Not Alone. escrita por monkelfplus


Capítulo 7
VI - Mistérios.


Notas iniciais do capítulo

E aqui está a continuação da nossa querida Not Alone.
Agora vocês saberão o motivo do tal grito vindo da sala.
Boa leitura.



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Os rapazes, assim que escutaram aquele grito, sabiam de onde vinha, e Joon reconheceu aquela voz de imediato. Não hesitou, abriu a porta atrás de si e correu para a sala para ver o que havia acontecido, mas apenas avistou a namorada de pé, apavorada, afastando-se de algo que havia largado no chão.

— Ji! — Gritou ao ver a garota imóvel, já em prantos. Esta apenas mexeu-se ao para apontar o que derrubara, momentos antes, que, no caso, era o mesmo retrato que aparecera misteriosamente no dia anterior. O coreano voltou as orbes para o objeto, mas ignorou, sua namorada tinha toda a sua atenção no momento. — Vem cá, senta aqui. — O rapaz prosseguiu e conduziu a amada até o estofado onde estavam minutos antes, sentando-se logo ao lado da mesma. — O quê houve?

A jovem apontou mais uma vez para aquela foto, levando a mão livre até a boca, como se quisesse impedir um novo grito. Joon não poderia deixar a moça sozinha, então fez sinal para que um dos outros amigos que vieram junto, pegar o que estava no chão. Assim Mir fez, pegou a moldura, porém, não teve a curiosidade de olhar. Entregou o retrato diretamente para o mais velho, que se assustou ao notar que haviam apenas duas pessoas na foto - no caso, o casal. A coreana preferiu não olhar mais uma vez a foto, escondendo, assim, o rosto sobre o braço do amado.

— Calma, calma... Tá tudo bem. — Entregou a foto novamente para Mir, que dessa vez olhou o que tinha em mãos, e ao que fez isso, sentiu sua espinha gelar. O maknae nada disse, engoliu a seco, não queria piorar ainda mais a situação. — Mir, você pode guardar esse retrato?

— Tudo bem. — O mais jovem do grupo respondeu. Fitou mais uma vez o que segurava e depois seguiu para a área de serviço, fazendo um sinal para que Shinya o acompanhasse. — Me ajuda a esconder isso. — Pediu ao japonês. — Tem que ser em algum lugar bem difícil de achar. — Assim que terminou o que tinha a dizer, seguiu para o outro cômodo que estava indo antes.

O amigo assentiu. Levou uma das mãos ao queixo e olhou em volta, procurava qualquer lugar onde pudessem guardar aquele porta-retratos. Não demorou muito para que avistasse um pequeno baú coberto de poeira, num canto do cômodo. — Ali! — E apontou para o local, aproximando-se. Notou que a chave do mesmo se encontrava logo em cima da própria caixa de madeira. Abriu-a, e, assim, puderam colocar aquela moldura no local, tinham certeza de que estaria muito bem guardada. Fecharam e forçaram com as mãos para ter certeza de que a fechadura não poderia ser arrombada tão facilmente e saíram dali.

— E o que a gente faz com essa chave, Shin? — Perguntou o coreano.

— Tenho uma idéia. Vem! — E fez um sinal para que o mais jovem o acompanhasse. Ambos os garotos saíram da casa, já que esta ainda não havia sido trancada como foi pedido. Ao chegar no quintal, fizeram um pequeno buraco no gramado, suficiente para esconder a chave, e a enterraram ali, cobrindo com a terra novamente. O japonês levantou-se logo que terminou o trabalho e quando colocou-se ao lado do mais jovem, notou que este parecia estar distraído observando algo, curioso para saber o que era, seguiu seu olhar e deparou-se com a floresta que tinha atrás da casa, os dois permaneceram parados ali, mesmo sem saber porque aquele cenário estava chamando tanto a atenção de ambos. Poucos segundos se passaram e o vento foi aumentando, o clima que tomava conta do local era sobrenatural e Mir foi o primeiro a se abraçar devido a um grande arrepio que tomou conta de si, Shinya apenas estremeceu pela a mesma razão. Entreolharam-se assustados e logo trataram de voltar para dentro da residência.

