Hadéfone escrita por Filha de Apolo


Capítulo 15
XV


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que vocês me odeiam e eu não fiquei satisfeita com os reviews. Masok, em respeito às pessoas que mandaram reviews divinhos, eu vou postar esse capítulo.



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Os lábios de Hades afastaram-se dos de Deméter. Ele estava completamente confuso, assim como ela. 

Eles haviam continuado no jardim de Perséfone, e conversa vai, conversa vem, e quando Hades se deu por conta os lábios de Deméter já estavam nos seus, mas ele não sentiu seus lábios, sentiu os lábios de Perséfone. Sentiu seu cheiro, seu toque, seus lábios. Havia saído de si. Assim que eles se beijaram Hades se transportou para o momento em que dera o seu primeiro beijo com Perséfone. Como ela estava frágil, mas parecia necessitar daquilo.

O mesmo acontecera com Deméter. Ela não pensava mais. Só o que conseguia ver eram olhos azuis, como o céu, e não os negros de Hades. Ela queria beijá-lo novamente. Ele havia se apaixonado e a deixado sozinha, apenas com a filha deles, Perséfone. Tão doce, tão delicada. Ele havia se casado e a deixado para trás, como se nunca houvesse acontecido nada. “Ah, Zeus, você deveria ser meu.”

Ela não queria beijá-lo de verdade. O Hades, claro. Ela daria tanta coisa para ser de Zeus novamente, mas nunca quis trair sua irmã, Hera, então nunca fizera nada, nem tentara.

-Meu lorde!

-Eu estou indo – Eles continuavam fitando um os olhos do outro.

-Eu não...

-Eu sei.

-Eu estava pensando...

-No Zeus – Deméter assustou-se por ele saber, mas logo depois entendeu e suspirou. - Eu estava pensando na Perséfone.

-Entendo.

Hades se levantou, discretamente limpou dos lábios o gosto dos lábios de Deméter, e saiu do jardim.

-O que é?

-Mensagem para o senhor. Do seu irmão.

-Qual deles? - Hades disse, enquanto acompanhava o servo até seu escritório. - DEMÉTER! - Ele gritou, enquanto entrava no escritório. Tinha a impressão de que precisaria dela.

-O lorde Poseidon, meu senhor – Hades abriu a boca para fazer mais uma pergunta, mas o servo se precipitou. - Sim, é sobre sua Rainha, senhor.

-Graças a Poseidon! - Hades deu graças, ironicamente.

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-CADÊ?

-Calma, Hades.

-ONDE?

-Irmão...

-O QUE É?

-Nós não achamos ela. Atena sentiu seu perfume.

-COMO É?

-Hades, eu tenho certeza que ela esteve por aqui, não pode estar muito longe, seu cheiro está por todo o lugar – Atena disse, respirando fundo, nervosa. - Ali, óh – Atena apontou para o local em que ela sentira o cheiro de Perséfone. Hades correu até lá.

-PERSÉFONE, VENHA AQUI – A voz de Hades falhou e foi diminuindo. - Fale comigo.

Silêncio.

Hades se sentou no chão, respirando fundo, de olhos fechados, lembrando de sua pequena.

-Ela era tão pequena, tão frágil, ingênua. Minha linda flor. Ela... - As lágrimas escorriam dos olhos negros de Hades. - Ela iluminou a nossa casa. Tudo era cinza, e ela chegou e espalhou suas belas flores, seu aroma, por todo o lugar.

Ninguém conseguia fazer nada. Deméter havia começado a chorar. Atena tinha lágrimas em seus olhos. Sempre adorara a irmã. Perséfone sempre fora tão delicada, tão esperta, curiosa. Ela não queria que nada acontecesse com ela.

Poseidon se aproximou e abraçou Atena, que se aconchegou em seus braços. Partia o coração de Poseidon vê-la assim, o mesmo acontecia quando ele fitava Hades, tão desolado, tão sozinho. Por mais que ele, Hades e Zeus nunca tivessem se dado muito bem, ele não odiava eles, assim como nunca odiou Atena. Ódio é um sentimento muito forte, e Poseidon nunca gostou de usá-lo para definir seus sentimentos pelos seus familiares, por mais que Zeus implorasse para ele odiá-lo, ele não conseguia. De um jeito ou de outro, ele ainda devia sua vida ao irmão mais novo, já que ele salvou ele e seus outros irmãos de Cronos.

Hades levantou e saiu andando, as lágrimas escorriam sem freio, ele não conseguia mais raciocinar, nada mais importava.

-Hades! - Gritou Atena, notando-o. Ela fora ignorada.

-Irmão! - Havia um pouco de súplica na voz de Poseidon. Ele não odiava o irmão. Talvez odiasse Zeus, mas Hades sempre fora quase um amigo dele, e o partia o coração vê-lo assim.

-Não adianta de nada sair por aí! - Atena gritou, suspirando.

Mas ele não parou. Ele caminhou e caminhou. Ninguém o seguiu pois eles entenderam que ele precisava de um tempo sozinho. Ele subiu e desceu pequenos morros, refletindo, até achar uma sombra e se sentar, sem conseguir enxergar direito por causa das lágrimas que inundavam seu rosto.

Hades fechou seus olhos para se lembrar de Perséfone. Sua tão amada esposa, que de uma hora para outra mudou, deixando-o confuso.

Ah, ele a amava tanto, deixaria seu trono para tê-la consigo. Ele sofria uma dor terrível durante os seis meses que ela passava com Deméter, mas o tempo que ele passou com Deméter, procurando Perséfone, o haviam feito entender o porquê da sogra precisar tanto de sua filha. Ele ainda achava um absurdo. Podiam ser intervalos pequenos, visitas de finais de semana. Os seis meses eram pura crueldade com o deus.

O cheiro de sua esposa era a única coisa que Hades conseguia sentir naquele momento. As sombras envolviam seu corpo, o confortando. Hades refletiu, confuso, já que o cheiro parecia real demais para ser apenas imaginação de Hades.

E de fato, ele estava certo.


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Notas finais do capítulo

Só posto o próximo com reviews bons e 1 recomendação.
Vai ter que ser assim pra vocês falarem comigo né, afu.
Tô revoltada mesmo. Eu vou viajar de novo no dia 29, e se eu tiver 50 capítulos prontos mas você não tiverem me mandado a mísera recomendação, eu não posto.
Sério, eu devo estar de TPM ou algo assim e.e
Eu vou acabar postando igual -'-
E eu sei que vocês amam quando eu não revelo nada, e.e