltar pelo meu pescoço e enlacei minhas pernas nas dele e puxei seus joelhos para frente, na intenção de nos derrubar. Era a minha melhor esperança.

Como sua concentração estava focada na chave de pescoço, suas pernas estavam mais vulneráveis, por mais habilidade que ele tenha nas pernas, é o natural de se acontecer.

“Não fique de costas pra ele, ele é ágil com os pés e poderá te dar um fim rapidamente os usando”. Repeti para mim mesma sem parar.

Aproveitei que ele afrouxou a chave de pescoço e escapei da forca. Como ele ainda estava meio desorientado, montei em cima dele e apertei de leve seu pescoço. Ele riu de leve e comentou, presunçosamente.

- Eu poderia ter te matado.

- Eu também. – Respondi com segurança.

Talvez eu sobrevivesse, afinal.


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Notas finais do capítulo

Enfim, capítulo cagado. Comentem se quiserem ♥