— Joon... Vem aqui um instante. — Mir chamou o amigo e dirigiu-se à cozinha. Este pediu licença à namorada, que não queria deixá-lo sair de perto de si devido ao seu medo, não teve outra escolha, fez um sinal para que o outro esperasse e se levantou com JiHyun, seguiram para a quarto dela e então pôde deixá-la com as amigas, ali pelo menos poderia se sentir mais segura por não estar sozinha. Por fim seguiu o amigo mais novo, que logo prosseguiu. — Você não ia fechar a casa toda? — Lembrou ao amigo, que já havia esquecido devido ao fato de estar dando atenção à namorada.

— Cara, é mesmo. — Correu para o dormitório do mais velho e procurou as chaves da casa, não foi muito difícil de achá-las, já que estavam sobre uma das cômodas. Pegou-a e logo trancou a porta da sala, deu o máximo de si para fazer aquilo como se fosse algo que faria normalmente, não queria assustar algum outro viajante que não sabia porque estava fazendo aquilo. Logo fechou todas as janelas do térreo, porém, deixou a do sótão, já que não haveria nenhum perigo pelo fato de esta se encontrar no segundo andar, então, se alguém quisesse entrar por ali, teria que escalar a parede da casa, o que poderia ser escutado pelos residentes. Voltou para a sala e jogou-se em um dos estofados. Ligou a televisão que havia ali, isso ajudaria os estudantes a se distrair um pouco e a relaxar.

Nisso, o quarteto que havia ido buscar o resto das bagagens já ia chegando, afinal já havia passado um bom tempo desde que saíram. Kaoru entrou primeiro e foi seguido por HeeChul e Die. Toshiya foi o último a entrar, e ao que virou-se para fechar o portãozinho de madeira da cerca, viu algo movimentar-se rápido na estrada, porém não comentou nada com os outros no momento, afinal, poderia estar vendo coisas apenas por causa do susto que levou quando chegaram no ônibus.

Kaoru parou em frente à porta da residência e deixou as bolsas que segurava sobre o chão da pequena varanda. Deu algumas batidas na porta, o que assustou um pouco os jovens que estavam na sala, mas logo se acalmaram ao que ouviram uma voz que lhes era conhecida.

— Alguém abre a porta, é a gente! — Disse Kaoru a qualquer um que estivesse dentro da residência e pudesse lhe ouvir. Não demorou muito para que Joon levantasse do sofá e fosse abrir a porta para os amigos, que entraram e colocaram todas as bagagens que traziam no chão da sala.

JiHyun estava distraída conversando com as amigas, mas não podia negar que um pouco de medo ainda tomava conta de si, por isso, para sentir-se ainda mais segura, despediu-se e avisou que iria para a sala. Assim fez, mas, quando chegou na ponta do corredor, pôde ver que os rapazes haviam chegado com o resto das bagagens. — Vou chamar as minhas amigas pra pegarem as malas. — Disse a coreana um pouco animada enquanto corria para o dormitório feminino em busca das amigas. Tentava pensar que o episódio ocorrido mais cedo não havia sido nada demais e que aquela era apenas outra foto diferente da do dia anterior, assim ficaria mais tranquila e esqueceria logo aquela história. — Meninas, o resto das nossas malas chegou! — Chamou daquela forma as outras garotas logo que chegou ao quarto, estas trataram de parar o que estavam fazendo para irem logo buscar suas coisas, e Henry, que estava ali distraindo elas, foi chamar Kyo e Takeru que ainda estavam nos dormitórios. Todos pegaram seus pertences e levaram para seus respectivos cômodos.

— Joon, chama os outros rapazes, precisamos conversar sobre uma coisa... — Disse o mais velho ao amigo, que tratou de buscar todos os colegas que não demoraram a aparecer. Uma pequena reunião se formou então no quintal, agora que já estavam todos ali novamente, não precisariam se preocupar em deixar a casa toda trancada, estariam logo ali, então se as meninas chamassem caso algo acontecesse, poderiam ir correndo para socorrê-las. O importante no momento era que elas não ouvissem a conversa que teriam, já que ficariam assustadas. Alguns sentaram-se em um banco que tinha no meio do gramado, enquanto outros preferiram acomodar-se no chão mesmo.

— Então... Porque vocês ligaram desesperados mais cedo? — Indagou Joon a qualquer um dos quatro rapazes que tinham ido até o ônibus. Estes se entreolharam, e, já que ninguém se pronunciou, o mais velho decidiu contar ele mesmo.

— Bom... Quando a gente chegou no ônibus... O motorista estava morto. — E voltou o olhar para o chão, cruzando os braços. Sua expressão era tensa e os outros pareciam um pouco aéreos, pensativos.

— Isso... Isso é sério? — Indagou Henry, que fora o único que conseguiu dizer algo depois daquela confissão, apesar de também estar surpreso, os outros permaneciam imóveis.

— É sim... Bem, o Chul entrou no ônibus e deu um grito, então quando corremos pra ver... Lá estava o corpo do rapaz, ele estava com um corte no pescoço e coberto de sangue... — Engoliu a seco, vendo o coreano que tinha presenciado arrepiar-se e ficar meio inquieto, lembrar daquilo não estava sendo bom, apesar de ter certeza de que não esqueceria daquilo tão cedo.

— A chave do ônibus estava no bolso da calça dele, não sei nem como eu consegui pegar, cara. — Continuou Die. Todos os outros rapazes permaneciam calados, não sabiam o que dizer. — Eu 'tava torcendo pra que aquela fosse mesmo a chave do bagageiro, pra gente sair dali o quanto antes.

— Vocês ligaram para a polícia? — Perguntou Kyo aos amigos, afinal, pensava que seria a coisa mais óbvia a fazer.

— Nem pensamos nisso, o que nos veio à mente na hora foi ligar para o Joon e pedir pra ele trancar tudo, afinal nós não sabemos quem fez aquilo. — Kaoru suspirou, os outros três concordaram.

— Então vamos ligar pra polícia agora, é o melhor a fazer. — Disse Joon, pegando o celular do bolso. Discou rapidamente e logo o atenderam, não demorou muito para que o jovem coreano explicasse o que aconteceu naquele veículo e desligasse. — Vão mandar viaturas.

— Vocês quatro deviam saber o que aconteceu por aqui enquanto estiveram fora. — Comentou Mir com os que haviam acabado de chegar.

— O que foi que houve? — Perguntou Kaoru a quem soubesse lhe responder.

— Bem... — Joon iria começar a explicar, mas foi interrompido por uma voz feminina que vinha da porta.

— Sobre quê os meninos estão conversando aí? — JiYoon indagou aos garotos em um tom de brincadeira.

— Hã? Nós? Sobre futebol, é claro. — Respondeu Toshiya à caloura, procurou parecer bastante tranquilo, por mais tenso que estivesse.

— Ah, tudo bem. — Disse ela, voltando para dentro da residência, era claro que não acreditaria, mas depois daria um jeito de descobrir o verdadeiro assunto.

— Vai, agora fala... O quê aconteceu? — HeeChul estava curioso, precisava saber logo o que havia se passado ali, talvez isso o faria esquecer o assunto anterior, por mais que soubesse que o que iria ouvir, não seria nada agradável.

— Então... — Joon fez uma pausa. — Eu estava sentado na sala junto com a minha namorada, JiHyun, quando o Die ligou pedindo pra trancar a casa toda. — Todos os rapazes prestavam atenção no coreano que pronunciava-se, não queriam perder nenhum detalhe do que havia acontecido. — Deixei ela sozinha no sofá e fui avisar aos outros que já estavam acordados que vocês ligaram e que era pra manter a casa fechada... Mas aí, de repente, a Ji gritou e fui correndo ver o que estava acontecendo, e quando cheguei lá... — Suspirou e levou uma das mãos até as mechas traseiras do cabelo, assanhando-as como de costume quando estava meio nervoso. — Ela estava apavorada, apontando para aquele retrato que apareceu do nada, ontem... Quando eu fui ver, em vez de ter três pessoas na foto, haviam só duas.

— Vocês tem certeza de que é a mesma foto? — Die lançou a pergunta, os olhos pouco mais abertos que o normal, desfazendo todos os traços orientais mostravam o quanto aquilo o assustou.

— Temos. — Respondeu Mir. — Eu e o Shinya guardamos o retrato.

— Fizeram bem. — Disse Kaoru. — Agora... Gente, vamos tentar esquecer essas coisas.

— Eu tenho algo a dizer, pessoal. — Toshiya precisava contar sobre o que viu logo que chegaram em casa, aquilo não saía de sua mente.

— Fala, garanhão. — Die não queria perder o bom humor, por mais que a situação em que estavam fosse tensa.

— Sabe quando chegamos? Eu fui o último a entrar, e bom, quando eu fui fechar o portãozinho de madeira... Eu vi um vulto na estrada, foi rápido demais... Como se fosse alguém correndo. — Comentou com os amigos.

— Isso tudo tá sendo muito estranho... — Shinya desabafou, era para falar sozinho, mas deixou o pensamento sair em voz alta.

O silêncio reinou ali por alguns instantes, o clima era de total tensão, coisas realmente esquisitas estavam ocorrendo e não queriam aceitar aquilo, por mais que estivesse cada vez mais difícil.

— Vamos tentar esquecer tudo isso, são nossas férias, nós precisamos curtir. — Sugeriu HeeChul, apesar ser um dos mais tensos.

Os outros concordaram e voltaram logo para dentro de casa, todos estavam famintos e precisavam comer, afinal, já estava quase na hora do almoço.

— Quem vai fazer o rango? — HeeChul gritou, sugerindo daquela forma que alguém preparasse o que iriam comer, mas logo sentiu um cheiro agradável de comida que vinha da cozinha.

— Vocês acham que nós já não pensamos nisso? — Riu JiYoon, aparecendo na porta do cômodo segurando uma colher de madeira.

Todos dirigiram-se para o local e foram sentando-se à mesa, queriam comer logo para depois se divertir.

— Gente, vamos combinar uma coisa... As meninas prepararam todas as refeições até agora, nós temos que ajudar também. — Sugeriu Kaoru.

— Ótima idéia! — Comemorou Jessica, sorrindo para o mais velho, que ficou um pouco sem jeito por causa daquilo, o que rendeu alguns comentários por parte de Toshiya, Die e HeeChul. O representante percebeu que eles fofocavam sobre algo e já até sabia qual era o motivo, mas nada disse, logo todos passaram a conversar entre si e continuaram suas refeições.

Não demorou muito para que todos acabassem de comer. Decidiram então ir para o quintal, afinal este era bastante aconchegante. Kaoru buscou sua câmera, queria fazer mais algumas filmagens dos colegas se divertindo. Sentaram-se todos à beira da piscina, decidiram que não iriam entrar na água logo, já que haviam acabado de comer e sabiam que poderiam passar mal se nadassem logo após a refeição. Algumas das meninas preferiram apenas tomar sol, mas Jessica e JiYoon optaram por fazer companhia aos garotos nas filmagens.

— Dêem um oi para a câmera, pessoal! — Disse Kaoru, voltando o equipamento para os colegas. Um extenso "oi" coletivo foi dito, alguns riam, afinal divertiam-se com a situação. O mais velho aproximou a câmera do trio que mais gostava de uma brincadeira.

— Muito lindo esse menino aqui. — Die abraçou HeeChul enquanto dizia aquilo. — Ele é a minha cara. — Completou, rindo-se em seguida.

— Garanhão, você que só é bonito porque parece comigo. — O coreano brincou de volta, arrancando risadas de Toshiya também, que estava logo ao lado.

O riso era coletivo, precisavam se divertir para esquecer as coisas estranhas que haviam acontecido, e também para que as meninas que não sabiam de nada, não percebessem que algo estranho acontecia, apesar de nem desconfiarem que uma delas tivesse noção de que algo ali não estava certo. Devido ao fato de estarem entretidos e se divertindo, nem notaram que o tempo passava. Logo já estava chegando o fim da tarde e os jovens acharam melhor entrar em casa, isso não impediria eles de continuar se divertindo. As meninas foram todas juntas para seu dormitório, afinal sempre gostavam de conversar, e para isso, era melhor ter privacidade. Assim, deixariam os garotos juntos para falar do que quisessem também, e dessa forma, ninguém atrapalharia ninguém.

— Vou ao banheiro, um minuto. — Comentou Henry com os amigos, abandonando a sala. O banheiro era logo ao lado, nem preocupou-se em fechar a porta, já que seria rápido e as meninas estavam longe. Eles estavam conversando sobre assuntos aleatórios e a TV estava ligada, ninguém estava prestando atenção nesta, já que naquele horário a programação costumava ser de notícias, porém, logo depois começaria um jogo de futebol que os rapazes queriam assistir. De repente, a porta do banheiro acabou batendo sozinha com bastante força e o barulho foi enorme, o que fez os que estavam na sala voltarem toda sua atenção para o local, já que haviam notado que o amigo havia deixado a porta aberta ao entrar. Joon foi o primeiro a correr para ajudar, já que notou que a maçaneta estava sendo forçada pelo amigo que estava preso. Esta, porém, parecia emperrada, ambos forçavam tentando abrir a porta, o mestiço que estava preso, começou a sentir uma brisa estranha atrás de si e não ousou olhar para trás, algo dentro de si parecia avisar que não iria gostar do que iria ver, depois de mais alguns segundos, finalmente conseguiram abrir a porta.

— Rapaz, o que foi isso? — Indagou Joon ao amigo.

— Sei lá, cara, eu tentava abrir, mas era como se alguém empurrasse a porta para o lado contrário. — Saiu do banheiro e olhou para trás, só agora teve coragem, mas nada viu e só naquele instante percebeu que o vento atrás de si parou no instante em que foi salvo.

— Eu percebi isso quando fui ajudar você. — Comentou o mais velho e passou um dos braços em volta dos ombros do menor, afim de confortá-lo. — Está tudo bem? — Recebeu um assentir com a cabeça do outro, uma resposta muda.

Todos os outros rapazes se entreolhavam, sabiam muito bem que aquilo era estranho demais, mas logo tentaram ignorar, já estava para começar o jogo que iriam assistir. Shinya se ofereceu para preparar o jantar e seguiu para a cozinha, que era colada à sala, não estava interessado naquele programa, não era muito fã de esportes, diferente de seus amigos. Abriu os armários e pegou tudo o que iria precisar para fazer a comida. Não demorou, logo os outros rapazes e até mesmo as moças que estavam no quarto já sentiam o cheiro dos alimentos.

— Vamos ver se está bom. — Disse HyunAh, que havia acabado de chegar no recinto, destampando uma das panelas. — A cara está ótima, assim como o cheiro... — Sorriu para o amigo e logo foi sentando-se à mesa junto com as outras garotas que foram chegando.

— Vocês não vão vir? — Gritou JiHyun para os rapazes que estavam na sala, logo ao lado.

— Nós vamos jantar aqui, amor! — Respondeu Joon à namorada.

— Ah, então tudo bem. — Disse a garota.

Shinya já sabia que os amigos não iriam até lá buscar seus pratos, e se fossem, fariam isso apenas no horário do intervalo, o que ainda iria demorar, e até lá, a comida já teria esfriado. Então, tratou de servir o jantar e foi levando os pratos aos colegas, que o agradeceram e GaYoon, ao perceber esforço do mais velho, levantou-se para ajudá-lo a levar tudo para os que estavam na sala. Logo eles voltaram, não estavam interessados no jogo, mas o único homem naquele cômodo saiu logo em seguida, deixando as moças sozinhas para que ficassem mais à vontade e conversassem sobre o que quisessem.

— Rapaz, que calor. — Comentou Mir com os outros, desviando o olhar para o teto, verificando se havia um ventilador no local, mas voltou o olhar para a televisão logo, visto que não.

— Eu acho que tem um ventilador portátil lá no dormitório. — Comentou Takeru com o colega. — Vou lá buscar, já acabei de comer, mesmo. — Levantou-se, dirigindo-se ao próprio quarto. Ao chegar neste, acendeu a luz, afinal já estava bastante escuro ali. Olhou em volta e logo avistou o objeto desejado, pegou este e voltou para a sala, ligando-o. — Está bom assim?

— Ah, coloca ele ali perto da porta do banheiro e vira ele pra cá, assim todo mundo pode sentir o vento. — Sugeriu Shinya.

— Certo. — O menor fez o que o colega lhe sugeriu e voltou para seu lugar. Mas, segundos depois que o loiro sentou-se, a parte ajustável do objeto virou levemente, fazendo com que o vento fosse em outra direção e não fosse sentido por todos os garotos. O fato fez com que o japonês levantasse de onde estava mais uma vez, para arrumar o ventilador de forma que todos pudessem contemplar o ar fresco. Porém, desta vez, não precisou nem que o rapaz se afastasse muito, para que o mesmo ocorresse.

— Ah, deixa desse jeito mesmo. — Disse Kyo ao outro.

— Tudo bem. — Respondeu ao colega e caminhou até ao sofá para sentar-se novamente, porém, ao que passou em frente ao ventilador, não sentiu o vento tocar sua pele, como se alguém estivesse bloqueando a corrente. O mesmo foi sentido pelos rapazes que estavam naquela direção, depois que Takeru passou por ali.

— Vocês estão sentindo o vento? — Perguntou HeeChul aos demais que estavam próximos de si. Não obteve respostas positivas, e logo voltou as orbes negras ao objeto, sendo acompanhado por Die.

Tentaram ignorar o que aconteceu por hora, mas logo que iniciou-se o intervalo do jogo, Kaoru foi até o equipamento para dar uma olhada, não aparentava ser nada que pudessem resolver, então deixou aquilo para lá. Desligou-o da tomada e levou-o de volta para o quarto, colocando-o no mesmo lugar onde estava antes. Ao voltar para a sala, aproveitou para pegar os pratos que haviam sido deixados sobre a mesinha de centro para levar para a cozinha, e, enquanto recolhia todas as louças, notou que havia deixado sua câmera ali, ligada, e esta estava gravando exatamente o que estava na direção do banheiro.

— Galera, olha o que estava aqui esse tempo todo. — Fez um sinal com a cabeça para que todos olhassem para a câmera. — Agora dêem uma olhada na direção que ela está filmando.

— Será que ela captou algo? — Perguntou Joon, que já havia entendido onde o mais velho queria chegar.

— Vamos ver isso agora. Deixem só eu levar esses pratos lá pra dentro. — Disse e saiu, apoiando todas as louças sobre a pia da cozinha, e voltou correndo, estava ansioso para saber se tinham filmado algo estranho, ainda que sem querer, afinal, o caso de Henry preso no banheiro ainda era um mistério.

— Vamos logo que eu estou curioso, Kaokao! — Die o apressou.

— Já vai, já vai! — O mais velho dali logo pegou o equipamento e parou a filmagem, podendo, assim, assistir tudo o que havia sido gravado. Adiantou o vídeo para a parte em que já estavam reunidos na sala e Henry levantou-se. — É agora. — Todos estavam com os olhos atentos nas imagens que passavam no pequeno visor. Não demorou muito para que vissem a porta bater novamente, desta vez, na gravação. Nesse exato momento, Mir sentiu um calafrio.

— Caramba, vocês viram isso? Volta lá, Kao. — HeeChul estava impressionado.

A cena podia ser repetida quantas vezes quisessem para os garotos. Estava ali, a porta batendo sozinha e nem sinal de Henry, que não foi filmado por estar logo atrás da parede, o que confirmava que o rapaz não tinha nada a ver com a história.

— É impressionante. — Comentou Toshiya, enquanto a cena era repetida mais algumas vezes. Os outros tinham que concordar. — Agora vê a parte do ventilador, Kaokao.

O rapaz logo adiantou um pouco a filmagem, para chegar logo ao momento em que Takeru trouxe o objeto para a sala e ligou-o naquele mesmo local. Logo a filmagem mostrou quando o loiro levantou-se e foi para seu lugar, e, de repente, o ventilador virou-se para outra direção. Aquela cena também foi repetida diversas vezes, e os garotos impressionavam-se cada vez mais com aquilo tudo. O intervalo do jogo que assistiam logo acabou e Kaoru tratou de desligar logo sua câmera, e as atenções de quase todos os meninos foram voltadas rapidamente para a tela da televisão. Faziam vários comentários o jogo inteiro, as meninas apenas ouviam do outro cômodo e continuavam conversando sobre seus assuntos, dessa forma, a noite foi passando rápido. Já era a hora de todos se cuidarem para ir direto para suas camas e terem ótimas noites de sono, afinal o dia fora bastante cansativo.

— Ah, gente... Quem vai até o sótão fechar as janelas? — Perguntou Toshiya aos outros rapazes. — Eu, o Die e o Chul deixamos elas abertas ontem e o resultado foi elas ficarem batendo a noite inteira.

— Eu não tenho moral de ir lá em cima agora, não. — Completou HeeChul.

— Eu vou lá. — Disse Takeru, determinado.

— Quer que alguém vá junto com você? — Sugeriu Joon, preocupado com o menor.

— Acho que não precisa, qualquer coisa eu grito. — E riu, seguindo para o corredor onde se encontrava a pequena passagem para o sótão. Tratou de pegar a escada que usavam para ter acesso à porta que havia no teto e armou esta logo abaixo do vão, que até o momento, estava trancado. Subiu até onde já pudesse alcançar a pequena tranca, abrindo-a, e, por fim, pode passar por ali, chegando até o segundo andar. Não demorou para acender a luz do local, afinal estava bastante escuro por ali. — Vejamos... — Foi em direção de uma das janelas e fechou-a, notou que havia um pouco de resistência, mas imaginou que fosse algo causado pelo tempo, já que a casa era bastante antiga. Fez o mesmo nas outras janelas, e logo dirigiu-se para a última delas. Resolveu olhar um pouco lá fora antes de fazer o que deveria, retornou para dentro e fechou a última janela e foi nesse instante em que os outros viajantes daquela casa ouvisse um grito, seguido do barulho de algo quebrando e antes que pudessem ter alguma reação, mais um som foi emitido, dessa vez de algo caindo com tudo no chão da varanda.


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Notas finais do capítulo

E o suspense no final mais uma vez, o que será que aconteceu para o Takeru ter gritado? E que barulhos foram esses?
Enfim, quero avisar para vocês que a parte do ventilador é real, ele realmente virou sozinho com uma das escritoras e comigo também, mas foi a parte do vento ser bloqueado, como se estivesse alguém na frente.
Enfim... Se algum erro escapou, nos desculpe.
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